Contos de Fadas? [Prólogo]

Contos de Fadas? [Prólogo]



Hayley
- A estrela da imaginação -


Eu sou Lily Evans, prazer em conhecê-lo... Tenho dezessete anos, estou cursando o sétimo ano da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts; minha casa é a Grifinória. E, sim, eu sou uma bruxa.

Psicologicamente? Sou alterada e nervosa, mas gentil e amável com todos... Menos com James Potter, antes motivo de meu ódio, agora motivo de meu... Bom, fisicamente... Sou baixinha, de cabelos ruivos feito fogo e olhos verdes como esmeraldas... Resumidamente, uma garota normal... Ou quase.

Mesmo estudando em Hogwarts, nunca deixo de ler meus contos de fada trouxas. Cinderela, Bela Adormecida, Branca de Neve, Rapunzel... Acho que nunca deixei e nunca vou deixar de me emocionar ao ler estas histórias... Sabe-se lá o porquê. Acho que é porque sou sentimental... Ou porque simplesmente são lindos... Quem não gosta, ou é bruxo ou é sem coração! São meio clichês sim, mas poxa vida... Quem nunca quer que o príncipe beije a princesa no final e que eles vivam felizes para sempre?!?

Eu sempre sonhei em ter um conto de fada em minha vida. Parece meio infantil, mas eu tive sim. Já me imaginei no lugar da Gata Borralheira, indo pro baile e perdendo o sapatinho de cristal, já me imaginei no lugar da Rapunzel, jogando minhas tranças para o príncipe subir, já me imaginei no lugar da Branca de Neve, junto aos sete anões, e já me imaginei no lugar da Bela Adormecida, furando o dedo e acordando pelo beijo do homem amado... O único problema de sonhar essas coisas é o seguinte: o príncipe, por mais que eu tente mudar, é sempre o James. Sim, ele mesmo, James Potter.

Aquele de olhos acinzentados, alto e musculoso, com cabelos negros e despenteados, e sorriso que me faz delirar, e piscadela que me faz sonhar, e voz que me faz cantar... Agora, você deve estar se perguntando assim: qual é o problema do príncipe ser James?

Eu respondo: o cara corre atrás de mim e eu sempre digo não. Por que? Medo de me machucar... Mas, falamos disso depois. O problema é que eu não o odeio como antes... Na verdade, eu não o odeio mais... Eu... Eu... Eu o amo. Lily Evans está completamente caidinha por James Potter, o garoto que manda chocolates, flores, poemas e serenatas...

Hoje é sábado, à tarde... E, exatamente agora, eu estou sentada no sofá da sala dos monitores chefes da Grifinória... James é monitor chefe também, esqueci de falar. Não sei como. Ele é o líder dos marotos!

Ah, os marotos. Como não falei deles antes? Sirius Black, extremamente bonito e legal, Remus Lupin, ajuizado e amigo, e Peter Pettigrew, ele sempre te ajuda quando precisa... Bem, eles são o quarteto terror, como prefiro chamá-los. Causam confusão por toda a escola... Mas mesmo assim eu gosto deles.

Estou fazendo um relatório... Já falei isso? Não, não falei. É um relatório chato que a McGonagall pediu sobre as detenções desta semana... Que saco! Eu realmente não mereço uma coisa as...

- LILY! – Berrou uma voz masculina e animada, entrando na sala e batendo a porta. Assustei-me e lancei o relatório bem longe...

- James, que susto! – Colocando a mão no coração, sentei-me direito no sofá de dois lugares e cocei a cabeça.

- Adivinha o que eu trouxe pra você, meu lírio... – Chocolate. Acertei?

Antes que pudesse responder, ele estendeu uma barra de chocolate extremamente colorida e grande da Dedosdemel. Não pude deixar de sorrir... Ele é realmente um príncipe... E eu nunca falei isso, só por via das dúvidas.

- Não precisava... – Peguei a barra e examinei-a um segundo, antes de colocá-la do meu lado.

Senti o sofá afundar um pouco do meu lado. James estava sentado bem perto de mim...

- Claro que precisava! Se não fosse o Jamie aqui, quem iria te mimar desse jeito?

- E por que você me mima tanto? – Embora eu já soubesse a resposta de cor e salteado, perguntei do mesmo jeito. Era sempre bom ouvir o...

- Te amo!

A próxima coisa que senti após essa frase foi um beijo na bochecha... James e sua mania de me beijar. Mas, de qualquer forma, 134º beijo deste ano... Sim, eu conto!

- Jaaaames...

- Que foi, minha rainha?

- Não faz isso comigo!

- Por que não? Você não gosta? – Ele fez uma carinha de preocupado... Que fofo!

- Eu gosto! Quero dizer, não é que eu gosto, mas sabe, também não gosto, então me deixa meio...

- Confusa? – Perguntou ele, maroto. – Mas eu não resisto a você e essa bochecha perfeita! E essa boca perfeita... E esse sorriso perfeito... E esses olhos perfeitos... E esse cabelo perfeito... Você é perfeita!

Fiquei vermelhinha, vermelhinha. Oh céus...

Me diga, como resistir a um Deus Grego que é super fofo, fala que te ama há anos e fica te elogiando desse jeito?

- Mas não precisa me dar chocolate! Eu já estou gordinha...

- Será?

James me pegou no colo, do nada, sem aviso, de repente. A única coisa que pude fazer foi dar um gritinho e susto.

No momento seguinte, eu estava olhando pro chão a uma considerável altura... A altura de James. Ano retrasado, ele era muito baixinho, todos nós o zoávamos! Agora, ele é o maior gigante... Juro! Acho que deve ter 1,89, por aí...

- Não! Continua leve como uma pena... – Disse ele, carinhosamente, acariciando o nariz dele no meu.

Perto. Perto demais...

- COM LICENÇA! – Uma voz grossa e marota gritou, fazendo eu me assustar e agarrar o pescoço do James.

Quando eu percebi o que estava fazendo, Sirius Black já estava com aquele sorrisinho maroto e uma expressão de entendimento que eu não gosto nada...

- Não sinto nada em atrapalhar o casalzinho, mas me pediram pra levar Lily aos jardins. Com licença, Dom James Juan, Juan James ou a coisa que for...

Inexplicavelmente, Sirius veio e me colocou no colo dele. Juro que não entendi nada! James ria da cena, e assentiu com a cabeça. Por que não estava com ciúmes? Eu estava no colo do melhor amigo dele, e olha que o Sirius é bem gostos... Ah, claro! Eles são melhores amigos...

Aí você se pergunta: mas e daí? E daí que eles confiam um no outro mais do que irmãos... Não se vê um sem o outro! É isso que eu mais admiro nos marotos: A confiança e a amizade inabalável que eles tem uns pelos outros.

- Vamos, dona Evans! – E o insano Sirius Black saiu praticamente correndo para os jardins, me levando no colo como se fosse algo extremamente valioso, porque me apertava demaaais!

Graças a velocidade, agi por impulso e joguei meus braços no pescoço dele... Algo que ficou bem constrangedor.

Todas as garotas por quais passávamos me fuzilavam com o olhar. Acho que, se olhar matasse, eu estaria morta e a sete palmos do chão... Mas quer saber? Isso é problema delas! Eu já tenho o meu maroto, por que vou me importar com o que elas pensam? O Sirius é só um grande amigo pra mim... Quase um melhor amigo! Agora, o James...

- Chegamos, minha rainha. – Finalmente!

Ao chegarmos a uma árvore perto do lago, ele me colocou com cuidado no chão e sentou-se ao meu lado. E finalmente eu vi o motivo daquela loucura... Katheryn McTally (ela tem zilhões de sobrenomes, então hoje só vai esse mesmo) e Diana Swredam.

Diana é a extrovertida do grupo. Tem cabelos pretos levemente ondulados, olhos castanhos escuros semi-cobertos por óculos de armação delicada... Era a baixinha do grupo, mas, embora a altura fosse pouca, Diana tinha um belo corpo e atitude sobrava...

Katheryn, ou Kath, é a matraca. Sempre falando de algo ou alguém, independente do lugar, da hora, do dia... Tem cabelos muito loiros e olhos azuis meio pretos, dependendo da luz. Tinha uma paixão anormal por música e é sempre nervosinha e a ponto de explodir... Mesmo assim, eu a amo.

- Muito obrigada, meu súdito. – Ironizei, revirando os olhos.

- ‘Brigada, Si! – Diana puxou Sirius pela gravata e deu-lhe um selinho. Afinal, eram namorados... Vocês não sabiam disso?

Sirius levou realmente muito tempo pra conquistar Di, que, embora fosse caidinha por ele, não admitia de jeito nenhum... Ô criatura orgulhosa. Mas, certo dia, Sirius fez uma declaração e ela se derreteu todinha...

- Hem, hem - Kath interrompeu com uma tossidinha boba. Sirius jogou os cabelos pra trás e se levantou.

- Bom, minhas rainhas, temo que o súdito aqui tenha que ir fazer... deveres.

- Aham – Ironizei, arrancando uma risada de Diana.

- Por que esse tom irônico, Lily?

- Sirius, o dia em que você tirar um sábado a tarde só pra fazer deveres vai ser um milagre...

- Então esse milagre é hoje. – Abaixando-se um pouco, ele pegou a mochila que estava do lado de Katheryn e saiu andando e cantarolando algo como “Oh, oh, oh, sweet child o’ mine...”

Já disse que os marotos tem uma banda? Sinceramente... é uma das melhores bandas que eu já ouvi! Sirius toca bateria, Remus a guitarra, Peter o baixo e James canta... Eles quase sempre tocam nos bailes – e sempre fazem sucesso, diga-se de passagem.

- E aí, o que vocês querem? – Perguntei, virando-me para elas e desviando o olhar de Sirius.

- Queremos saber como foi hoje a tarde – Katheryn perguntou, num tom malicioso.

Percebi o assunto do qual elas estavam falando, e dei uma risada abafada. Ao ver que elas me olhavam de um jeito estranho, falei:

- O que vocês acham que aconteceu?

- Nem me conto, Lily... – Diana disse, caindo em gargalhadas histéricas logo depois, com Kath seguindo-a.

Revirei os olhos, como sempre.

Como elas podem pensar que eu teria um caso escondido com o James? Só porque eu disse que estava começando a gostar dele, não quer dizer que eu estou gostando dele. Oras, se ele era o príncipe do meu conto de fadas, tinha que gostar ao menos um pouquinho, não é?

- Gente, vocês realmente acham que...

- Você gosta dele? – Diana me interrompeu.

- Sim, nós achamos. – Katheryn e Diana eram um complô só... Não é por nada não, mas sempre que eu viro as costas, ao voltar elas já estão juntas insinuando algo sobre a minha pessoa!

- Há. Eu? Caso com James? Não, meninas, não.

De repente, Kath apontou a varinha pra mim. Eu fiquei sem reação; o que ela estaria pensando?

Será que ela estava sendo possuída? Será que a Kath na verdade era um comensal da morte disfarçado? Será que ela enlouqueceu de vez por não ter seu amor correspondido por Remus?

- Você gosta dele – Katheryn afirmou, ainda com a varinha apontada pra mim e um sorrisinho de entendimento no rosto. – e não adianta mais negar. Ou você assume, ou te azaramos.

Suspirei fundo, antes de responder.

- Sim, eu gosto.

[...]

Não se passou um minuto, e lá estava a pobre Lily, andando por Hogwarts e procurando Sirius Black para dizer a verdade sobre James Potter. Ou isso, ou minhas amigas me azaravam... Eu realmente mereço...

Onde estaria o dito cujo? Fui primeiro a biblioteca, onde surpreendentemente os marotos costumavam fazer os deveres.

Sirius estava sentado sozinho em uma mesa, com a cabeça baixa, e lendo um livro que me parecia ser de Transfiguração. Cheguei por trás dele e coloquei meu braço em volta do pescoço dele, como se quisesse enforcá-lo.

- Hey Sirius...

- Hey Lily – Respondeu ele, soltando meu braço do pescoço dele e me olhando curioso.

- Preciso de ajuda.

- Ajuda?

Ele virou a cadeira pra minha frente e perguntou:

- Ajuda no quê?

- Eu estou... Er... Gostando...

- Do James. Tá, nós já sabemos, mas qual é o problema?

- Eu não posso chegar “na lata” e dizer ‘te amo’! É simplesmente previsível e simples demais...

- Garotas... – Sirius revirou os olhos e folheou o livro dele. Passados alguns minutos, falou de novo: - Hoje à noite, vá ver as estrelas e pense nisso.

Lancei um olhar incrédulo a ele e levantei a sobrancelha, esperando ele gritar “1 de abril”, ou na verdade só falar que era brincadeira, pois ele é um maroto, não é?

- Ver as estrelas? – Falei, com a voz estrangulada por causa da indignação.

- Ver as estrelas. – Repetiu ele, apontando o dedo pra mim e piscando. – Agora, minha cara Lily, se me dá licença, James deve estar me procurando. – Ele se levantou. – Boa sorte. E...

- E?

Ele parou onde estava, na porta da biblioteca, e sorriu levemente.

- Quando vocês tiverem um filho, eu quero ser o padrinho dele.

[...]

É realmente muito estranho pedir um conselho para um maroto, que por acaso é o melhor amigo do seu mais novo amor. Mas, estranho mesmo, é ouvir um “vá observar as estrelas” como conselho. Quer dizer, as estrelas são lindas e tudo mais, mas no que iriam me ajudar? Será que se eu olhasse bastante elas iriam fazer um desenho no céu formando um “James, eu te amo, mas não quero admitir?”

Eu sei, você deve estar pensando que eu sou uma ruiva louca que não sabe o que fazer e que está correndo desesperada para o salão dos monitores chefes as 10:00 da noite para não ser pega fora do horário, mas eu não sou. Está bem, eu sou sim, mas como poderia estar sã? Impossível.

Inegavelmente, a pior coisa que pode acontecer quando você chega no salão dos monitores descabelada, ofegante e desarrumada, é ver James tocando violão lá. Primeiro, ele toca excelentemente bem. Segundo, ninguém resiste a isso, muito menos eu. Terceiro... Eu estou parecendo mais uma barbie velha e suja, e fedida, e descabelada (considerando que ela tenha vida, é claro) do que uma bruxa (quase) normal que é ruiva e ama o garoto que no instante está olhando para você com aqueles olhos acinzentados, puxados sabe-se lá para que cor... Depende do dia, da luz, do ânimo dele e da hora – palavras dele que foram roubadas por mim.

Ele olhava pra mim, sentado no sofá e segurando o violão, e eu olhava pra ele, com a mão no coração e uma cara assustada. Preciso dizer quem está em vantagem? Preciso sim, porque se não dissesse seria covardia. James está em vantagem.

Impossível. Ele desviou o olhar de mim e voltou a tocar. Nããão!

- Whatever you want…Whatever you need…Whatever it takes, I’ll do anything…

Ele cantava e tocava numa harmonia perfeita, me encantando completamente. Essa música sempre me lembrava o dia em que ele tocou-a pra mim em uma festa... E, antes que pudesse me conter, eu comecei a cantar junto.

- And as you sleep syes trough the window… I’m watching you dream well are you dreaming of me?

- Yeah, so why can’t you see? you’re all that matters… You know if this earth should crack I’ll be your solid ground… Yeah, I will be there to catch you when you fall down… - Ele continuou, como se gostasse que eu estivesse cantando junto. Bom, eu continuei também…

- Whatever you want…Whatever you need…Whatever it takes, I’ll do anything…

Sem dúvida, aquela era a nossa música. A letra... Tão perfeita! Outro dia ele chegou a me falar que quem a escreveu estava pensando no amor que ele sentia por mim... Bem, agora eu acho que você já sabe o porquê dele ser meu príncipe.

- Eu não sabia que você cantava. – Falou ele, maroto, colocando o violão de lado.

- Sorte sua... – Sorte mesmo, minha voz não era lá aquelas coisas.

- I wanted you to know I love the way you laugh… I wanna hold you high and steal your pain away

James começou a cantar de novo, com uma música linda e significante de novo. Será que ele não cansa de embaralhar ainda mais a minha mente? Não, acho que não. Então, fiz a única coisa que podia: sentei-me ao lado dele, enquanto ele pegava o violão de novo e recomeçava a tocar.

- I keep your photograph; I know it serves me well… I wanna hold you high and steal your pain… - Pára, pára com isso… Eu não quero ouvir a sua voz doce, linda e perfeita! Chegaaaa... - Cause I'm broken when I'm lonesome and I don't feel right when you're gone away…

Duas opções: ficar lá e enlouquecer de vez ou pegar o violão dele e esconder pro resto da vida.

Fico com a segunda.

Num gesto repentino, tirei o violão da mão dele e ele parou de cantar também. Levantei-me rapidinho e corri para o outro lado da sala, de modo a ficar bem longe dele. Não cheguei a comentar, mas... James fica irado, furioso e irritado quando alguém toca no violão dele. Eu não sei o motivo, não tenho a mínima idéia na verdade, mas ele fica realmente bravo, seja quem for. Péssima idéia, Lils. Agora o James está paralisado no sofá, com uma sobrancelha levantada e os olhos praticamente faiscando. Vai parecer meio idiota demais agora, mas sabe aqueles desenhos animados onde os olhos dos personagens ficam com fogo dentro? James estava quase assim...

- Me dá – disse ele, esticando a mão e se levantando – meu violão.

- Não?

Esquecendo toda a dignidade, força, pose, atitude e coragem que eu tinha, saí correndo disparada para meu quarto e tranquei a porta na fechadura e com magia, só pra garantir. Joguei o violão dele em cima da minha cama e encostei-me na parede, ofegando de novo.

Alguém batia na porta...

- Lily...

- Não!

- Meu violão...

- Não!

- Devolve...

- Não!

Insistência irrita

- Se você não me devolver...

- CHANTAGEM NÃO FUNCIONA! – Berrei, colada a porta.

- ...Eu vou ficar bravo. – Falou ele numa voz triste e fofa, como a de um cachorrinho abandonado. Merlin, não me abandone...

- PODE FICAR...

Mentiiira...

- Lily!

- Nããão! Já disse que não! Não! Negativo, nops, necas, nunca, nananinanão, nem vem, never, nãããão!

Ele deu um soco na porta.

Vamos irritar James Potter?

Peguei o violão da cama e Comecei a tocá-lo, ou tentar, pois não sabia uma nota sequer. Tudo bem, uma eu sabia, mas de que adiantava tocar um “D” e não saber tocar um “F”, um “E”, um “L”, ou a letra que for e nem ter uma mínima idéia do que é uma pestana?

De nada, eu lhe respondo.

Cantei a primeira música que me veio a cabeça, só pra irritá-lo ainda mais.

- I coulda been the one u noticed, I coulda been all over you, I coulda been like all the others; Is that what I’m supposed to do. – Minha voz é horrenda; Desafinada e aguda demais. James percebeu…

- Pelo menos cante melhor! – Gritou ele, do outro lado da porta.

- Ah é? – Respirei fundo, e inventei uma música besta. - Eu estou com o violão de um maroto amigo, ele tá irado e eu estou sorrindo, eu não sei cantar, só sei desafinar, e temo que agora ele vá surtar, aaah aaah!

Ok, isso superou o nível de besteiras que eu já tinha inventado em toda a minha vida. Se alguém mais além dele ouvir isso, lembre-me de dizer que eu estava possuída por um alienígena maluco ou algo parecido (e talvez menos besta e infantil e idiota e... Ah, você entendeu).

- Eu não sei porquê fiz isso, acho que por um momento virei um estrupício... Eu não tenho nem idéia do que cantar, e eu to saindo do ritmo, aiá!

James explodia em risadas atrás da porta, pelo que dava pra ouvir. Afinal, quem seria tão idiota a ponto de não rir da minha música improvisada?

(E, antes que você me chame de trouxa, eu sei que você está rindo de mim, tá bom?).

- Amanhã é domingo, nem sei se viva vou estar, aiá... – Eu batia os dedos nas cordas do violão sem ter consciência, causando uma mistura de notas desafinadas e ruins. Resumindo: poluição sonora profunda. – Porque neste momento, o James quer me mataaaar! – Terminei tentando dar uma de profissional, fazendo um finalzinho bem rockstar, sabe? Nem preciso dizer que só consegui um novo jeito de matar as pessoas de rir.

- HAHAHAHAHA... – James gargalhava histericamente lá fora, se engasgando de tanto rir. Eu ri um pouquinho de minha loucura momentânea e coloquei o violão de volta na cama.

- Rindo do quê, James Potter?

Ou ele estava me ignorando ou estava rindo demais para conseguir falar algo. Novamente, fico com a segunda opção...

- Hahaha... É que... Hahaha... Isso foi... HAHAHA... – Ele ria mais alto que nunca; aposto que já estava chorando de tanto rir. Acho que a barriga dele já deve estar doendo de tantas risadas, porque a minha dói... E a sua?

Depois de uns cinco minutos que eu fiquei em silêncio, James ofegava, ainda risonho, e olhava para a porta. Eu meti o olho na fechadura e vi... O James cantando de novo.

Wow.

[...]

Abrir ou não abrir; eis a questão. Já passaram uns dez minutos, e eu continuo olhando ele pelo buraco da fechadura e ele olhando fixamente para a porta, cantarolando maravilhosamente, como sempre. Pense comigo... Se eu abrisse, com toda a certeza do mundo, ia agarrar ele e beijá-lo. Se eu não abrisse, ia ficar ali a noite toda observando aquele pedaço de mau, horrendo, ridículo, perverso, péssimo caminho.

- Lily...

- Boa noite, Jimmy!

Mandei um beijo pra ele pela fechadura. Pena que não pode ser na boca dele...

- Boa noite, Lily... – E ele saiu andando, em direção ao seu dormitório.

Suspirei fundo e resolvi seguir o conselho de Sirius: Olhar as estrelas.

Sentei-me na borda da janela e admirei o céu e a lua. A lua estava minguante, quase não aparecia... As estrelas? Nada de tãão bom assim. A não ser...

O que é aquilo?

Aquilo, que você deve estar se perguntando o que é, é uma espécie de constelação. Nunca a vi antes! Como? Ela é tão chamativa! São dez estrelas... Cinco em cima, cinco em baixo, como se fossem até arrumadas! Nunca vi algo assim...

E, surpreendentemente, a primeira estrela na fileira de cima, piscava em minha direção. Estranho? Sim...

Mas aquela é minha estrela. São minhas estrelas. Minha constelação...

- Hayley... – Murmurei baixinho, sorrindo para estrela. O nome dela agora é Hayley... Que lindo!

Hayley brilhou mais ainda.

A única coisa que eu não entendi foi o porquê de Sirius ter mandado eu ver as estrelas. Tudo bem que eu amei descobrir uma constelação e dar nome a uma estrela, mas não mudava em nada com o James!

Sobressaltei-me ao sentir um vento bater em meu rosto na noite parada e ouvir algo como “imaginação”. Seria um sinal? Estrela, Hayley, Imaginação...

Caiu a ficha. Hayley é minha estrela, e minha estrela da imaginação, pois tudo que eu fiz hoje foi à base disso...

- Só pode ser magia... – Murmurei para mim mesma, pouco antes de me jogar na cama e dormir profundamente...

Oh star fall down on me,
Oh estrela, caia em mim,

Let me make a wish upon you.
Deixe-me fazer um desejo para você

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