Voltando à escola



Capítulo 11 - Voltando à escola


Lílian foi a primeira a aparecer na estação de King´s Cross. Pouco depois, com suaves estalos, vieram Sirius e Tiago. A garota tinha insistido tanto em chegarem cedo que acabaram por ser os primeiros a embarcar no trem que os levaria para seu sétimo e último ano em Hogwarts.

Os três logo encontraram uma cabine e depois de deixar suas malas com eles, Lílian, que fora nomeada monitora-chefe, seguiu para o primeiro vagão. Algum tempo depois, Remo e Pedro apareceram. Finalmente os quatro marotos estavam novamente juntos.

- Então, como foram suas férias? - Remo perguntou divertido - Eu recebi a carta de vocês, mas não pude ir ficar na sua casa, Sirius.

- Se eu soubesse que vocês iam se divertir tanto, não teria ido me enterrar em Kent. - Pedro observou, meio emburrado.

- Não sabíamos que as coisas iam sair como saíram, Rabicho. - Sirius desculpou-se - Mas não se preocupe. No Natal a gente pode fazer a nossa própria festinha lá em casa.

- E nós poderemos ver o que aprenderam com a Lílian nas férias também? - Remo perguntou, lembrando-se do que os dois haviam dito sobre caos em cozinhas em suas cartas.

- Eu realmente aprendi a cozinhar alguma coisa, pelo menos o suficiente para não morrer de fome. - Sirius riu, olhando para Tiago, que olhava para a paisagem emburrado - Já o Pontas...

- O que aconteceu? - Pedro perguntou ansioso.

- Ele conseguiu, literalmente, explodir a cozinha três vezes. E não foi só isso. Eu cheguei a pensar que esses dois afinal iam se acertar, mas parece que ele conseguiu ficar ainda pior no conceito dela.

- Eu briguei com ela e o Sirius no dia do meu aniversário, invadi o apartamento quando ela estava dormindo, fiquei bêbado na discoteca, explodi a cozinha fazendo bolo, fiz um suco que fez o cabelo dela ficar branco, explodi a cozinha tentando fritar ovo, matei um gato envenenado com a minha sopa e, no último dia de férias, explodi a cozinha pela terceira vez tentando fazer uma tal duma picanha.

- Nada que eu não tenha feito antes. Exceto pela parte do gato. É sério, Pontas, ela vai te perdoar. - Sirius disse entre risos, dando leves palmadinhas nas costas do amigo.

Pedro e Remo riram. Após alguns momentos em que os outros dois marotos contaram sobre suas férias, o monitor levantou-se, olhando para o relógio.

- Pessoal, a conversa tá boa e tudo o mais mas eu tenho que ir, antes que a minha "chefe" decida vir me arrastar pelo pescoço...

- Ei, Remo, você sabe quem é o novo monitor-chefe? - Tiago perguntou, muito interessado.

- Porque quer saber? Você nunca ligou para assuntos de monitoria.

- Ele tá com ciúmes. - Sirius meneou a cabeça - Sinceramente, Pontas, nunca pensei que você fosse tão possessivo.

- Se eu não cuidar, quem é que vai?

Remo riu e respondeu.

- Edgar Bones, da Corvinal.

- Amigo do Frank?

- Exato.

Tiago assentiu e Remo despediu-se. Pouco depois foi a vez de Pedro levantar-se para ronda por aí como rato e descobrir "coisas interessantes". Sirius e Tiago ficaram sozinhos, o maroto de óculos olhando sonhadoramente para a paisagem.

- Pontas, porque você não admite logo que está apaixonado?

- E quem disse que eu não admiti?

Sirius riu e sentou-se ao lado do amigo.

- Cara, sinceramente, eu não estou te reconhecendo. Vai ficar aí só suspirando, é?

- O que você quer que eu faça? Toda vez que eu chego perto, ela só falta me matar. Eu sei que gosto dela, mas aquela cabeça-dura não admite que me ama.

Sirius balançou a cabeça, concordando.

- É, eu sei bem o que é isso, meu amigo. Quer me ajudar a encontrar a Camille?

- Você quer me ver de castiçal, Almofadinhas?

- Certo, esquece. Fique aí sonhando com a sua pimenta que eu vou ir procurar a minha.

Sirius levantou-se a abriu a porta para fechá-la em seguida com um sorriso maligno.

- Pensando melhor, Pontas, tem alguém vindo pra cá que nós precisamos recepcionar á altura.

- Como?

- Ranhoso.

Tiago fez uma expressão idêntica a de Sirius e ambos puxaram as varinhas. Mas não foi Snape quem entrou na cabine, embora o sonserino permanecesse no corredor. Eram Remo e Lílian, que, ao vê-los com a varinhas levantadas enquanto Severo abria a porta de uma cabine próxima a deles, imediatamente ligaram os dois fatos.

- Potter e Black. - ela falou num tom sibilante - Sentem-se agora e agradeçam aos céus por eu estar de bom-humor e não lhes dar uma detenção antes mesmo de chegarmos a Hogwarts.

- Você não faria isso, Lily.

- Duvida, Sirius?

Ao verem o olhar furioso da jovem, os dois murcharam como se tivessem recebido bronca da mãe. Lílian sentou-se ao lado de Sirius, puxando da bagagem um livro. Planejava passar o restante da viagem com as amigas, mas ia ter que vigiar os dois rapazes ou eles acabariam se metendo em confusão. Assim, a viagem transcorreu em relativa tranquilidade na cabine dos marotos, só interrompida quando eles chegaram a Hogwarts, quando, finalmente, Lílian saiu de perto deles.

Finalmente, todos se sentaram no Salão Principal, prontos para mais uma Cerimônia de Seleção. Minerva McGonagall colocou um velho chapéu sobre um banquinho no meio do salão e logo um rasgo junto a aba se abriu, como uma grande boca. O chapéu seletor começou a cantar.




Bem-vindos, todos, antigos e novos alunos

A mais um ano de estudos e trabalho árduo

Estou aqui novamente para separá-los

Pois com esse destino fui eu criado

Mas, embora sejam quatro casas e quatro espíritos,

Devo alertá-los para que também sejam um só

Para que não sucumbam como a doce Helga,

patrona da Lufa-lufa;

Ou como a perspicaz Rowena,

que fundou Corvinal

Nem escolham caminho negro como o de Salazar,

senhor da Sonserina

Tenham todos a coragem de Godrico,

mestre da Grifinória

Separá-los irei, mas unidos estejam

Pois a sombra da guerra mais uma vez se aproxima

E só poderam vencê-la se juntos a enfrentarem.




Burburinhos percorreram o Salão. O Chapéu os vinha alertando sobre a ameaça de guerra já há quase cinco anos, mas nunca falara tão claramente. Lílian sentiu muitos olhos voltarem-se para ela e lembrou-se com cruel ligeireza que a morte de seus pais tinha sido o anúncio de Voldemort sobre suas reais intenções. Minerva desenrolou um longo pergaminho e começou a ler os nomes dos alunos que seriam selecionados.

- Arrow, Augusto.

Um garoto de cabelos negros e ar cansado sentou-se no banquinho e o chapéu o mandou para a Corvinal.

- Black, Régulo.

Sirius levantou a cabeça rápido, encontrando um garoto que era a cópia perfeita dele mesmo quando tinha onze anos.

- Sirius? - Susan, que estava ao lado do maroto, virou-se para ele, percebendo que o colega estava pálido.

Lílian e Tiago, que também estavam próximos, viraram-se para o amigo.

- Ele é... Era meu irmão. Pleo menos até minha adorável mãezinha me tirar da árvore genealógica dos Black.

- Sonserina! - eles ouviram o chapéu anunciar assim que tocou a cabeça do garoto.

Na mesa das serpentes, Bellatrix recebeu o primo com um sorriso. Aos poucos, os nomes foram se sucedendo e logo só restou uma garota para ser selecionada. Remo observou com atenção a novata, de cabelos negros e olhos claros, que oscilavam entre o azul e o castanho.

- Tonks, Ninfadora.

- Ei! Essa garota é minha prima! - remo ouviu Sirius exclamar - Ela é filha da Andrômeda, a irmã da Bellatrix e da Narcisa. O pai dela é trouxa.

A morena caminhou para o banquinho, sentindo-se eufórica e atordoada. As histórias que sua mãe contara sobre Hogwarts não faziam jus ao encanto do castelo.

- Lufa-lufa!

Finalmente a seleção terminou e, quase correndo, a jovem foi para a mesa de sua casa, notando curiosa um par de olhos âmbar seguindo-a. Os olhos do monitor da Grifinória, Remo Lupin.

*****

Estava no Três Vassouras. Para surpresa dela, o bar estava vazio. Ela olhou para o relógio em seu pulso. Oito horas da noite. Muito cedo para Madame Rosmerta já ter fechado o lugar. Ela caminhou até a porta, abrindo-a. As ruas de Hogsmeade também estavam vazias. Parecia a ela que o vilarejo virara uma cidade fantasma.

Com cuidado, ela caminhou pelas ruas onde não se via viva alma. Até que tropeçou em alguma coisa.

- Droga!

A voz de Lílian ecoou sinistramente pela noite e ela virou-se para ver no que tropeçara. E seu coração acelerou. Era um corpo. Passos ecoaram, aproximando-se dela, mas antes que ela pudesse se erguer, ouviu uma risada aguda e um grito.

Suada, a ruiva acordou em seu dormitório. Fora só mais um maldito pesadelo...




Esse capítulo é um presente para todos os que gostam do shipper T/L. Espero que tenham gostado. Eu sei que ficou um pouquinho pequeno, mas pelo menos é melhor do que nada, né?

Beijos,

Silverghost.

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