Minha Vida É Um Atraso

Minha Vida É Um Atraso



Helle
- A estrela da vida -


Terça-feira. Terça-feira. TERÇA-FEIRA.

POR QUÊ?

P O R Q U Ê?

Ninguém entende a gravidade disso? NÃO? Pois bem, eu explico.

Eu nunca consigo fazer resumos das aulas. Nas terças-feiras. Eu nunca almoço direito. Nas terças-feiras. Toda terça-feira eu chego atrasada para o almoço por algum bendito motivo. Todas as semanas eu tento chegar na hora e nunca consigo! Acho que é uma praga, macumba ou algo assim.

Não terminei. Toda terça-feira eu tenho montes de lição para fazer. Sabe o que quero dizer com montes? Digo, montes MESMO, mais parecidos com montanhas. E sabe que eu nunca entendo nada?

Ainda não terminei. Como eu sou total e completamente azarada, eu sempre acordo atrasada as terças-feiras porque durmo tarde nas segundas.

Sim! Eu estou atrasada! São exatamente sete horas, cinqüenta e oito minutos e trinta e sete segundos. Trinta e oito. Trinta e nove. Quarenta. Enfim, estou aqui vestida, com os dentes escovados e o cabelo penteado, o material nas costas e o mais essencial, meu novo colar de estrelinha SUPER lindo que eu achei embaixo do travesseiro ontem à noite.

Só que as aulas começam OITO HORAS, eu NÃO tomei café e falta um minuto e trinta e dois segundos pra aula começar.

Eu poderia fazer muitas coisas, tipo assim: correr e correr.

CORRE, LILY!

Um dois, Um dois, Um dois. Salão comunal, sexto andar, quarto andar, terceiro andar, uma a direita, reto, direita, direita, esquerda, quarta porta a sua frente.

Aula de transfiguração, uau!

Agora MESMO eu estou ferrada.

Eu cheguei na frente da porta, e abri ela com tudo, entrando que nem uma louca desvairada sem juízo. E ainda por cima ruiva. E todo mundo começou a me olhar, como se eu fosse uma heroína ou algo assim.

A única parte ruim é a seguinte: McGonagall odeia atrasos.

- Senhorita Evans. – Começou ela, enquanto eu andava lentamente para minha carteira. – Por que está atrasada?

- Hum... – Sentei na cadeira, ao lado de Katheryn, e respondi: - Acordei atrasada, professora. Desculpe-me. Nunca mais vai acontecer!

- Só na terça-feira que vem, não é, Lily?

Eu fechei os olhos e contei até dez. Nem olhei para trás. Mas, cara...

QUE ÓDIO DO REMUS LUPIN NAQUELA HORA!

Nota mental antes de encher minha pobre cabeça com informações chatas e complicadas de transfiguração: preparar uma boa vingança pra esse filho da...

[...]

136º boca-na-bochecha do ano. Uau!

Acho que é por isso que eu estou parada no meio do corredor, com a mão na bochecha que JAMES beijou, e olhando para o chocolate que ele me deu feito uma boba.

Merlin, existe alguém mais fofo que ele?

(A única coisa que eu não achei fofa foi ele ter saído correndo e entrado na sala da McGonagall).

- Lily, - Disse alguém, chegando por trás de mim e colocando uma pena na minha cara. – Você deixou isso cair.

Eu me virei, lógico. Nunca aceite coisas de estranhos. Mamãe sempre me disse isso. (O que é uma grande verdade, pois como vamos saber se o estranho é uma pessoa inocente ou um drogado psicopata assassino?).

- Sirius! – Eu praticamente gritei, feito uma retardada.

- Lily Evans! – Respondeu ele, em uma falsa felicidade.

- Sirius Black!

Oops! Esqueci que ele odeia quando o chamamos assim.

- Lily Potter. – Estávamos andando em direção ao salão principal, e só depois de uns três corredores eu captei o que ele disse. (Sim, minha cabeça é UM POUCO lenta. Nenhum motivo pra você rir, hiena leitora).

Parei no corredor, do nada. Sirius parou também.

Peraí.

LILY POTTER? Lily Pê-ô-tê-tê-ê-érre?

O sobrenome do James?

- SIRIUS! – Gritei, no ouvido dele.

Eu fiquei chocada!

- Wow, Lily, por que esse grito?

- POR QUÊ?

Ele fez uma cara estranha e começou a rir. Eu empurrei ele pra trás e comecei a estapeá-lo. Não mecham com a Lily, meus queridos.

A Lily Potter.

Não!!

Lily Evans!

Evans!

Ê-vê-á-êne-ésse. Eva ns ou Evans.

- Pára de me bater sua perturbada...

- PERTURBADA?

Comecei a bater mais forte naquele inútil. É, inútil! E nem venha me xingar, sua hiena do Paquistão.

Falando em Paquistão, por que eu não moro em Nicarágua?

- Lily...

Alguém me chamou. Sorte do Sirius, porque, pela cara dele, pelo cabelo extremamente despenteado (quase ganhando do James) e pelas bochechas rosadas (ele fica vermelho por qualquer coisa! Não é fofo?), ele não agüentaria nem mais um tapa. Claro, não é, quem está batendo? A Lily Evans!

Aí eu me virei.

ADIVINHA QUEM ERA!

- James!

Ele está tão bonitinho hoje! Sério! Primeiro porque ele está sem a capa e com a camisa desabotoada (Ui!), segundo porque aquele sorrisinho ma-ra-vi-lho-so é único e encantador, terceiro porque o cabelo dele está com gel, quarto porque os olhos dele estão mais claros que o normal, e quinto porque ele está olhando pra mim!

Mas...

Ele está ofegante!

- O que aconteceu com você? – Perguntei, desconfiada.

- Lily... Eu descobri... Uma coisa magnífica! Sirius... Vem comigo... Vocês dois...

Pela cara do Sirius, ele também achava que o James estava meio louco. Mas ele continuava lá, sorrindo e ofegando, esperando a gente ir.

Pois eu vou!

- Vamos! – Eu disse, andando em direção a James.

Sirius veio comigo e... Lá vamos nós!

[...]

Como eu sou BURRA. Pior que cérebro de maçaneta de porta (não sei quanto ao seu mundo, mas aqui pode sim existir alguma porta com cérebro). Eu vou voltar pro primeiro ano e aprender tudo de novo, já que não sei fazer droga nenhuma e minha varinha só serve pra me enrolar ainda mais.

Aham, baby!

Eu vou contar o que fiz. Mas não venha querendo me bater nem nada; eu sou SENSÍVEL. Muito sensível. Ainda mais porque sou burra.

Bom, depois que eu e Sirius seguimos James, eles nos levou para a sala de McGonagall. Ela estava lá! Então eu senti algo sobre minha cabeça e os dois me amassarem, como se estivéssemos debaixo de alguma coisa apertada.

A capa da invisibilidade de James.

Seguimos devagar, até chegar ao quarto dela. Não podia imaginar o porquê de James nos levar lá. Atravessamos o quarto, até que James parou em frente a uma parede. Bateu cinco vezes numa parte e o negócio se abriu. Era uma PORTINHA.

Tá entendendo até aí?

Entramos na bendita portinha. Estava tudo escuro lá, e ainda estávamos com a capa. Andamos, andamos... Ouvi a sineta da aula tocar e resmunguei a James que não tinha almoçado. Sirius me apoiou... E ficamos reclamando por uns cinco minutos, até que entramos DO NADA em um CAMPO coberto de NEVE.

- O que é isso? – Perguntei.

Sirius pisou na grama coberta de neve, e disse que se sentia mais leve naquele lugar. Eu estava TOTALMENTE assustada. Não me sentia bem lá...

Mas, se estamos na neve, por que James está com a camisa aberta e olhando para a neve feito um idiota?

Traição!

- JAMES! – Gritei. Ele veio até mim, com cara de assustado, e eu continuei: - Por que sua camisa está desabotoada?

- Lily... – James olhou pra mim de um jeito muito engraçado. Parecia que ele não podia acreditar na minha pergunta, mas ao mesmo tempo acreditava e achava aquilo legal! – Pra que você quer saber isso?

- Pra que? Nós vamos sair no sábado e você já está me traindo!

Ele riu, e os olhos dele brilharam de um jeito tão... Diferente!

AI, COMO ELE É LINDO!

Controle-se, Lily.

- Amor, - Ai Merlin. Isso não! Ele abotoou a camisa e agora está me abraçando. Eu não gosto disso. Por que o perfume dele tem que ser tão gostoso? – Eu nunca faria isso com você. Nunca, nunca, nunca mesmo. Sábado vai ser o melhor dia da minha vida; pode apostar.

Eu o abracei mais forte ainda... Quem se importa se hoje ainda é terça?

Sirius.

- Hey, hey, sem agarramentos na minha frente! – Brincou ele, não escondendo a felicidade por James ter conseguido a ruivinha dele.

Chegou a parte ruim.

Eu fui lançar um feitiço nele, de brincadeira, mas saiu uma coisa totalmente diferente.

SIRIUS SIMPLESMENTE BATEU COM TUDO NA PAREDE, CAIU NO CHÃO E AS PAREDES COMEÇARAM A CAIR!

Que vontade de chorar naquela hora.

- James! Olha o que eu fiz! – Gritei, desesperada, indo ao encontro de Sirius.

Ah, depois conto isso.

Então, agora eu estou aqui na cama e Diana acaba de entrar no dormitório, desesperada.

- ONDE ESTÁ SIRIUS?

- Ele sobreviveu... Ele está vivo, Diana!

- ONDE ESTÁ?

- No dormitório dos meninos, poia.

Levantei e fui correndo atrás dela. Entramos no dormitório, onde Sirius estava sentado, aparentemente bem, conversando com James, Peter e Remus. Os quatro olharam pra mim imediatamente, e eu, é claro, senti vontade de me esconder (na cama do James, de preferência). Mas fui forte e sentei na cama, de frente pra Sirius.

- Sirius, - Comecei, aflita. Diana o abraçou por trás, mas conversava com Peter. James e Remus não tiraram os olhos de mim! – Desculpe-me. De verdade. Eu sou uma anta! Nem feitiço sei fazer!

Levantei da cama e suspirei

- Eu vou voltar para o primeiro ano.

Todos explodiram em RISADAS!

Qual é a graça de ser um semi-aborto? Ahm?

[Continua]

Nós três perdemos a tarde de aula TODA e McGonagall está furiosa. Ela diz que se eu te atrasar mais uma vez neste mês, eu pego uma detenção.

LINDO, UMA MONITORA CHEFE DE DETENÇÃO.

Não gosto nem de imaginar! Acho que me enfiaria num canudinho e entrava na terra.

- Lily, - James entrou no salão dos monitores, onde eu estou agora (eu saí do dormitório enquanto você ouvia a história) e parecia meio agitado. – Preciso falar urgentemente com você.

- Ué, estou aqui.

- Você pediu para voltar ao primeiro ano?

Era SÓ o que me faltava. Pelo jeito, meu plano de voltar para o primeiro ano sem ser percebida não deu muito certo. Dã.

- Com certeza.

- Lily, você ficou louca?

- Louco é você. – Falei, sentando num sofá e tirando o material da mochila, para fazer a bendita lição.

- O que você tem?

- Eu não tenho NADA.

Quase matar uma das pessoas que você mais gosta não é nada. Querer voltar para o primeiro ano não é nada. Levar um sermão da McGonagall e ser ameaçada de detenção não é nada. NADA!

- Você não me engana.

- Eu engano SIM, Potter! Deixe-me SOZINHA! – Como aquilo aconteceu? Como?

Eu estou farta do James!

- Potter? – Repetiu ele, olhando incrédulo para mim.

- Isso mesmo!

- James.

- Potter.

- James.

- Potter.

- James.

- Eu te chamo como quiser, Potter! – Explodi, furiosa.

Será que o James não entende que eu quero ficar sozinha? Eu não estou BEM, não estou LEGAL, não quero NINGUÉM pra encher minha paciência!

Foi por isso que eu vim pra sala dos monitores.

- Por que você muda tão rápido? Uma hora você me ama e outra não quer nem me chamar pelo primeiro nome!

- Eu não estou... ESPERE AÍ! – Urrei, quase matando ele com as mãos.

Dei uns passos em direção a ele, com os olhos cerrados e uma expressão... Hum... Digamos que selvagem. Eu estava com raiva, caramba!

- Eu NUNCA disse que te amava!

- Pois deu a entender. – Disse ele, sério.

- Vamos esclarecer umas coisas... UM, eu nunca disse que amo você. DOIS, aceitar sair com você não quer dizer nada, TRÊS, eu quero ficar um pouco sozinha, QUATRO, será que você é tão inteligente nas matérias mas não consegue entender o que eu estou falando? – Cara, essa foi a gota final para ele.

- Então FIQUE SOZINHA, Evans!

- NÃO! – Eu gritei tão alto que senti minha garganta doer, doer demais!

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu coloquei a mão na garganta, tentando tirar a dor. Maldita hora em que eu resolvi gritar! Minhas cordas vocais são sensíveis, meu bem.

- Eu não estou entendendo. Você quer ficar sozinha mas não quer que eu vá? – Ele se acalmou. Isso foi MUITO bom.

Mas eu não consigo me entender!

CHAME AS AMBULÂNCIAS E ENCOMENDE AS CAMISAS DE FORÇA! LILY A CAMINHO DO MANICÔMIOOOO!

Numa escola trouxa, uma vez, o professor me disse o seguinte: nunca vá ao lixo de um hospício, você pode encontrar um louco varrido. Ahahahaha. AHAHHAHAHA.

Há há.

Hahahahahhaha.

Eu sou retardada! Ahaha.

- Eu preciso... – Eu comecei a chorar.

- Do que, Lily?

- Preciso... – Comecei a soluçar.

Quero dizer, soluçar mesmo. Minha cara ficou vermelha, meu cabelo curtinho começou a cair no meu olho e eu me senti sensível sob o pijama rosinha de flores que eu tanto usava pra dormir.

- Não chore!

- Ninguém me entende!

James desatou a rir de um jeito tão leve! Como se fosse um alívio eu não estar mais nervosa. Bom, meu caro James, esse é o efeito que VOCÊ provoca em mim.

- Eu te entenderia, Lily, se você se abrisse comigo! – Ele veio se aproximando...

E me abraçou pelas costas, com o queixo apoiado no meu ombro. Não, não, não!

Cuidado, cuidado! Alerta amarelo. Lily pode não suportar tanto James assim e agarrá-lo logo.

- Só vai te fazer bem! E eu queria tanto saber mais de você... Como você se sente, o que sente, como é a Lily que eu ainda não conheço...

Cuidado! Cuidado! Alerta laranja. Lily pode perder o juízo que tem em nanoquantidade.

- Vamos, Lily! Eu quero te ajudar! – Ele beijou minha bochecha.

ALERTA VERMELHO! EU NÃO SUPORTO ESSA PROVOCAÇÃO! Aaaaaaah!

- Eu não agüento quando você faz isso em mim! – Pronto, soltei.

Ai meu Merlin!

- Isso o que? – Perguntou ele, sério.

- Fica me beijando... Me abraçando... – Voltei a soluçar, só que dessa vez mais levemente.

- Você não gosta disso? – Perguntou, com a voz preocupada.

Ele ficou triste! Aiiin...

- James... – Soluços, soluços. – Não é que eu não gosto... Mas... Eu me sinto pressionada! Como se... Se eu não deixar você fazer isso... Vai acabar te fazendo gostar menos de mim! Pensar que eu sou idiota, não sei... – Soluço.

- Não, não, de jeito nenhum! – Eu me soltei do abraço dele e virei de frente pra ele.

Hora da verdade...

Solamente la verdad!

- Eu não faço isso pra pressionar você, Lily! Eu faço simplesmente pelo fato de ser completamente apaixonado por você! – Mais soluços. Eu estava tão triste, poxa! – Eu não consigo ver você sem querer te abraçar... Simplesmente pelo fato de Lily Evans ter sido a única que conseguiu amarrar o coração do “garanhão” James Potter!

- James Potter!

- Sim...

- Não me mime, ok? Eu estou deprimida! Soluçando! – Solucei ainda mais. Sinceramente, eu não sei porque estou tão triste! – Olhe... Eu amei essa declaração, e ACHO que amo você... Pare de rir! Então... Mas hoje não... Espere um tempo, ok?

- Se você quer... – Ele não ficou chateado! Ele está sorrindo! – Boa noite, Lily. – E me deu um beijo na bochecha. O 138º! Há!

A Lily foi para o quarto. A Lily sentou no parapeito da janela. A Lily deu oi as suas três estrelas e viu a quarta, a Helle. Estrela da vida. A Lily deu aquele nome porque é lindo e é da vida pois o Sirius ainda tem vida depois da ruiva psicopata quase matá-lo.

Por quê estou narrando em terceira pessoa?

Efeito James, meu bem. O efeito daqueles olhos cinzentos MARAVILHOSOS.

Boa noite.

Cause I thought,
Porque eu pensei
I had it.
Que eu tinha
But I forget.
Mas eu esqueci

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