Uma Outra Versão dos Fatos

Uma Outra Versão dos Fatos



Capítulo 7 – Outra Versão dos Fatos



Draco, seguido de perto por Gina, aparatou no centro do enorme Hall de entrada da Mansão Malfoy. Gina suspirou olhando a sua volta. Tudo parecia igual, mas ela sabia que não verdade. Ela sabia que ás vezes, as coisas parecem ser o que elas não são.

A Mansão Malfoy localizava-se em terras longínquas e secretas a todas as pessoas que não pertencessem à família. Muitos feitiços a cobriam, e outros tantos, a deixavam longe dos olhares de trouxas, e até de alguns bruxos, menos poderosos.

Gina olhou para os tantos quadros a sua volta, e parou num lugar em especial da parede, onde outrora, podia ser visto o retrato de Lúcio Malfoy. Ainda podia ouvir ao longe a voz de do mesmo, no dia de seu julgamento.





“Eu posso ser levado para prisão. – ele dizia enquanto dois guardas o levavam, depois de ouvir sua sentença; a morte – Mas eu prometo, sua fedelha amante de trouxas, você nunca será feliz com esse traidor de minha família!”

Gina o olhava, amedrontada, enquanto Draco postava-se ao seu lado, segurando a sua mão, lhe dando confiança e coragem para não se importar com o que ouvia.

“ Você nunca será feliz na minha casa! Nem você, nem esse traidor do próprio sangue!” ralhou o loiro.

Draco aproximou-se do ouvido da ruiva: “Não ligue pra isso, já temos toda a felicidade do mundo. Em alguns minutos ele estará morto, e nós livres.” Ele a encorajava, porque não queria criar uma discussão na frente de todas aquelas pessoas. Acima de tudo, ele era um Malfoy, e Malfoys têm educação e bom senso, na frente dos outros. Mas o loiro também sabia que o seu pai, apesar de muito mais preocupado com a honra da família, do que ele, já não era mais o mesmo, e se permitia dizer o que lhe viesse à cabeça.

Quentes lágrimas rolavam pelo seu rosto pálido de medo. Não queria ouvir aquilo, não queria que amaldiçoassem seu casamento, e acima de tudo, não queria sentir o medo de perder Draco. Não podia ficar sem ele, não suportaria sofrer mais uma vez. A voz de Draco a consolou, e por um instante, tudo parecia calmo e estável, mais uma vez, até que a voz de Lúcio ecoasse novamente, já da saída da grande sala de julgamentos.

“Não se esqueça das minhas palavras, Weasley. Você nunca será feliz, enquanto o nome Malfoy fizer parte do seu!”

A ruiva soltou um suspiro alto, e abraçou o loiro ao seu lado. Não conseguia dizer mais nada, e também não era necessário. Lúcio já saíra e outro prisioneiro sentara na cadeira com algemas, a qual ele havia se sentado uns minutos antes.





Passou as mãos pelos cabelos de fogo, os jogando para trás, da mesma forma, que espantava as más lembranças. Não queria se lembrar de tudo aquilo que fazia seu coração parecer pequeno e frágil.

Gina olhou pela janela, apreciando a magnífica paisagem da extensa propriedade.

O terreno de toda a mansão era maior que todo o Vaticano e seu jardim, reorganizado por Gina, que não tinha mais nada para fazer, enquanto Draco viajava, era o sonho de todos os floristas do mundo bruxo.

A mansão era envolta por firmes e altas grades de prata, que na entrada principal, traziam o brasão da família – um M, dentro de um escudo de cavalheiro, envolto por uma cobra; suas cores eram prata e verde – além, de o nome Malfoy, ao alto.

Esse portão levaria você, a um longo caminho de um piso prata reluzente, passando por quase toda a propriedade, até chegar a casa, em si. O Jardim de Gina, que antes pertencia a Narcisa, localizava-se a poucos metros da entrada, do lado esquerdo.

Certa vez, a ruiva mostrara uma foto bruxa desse esplendido jardim a Hermione, que o comparara com o filme “O Jardim Secreto”; o que criou uma grande confusão na cabeça da ruiva, que nem ao menos sabia o que era um filme; e deixou-a impressionada.

A grama verde musgo cobria todo o chão e pequenas árvores de flores roxas encontravam-se na entrada, como se, abrissem passagem para suas companheiras. A partir daí, as mais belas flores inundavam o ambiente, que fora enfeitiçado, fazendo com que o céu sempre estivesse aberto, e com um grande arco-íris, acentuando as mais diversas cores nas flores que ali estavam. Roxas, amarelas, laranjas, brancas, rosas, vermelhas, azuis, e até verdes, todas as cores encontravam-se naquele mar de pétalas incontáveis.

Sem falar no aroma. O odor de todas aquelas flores formava um único e mais perfeito perfume feito no mundo. Gina passara tanto tempo ali, que aquele cheiro impregnara nela, e Draco passou meses chamando-a de Flor do Campo, o que a deixava ruborizada todas às vezes.

A ruiva podia passar horas e horas a fio, apenas olhando o vôo das borboletas ao redor das flores, ou o trabalho intrigante das abelhas, ou ainda, admirar as tantas joaninhas que moravam ali.

Com certeza era a parte da casa que ela mais gostava.

Mas a mansão era muito maior e também incluía: um amplo espaço para lazer, uma quadra de quadribol profissional – que Draco ganhara no seu décimo segundo aniversário, quando entrou para o time da sonserina – as sombrias masmorras, uma imensa biblioteca, um poço, o lago ao fundo das imediações, o quarto dos elfos domésticos – um pequeno cômodo, fora da residência, onde os mais de quinze elfos dormiam enfileirados, além do mausoléu da família Malfoy, um lugar onde Gina jamais quisera entrar.

A ruiva não compreendia o porquê de tantos cômodos, se ela não utilizava – e nem conhecia – a metade deles, e Draco passava mais tempo fora, do que dentro de casa. Mas o loiro nunca reformaria nem uma porta quebrada que fosse da mansão, que sempre fora a mesma, durante tantas gerações.

O Hall de entrada era recoberto por um papel de parede de veludo verde, com seu piso frio cinza escuro cobrindo todo o chão do espaçoso cômodo. Duas armaduras medievais encontravam-se ao lado da enorme porta de mogno, a porta de entrada, enquanto vários quadros de familiares loiros, de olhos acinzentados e com olhares malignos perante a ruiva, a fitavam de forma mais ameaçadora, do que o normal.

Gina não se sentia bem ali, não naquele momento, e temendo cair de uma hora pra outra, ela dirigiu-se à primeira cadeira que avistou. Por um instante, percebeu que Draco não se encontrava mais na sala, e no intuito de ir atrás dele, a ruiva levantou-se e notou que uma porta lateral, a qual ela nem sabia da existência, abriu-se e dela o loiro entrara.

- Você está bem? – seu tom era de preocupação, apesar de estar bem disfarçado pela amargura que sentia.

Ela assentiu com um movimento de cabeça.

- Ótimo. – o loiro encostou a porta, e olhando para ela de uma forma sinistra, esfregou suas mãos, uma na outra, antes de continuar – Acho que já podemos conversar.

O tom de ansiedade e impaciência na voz do loiro, quase fez o coração de Gina parar.





Hermione ainda olhava atônita, para um Harry sincero a sua frente. A reação da amiga, ao contar-lhe a verdade, não fora das melhores. Ao contrário, fora muito pior do que imaginara, já que ele nunca pensara que deixaria Hermione sem palavras. O moreno tinha certeza de que Hermione gritaria, e diria um imenso sermão sobre como ele manipulava seus sentimentos de forma obscura e diferente dos outros. Ou ainda, como ele podia ter feito aquilo com Gina, será que ele não tinha consciência?

Mas não. Ela simplesmente ficou ali, parada, olhando para ele de uma forma grotesca, que quase o fez rir. Agora ele se perguntara se foi uma boa idéia contar tudo o que lhe passava pela cabeça, quando tinha dezesseis anos.

A morena tentou começar uma porção de vezes, mas em todas, mudava de idéias e calava-se por fim. Harry já não agüentava mais de suspense e depois de alguns minutos ele tentou tirar alguma resposta dela.

- E então? O que você achou? – o moreno ria do confuso semblante da amiga, enquanto sua voz saia um pouco insegura.

Hermione riu - e ele não sabia se era dele, ou com ele - e depois se sentou relaxadamente no sofá, a sua frente, sendo seguida por Harry.

A morena o fitou, e olhando bem nos olhos verdes a sua frente, as palavras pareciam ter simplesmente voltado à tona.

- Você é um sacana, Harry. – a voz dela saia calma, e assim o moreno rira alto, e ela continuou – Não, você é sim. – ela também sorria – Eu não acredito. Será que você não percebeu?

- Percebeu o que?

- A que ponto chega o seu ciúme pelo Draco! – ela exclamou, empurrando-o levemente pelo ombro.

- Calma aí! – ele parara de rir, e fingia estar sério – O que você quer dizer?

- Quero dizer que o seu ciúme pelo Draco, é doentio, Harry. – e ela debochou – E se eu fosse você...eu tomava cuidado, viu?

- Não começa, Mione! – o moreno voltara a sorrir, enquanto ela ria solta – Meu negócio é mulher!

- É verdade, é realmente perigoso, Harry.

- Muito engraçado, Hermione... - o moreno fingia-se ponderado.

Os dois riam alto, já que Hermione debochava dos estranhos gostos do amigo, e permaneceram desse modo por um longo tempo, só dizendo bobagens, um para o outro.

Harry finalmente parecia feliz, na opinião de Hermione. Ele voltara a ser quem ele era, o mesmo Harry de sempre. O Harry seu melhor amigo. Seu irmão. O garoto que poderia contar para todas as horas, e que sempre estaria lá para ajudar, combater, e rir das forças do mal, que teimavam em perseguí-los.

Sorriu, pensando em como Rony ficaria contente com a notícia. Mas ainda assim havia uma certa insegurança que a consumia. Uma angústia de que Harry, talvez, pudesse estar se enganando mais um vez.

E se quando ela fosse embora, quando ele ficasse sozinho, sua mente se voltasse a Gina, e ele novamente mergulhasse naquele abismo. Hermione sabia que Harry era teimoso, e difícil de se convencer, principalmente a si mesmo, será que ele conseguiria dessa vez?

Torcia por dentro, para que aquilo não fosse somente um truque para que a dor voltasse mais forte e renovada, porque ela sabia que Harry não agüentaria.

Apesar de tudo, ele parecia bem. Não tinha mais aqueles olhares cínicos ou debochados, nem aquela voz sempre nervosa, ou entediada, que permaneceu por todos aqueles anos. Ele parecia normal, e até um pouco tímido, como era em Hogwarts.

“Esse é o Harry que eu conheço. Sem sombra de dúvida!” ela concluiu, depois de o ver ruborizado por causa de uma frase a respeito de uma certa aluna loira, que corria atrás dele, nos tempos de Hogwarts. Uma garota doida, e sem futuro na opinião de Hermione, que era totalmente contra a visão que Harry tinha de Luna Lovegood.

Voltaram no tempo, correram até o futuro, e olharam para o presente. Tudo parecia normal, e perfeito na visão de Hermione.

“E assim como antes, nós somos os mesmos”

Mas ela não contava com o que estava por vir. Hermione nem fazia idéia de que, num lugar um tanto longe dali, uma decisão estava sendo feita.

Uma decisão que poderia mudaria tudo...






Gina queria fugir dali. Correr e só voltar quando tudo estivesse resolvido. Não queria enfrentar aquilo sozinha. Não queria estar ali, agüentando aquele olhar frio e sombrio de seu próprio marido, enquanto ela tentava achar uma solução. Mas ela sabia que era impossível. E ela sabia também que não era mais uma criança, e teria que enfrentar as conseqüências de seus atos.

Respirou profundamente antes de responder.

- Podemos falar sobre o que você quiser, Draco. Só não vejo o motivo para isso. – ela queria descobrir o que o havia deixado mais nervoso. Ela sair de casa de uma hora pra outra, com mala e tudo, ou o encontro dela com o maior inimigo, vivo, dele, Harry.

- Ah, você não sabe o motivo? – o loiro perguntara calmamente.

E ela não entendia porque, mas ela realmente preferiria que ele gritasse logo de uma vez.

– Então eu vou lhe dizer, querida.

Aquele “querida” não era um bom sinal. “Querida? Desde quando ele me chamava de querida?”

- Vou lhe contar como eu me senti com tudo isso, está bem?

- Senta que lá vem história. – a ruiva não pode conter-se, e olhar que recebeu em troca transformou seu pequeno sorriso, num semblante nervoso.

O loiro respirou fundo antes de começar.





***





Mais um dia duro de trabalho. Por que havia tantos países no mundo? E por que todos tinham que ter problemas? Pareciam que estavam competindo para ver quem tinha mais problemas! E acima de tudo, por que raios ele aceitara o cargo de Chefe das Relações Exteriores?

Jogou sua maleta em cima da mesa do escritório, assim que aparatou em casa. Tirou o casaco, e o colocou organizadamente no encosto da cadeira, alisando uma dobra que ficara. Passou as mãos pelos cabelos platinados, quando ao naquela mesa o chamou a atenção.

Uma carta aberta, dois pergaminhos amassados, o tinteiro aberto, e a pena de Gina deixada de lado, ainda com algumas gotas de tinta, que assim mancharam o exemplar do profeta diário, que ali se encontrava.

A principio, ele não queria ler uma carta que não fora endereçada a ele, mas a situação não permitia educação que sua mãe lhe dera, e ele começou a ler a carta a sua frente.

Era a carta de Harry.

“O que o Potter quer dessa vez?” não pôde deixar de pensar.

A cada linha que era lida, um ódio incontrolado crescia dentro dele.

Por que Harry não desistia? Ele tem sempre que vencer no final? Por que ele não se contenta, de que dessa vez, o loiro havia ganhado, e o moreno nada podia fazer contra isso? Gina era dele, e Harry não tinha mais com o que lutar.

“Por que ele não encara a realidade, e não nos deixa em paz?”

Leu o pergaminho a sua frente, rapidamente, e o amassou violente ao fim. Arremessando, a pequena bolinha de papel que se formara, para longe, ele pegou seu casaco e deixou a sala.

Procurou por todos os cantos. Todos os lugares. Todos os cômodos, no lago, na cozinha, em todos os quartos, e até no jardim que ela tanto gostava, e nada. Gina não se encontrava em lugar algum.

Subiu novamente ao quarto, e ao entrar notou algo, que antes não havia dado atenção.

O guarda-roupa encontrava-se aberto, e algumas roupas espalhavam-se pelo chão. Ele abriu um segundo armário, e notou que uma das malas não estava ali.

Respirou profundamente, diversas vezes e tentou não perder o controle.

“Você é um Malfoy, lembre-se você é um Malfoy.”

Na opinião dele, a ruiva não poderia ter ido atrás de Harry. Não, ela não seria capaz de tanto. Ou seria? Ela seria louca o suficiente para largar tudo por causa de uma carta melosa? O loiro sabia que podia fazer uma, mil vezes melhor, mas a sensação de que Gina o largara não saia da sua mente.

Tentou raciocinar por um momento. Tentou ser lógico, apesar de saber, que sua, até então, dedicada e feliz esposa, não era uma pessoa completamente sã, e ele sabia que ela agia por impulsos, o que poderia ser perigoso. Para os dois.

Com quem ele poderia falar? Quem poderia saber onde ela estava? Quem? Quem? Qu...foi quando lembrou de alguém.

Quem melhor que sua grande amiga, e não podia deixar de pensar, sangue-ruim, sabe-tudo, metida..., enfim, Hermione Gran...quer dizer, Weasley? Ele ainda não se acostumara com a idéia.

Hermione com certeza saberia onde ela estaria, e certamente o ajudaria a encontrá-la também. Pronto, o caso estava resolvido.

Ou quase.

Ele nunca pediria alguma coisa a Hermione. O que dificultava algumas coisas. Tentou e tentou, e forçou-se a apartar no ministério e ir atrás da morena, mas uma força maior, chamada de orgulho, o manteve parado no mesmo lugar de antes.

O que ele faria agora?

Amaldiçoou-se várias vezes consecutivas, até uma luz invadir sua mente. Se Hermione saberia onde Gina estaria, então Ronald Weasley também saberia. E com o ruivo, apesar de ser difícil, ele falaria, aliás, eles praticamente trabalhavam juntos.

Vestiu seu casaco e partiu.







O Ministério estava cheio àquela hora, a chamada “Hora do Rush”.

O enorme relógio de entrada marcava exatas 1:00 hora da tarde. O horário em que a maioria dos trabalhadores volta ao trabalho para finalmente resolver, o que eles enrolaram para fazer na parte da manhã.

Inúmeras pessoas corriam de um lado para o outro, enquanto muito gritavam, outros escreviam petições e outros ainda tentavam se concentrar no trabalho.

Draco passou por todo aquele turbilhão de pessoas e entrou no elevador, ao final do corredor, instantes antes do mesmo fechar suas portas completamente.

Apertou o andar desejado, com uma certa dificuldade, já que com ele, o elevador transportava mais quatro pessoas, três bruxos estranhos e uma bruxa com aparência de uma velha bibliotecária, além de vários bilhetes voadores, que atrapalhavam a visão de Draco.

Depois da bruxa descer, ele foi o próximo, restando no elevador, apenas os três bruxos, que o olhavam como se ele fosse uma divindade.

Tentando não pensar nos três, ele se dirigiu rapidamente, até a sala do chefe de defesa dos aurores, Ronald Weasley.

Andou por dois, ou seriam três corredores até perceber que não fazia idéia de onde era a sala de Rony. O loiro tinha apenas uma idéia geral de onde seria, porque nunca estivera ali antes, alias, sua esposa nunca havia fugido de casa também! Ele não podia se culpar.

Draco ia desistir de procurar, e finalmente engolir aquele orgulho masculino, que o impedia de pedir informação a qualquer um, quando uma voz irritada o chamou a atenção.

“Já disse que temos que achá-lo de qualquer forma, não importa como! Será que você não entende?” a voz saia da segunda sala a direita de Draco.

Era sem sombra de dúvida a voz de Rony Weasley. Encaminhou-se até o local, e ao chegar, certificou-se do palpite ao ler a inscrição “Ronald Weasley – Chefe de Defesa do Departamento de Aurores do Ministério do Reino Unido”. O loiro achou um desperdício de tempo, terem escrito todas aquelas informações desnecessárias, que ocupavam duas linhas, em uma letra minúscula, mas aquele era o governo! E isso explicava tudo.

Bateu de leve na porta, com os nós dos dedos e recebeu um olhar desapontado do ruivo, sentado numa enorme – e bagunçada – mesa a sua frente. Logo depois o ruivo fez um sinal com a mão para que entrasse e em seguida pediu para que o loiro esperasse.

Não era só a mesa de seu cunhado que estava em desordem, isso também se aplicava ao restante da sala. Pergaminhos, pastas, penas, além de uma grande mancha de tinta, que Draco não pôde deixar de notar, “enfeitavam” o ambiente, trazendo um ar de, na opinião de Draco, chiqueiro.

“O lugar condiz com o dono.” comentou maliciosamente consigo mesmo.

Passaram alguns minutos, e o loiro continuava lá parado, encostado na parede, com os braços cruzados. Já tinha perdido a – pouca – paciência que tinha, enquanto o ruivo continuava a gritar para um espelho, este, Draco presumiu, ser um meio de comunicação, já que podia ser ouvida outra voz vinda dele.

- Weasley, eu... – o loiro começara, mas foi interrompido.

- Só um momento, Malfoy. – o ruivo lhe lançou um olhar impaciente, e o loiro conteve-se para não azará-lo.

“Você tem que achar a Gina, Draco. Pense na Gina!” ele tentava se convencer a não fazer nada precipitado.

- Quantas vezes eu vou ter que lhe dizer, Lincon, - Rony ainda gritava com o espelho, enquanto revirava alguns papéis, à procura de algo. – temos que achar aquele cara! Olha, só falta ele. Só um, entende? Então, podemos tirar férias, e eu vou poder ver a minha mulher nos dias de semana, ao invés, de eu chegar sempre depois da meia-noite! Será que você me compreende? – a voz do outro lado concordou – Ótimo, isso é muito bom. ENTÃO POR QUE VOCÊ NÃO FAZ O QUE EU MANDO, HEIN?

Draco bufou, olhando para o ruivo, que estava mais vermelho que seus cabelos, e ofegava de tanto gritar, enquanto esperava pela sua vez, impaciente.

- Como assim você não conseguiu tirar nada do Avery? – Draco levantou os olhos e prestou atenção na conversa, no que Avery estaria metido agora? – Vá lá de novo e tente saber alguma coisa! Não, eu não posso lhe fornecer um Veritasserum, meu pai nunca permitiria...

- Espera, Weasley, eu...

- Só mais um minuto Malfoy, eu já resolvo o seu problema.

- Estou só querendo dizer... – o loiro quase explodia de raiva, pela impaciência do ruivo – que eu conheço o Avery, desde...

- Legal, Malfoy, eu o conheço também. Muito interessante. – o ruivo tentava ser sarcástico.

Draco segurou firmemente sua varinha, dentro de seu bolso, mas deteve-se.

Será que Weasley era tão idiota assim?

“Sim, ele é” o loiro confirmou.

- Eu posso ajudar, qualquer coisa. – mas ele não desistiria.

- Obrigada, Malfoy, mas eu não preciso de sua ajuda. Eu posso me virar sozinho! – olhar de desprezo nos olhos de Rony, despertou um ódio maior ainda em Draco.

- Presta a atenção, Weasley. – ele tentava manter a calma – Eu sei que nos não somos amigos...

- Que bom que reconhece. – o ruivo sorriu em deboche.

Draco se parabenizara por ter agüentado até àquela hora sem sacar a varinha para o ruivo “nervosinho” a sua frente.

- Mas nós temos uma coisa que nos une...

- Gina. – o ruivo completou, uma mania irritante de Hermione, que ele se apegou com o tempo.

- Que sumiu.

- O quê? – o espanto de Rony era notado pelo seu queixo caído.

Ele permaneceu uns instantes mudo, ainda paralisado, e só lembrou-se de onde estava, por causa da voz do rapaz, do outro lado do espelho.

- Ahñ? Ah, er..eu falo com você depois. – e dizendo isso guardou o espelho em uma das gavetas.

Dirigiu-se preocupado a Draco.

- Como assim? Desde quando?

- Eu não sei! – o loiro largou-se em uma das cadeiras a frente da mesa – Eu cheguei aqui hoje, fui para casa e não a encontrei em lugar nenhum!

- Ela pode ter saído.

- Para onde ela poderia ir com uma mala cheia de roupas? – o loiro levantou uma sobrancelha ao olhar assustado de Rony.

Draco levantou-se, lembrando de algo.

- Sem contar com isso aqui. – e entregou-lhe um pergaminho dobrado em dois.

Rony abriu, e não pôde deixar de rir ao final.

- O que é tão engraçado, Weasley?

- Essa carta é do Harry.

- Sério? Eu podia jurar que era minha!

- Hahaha, Malfoy, muito engraçado. – o ruivo debochou impaciente – Estou dizendo que isso não tem importância. Gina não liga mais para ele.

- Bom, não é o que parece.

Passaram uns segundo mudos, até que Rony levantou-se, com uma expressão decidida.

- E o que você quer que eu faça? A esposa é sua!

Rony já tinha problemas demais, para ter que se preocupar com as brincadeiras da irmã.

- E sua irmã! – o ruivo ia dizer algo, mas ele o interrompeu – Além disso, sua mulher é a melhor amiga dela.

O ruivo pensou por um tempo antes de responder.

- Tudo bem, nós vamos fazer o seguinte: você tem que falar com algumas amigas mais próximas a ela. Eu vou tentar falar com Hermione. Nos encontramos aqui, está bem?

O loiro concordou e aparatou.





***





Lisa Felix, Victoria Spellman, Ágatha Coller e mais outras e outras, e nenhuma sabia onde Gina poderia estar.

Procurou em bares, hotéis, lojas e todos os tipos de lugares em que a ruiva pudesse ter ido, e nada. Ela simplesmente desaparecera.

Estava quase sem esperança quando se lembrou dos elfos domésticos. “É isso!” pensou “Há vários deles em casa, algum deve saber onde ela está!”

Aparatou segundos depois na cozinha da Mansão Malfoy e lá encontrou com dois deles.

- Olá, senhor Malfoy! – disseram em coro – em que podemos servi-lo?

Realmente, seu havia educado muito bem seus elfos.

- Onde está a sra. Malfoy?

- Não a vimos hoje, senhor. Mas Dink a serviu pela manhã.

– Ótimo, quero ele no meu escritório imediatamente!

Os elfos obedeceram e o loiro seguiu para o andar de cima.

Dois minutos depois o elfo aparecera.

- Senhor, os outros disseram que o senhor queria me ver.

- Sim. – Draco aproximou-se e foi direto ao assunto – Onde está a sra. Malfoy?

O elfo parecia calmo e sonhador, o que fez Draco franzir a testa violentamente.

- Deve estar em seu quarto, senhor, geralmente...

- Não, você, não entendeu! Ela não está em casa...

- Nem no jardim?

- Nem no jardim. – o loiro quase batera na cabeça do elfo.

Como ele podia estar tão calmo, enquanto ele estava quase desmaiando de nervosismo?

- Ela não está em aqui, você tem alguma idéia de onde ela possa estar?

- Não, tenho não, senhor.

- Você a viu hoje? – Draco era persistente.

- Sim, senhor. – o elfo sorriu.

- E o que ela estava fazendo?

- Ela estava arrumando algumas roupas em uma mala.

Os olhos de Draco brilharam, pelo menos ele estava no caminho certo.

- E então?

- Bom, senhor, eu me ofereci para ajudá-lo, mas a sra Malfoy recusou. E quando disse que ia sair, eu perguntei para onde iria, assim eu poderia avisar o senhor.

- E o que ela disse? – ele não se agüentava de curiosidade.

- Ora, a sra Malfoy me contou para onde ela ia! – o elfo parecia óbvio.

Draco irritou-se.

- E para onde ela disse que ia? – ele quase gritara.

- Ah, desculpe-me, senhor, mas ela me fez jurar segredo. – Dink estava sério. Suas grandes orelhas estavam estáticas para o alto, e seus olhos não desgrudavam dos olhos de Draco.

- Como é que é? – o loiro parecia não ter ouvido direito.

Segurou o elfo pelos braços e o balançou, para frente e para trás, repetidas vezes.

- Você irá me contar, seu verme!

- Não, eu não posso, senhor! Por favor, não me obrigue! – a voz do elfo saia abafada, enquanto Draco o chacoalhava cada vez mais.

- Vamos diga logo! – ele parara, apesar de ainda segurá-lo. – Eu posso fazer coisas terríveis com você, se você não me contar agora. – o olhar fatal dele, assustou ainda mais o pobre elfo.

- A sra Malfoy me alertou disso, senhor, ela disse que...

O loiro o soltou, bufando.

Como uma criatura tão insignificante poderia tirá-lo do sério daquela maneira?

- Vá embora daqui! – ordenou, apontando em direção a porta, e o elfo obedeceu rapidamente.

Draco proferiu alguns xingamentos para aquela sala vazia e decidiu que por esse modo, não chegaria a lugar algum.

Olhou para o relógio e viu que passava das 4:00 horas.

“Será que Weasley conseguira alguma coisa?” e pensando nisso, partiu em direção ao ministério.





***





A sala de Rony estava vazia. Draco constatou assim que entrou, dessa vez achou a sala em poucos minutos.

Pensava em onde poderia encontrá-lo quando ouviu alguém entrar. Virou-se rapidamente e assim que viu o ruivo a sua frente, perguntou sem hesitar.

- E então, conseguiu alguma coisa?

Rony ria. “Como se tudo fosse uma grande piada!”

O ruivo cruzou os braços, apoiando-se no batente da porta. Respirou profundamente para conter o riso antes de começar.

- Você não vai acreditar...

- Já sabe onde ela está? Então, diga logo!

- Ela está na casa de minha mãe.

O loiro não conseguia acreditar.



N/A: Bom...quanta enrolarão, não? Mas é necessário!...e mais uma vez, não aconteceu a incrível conversa entre Draco e Gina!! Mas eu prometo que no próximo cap. ela sai com certeza! ;) Já estou escrevendo ele também! ^^

Bom...eu estava pensando, depois de terminar essa fic, que terá mais uns 5 caps, mais ou menos, eu poderia fazer uma continuação, o que vocês acham? Eu já tenho o final, e umas idéias apareceram...enfim...eu vou pensar ainda. =)

Continuem comentando...eu fiquei muito contente por saber que tem mais gente (Laura) lendo a fic! :D

É isso aê..

Até a próxima...e a rapidez do próximo cap. depende da quantidade de comentários!!! ;)

Beijos...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.