Quer brigar?



Simplesmente Esquecido – Capítulo 10 – Quer Brigar?



“Levo ou não levo? Levo. Não, não levo. Se eu tocar nela, ela acordará e vai ficar falando e falando, todas aquelas coisas sem nexo. Mas, por outro lado, se eu não fizer nada, ela terá torcicolo para o resto da vida!”

Harry, aturdido com o maior dilema de sua vida, estava parado à frente do pequeno sofá, no qual, Gina acomodara-se da forma mais desajeitada possível, parecendo uma daquelas bonecas de pano jogadas em qualquer canto. Depois de muito relutar, seu lado bom finalmente o convenceu a fazer algo, e em sua tentativa frustrada de ser delicado, levou-a, quase a decapitando, mas recompondo-se em seguida, à única cama da casa,a dele.

Não que ele se importasse em ter alguém uma bela mulher em sua cama, mesmo que não fosse por um motivo em que o beneficiasse, mas ter alguém dormindo em sua cama, às quatro da tarde, quando ele levantou-se às duas, não o incomodou de modo algum, apesar de criar uma estranha sensação em seu estômago. Vê-la ali, ocupando quase todo o espaço num modo infantil, mas ainda assim, na sua cama, era algo que nunca imaginara, depois de tudo que acontecera. Se alguém lhe contasse, a uma semana, que ele veria Gina Weasley dormindo em sua cama, no seu apartamento, ele com certeza não acreditaria. Mas pensando bem, ele também não acreditaria sobre nenhum dos acontecimentos dos últimos dias. Harry sabia que sua vida não poderia continuar do jeito que era antes, por isso escrevera a carta. Para ele aquilo era uma espécie de desabafo, porém, ele nunca pensou que causaria tanto estardalhaço.

Cobriu-a lentamente, e em menos de dois segundos, Gina virou-se, descobrindo-se novamente. Ele tentou de novo, e mais uma vez, e lá pela quarta vez, quando se certificou de que ela não se mexeria, ele aproximou-se da porta, e ao encostar a mão na maçaneta, ela remexeu-se, ficando de costas para ele, e a coberta indo ao chão. Ele levantou as sobrancelhas, tentando não ficar nervoso, alias, não era culpa dela, Gina não faria isso de propósito. Ou faria? De qualquer forma, ele largou a fina coberta azul bebê, que a Sra. Weasley lhe fizera, já que esta fazia companhia para as outras roupas jogadas ao chão, na busca de achar algo que servisse nela.

Girou a maçaneta de ferro redonda, e antes que a porta se abrisse, ele foi interrompido por uma voz, o chamando, vinda da sala.

- Harry! Harry, você está aí?

Era Rony. Esquecera-se completamente da reunião às três da tarde. Pelo tom de voz do amigo, ele encontrava-se em um misto de raiva com preocupação, e ao ver Harry, dirigiu-se ao seu encontro.

- Harry, o que você ainda está fazendo aqui ainda? Não me diga que se esqueceu da nossa reunião?

- Não...claro que eu não esqueci, eu não faria isso com você, Rony! – formou um sorriso, tentando afastá-lo do quarto – é que...bom, o que aconteceu exatamente...você vai rir muito...na verdade.

- Harry, o que você está escondendo aí? – o ruivo tentou olhar por cima do moreno, o que era fácil, já que ele era bem mais alto que Harry, aproximando-se de 1,80.

- NADA. Quer dizer...nada. O que eu estaria escondendo? – cruzou os braços, criando uma expressão desafiadora.

- Ótimo. Então por que você não entra – ele foi abrindo a porta, e o empurrando para dentro – e vai se trocando, para...POR MERLIN, O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

- Rony, não é o que você está pensando!



***

Olhou pela décima vez no relógio de parede e constatou que Harry provavelmente não viria mais. Fitou, mais uma vez, naquelas duas horas em que esperavam, Simas Finnigan à sua frente, bufou, cruzando os braços e recostando-se no espaldar da cadeira. Simas crispou os finos lábios, fazendo-os quase sumirem e balançando a varinha freneticamente com o polegar e o indicador, dirigiu-se ao outro.

- Ele não vem, encare isso. Agora posso ir para casa?

- Não. – o ruivo soou decidido.

- Rony, eu tenho uma esposa em casa...

- Eu também!

- Por Merlin, é sábado! O que nós estamos fazendo aqui em pleno sábado?

- Esperando pelo seu chefe!

- Harry pode ser o meu chefe, mas ele não é meu dono! Não sou escravo dele, não preciso ficar aqui a sua disposição! – levantou-se bruscamente, empurrando a cadeira para longe.

- Ninguém disse que ele é o seu don! – Rony fez uma careta confusa e depois mais irritado do que antes, continuou – Agora senta aí e para de encher! Ele já vem... – tentou convencer a si mesmo, torcendo para que estivesse certo.

Simas arrastou a cadeira em direção a mesa e sentou-se pesadamente, fitando a sala sem decoração. Paredes cinzas, um lustre no alto, que iluminava todo o ambiente, uma mesa de ferro cinza, retangular ao centro, e cadeiras no mesmo estilo, ao todo cinco delas. Era uma típica sala de reunião secreta. Sem nada de enfeite ou que pudesse ser usado para distração, era somente uma sala para entrar, conversar, resolver o problema e sair. Simplesmente isso.

Voltando a olhar para o ruivo perdido em seus pensamentos, provavelmente amaldiçoando todas as futuras gerações de Harry, Simas cruzando as mãos em cima da mesa, perguntou.

- Não podemos começar sem ele?

- Ah, claro! – bufou irônico – Por que a presença dele seria importante? Ele é só o Chefe do Departamento de Aurores...é uma pequeno cargo, nem faz diferença...

- Não estou brincando, Weasley. É sério.

- Que ótimo, bom saber disso! – levantou uma sobrancelha sarcástico.

Esperaram por mais alguns minutos; Rony tamborilava lentamente, e Simas olhava para o intenso Sol das janelas encantadas, até que o ruivo levantou-se repentinamente, e depositando sua cadeira de entro a mesa, dirigiu-se a porta.

- Aonde vai?

- Resolver essa situação, onde mais?



***



- Não é o que eu estou pensando? Não é o que eu estou pensando? Como se atreve a dizer isso?

- Rony, eu... – desesperou-se, ficando entre a cama e o irmão malvado – eu posso explicar...

- O que está acontecendo...? – a ruiva levantara-se, sonolenta, e se apoiara no ombro direito de Harry, o abraçando, enquanto tentava focalizar o seu irmão de 1,85 à sua frente.

- Você ainda pergunta? – arregalou os olhos numa expressão doentia, e dirigiu-se a Harry, que recomeçou.

- Escute aqui, não aconteceu nada...ela só estava... – e percebendo o olhar obvio do amigo a sua frente, soltou-se de Gina, lembrando-se mentalmente de matá-la, caso ele saísse vivo dali.

- Não aconteceu nada? Você tem certeza disso, Harry?

- Rony, pare de ser infantil, não tem mais graça. Nós somos adultos... - ela disse, levantando-se e parando na frente do ruivo, o fitando.

- Adultos? Tudo bem, vocês podem ser adultos, eu não discordo disso, mas...você acha normal, eu entrar na cada do MEU amigo e encontrar a MINHA irmã, nas roupas DELE, na cama DELE, com as roupas DELE por todo o chão? Com a minha irmã CASADA com outro? É normal isso, Gina Molly Weasley?

- Esqueceu do Malfoy.

- Malfoy.

- Viu? Até você percebeu... – sorriu com o canto dos lábios e cruzou os braços, vitoriosa – Eu me separei do Draco, pelo menos, a opinião dele. Posso fazer o que eu quiser!

- Você bebeu mais ainda? – chacoalhou-a pelos ombros – Não aconteceu nada aqui!

- Poderia ter acontecido. – soltou-se.

- Mas não aconteceu.

- Olá! Eu ainda estou aqui, só para avisar... – Rony abriu os braços, chamando a atenção dos dois que discutiam.

Gina parou de fitar Harry, e com um meio giro, dirigiu-se ao irritado irmão, e em seguida seguiu para fora do quarto.

- Notamos que você está aqui, Rony, obrigada pela informação...nossa que fome – mudou bruscamente de assunto antes que o irmão retrucasse e abriu a porta – Harry, vou pegar algo na sua geladeira, está bem?

- Gina, - encaminhou-se atrás dela, que alcançara a sala – sinto lhe informar que é uma péssima idéia. Você não vai encontrar...

- Draco? – a ruiva perguntou receosa, e nenhum dos dois entendeu.

- Isso você não vai achar mesmo na minha geladeira... – Harry saiu do quarto confuso, e depois de passar pelo pequeno corredor, notou a presença de mais uma pessoa na sala. Na opinião dele, uma péssima hora para se ter um encontro de família.

- Que ótimo... – murmurou o ruivo irônico, ao entrar na sala, e ver o loiro estático à frente de sua irmã. Ele não parecia assustado, ou surpreso, mas furioso, talvez. – O show vai começar!



***



Abriu os olhos acinzentados de prontidão e em seguida sentou-se. A luz do Sol, clara e brilhante, rastejava pela beirada da cama, sem aquecer seus pés. Espreguiçou-se vagarosamente, tentando recordar que dia era aquele e se tinha algo importante a fazer, quando uma doce imagem invadiu sua mente: Gina.

Sem nem pensar ele levou a mão ao lado vazio da cama, acariciando de leve o gelado e solitário lençol, fazendo com que uma estranha sensação tomasse conta de si.

“Provavelmente, agora ela já deve ter partido.” olhou para o relógio de ponteiros, na mesa do lado, “1:00 hora, talvez ela esteja dormindo, eu ainda posso encontrá-la!” Levantou-se rapidamente, vestiu seu robe preto, pendurado na beirada da cama de colunas, mas antes que chegasse no meio do quarto, parou. “Por que eu estou indo atrás dela? Ela está errada! Ela merece isso! Ela que venha atrás de mim...” lançou um olhar superior ao nada, que logo sumiu.

Draco sabia que estava certo, ele sabia que depois de tudo ela não merecia uma segunda chance, e principalmente, ele sabia que eles nunca mais ficariam juntos, Não que ele não a amasse mais, porém não mais do mesmo jeito, e nunca seria de novo.

Pegou a varinha, e depois de guardá-la no bolso, deixou o quarto e seguiu até as escadas. No andar debaixo encontrava-se Dink, e o loiro seguiu até ele.

- Bom dia, meu amo... – o elfo sorridente, parou de espanar a lareira – Deseja alguma coisa?

Draco sempre achara que aquele elfo tinha algum problema na voz, ou ele deveria ser muito bobo mesmo. Dink falava lento, proferindo sílaba por sílaba, como se estivesse ensinando algo muito difícil à alguém. Draco odiava que falassem daquele modo com ele.

- Você viu Gina hoje?

- Oh, sim, sim...A Sra. Malfoy permaneceu um longo período da manhã acordada, mas quando o Sol ameaçava a nascer...

- Que horas foi isso?

O elfo levantou uma sobrancelha, sentindo-se importunado e depois de um longo suspiro recomeçou.

- 6:00 da manhã, meu amo. Como eu dizia, nesse horário ela pegou um casaco e partiu.

- Somente o casaco? – ela não fez as malas? – Onde ela esteve enquanto permaneceu em casa?

- No bar, meu amo.

“Que maravilha!” e seguiu até lá.







Deu uma rápida espiada e notou que havia uma garrafa de uísque faltando na prateleira.

“Uma garrafa inteira? Como ela conseguiu aparatar?”

Sentou no banco, à frente do balcão, coincidentemente, no mesmo em que a ruiva sentara-se anteriormente, e apoiou a cabeça nas mãos estiradas na madeira.

Onde ela estaria agora?

A pergunta que não queria calar, mais uma vez! Só que dessa vez ele estava decidido, se teria que procurá-la seria pela última vez.



***



- Devo dizer boa tarde ou volto depois quando vocês não estiverem ocupados? – a voz do loiro soava mais arrastado do que de costume.

- Você não sabe bater?

- Geralmente, Potter, eu bato na porta sim, mas ouvi uma gritaria e resolvi entrar.

- Foi uma péssima idéia... – Gina mordeu o lábio, com receio.

- Com certeza. – Draco a fitou.

As profundas olheiras que circundavam aqueles olhos amêndoas, apreensivos, não deu a Draco nem um pingo de preocupação. Ele já estava decidido, e quando um Malfoy se decide, ninguém o faz mudar de idéia. As largas roupas masculinas só aumentaram a sua fúria, mas controlou-se, não ia fazer feio na frente daquelas pessoas que o odiavam tanto, não...não ia dar esse gostinho a eles. Tentou não pensar também, que pela expressão furiosa do irmão dela, juntando-se com o fato de que todos vieram do que, Draco concluiu, o quarto de Harry, já que não havia outra opção no pequeno apartamento, Gina provavelmente passara a noite com Harry, ou pelo menos na casa dele. Mas claro, ele tinha certeza de Harry aprontaria alguma, caso Gina aparecesse no meio da noite, solitária e bêbada. Nem reparou que uma fina veia saltara pelo seu braço, enquanto fechava os punhos violentamente.

- Posso perguntar o que você está fazendo aqui? – Rony perguntara curioso e num tom muito interessado, como se soubesse, que se não mudassem de assunto, uma grande guerra poderia começar.

O loiro dirigiu o olhar lentamente da ruiva até ele e o fitou sem expressão, enquanto Rony apenas continuou com a mesma expressão curiosa e cuidadosa.

- Eu fui até o seu escritório, no ministério, e o seu amigo, como é mesmo o nome dele, ah, sim, Finnigan, ele disse que você estaria aqui e mandou eu vir para cá para lhe dar o recado dele, já que eu teria que falar com você.

- Que recado?

- Ele estava um pouco nervoso, foi algo como: diga a ele que eu tenho uma família, não vou ficar esperando por um cara que nem liga para o mundo a sua volta, se um dia ele se tornar responsável me avise, ah... sim, e mandou vocês dois para aquele lugar também. É acho que foi só isso...

- Obrigada pelo aviso. – Rony sorriu amarelo, provavelmente pensando no que falaria para Simas na segunda-feira.

- O que você quer com Rony? – Harry falara pela primeira vez.

- Acho que meus assuntos pessoas não dizem respeito a você, Potter. – ele dirigiu-se a Harry, que se lembrou imediatamente de Lucio Malfoy e de seu jeito arrogante.

- Pode falar então Malfoy, o que você quer?

- Não, agora não, Weasley. – claro que ele nunca falaria que estava procurando por Gina, não faria aquele papel ridículo mais uma vez – Eu volto em uma outra hora, não quero atrapalhar mais ainda a festinha de vocês. – e lançando um olhar divertido para os presentes, ele dirigiu-se a porta, porém foi interrompido por Harry, que surgiu a sua frente, ofendido.

Tudo bem, ele podia até aturar Draco e suas piadinhas de vez em quando, mas algumas são impossíveis de se passar despercebidas. Uma coisa era o loiro dizer que Harry e Gina estavam em uma festinha, isso ele até iria gostar de ouvir, mas outra, completamente diferente, era ele dizer que Harry, Gina e Rony, estavam em uma festinha! Isso ele não poderia suportar!

- Escute aqui, Malfoy. Você acha que pode entrar na minha casa assim, sem mais nem menos, me dizer um monte de bobagens e sair ileso?

Draco o fitou o moreno, de um palmo a menos, à sua frente, e um sorriso maroto surgiu em seus lábios.

- Você tem razão, Potter. – e rapidamente mirou um soco no nariz do, agora, adversário.

Harry, que estava próximo à porta, tombou para trás e sentiu a cabeça se romper pela madeira branca a suas costas, e cair de leve para frente. Mas a dor pareceu logo sumir, já que no momento seguinte ele fitou o loiro, juntamente com um forte soco de direita, que o derrubou no chão.

A partir disso, ambos atracaram-se por todo o chão da pequena sala, com murros, socos, pontapés, e todo o tipo de golpes marciais ou não, que encontraram para o momento.

- PAREM! PAREM! AHH...LONGE DE MIM! – Gina entrara em pânico, enquanto seu irmão apenas olhava interessado, como se estivesse prestes a apostar num vencedor. Ela lançou-lhe um olhar severo, que o fez simplesmente dar de ombros, e com as mãos em sua camisa, ela voltou a gritar – FAÇA ALGUMA COISA! AGORA!

- Eu não! – Rony soltou-se das garras da irmã, indignado – Eles que se acertem!

Ambos olharam para a confusão humana que se alastrava por todo o chão e apenas observaram. Ela atônita, e ele interessado. Harry soltou-se do gancho do loiro com uma cotovelada na altura do estômago. Draco contorceu-se de dor e antes que pudesse revidar o ataque, o moreno o empurrou em direção a estante, fazendo com que diversos objetos, mágicos ou não, caíssem, atingindo Draco em cheio. O loiro tomou fôlego e tentou esquecer as pequenas gostas de sangue que se formaram por toda a sua camisa branca, agora que o casaco fora rasgado, e levantou-se vagarosamente, com seus olhos acinzentados expelindo uma fúria mortal. Seus cabelos platinados estavam em uma completa desordem, numa mistura de suor e sangue que saía do canto esquerdo de sua testa, e se igualava ao penteado do moreno. Ele desvencilhou-se de um pedaço de uma antiga caixa de madeira, e notou um profundo corte na no seu braço direito; enchendo-se de raiva e dor, ele apanhou o primeiro objeto que viu, um bisbilhoscópio semi-quebrado, e o arremessou em direção a Harry, atingindo-o no centro de sua testa.

Harry soltou um curto gemido e logo pôde sentir uma fina fileira de sangue escorrer por entre seus olhos e pingar em sua boca. Passou as costas da mão encima da dupla cicatriz em sua testa, e ainda com a cabeça levemente abaixada, lançou um olhar maligno ao seu adversário, correndo até ele, como um toro raivoso que acabara de ver a cor vermelhar. Com o choque inesperado, ambos caíram ao chão novamente, recomeçando a sério descontrolada de socos mal dados, e chutes não atingidos.

- Achei que Harry lutasse melhor... – Rony filosofava, apoiando o queixo em uma das mãos - Sabe, depois de todo aquele treinamento de Auror, e tudo mais, as nossas aulas de...

- Rony, chega! Você...AH! – Rony a afastou, rapidamente, quando um vaso atingiu a parede, na exata posição em que ela estivera antes. Ela olhou aturdida para a parede molhada de água e para os destroços do pequeno vaso chinês ao chão, e perdeu completamente a linha de raciocínio, sem saber o que estava falando antes, e respirou lentamente por alguns instante, recuperando-se. Assim, que voltara ao normal, continuou – RONY! Você tem que fazer alguma coisa! Vamos, depressa!

- Às vezes as pessoas precisam se entender, de uma forma ou outra. Você pode não entender, mas isso está fazendo bem a eles! – ele apontou e lançou um olhar que ia dos dois se atracando ao chão até Gina, apavorada e em pânico. Sorriu ao olhar para ela e continuou, depois de olhar no relógio – Bom, chegou minha hora, preciso ir. – beijou-a na testa, mas ela não se moveu.

- Como assim, “preciso ir”? Você não pode ir agora! E....eles?

- Gina querida, - segurou suas mãos, fazendo-a compreender – eu já fiz tudo o que tinha que fazer aqui, então, até mais tarde. – e desaparatou.

A ruiva voltou sua atenção aos dois que agora ofegavam e pareciam quase mortos de cansaço, mostrando cortes e outros tantos machucados por toda a parte, enquanto ainda duelavam com guarda-chuvas, em uma cena mais que bizarra.

- Por que eles não usam varinhas? – murmurou pensativa, achando, em fim, a solução. Tirou a varinha do cós do short e mirou indecisa.

“Qual eu devo parar?”balançava o pequeno pedaço de madeira de um lado para o outro “Qual? Qual?”

A indecisão era enorme, e ela sabia que talvez nunca conseguisse decidir, mas ainda apontava de um lado para outro, tentando escolher. Desistiu, e apontou para os dois que se aproximavam da parede, usando esta como arma, e fechou os olhos com a mão vazia, proferindo o feitiço, e torcendo para que desse certo.

Ainda não tivera coragem para abrir os olhos, mas podia perceber que a luta acabara, já que não ouvia nada mais, além de uma respiração forte e sem fôlego. Afastou lentamente a mãos dos olhos, mas ainda os manteve fechados, e só de depois de alguns muito instante, resolvera abrir, receosa. Olhou para frente, e pôde constatar que pelo olhar severo que ele lhe dirigia, a escolha certa seria ele, e não o outro. Draco levantou-se, ainda cambaleante, e apoiando-se na parede, arrumou os cabelos para trás de uma forma sensual. Fitou a ruiva à sua frente, ainda com a varinha em punho, e com aquelas roupas largas e masculinas, que a deixavam incrivelmente linda, mas ele não conseguia pensar nisso agora.

Gina sentia um leve tremor por todo o seu corpo, e ele se intensificou ainda mais, enquanto o loiro se aproximava. A expressão assassina que ainda permanecia em seu rosto pálido e pontudo a deixou mais apreensiva.

“Draco está se aproximando...ele está realmente zangado. Droga, ele parece ter saído de Azkaban! Parece também que ele está louco para me matar...ai!” sentiu a parede a encurralar e se viu sem chances de fuga.

- Draco, eu...opa – guardou a varinha que ainda apontava para ele, sem perceber – eu...eu não lhe devo explicações, então...

- Você está certa. – sua voz saiu séria e mais arrastada do que de costume – Você não me deve mais nada. A não ser isso. – jogou em suas mãos um envelope pardo, que tirara do bolso do casaco que apanhara, nos meio os destroços no chão.

O casaco, agora rasgado na manga esquerda, deixava parte de sua camisa branca a mostra, o que quase fizera Gina rir, já que nunca imaginara Draco, vestindo-se daquele jeito.

- Quando assinar, me avise. – e sem olhá-la duas vezes, ele aparatou.

Gina olhou para o envelope em suas mãos, sem coragem para abri-lo. Suspirou receosa, já imaginando seu conteúdo, mas mesmo assim, se forçou a abrir e ler as inúmeras páginas que continham dentro. Mas isso não foi necessário, já na primeira linha, pôde descobrir do que se tratava. Sentiu as pernas bambas e escorregou por toda a parede até largar-se ao chão.

- Eu não acredito...ele realmente pediu o divórcio.







N/A: Finalmente um capítulo! Desculpe pela demora, mas realmente não estou tendo férias mesmo...eu não paro em casa um minuto! Mas agora estou de volta...e prometo o próximo cap, mas rápido. Principalmente, porque ele será mais curto...hehhe

Não sei se vou fazer a continuação...fiquei sem animação para fazer...mas ainda vou ver.

Bom, vou indo...

Contagem regressiva para o livro 6 !!! ;)




Beijos...













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