Luxúria



James abriu os olhos, espantado com a claridade. Virou-se na cama, encontrando o relógio de cabeceira piscando. Sete e meia. Olhou para a janela aberta, por onde entrava o sol de outono e para o relógio novamente. E pulou em pé.

- Merda!

Quase correndo, ele enfiou-se no banheiro, abrindo a ducha de água fria. O choque de temperatura entre a água e seu corpo fê-lo soltar mais um palavrão, mas ele continuou sob o chuveiro, deixando a água açoitar seus ombros.

Meia hora depois, ainda engolindo seu café da manhã, ele aparatou no Ministério. Oito horas. Lily não fizera questão que nenhum dos outros membros estivesse ali àquela hora além dele.

Meneou a cabeça, suspirando. Ele não estava ali porque ela gostava mais ou menos dele. Estava ali porque o Ministério precisava dele. Precisava deles. Contra Voldemort.

Abriu a porta do escritório dela, encontrando-a a ler relatórios, tomando uma xícara de café fumegante. Lily ergueu a cabeça, relanceando os olhos sobre o rosto dele antes de continuar a ler.

- Bom dia, Potter. - ela cumprimentou com a voz rouca.

Os olhos dela estavam estranhamente vermelhos e James caminhou resoluto até ela, lendo por cima de seu ombro o bendito relatório.

Era uma propaganda anti-trouxa. "Contra a escória: sangue-ruins e trouxas" O moreno mordeu os lábios de leve. Lily sempre trabalhara em dobro para provar que podia ser tão boa bruxa quanto qualquer um dos colegas puro-sangue. Ela fingia não se importar com aqueles que, como Snape, chamavam-na de sangue-ruim. Mas se importava. E como se importava...

Sorriu ao se lembrar dela saindo da cama no meio da madrugada para estudar ou praticar algo que ela ainda não dominara por completo. E, para surpresa dele, sentiu uma necessidade, uma urgência de proteger a ruivinha sentada à sua frente.

- Lily?

- O relatório é de Gideon Prewett. - ela observou, virando a cadeira para encará-lo - Os pais dele foram assassinados às vésperas da minha chegada, não é mesmo?

O rapaz apenas assentiu com a cabeça. Lily se levantou, ficando de frente para ele.

- Esse folheto estava circulando em Hogwarts. Voldemort está tentando ampliar seu círculo social. - ela observou, ácida.

James apenas sorriu tristemente, abraçando-a. Ela não opôs resistência. Em vez disso, passou as mãos ao redor do pescoço dele, escondendo o rosto junto ao seu peito.

Ficaram assim por alguns instantes até ela se afastar alguns centímetros, empurrando-o de leve na cadeira onde estivera sentada, sentando-se no colo dele em seguida.

Ele não se moveu, encarando os olhos brilhantes dela. Lily ergueu a mão, passeando com os dedos pelo rosto dele, depois pelo pescoço e pelos ombros, pouco antes de encontrar o primeiro botão da camisa branca que ele usava.

Com os dedos trêmulos, ela abriu a camisa, os olhos fixos nos dele, sem vacilarem por um instante. Quando finalmente terminou, ela voltou a pousar as mãos sobre seus ombros, puxando a camisa delicadamente.

- Eu quero você. - ela admitiu em voz baixa, sentindo o coração descompassado com o perfume que se desprendia do corpo dele.

Ele tirou a varinha do bolso, quebrando o contato do olhar de ambos por alguns instantes, apontando para a porta.

- Colloportus.

Um jato de luz cortou o ar e a porta brilhou por alguns instantes. James voltou a se virar para ela, ajudando-a a tirar sua camisa antes de abraçá-la pela cintura, trazendo-a mais para perto de si.

- Lily, nós...

Ela meneou a cabeça, depositando um dedo sobre os lábios dele.

- Isso não significa nada. Nenhum compromisso, nenhuma obrigação. Nada. Nada além de desejo. Nada além de carência. Essa guerra, ela...

James apenas assentiu, um meio sorriso nos lábios, antes de beijá-la com sofreguidão.

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