A Reunião



- Hermione, deixa eu ver, vai! – pediu Rony.

- Não, Ron! Não vou mostrar a você! – respondeu ela.

- Mostra Mione! Se você não cuidar, pode inflamar. Você não sabe se o Bichento está...

- O Bichento é um gato saudável, Ron! E eu já passei uma poção, não vai inflamar! Foi superficial, nada demais.

- Mas Mione... escuta, eu não vou olhar... assim...muito.

Hermione deu um sorriso para ele e só balançou a cabeça.

- Já disse que não, Ron! – e depois acrescentou – Quando cicatrizar de vez, talvez eu mostre para você.

Então foi a vez dele dar um sorriso.

- Por que vocês estão discutindo? Será que o velhos Ron e Mione estão de volta? – Harry disse, chegando à cozinha e ouvindo a discussão dos amigos.

- É o Ron que cismou de querer ver os arranhões que o Bichento me deu. – Hermione disse balançando a cabeça para o ruivo.

- E o que tem demais? Deixa eu ver também para ver como ficou. – disse Harry.

- Não! – exclamou Rony.

- Eu hein! O que houve, Ron? – perguntou Harry.

- Eu vou deixar vocês dois aí e vou tomar um banho. – disse a menina e subiu.

Harry olhou inquisitivamente para Rony.

- Bem, é que o Bichento arranhou ela por cima da blusa. Assim..., na altura dos... bem... aqui em cima. – disse ele apontando para o próprio peito.

- Ah, então é por isso você queria tanto ver, não é? – brincou Harry.

- Não! – ele apressou-se em dizer – Eu fiquei preocupado com o machucado dela.

- Sei, Ron. Eu também fiquei preocupado, mas você disse que eu não poderia ver. Claro que eu não tinha idéia onde era.

- Engraçadinho, você! Nem se atreva a chegar perto.

Harry somente riu da cara dele. Depois os dois prepararam algo para comer e esperaram a garota para jantar. Durante o jantar eles combinaram o teor da reunião.

- Você vai falar sobre o quarto de Regulus, Harry? – perguntou Rony.

- Não! – ele disse – Pelo menos não por enquanto. Vamos somente conversar sobre os sonhos e a nossa desconfiança sobre Dumbledore estar vivo.

- Você está decidido mesmo a ir até Godric’s Hollow? Digo, não acha arriscado, Harry? – perguntou a amiga.

- Hermione, por favor, não vamos voltar a esse assunto. Concordei com você que devemos ter ajuda dos aurores, mas já havia dito que quero ir junto. Eu preciso ir, Mione. Preciso ver tudo com meus próprios olhos. Sei que meus dois melhores amigos vão decidir ir comigo, não vão?

- Você ainda duvida disso? – disse Rony.

- Claro, Harry! Você às vezes é teimoso, mas sua teimosia é contagiosa, você sabe. Você só seguraria a gente aqui com feitiço. – disse Hermione com um sorriso.

- Ótimo, então! Eu vou subir para dormir. – disse Harry – Mas aposto que vocês não.

Os dois amigos balançaram as cabeças negativamente, sorrindo marotamente.

- Eu acho que eu vou ter que sequestrar a Gina lá de Hogwarts. – brincou Harry – Até amanhã para vocês.

- Até, Harry! – disse Hermione.

Harry tomou um banho e se deitou. Ficou pensando em milhões de coisas. Imaginando se realmente Dumbledore estava vivo. “Por que ele não me procura? Será que ele acha que eu não mereço a sua confiança?” Remoeu isso por um tempo e nem se deu conta da hora, até que Rony entrou no quarto, meio amuado.

- Ainda não dormiu? – o ruivo perguntou.

- Ainda não. Estava pensando em um monte de coisas. – Harry disse olhando para ele – Que cara é essa, Ron? Você está esquisito.

- É Hermione. – ele respondeu.

- O que tem ela?

- Ela está me deixando maluco, Harry.

- Maluco? Como assim?

- Maluco... assim... bem... bem... A gente fica namorando lá embaixo... você sabe... assim...

- Fala logo, Ron! – pediu Harry.

- Bem... eu... nós ficamos assim... muito quentes.... Ela... as mãos dela...passam... assim... a gente se toca mais... você está entendendo? – ele continuou – Quando a coisa...está... assim...muito quente... assim... quase... Bem, o fato é que ela pára, Harry. Ela trava e diz que ainda não. Ela diz que a hora certa vai chegar e pede paciência e blá, blá, blá.

- Sei. E você está sem essa paciência. – Harry concluiu.

- Você ficaria assim também, aposto! Eu adoro ela, Harry! Por isso eu fico maluco! E eu sei que ela se sente assim também. Dá para perceber. – ele olhou para o amigo – Minha irmã te deixa assim também? – ele perguntou, depois acrescentou – Não, não me fala nada! Esquece! Não quero saber o que você e minha irmã aprontam.

Harry pensou se essa seria a hora certa de contar a ele, mas acabou desisitindo.

- Olha só, Ron. Hermione não é puritana. Ela sabe o que está fazendo.

- E como você sabe?

- Porque ela concorda que duas pessoas que se amam podem ficar... bem... mais íntimas, você sabe. Ela não é contra.

- E quando você conversou isso com ela? – ele quis saber.

- Eu? – ele pensou – Na verdade foi Gina quem me contou. – ele mentiu.

Ron não insistiu.

- Bem, vou tomar um banho para esfriar a cabeça. Esfriar tudo, na verdade! – ele bufou e foi para o banheiro.

No dia seguinte, este assunto não apareceu. A conversa girou em torno da reunião da Ordem. Quando a hora foi se aproximando, as pessoas começaram a chegar. Os primeiros foram os Weasleys. Molly e Arthur chegaram com Carlinhos, os gêmeos, Gui e Fleur, que já haviam retornado da lua de mel. Depois chegaram Lupin e Tonks e foram chegando diversos membros da Ordem. Além dos já citados, também estavam lá Moody, Shacklebolt, Diggle, Mundungo, Hestia Jones, Augusta Longbotton, avó de Neville, e McGonagall. A mesa da sala foi ampliada para acomodar todos em volta dela. Harry sentou-se em uma das pontas, com Rony e Hermione nas laterais, ao seu lado. Harry começou:

- Bem, antes de mais nada, eu gostaria de agradecer a presença de todos vocês. – ele pigarreou – Eu convoquei esta reunião para falar de um assunto bem delicado. Um assunto que, a princípio, fiquei em dúvida se deveria ou não compartilhar com vocês, pois está tudo muito confuso, ou ainda pode ser tudo uma grande farsa, planejada minuciosamente por Voldemort.

Alguns membros da Ordem se remexeram desconfortavelmente nas cadeiras. Ele continuou:

- Eu já adiantei o assunto para algumas pessoas aqui presentes e só não dei detalhes devido ao acontecimento de ontem na Toca, o qual todos já devem estar cientes. Bem, vamos ao motivo da reunião. – ele olhou em volta da mesa e viu que todos prestavam muita atenção. Ele prosseguiu – Enquanto estava em Hogwarts, Dumbledore pediu-me para praticar oclumência. Ele foi muito insistente nisso, pois percebeu que eu mantinha com Voldemort um elo indesejável. Ele talvez pudesse penetrar em minha mente e eu na dele. Muitos de vocês, ou talvez todos, já sabiam disso. – ele olhou para Lupin, que assentiu em concordância – Bem, eu tive aulas com aquele professor, desculpem-me pela palavra: maldito. Hoje não tenho tanta certeza se aquelas aulas serviram ou não de alguma coisa. De qualquer forma, eu confesso que não fui um aluno tão aplicado. Poderia ter praticado mais e me ressinto disso. Bem, há algumas semanas eu venho tendo sonhos bastante intrigantes. Nem sei se podem ser chamados de sonhos. Vou resumi-los rapidamente. Sonhei com Voldemort e Bellatrix Lestrange em um cemitério. Eles conversavam sobre buscar algo ou alguém. Logo depois soubemos que o próprio esteve em Spinner’s End para falar com Snape. O que mais chamou minha atenção neste cemitério foram 2 árvores que se inclinavam, formando um arco.

McGonagall fez um ruído e levou as mãos à boca. Harry a olhou intrigado, mas prosseguiu:

- Depois veio o sonho mais significativo. Voldemort torturava alguém. Lançava a maldição crucciatus em um moribundo, no chão frio do local em que estava. Este moribundo, para minha surpresa, revelou-se ser Snape. Por isso eles foram a Spinner’s End. Foram buscá-lo.

Houve murmúrios de surpresa entre todos.

- Pois é, ele torturava Snape por um motivo simples: ele acha que Snape e Dumbledore forjaram a morte deste último. Ele acredita que foi enganado por Snape e que Dumbledore ainda está vivo.

- Vivo? – espantou-se Hestia Jones.

- Harry, como pode ser? O que Snape respondeu? – perguntou Gui.

- Esta descoberta ou essa suspeita não foi confirmada pelo professor. – Harry respondeu – Ele disse que não sabia nada do que Voldemort estava falando e suplicou que acreditasse nele. Alguns Comensais disseram a Voldemort que Snape agüentou todo tipo de feitiço e tortura, mas não revelou nada. Isso me confundiu ainda mais, pois Voldemort está convencido que Dumbledore está vivo. Na hora pensei em tirar o professor de lá, onde quer que fosse, mas não tinha idéia de como procurar. No meu último sonho, Voldemort disse a Pettigrew que não mataria Snape por enquanto, até que se descubra tudo. Logo em seguida ele saiu andando e passou por 2 túmulos, onde ele parou, em frente às lápides. – ele concluiu – Os túmulos eram de meus pais.

Mais agitação entre os presentes. Harry então falou:

- Estamos todos unidos nesta guerra, não estamos? – todos assentiram – Vou precisar que sejam sinceros comigo, pois disso dependerá o futuro dela. – ele disse e perguntou – Algum de vocês sabe se Dumbledore está vivo?

Todos se entreolharam. Alguns sacudiram a cabeça negativamente. Outros estava tão perplexos com a coisa toda que não conseguiram balbuciar nada.

- Posso concluir, então, que ninguém sabe de coisa alguma sobre isso. – Harry disse.

- Harry, tudo isto é muito sério! – disse McGonagall.

- Realmente, Harry! – Tonks concordou.

- Se Snape não o matou, Dumbledore deve ter escolhido não nos contar. Ele deve ter tido a sua razão. – Lupin disse pensativo – O que eu não compreendo foi que você disse ter visto quando Snape lançou o Avada Kedavra nele. Você o viu caindo. Nós estivemos em seu funeral.

- Isso também está me deixando intrigado, professor.

- Isso deve ser uma armadilha do peçonhento. – disse Fred de repente.

A mãe o olhou com cara de poucos amigos.

- Isso mesmo, mãe! – disse Jorge – Ele deve estar armando mais uma para o Harry. Que nem foi há 2 anos. Como o Snape pode ter sido torturado ou enfeitiçado e não haver dito nada? Devem ter usado até a Veritaserum nele.

- Jorge tem razão, mãe. – disse Rony.

- Será que é mentira? Não havia pensado desta forma. – Harry coçou a cabeça e olhou para Hermione, que franzia a testa, pensativa.

- Se isso tudo for verdade, só há uma maneira de Snape ter suportado todo tipo de tortura, sem revelar nada. – disse Moody.

- Ele não é o Fiel do segredo. – Hermione concluiu por Moody.

- Exatamente isso, menina! Se Dumbledore está vivo, ele deixou outra pessoa como guardião do segredo.

Todos olharam automaticamente para McGonagall.

- Por Merlin! Eu não estou sabendo de nada! Tudo é tão novidade para mim quanto está sendo para vocês! – ela disse – Se nosso diretor está vivo, isto me alegra por demais, mas não sei se isso é verdade.

- Posso falar? – Hermione levantou a mão.

- Claro, fale! – disse Harry.

- Eu acho que não vai adiantar ficarmos conjecturando sobre uma notícia que não sabemos se é verdadeira ou não. Se Dumbledore está vivo, acredito que ele vai nos ajudar. Lá do modo dele, mas vai. Vamos deixar a coisa fluir conforme o desejo dele. Temos que focar nas coisas que temos mais a mão, ou seja, o possível esconderijo de Voldemort. O tal cemitério das árvores em arco. Algum de vocês sabe se o cemitério de Godric’s Hollow tem estas árvores de formato peculiar? Talvez o senhor, professor Lupin – ela virou-se para ele – que teve mais contato com os pais de Harry.

- Hermione, eu não lembro. Mas devemos ir até lá.

- Estas árvores não estão em Godric’s Hollow. – disse McGonagall.

Todos se viraram para a outra ponta da mesa para encará-la.

- Tem certeza, professora? – perguntou Harry.

- Tenho! Elas estão na Floresta Proibida, em Hogwarts.

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