Capítulo XXXVIII



Velas. Estavam espalhadas por todas as superfícies. Grandes, gordas, magras, pequenas, quadradas, redondas, coloridas, cintilantes… As chamas espalhavam uma luminosidade dourada e mágica pela sala.

- Estava esperando por você.

A voz familiar a assustou. Harry estava sentado no sofá.

- O que está fazendo aqui? – perguntou confusa depois de fechar a porta. Ele se levantou.

- O que acha que estou fazendo? Espalhando luz por sua escuridão, é claro!

- Não entendi…

Harry aproximou-se até quase poder tocá-la.

- Quero ser a vela que vai iluminar suas noites. A luz que vai fazer você se sentir segura e protegida. Quero acender cada espaço de seu coração com meu amor.

- Seu… amor? – recusava-se a ceder ao impulso de atirar-se em seus braços. Não daria um passo enquanto não tivesse certeza do que Harry estava oferecendo. – Mas eu pensei… Você disse que era apenas luxúria.

- Oh, a luxúria é um componente importante do que sinto por você. Não me lembro de um dia em que não a tenha desejado. Mas é mais que isso, Hermione. Eu a amo com todo o meu coração.

As palavras romperam a inércia que a dominava e ela se atirou em seus braços, oferecendo os lábios para um beijo. Minutos depois, ainda abraçados, eles retomavam a conversa.

- Nunca tive de enfrentar uma prova mais dura do que naquela hora em que você confessou seu amor. Tudo que queria era tomá-la nos braços, mas não podia correr o risco de prejudicar a felicidade de Rony.

- Rony só precisa da minha amizade.

- Agora eu sei disso. Mas se Rony não houvesse falado de Luna, jamais teria revelado o que sinto por você. – Ele confessou.

- Eu sei que não.

- Acho que me apaixonei por você na primeira vez em que a vi, mas demorei muito pra perceber, e só reconheci isso quando Rony a tomou de mim.

- O quê? Harry, você sempre me viu como amiga e quando a guerra acabou eu pensei que me odiasse, principalmente depois que me casei com Rony! - Ele balançou a cabeça e sorriu.

- Eu tentei não gostar de você, mas foi impossível.

- Não sei dizer quando me apaixonei, mas acho que depois de lutar ao seu lado conta Voldemort eu deixei de te ver como o menino-que-sobreviveu, e passei a te ver como um homem de verdade. Mesmo assim, não imaginei que todo o carinho que tinha por você pudesse se transformar em amor. E acho que, por você se tornar tão frio eu guardei esse sentimento só pra mim. Sempre me senti perturbada em sua presença, e era uma coisa horrível porque, quando percebi que gostava realmente de você me senti numa dessas novelas trouxas: Eu Amo o Melhor Amigo do Meu Marido!

- Nesse caso, porque não se casa comigo? Podemos escrever uma novela de verdade: Eu me Casei com o Melhor Amigo do Meu Marido! - Hermione riu.

- Harry, eu te amo e nada me faria mais feliz do que ser sua esposa…

- Mas…

- Não acha que devemos conversar com Rony? Vocês sempre tiveram um relacionamento maravilhoso. Não quero causar discórdia.

- Rony já sabe de tudo. Conversei com ele enquanto você telefonava para Luna, e ele me disse que só um tolo deixaria escapar uma mulher maravilhosa como você. Pensávamos poder esconder nossos sentimentos, mas, de acordo com Rony, até mesmo um cego teria percebido tudo. Ele apoiou minha decisão de pedi-la em casamento, mas, antes que aceite meu pedido, quero deixar algo claro.

- O que é?

- Serei um marido ainda mais difícil do que Rony jamais foi. Quero dividir todo meu tempo com você, conhecer seus sonhos e ampará-la nos momentos difíceis. Admiro sua força, mas não quero que tente usá-la para afastar-se de mim. Vamos dividir tudo, Hermione. As coisas boas e as ruins, as alegrias e as tristezas... Quero estar a seu lado para que nunca mais se sinta sozinha.

- Desde que também me aceite por inteiro…

- Tudo que quero é entregar-me sem reservas, meu amor. Porque eu te amo!

Hermione pensou estar em um sonho, mas quando sentiu a boca de Harry junto à sua, seu corpo colado ao dele, percebeu que aquilo realmente estava acontecendo. Harry a beijava intensamente demonstrando todo o desejo que guardara dentro de si durante todos aqueles anos. Acariciava sua nuca, indo até as costas, segurava firmemente sua cintura juntando ainda mais os corpos.

Suas mãos exploravam toda a pele macia de Hermione, fazendo com que se arrepiasse, pedindo por mais carícias. Ele queria conhecer tudo nela, a paixão estava em suas veias, o tempo perdido vinha à tona em cada célula de seu corpo, precisava tê-la em seus braços e saber que só seria dele. Pegou-a no colo, levando-a calmamente até o quarto, também adornado por velas de todos os tipos, aromas, cores...

Deitou-a suavemente na cama, onde havia jogado pétalas de rosas vermelhas. Hermione parecia sentir-se no paraíso, ele a tocava nas partes mais delicadas e criava as sensações mais prazerosas possíveis. Ela se entregava por completo, experimentando todas as ondas de calor que invadiam seu corpo a cada beijo, toque, a cada suspiro que ele dava. Eles nunca esqueceriam aquela noite, pois ficaria guardada em suas mentes, corpos e corações.

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