Nada Mais Era O Mesmo



Capítulo 6 – Nada mais era o mesmo





Três Horas Antes





“Será que ele vem?”


Era a pergunta que não queria calar.


“Eu acho que não. Ele não seria tão bobo de acreditar no plano de Hermione. Ah, as idéias de Hermione já foram boas, mas essa, sinceramente, foi horrível! Claro que eu não ia dizer a ela...”


Gina estava deitada em sua cama, na Toca. As cobertas ajeitadas milimetricamente até o seu estômago, de forma que suas mãos ficavam descobertas, e ela podia brincar com os seus dedos, enquanto olhava para o teto.


Não havia nada que pudesse fazer para conter a sua ansiedade. Já tentara de tudo. Já ficara de pé, já ficara sentada, bebera água uma porção de vezes, e as mesmas tantas já organizara o quarto, penteara o cabelo, e brincara com seus dedos.


Não tinha mais o que fazer! E muito menos o que pensar! Estava tão atordoada, que só tentava se acalmar. Tudo em vão.


“Bem que Hermione podia largar o Rony por uns instantes e vir aqui conversar comigo!” ela bufou enquanto pensava. Mas abriu um sorriso logo em seguida.


Lembrara-se dos romances escondidos e das confidencias da amiga, quando ainda estavam em Hogwarts. “Ah! Bons tempos aqueles, apesar de tudo!”.


Rony e Hermione formavam realmente um lindo casal. Mesmo depois de todas as brigas tolas dos dois, eles formavam o “marido e mulher” que ela sempre sonhara para ela.


Aborrecia-se com o seu “feliz para sempre” ao lado de Draco. Não que ele não fosse um marido bom, isso ela não podia negar. Ele era realmente muito bom! Ruborizou ao pensar nisso.


Mas ele nunca estava ali, ao lado dela, como Rony estava ao lado de Hermione, e vice-versa. Ele passava muitos dias viajando, e estava sempre preocupado com o seu trabalho, e com os problemas que se passavam no mundo todo. Mas ele nunca estava preocupado com os problemas que se passavam dentro da sua própria casa! Ele pensava que estava tudo perfeito, e que Gina estava sempre feliz. Ele nunca suspeitara de nada. E a ruiva também nunca o alertara.


E agora ela estava ali. Fugida de casa, escondendo-se na casa da mãe, que não ficara muito contente com o ato da filha, mas a acolhera como qualquer mãe bondosa faria, esperando pelo seu antigo namorado, que nunca a esquecera.


O que ele pensava sobre ela? O que ela pensava sobre ele? O que Draco pensaria sobre tudo isso? Ela não sabia, mas também não se importava. O que realmente importava era se no fim das contas, toda essa maluquice serviria para alguma coisa. Se ela conseguiria fazer com que Harry visse, que ela não era a culpada e que ele estava errado o tempo todo! Ela tentara explicar, mas ele sempre foi muito teimoso.


Por que ela então não batera na porta dele?


Ela não gostava de admitir, mas estava com medo. Ela estava apavorada pelo o que aconteceria. Gina odiava não ter o controle sobre a situação, e naquele momento ela não tinha controle algum. Simplesmente não sabia o que fazer, e nem como agir, mas sabia que na hora certa ela faria o que lhe viesse à cabeça, e aquilo a apavorava.


Bufou muito mais forte. Agora estava mais nervosa que antes. Por que tinha que pensar sobre o Draco de novo?


Tentou afastar os pensamentos da cabeça, e levantou-se. Serviu-se de um copo d’água. “É mais um!”. Deixou o copo pela metade, e seguiu para o banheiro. Ouviu um baixo ruído vindo de trás da porta do quarto, mas não deu importância. Numa casa grande, há sempre vários ruídos.


Entrando do banheiro, movimentou a sua mão em um giro, e com isso acendeu a vela que se encontrava fixada na parede, dentro de uma lamparina. Olhou-se no espelho e não pôde conter-se, sendo assim, ajeitou, mais uma vez, os cabelos com as mãos. Suspirou pesadamente, enquanto apagava a vela, que nem tivera tempo de queimar direito.


Abriu a porta, fazendo com que o seu coração disparasse! O que ele estava fazendo ali, agora? Ela não estava pronta ainda. De uma hora para outra toda a ansiedade que sentira, na espera daquele momento, desapareceu fazendo com que calafrios tomassem conta de seu corpo. Ele achava que ela estava doente, e ela não conseguia nem disfarçar. Sua cara de espanto a incriminava.


Como ele não disse nada ela tentara começar, mesmo aturdida.


- Harry? Er...ah...já chegou? - tentou desarrumar os cabelos, mas eles continuavam no mesmo lugar. Assim, ele percebera, e ela ficara mais vermelha ainda.


- Não vou ser sarcástico.


Ah! Ótimo, era tudo o que ela precisava agora!


- Você não estava doente? – ele disse levantando uma sobrancelha, que quase a matou por falta de ar.


Por que ela estava se sentindo daquele jeito?


- Mas eu estou doente! – ela tentava, mas não conseguir convencer nem a si mesma.


Sabia que aquele era o fim. E que agora ela teria que agir como não imaginara. Respirou profundamente e se preparou para tudo o que viria naqueles próximos minutos.







- E qual foi o seu motivo então, senhor Harry Potter? – Hermione disse num tom s

arcástico, ainda rindo.


Mas Harry não lhe responderia, por que, aliás, ele não estava a ouvindo mais, e sim, absorto em mais uma de suas lembranças.




Flashblack





O salão principal de Hogwarts parecia estar mais lotado do que nos outros dias, mas Harry não comentou nada.


Entrou sem reparar muito na morena oriental que tentava chamar a sua atenção, mais uma vez naquela semana, e dirigiu-se a um lugar vazio na mesa dos grifinórios.


Cumprimentou com um aceno de cabeça alguns dos colegas, e sentou-se desleixadamente.


- Já soube da novidade?


Não levantou a cabeça de seu prato, mas já sabia que aquela voz animada só poderia ser de sua amiga Hermione.


- Não. – ele respondeu sem emoção.


- Gina e...


- Eu não quero saber, obrigado. – o moreno parecia decido.


A amiga lhe lançou um olhar fatal, o qual ele não se importou, apesar de saber que ela nunca desistiria.


- Ótimo. – ela dirigiu-se a ele falando rapidamente – Se você não quer saber que a Gina está namorando o Malfoy, tudo bem, eu não digo.


Harry estava surpreso, mas não queria demonstrar, porém, foi impossível controlar os seus olhos, quando estes se abriram exageradamente.


- Pode acreditar. – a amiga sorria para ele.


Harry não pôde deixar de notar que Rony e Gina não se encontravam ali, e que provavelmente estariam juntos.


- Onde está o Rony? – ele perguntou para alegria da amiga.


- Está conversando com a Gina, lá no salão comunal.


- Espero que ele não esteja a matando. – o moreno sorriu fino.


- Não se preocupe. Eu avisei a Gina para se manter pelo menos a três passos de distância dele, assim ela poderá correr com mais eficiência.


- Não estou preocupado.


Hermione fez uma careta, que quase fez Harry rir, e desistir de tentar irritar a amiga, e voltou à atenção a sua torrada com geléia.


O sinal tocou e todos saíram apressados em direção às suas aulas. A primeira aula de Harry era História da Magia. Ele nunca prestara a atenção na aula, mas sabia que naquele momento estava mais distraído do que nunca.


Por que o Malfoy? Tantos garotos na escola, o que Gina Weasley tinha visto nele? Harry não se achava um modelo de beleza, mas entre ele o Malfoy, ele se garantia.


O Malfoy era chato, metido, frio e gostava, de sempre que podia, estragar o dia de qualquer Weasley, então, o que eles estavam fazendo juntos?


Mas Malfoy também era rico, as garotas corriam sempre atrás dele, e ele tinha uma lábia inigualável.


Harry sentia-se derrotado, mesmo sem tentar fazer algo. Gina não gostava dele? Ela não o amava desde a primeira vez que o vira? E por que raios ela estava com o Malfoy e não com ele?


Harry se surpreendeu pensando nisso.


Talvez seja por que Harry nunca a procurou, ou melhor, nunca trocou mais do que duas palavras com ela, desde o final de seu quinto ano, quando seguiram em jornada ao Ministério da Magia.


Talvez, também, por que nunca pensara nela como uma garota, mas sim como a irmã de seu melhor amigo.


Ele bufou, chamando a atenção da amiga que tentava animar Rony, enquanto andavam pelo corredor, indo em direção a aula de transformação.


Por que não parava de pensar em Gina? Por que ele odiava ainda mais o Malfoy naquele dia? Por que, por Merlin, ele não podia pensar em outra coisa, que não o fizesse lembra-se da ruiva?


O problema era que ele sabia o porque...e por isso ele teria que mudar essa situação. O quanto antes.





Fim do flashback





- Bom, você não esta me ouvindo mesmo, então eu posso dizer que você é idiota, burro, um tonto que fica me olhando com essa cara de... – Hermione se aproveitava da situação, mais uma vez, enquanto Harry não a ouvia.


- Ei! – até que ele voltou à realidade – Eu estou ouvindo!


- Ah, desculpe... – a morena ria mais ainda.


- Estava só pensando...você podia muito bem esperar. – o moreno tentava fazer cara de sério.


- Ah, claro. Então toda a vez que você mergulhar de cabeça no seu passado, eu vou ter que sentar aqui e esperar até que você resolva lembrar que eu estou na sala! É...realmente faz muito sentido. – debochou a amiga.


- Vamos parar com a brincadeira, está bem? – sua expressão de “será que você não cresceu?” era inconfundível.


Hermione sempre fora àquela garota centrada, pensando sempre nos estudos e parecendo adulta o tempo todo. Bem, Hermione ERA assim. Não que ela tenha mudado completamente, claro que não, uma prova disso era que no natal ela dava livros sobre cidades turísticas do mundo mágico para seus filhos, enquanto Rony tinha que comprar todos os brinquedos, sozinho. Mas a morena havia mudado muito desde que se casara com Rony. Ela parecia mais livre e despreocupada com a vida. Não tinha que ficar pensando em notas o tempo todo e o seu trabalho, apesar de ser um segredo total e muito importante, não parecia interferir tanto assim na sua vida pessoal. Ela parecia uma criança feliz, quem sabe porque agora ela se sinta feliz. Não feliz como antes, um sorriso ali, e outro aqui, mas realizada. Sentia-se bem assim, e fazia a todos a sua volta sentir-se bem também, a partir do momento em que ela chegava.


Muitas coisas haviam mudado na vida dos três. Empregos, casamentos, filhos, missões, tudo havia virado de cabeça para baixo, mas os três ainda continuavam bons amigos, como se nada tivesse acontecido. E agora que Harry se sentia mais tranqüilo, ele sabia que poderia curtir mais a amizade de seus dois grandes amigos.


O olhar infantil perdeu seu espaço e a Hermione adulta voltou ao corpo da amiga.


- Por mim, tudo bem. – Ela sentou-se no braço do sofá – Mas você ainda não me disse o tal motivo.


- Hum... – o moreno riu com a curiosidade da amiga – você não vai gostar...







Suas mãos tremeram por um instante, mas ela queria mostrar seriedade. Não queria que os dois soubessem que o coração dela disparara no instante em que abrira a porta. Mas isso era apenas uma ilusão.


Depois do primeiro susto, Gina tentou mostrar calma, e parecer neutra a presença dos dois na frente de sua porta.


“O que os dois estão fazendo ali?” pensou consigo.


Isso só poderia indicar problema. Quando aqueles dois homens, os homens que ela mais amava em toda a sua vida, juntavam-se, ou era problema nacional, ou era problema familiar. E pela expressão na face de seu pai, ele não deveria estar contente.


- Então, - ele começara, já que todos permaneceram calados – já arrumou suas coisas?


Ele não parecia muito calmo, e suas orelhas estavam vermelhas, e como todo o Weasley deveria saber, quando algum membro da família está nervoso, o suficiente para matar alguém, suas orelhas podem tornar-se avermelhadas.


“Péssimo sinal.”


Ela não sabia que o pai estava de volta. Quando chegou na Toca, sua mãe a informara que Artur estava em uma viagem de negócios, e só voltaria na semana que vem. Então, o que ele estava fazendo ali, em plena sexta-feira?


Tentou não entrar em choque ao responder a pergunta de seu pai.


- Sim, é claro. – forçou um sorriso torto – Está tudo pronto na minha mala.

- Isso é muito bom. Pegue suas coisas, e volte para a sua casa. – o pai sorriu fino, num tom de deboche.


A ênfase na parte da “sua casa” fez com que testa da ruiva franzisse levemente. Ele a estava expulsando dali? A Toca não era mais a casa dela? Como ele podia estar falando desse jeito com ela?


- Desculpe, por invadir a sua casa sem permissão, papai. Eu não queria lhe ofender.


Ai, essa doera. E só piorou as coisas.


Agora, não era só as orelhas do senhor Weasley que estavam vermelhas, mas sim toda a sua face tornara-se avermelhada.


- Acho que você não entendeu o que eu quis dizer, Gina. Eu não estou mandando você embora, porque essa casa não é sua. Estou mandando você embora, porque nem eu e nem o Draco aqui – apontou para o loiro platinado que o acompanhava – estamos felizes com essa sua brincadeira sem graça.


Aquela foi a gota d’água.


“Brincadeira?” a ruiva pensou em deboche.


- Isso não é uma brincadeira. Fiquem vocês sabendo que eu tive os meus motivos. E eu não estava tentando ser engraçada. – ela olhou para Draco, que se mantinha sem reação nenhuma, encostado no corrimão da escada – Ou ao invés disso, eu teria colocado um nariz vermelho e sairia saltitando por aí.


“Opa, eu não disse isso!”


- Que bom que você tenha seus motivos. Draco vai adorar ouvi-los. – o senhor Weasley desistira de ter uma conversa civilizada com sua filha e retirou-se, seguindo pelo corredor.


Gina ainda estava transtornada pelo pai pensar que ela só tinha feito aquilo de brincadeira. Para sentar no sofá e rir depois. Ele não sabia o quanto àquela situação era séria.


Bufou depois que o pai não pudesse mais ouvi-la e notou que Draco a fitava. Dirigiu sua atenção a ele e notou que aqueles olhos cinzas não pareciam felizes, apesar na sua face se manter intacta.


- Podemos ir? – sua voz parecia mais arrastada que o normal, e isso não era bom.


- Está certo. Só vou pegar minha mala. – ela virou-se para dentro do quarto, mas ele a impediu, já entrando no quarto.


- Deixa que eu pego, vá falar com a sua mãe, aí poderemos sair.


Ela concordou e começou a descer as escadas.


Enquanto descia ia pensando consigo mesma. De duas uma, ou Draco estava muito nervoso, ou estava muito calmo, porque ela só o vira agir assim, em situações muito drásticas. Gina não achava que essa situação se encaixava no perfil, alias, ela só passara três dias na casa da mãe dela, Draco não estava em casa mesmo, não faria a mínima diferença.


De qualquer forma, ficou torcendo para que ele estivesse calmo demais, e apenas cansado.


Afastou os pensamentos assim que entrou na cozinha para despedir-se de sua mãe.






- Não se preocupe. Conte-me e eu lhe direi se eu gosto ou não. Você é surpreendente, mas eu estou me acostumando já. – Hermione estava quase morrendo de curiosidade, mas nunca deixaria transparecer, apesar de Harry conhecê-la tão bem, que ele já sabia disso.


- Você que pediu.


- Tudo bem, eu aceito as conseqüências, dessa enorme decisão! – a morena debochava com humor.


- Uma das grandes culpadas por isso foi você, Mione. – ela sorria vendo a reação da amiga.


- O que? – seus olhos castanhos se abriram de forma exagerada – O que eu tenho haver com isso, Harry?


- Eu vou te explicar...







Gina despediu-se rapidamente da mãe e seguiu com Draco, até o jardim, já que não poderiam desaparatar dentro das imediações da Toca.


“Tudo isso por segurança!”, a ruiva ainda podia ouvir a voz de Alastor Moody, o conselheiro do ministro, enquanto escolhia os mais diversos feitiços de proteção, para serem executados por toda a Toca. E isso incluía o feitiço contra aparatação.


“Esse é muito importante!” o velho auror dizia “Porque você não quer ser surpreendido no meio da noite, não é mesmo, Arthur? Imagine seqüestradores ou antigos comensais foragidos! Todos poderiam entrar a qualquer momento aqui, mas não se preocupe, meu caro amigo, eu cuidarei de tudo!”


Resultado, a casa poderia apitar, ou até mesmo explodir a qualquer momento, de tanta magia concentrada por ali, mas, logicamente, Arthur não diria nada ao amigo, já que este só queria o seu bem.


Gina e Draco subiam os pequenos morros, que se postavam ao redor da Toca. Um silêncio mórbido tomara conta dos dois, e isso deixava a ruiva muito descontente.


Ela tentara iniciar uma conversa diversas vezes, mas faltava coragem, e ela não sabia porque estava se sentindo daquele jeito, perante o marido.


Olhou ao redor, a procura de qualquer coisa que servisse de assunto, e sentiu uma leve brisa tocar seus cabelos soltos. Isso era um bom começo para uma conversa.


- Está frio hoje, não é mesmo? – sua voz era delicada e esperançosa por uma resposta.


Que não obteve. Draco nem sequer moveu sua cabeça, e continuou o seu caminho, sempre dois passos a frente da ruiva.


- Hoje está mais frio do que ontem, você não acha? – ela teria que ser persistente, não podia desistir – Sabe, porque eu pensei que começaria a fazer calor, já que estamos em meados de...


Ela falava sem parar sobre nada, de tanto nervosismo. Porém, foi interrompida pelo loiro, que ao fitá-la, não parecia muito feliz.


- Fique quieta, está bem? Não finja que nada aconteceu entre nós, porque você me ainda deve muitas explicações!


Seus olhos transbordavam raiva e sua voz parecia mais grossa, do que a costumeira.


Ele havia parado de caminhar, e agora estava de frente com a ruiva.


Gina não entendia o porquê de todo aquele nervosismo e ela não o deixaria a tratar como criança.


- O quê? Ah é, senhor “eu sou o dono da razão”, então acho que está na hora de resolvermos algumas questões por aqui! – ela balançava a cabeça freneticamente enquanto falava, o que o deixou ainda mais impaciente.


- Roupa suja, se lava em casa. Eu só vou resolverei com você, lá! – o loiro soava decidido.


- Ah, espere aí! – mas a ruiva também – Porque não podemos resolver aqui e agora?


- Porque eu não quero ficar gritando com você, como se nós fossemos loucos, obrigada. E isso já está decidido. – ele sorrira irônico, pelo canto dos lábios, e recomeçara a caminhada.


A ruiva o alcançou, parando na sua frente, no intuito de fazê-lo ouvir.


- Você está redondamente enganado, se pensa que... – porém, foi interrompida novamente.


- CHEGA! Você já passou dos limites, está bem? Eu não agüento mais, então pára! – sua voz saiu estridente e a ruiva estremeceu. Draco nunca gritara com ela antes. – Resolveremos isso em casa e ponto final. – e assim, ele recomeçou a caminhar novamente.


A ruiva ficou paralisada, enquanto ele se afastava, cada vez mais depressa.


“Ele gritou comigo?” ela sentia-se uma idiota, e também irritada, por não conseguir fazer nada e ficar apenas calada “Ele realmente gritou comigo? Esse não é o meu Draco.”


Gina ainda estava no mesmo lugar, nem um único centímetro a frente, quando ele virara-se e voltara a falar.


- Você não vem? – sua expressão era de desgosto, como há muito tempo ela não o via fazer.


A caçula dos Weasley voltara à realidade e seguira com ele até o último portão.


Desaparataram no mesmo instante.







- É bom mesmo. Porque eu não tenho culpa se você é doido ou não, Harry. – Hermione o intimidava, ainda perplexa com o que o amigo dissera.


- Você ficou enchendo a minha cabeça de que eu estava diferente, de que eu estava gostando da Gina...e isso e aquilo. – ele debochava imitando a amiga enquanto falava – Até que chegou um dia que eu acreditei.


- Eu nunca fiz isso. – a morena balançou a cabeça negativamente.


- Ah, então você não se lembra daquele dia...





Flashback





Harry estava sentado em um dos inúmeros bancos de madeira da biblioteca. Amaldiçoando todos os professores que passaram lições naquela semana, quando notou que Hermione sentara-se ao seu lado.


Por um momento, ambos nada disseram, e o moreno ainda esperando a amiga lhe dizer o que estava fazendo ali, afinal, começou a conversa.


- Algum problema, Mione? – ele não soava irritado, mas apenas impaciente.


- Sim. – a morena respondeu em tom de confissão, o que confundiu Harry ainda mais.


- E qual é?


- Você, Harry.


“Ah, não. Mais uma vez, não!”


Se Hermione fosse começar mais uma vez com aquela conversa de: “Harry, fale pra mim o que está lhe incomodando” ou “Harry, eu estou achando você um tanto diferente”, ele não falaria por si.


- Mais uma vez, Hermione? – a impaciência do moreno transbordava pelos seus poros.


- Harry, eu sei que você está passando por vários problemas, mas você tem que admitir que depois que a Gina... – Hermione falava numa voz maternal.


- Não! Não, não, Hermione! – o moreno chamara a atenção de um grupo de alunos do primeiro ano, mas nem ele, nem Hermione deram atenção – Eu já lhe disse, eu não tenho nada com a Gina, e não vou ter! Isso não me importa!


Era ridícula a forma como ele tentava convencer a si mesmo, sem sucesso algum.


A amiga ouvia os seus gritos sem nenhuma mudança em seu semblante calmo. Ela já se conformara com a paixão do amigo pela ruiva, e nada a faria mudar de opinião. Mas Harry tinha que abrir seus olhos antes que fosse tarde...





Fim do Flashback





- Não venha dizer que você não se lembra desse dia, e nem dos tantos outros em que você me infernizou, Hermione! – o moreno sorria, mas um ar de “eu estou certo” tomou conta.


- Se eu lhe falar que eu nem lembrava desses dias, você vai acreditar? – a amiga estava surpresa.


- Pois eles ocorreram...e você todo o dia, aparecia para lembrar-me que eu amava a Gina, e que eu tinha que fazer algo a respeito, antes que eu a perdesse para sempre. Mas o que você não sabia é que eu nunca poderia tê-la.


Os dois ficaram em silêncio. Hermione sentiu-se culpada por um momento, e Harry notou isso.


- Não fique assim. A culpa não foi só sua também...tem muito mais gente envolvida...


- Do que você está falando? – a morena parecia confusa.


- Hum...depende...você está curiosa?


- Harry não vai começar de novo, não é?


Harry a olhava de uma forma engraçada, a deixando mais curiosa do que o normal, e ela não estava agüentando mais aquilo.


- Você quer parar de fazer tanto suspense por uma coisa sem motivo, e dizer logo o que é, por favor? – Hermione cruzou os braços num tom de reprovação.


- Está bem, está bem...a culpa toda é do Malfoy. – ele confessou por fim.


- O que? Será que você não notou que você culpa o Malfoy por todos os seus problemas, Harry? Será que o problema não está em você? – a Hermione adulta e sensata voltava a ativa.


- Não é isso. Eu fiquei confuso; logicamente a culpa é minha também...







Harry amava Gina. Ele não podia mais negar, e isso o consumia de tal forma, que ele tinha que fazer alguma coisa. Imediatamente!


Passara todos aqueles anos sabendo do amor interminável da ruiva por ele, e nunca sentira nada com isso. Então, por que agora era diferente?


Porque ele era um idiota.


Gina esteve sempre a sua “disposição”, digamos assim, o tempo todo. Ele sabia que ela a amava, e isso o fazia sentir-se bem, porque, pelo menos, alguém pensava dessa forma, em todo o mundo. E ele nunca se preocupara com Gina em si, mas agora que ela não se importava mais com ele, a coisa toda era diferente.


Ele precisava do amor dela para viver, e nunca havia notado isso. Nunca percebera o quanto precisava dela por perto, mesmo que fosse só às escondidas, ou apenas em sua imaginação, mas sem ela, ali, espreitando por ele, ele sentia-se só.


E agora? Como ele diria a ela, que demorou, mas ele finalmente compreendera o quanto sempre a amarara? Como diria que precisava dela, como precisa do ar que respira?


Malfoy nunca fizera nada de bom para ela, e não a merecia. Ao certo, ele também não a merecia, mas ainda sim, na opinião de Harry, ele era melhor que o Malfoy, em todos os sentidos.


“Além do mais, Draco está metido com o lado errado, e não importa o que façamos, ele arruinará a vida dela”.


O ciúme que sentia por Malfoy, por Draco poder ter o que ele não podia, o consumia e crescia a cada dia que passava. E ele nada podia fazer.


Fora Simplesmente Esquecido, e nada mudaria isso.


A culpa toda era do Malfoy!


Harry sabia que ele só a notara porque era o seu rival que chamara a atenção da ruiva, ao invés de qualquer outro rapaz da escola. Alias, Gina já namorara tantos outros, e ele não havia se importado, mas com o Malfoy era diferente.


Justo Draco Malfoy, com centenas de garotos na escola! Ela estava o provocando, não era possível! Por que Draco e não ele? O que Draco tinha que ele não tinha? No que Draco era melhor que ele?

Harry queria enfiar sua cabeça para fora
da janela e soltar o trinco, assim sofreria menos. Esse turbilhão de perguntas, e o rosto com linhas suaves e pele macia de Gina, não saiam de sua cabeça.


Dormia pensando nela. Acordava pensando nela. Fazia as lições, andava, assistia às aulas pensando nela, até respirava penando nela!


“Por Merlin, isso tem que parar!”


Hermione, Rony, e todos haviam notado que ele estava diferente. Estava mais desligado do que a taxa permitida para um aluno do sexto ano. Ele não era mais o mesmo, e isso não podia ficar assim.


Sorriu, pensando no plano que colocaria em prática. Poderia não funcionar, mas se funcionasse, ele jogaria na cara de toda a escola que Harry Potter era muito melhor, além de sempre ganhar no final, do que Draco Malfoy!







N/A: Oh! Tanto mistério por causa de uma coisa tão boba...desculpe...mas é que foi engraçado fazer todo esse suspense!!! ^^


Espero que tenham gostado do capítulo, tanto quanto eu gostei de escrevê-lo! ;)


E mais uma vez eu atrasei a conversa decisiva da história. Gina e Draco!!! Essa conversa deveria ter saído no cap. 4, mas aí eu me empolguei e já viu, né? Mas prometo que ela vai sair no próximo, de qualquer maneira!!! *A Quel num agüenta mais ouvir eu dizer isso..heheh*


Fic acabando... :(


Não vou dizer se a fic vai acabar D/G ou H/G, pq esse é mistério da fic, então parem de perguntar! ^^ ...heheh


E um último obrigada as pessoas que estão acompanhando a fic: Miaka, Camila, Carol, Nan, a Quel (por pura pressão!!heheh) ..e se houver outras....obrigada tbm! ; )


E pra quem quiser falar comigo, eu adoro conversar(deu pra notar...) meu MSN: [email protected]


Beijos...

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