Incertezas



O baque da “bomba” jogada por Harry estava estampada no rosto de todos que estavam ali. Menos no dele, de Rony e de Hermione.

- M-Mas Harry..., c-como pode..., como pode ser... – Arthur balbuciava.

- Isso é alguma brincadeira, Potter? – exclamou Moody.

- Alastor, Harry não brincaria com uma coisa dessas. – disse Lupin – O que aconteceu para você deduzir isso, Harry?

- Olha pessoal, eu gostaria de fazer uma reunião com os membros principais da Ordem. Quero que todos estejam presentes, inclusive a professora McGonagall. A nossa vinda aqui era para pedir que os Weasley marcassem tudo com todos. Não podemos falar disso aqui. A reunião deve ser feita lá na sede da Ordem.

- Claro, Harry! Claro! Mas, por Merlin, nos diga algo a mais. Como? Você mesmo disse que viu Snape matá-lo. Nós fomos ao funeral dele. – insistiu Arthur.

- Desculpe, Sr. Weasley, mas prefiro aguardar a reunião. Ainda mais depois do que aconteceu hoje aqui.

- Potter, estou achando isso muito esquisito, mas eu vou avisar a alguns membros da Ordem para fazermos a reunião. Vamos combinar para amanhã então, às 17h na sede da Ordem. Está bem para vocês? – perguntou Moody.

- Pela gente está tudo bem, certo? – disse Harry se voltando para os amigos e pedindo a confirmação deles.

Hermione e Rony assentiram com a cabeça.

- Então está marcado! – disse Arthur – Vamos, Moody, Tonks, Lupin! Vamos reforçar esses feitiços aqui de casa.

Enquanto os aurores percorriam a casa com Arthur, os meninos subiram e arrumaram os quartos de Rony e Gina.

- O que será que essa menina estava procurando? – perguntou Harry.

- Não faço idéia, cara. – respondeu Rony – Vai ver ela queria uma das minhas cuecas. – e riu.

- Francamente, Ron. Só você mesmo para fazer piada numa hora dessas. – Hermione disse sacudindo a cabeça – Vamos falar sério! Pense bem, Ron. Você ou Gina guardam alguma coisa de valor? Algo que interessaria a Voldemort?

- Eu não tenho nada demais aqui. Não sei se a Gina tem. Talvez seja uma boa hora de falar com ela, Harry.

- Tem razão, Ron. – disse Harry.

Harry tocou o pingente e iria pronunciar o nome de Gina, quando um pensamento veio à sua cabeça e ele o largou.

- O que houve, Harry? – perguntou Hermione.

- Esse pingente! Será que ela estava atrás desse pingente?

- Mas como ela saberia do pingente? E por que será que Voldemort teria interesse nisso?

- Sei lá, Hermione! Foi só um pensamento que me ocorreu. O pingente é mágico e, pelo que Gina me disse, é bem antigo. Vai ver tem algo a mais que nem a Gina sabe dizer.

- Nesse caso devemos perguntar para minha mãe. Afinal foi ela quem deu à Gina. – disse Rony.

- Depois, Ron. Deixa eu falar com a sua irmã primeiro. – ele tocou no pingente e disse – Gina!

Após alguns segundos, o holograma apareceu. Gina estava acompanhada de Neville e Luna.

- Oi pessoal! – ela disse aos garotos, já que todos estavam em frente ao holograma.

- Oi, Gi.- disse Harry.

- Harry, que maneiro! - exclamou Neville – Quando Gina me contou que falava com você assim, eu não acreditei!

- Nem eu! – disse Luna, tentando “pegar” o holograma. – Oi Harry! Oi Hermione! Oi Ronald! – ela acenou para eles com um sorriso.

- Olá, Luna! Olá, Neville! – disseram eles.

- E aí, meu amor, tudo bem? – perguntou Gina a Harry.

- Bem, agora está.

- Como assim? – ela perguntou.

- Gina, entraram na Toca! – Rony disparou.

- O quê?

- Está tudo bem agora, não se preocupe. – acalmou-a Harry.

- Mas como foi isso? Alguém se machucou?

- Mamãe foi estuporada! – disse Rony.

- A mamãe? Mas...

- Calma, Gi, o Ron não aprendeu ainda o que é sensibilidade. – disse Hermione olhando feio para ele.

- Ué, mas foi isso que aconteceu.

- Ron, as coisas tem que ser faladas mais devagar. Você quase matou seu pai no Ministério, mais cedo. – disse Harry.

- Ok, ok, mas essa é a verdade Gi. – disse o ruivo emburrado.

- Como ela está, pelo amor de Merlin? – perguntou a garota.

- Eu estou bem, filha. – disse Molly chegando ao quarto e ficando em frente ao holograma.

- Mãe! Ah que bom! O Ron é um trasgo mesmo! – disse Gina.

- Eu sou um trasgo? Você é que...

- Meninos! Por favor! – disse a mãe – Como você está, filha? E vocês Neville, Luna?

- Eu estou bem agora, depois do idiota do seu filho jogar uma “bomba” aqui.

- Bomba né? Da próxima vez que eu for aí, eu vou jogar mesmo uma bomba em você, mas vai ser uma daquelas bombas de bosta! – Rony disse emburrado e saiu do quarto.

Hermione revirou os olhos, suspirou e foi atrás dele.

- Não sabia que você estava usando o pingente, filha. Você deu o outro par para o Harry, não é? Boa idéia!

- Sou a espiã dele aqui. – e piscou para a mãe.

- Que nada, sra. Weasley. – começou Harry – Ela não consegue é ficar um minuto sem me ver. – e deu um sorriso.

- Isso também! – e riu junto com Neville e Luna.

- Bem, vou deixar vocês conversando. O Harry contará a história toda para você. Vou ver lá o humor do seu irmão. Tomara que Hermione tenha conseguido acalmá-lo um pouco.

- Não se preocupe, mãe. A Hermione tem um “ótimo” método para acalmá-lo agora.

- Já estou sabendo. – deu um sorriso – Vou descer. Um beijo, filha. E se cuide, hein!

- Ok, um beijo mãe.

- Tchau Sra. Weasley! – disseram Neville e Luna.

Depois que Molly saiu do quarto, Harry contou sobre o que havia acontecido.

- Harry, Gina nos contou sobre suas desconfianças sobre a professora de DCAT. Você acha mesmo que foi ela quem esteve aí? - perguntou Neville.

- Vocês a viram no castelo hoje pela manhã? – Harry perguntou.

- Bem, hoje é Sábado, Harry. A última coisa que eu quero ver em um Sábado é a cara de algum professor. – disse Gina.

- Eu não saí da Torre da Grifinória hoje de manhã. – disse Neville. – Só saí para almoçar e depois vim até o jardim com Gina e Luna para conversar.

- Também só saí agora. – disse Luna

- Você podiam dar umas incertas lá pelas masmorras, ou tentar saber com alguém se ela saiu de manhã.

- Isso não quer dizer muita coisa, Harry. Os professores às vezes ficam fora nos fins de semana. Você sabe disso. – disse Neville.

- É, você tem razão. – disse pensativo.

- Bem, essa professora foi da Corvinal, quando estudou aqui. – comentou Luna do nada.

- Foi? Como você soube? – perguntou Harry se interessando.

- Ela comentou em uma das nossas aulas. A Gina não sabia, porque os alunos da Grifinória estão fazendo DCAT com os da Sonserina e os da Corvinal com os da Lufa-Lufa.

- Uma ex-aluna da Corvinal ser uma bruxa das trevas? É, no mínimo, estranho. – comentou Harry.

- Bem, eu posso tentar descobrir algo mais. – disse Luna absorta, limpando uma mancha na roupa.

- Seria bom. – disse Harry – Não queria perguntar para McGonagall. Ela disse que ficaria de olho na Stairovisk, mas ela tem certeza que estou imaginando coisas. É melhor fazermos a coisa por nosso lado. Vocês sabem o primeiro nome dela?

- Engraçado! Agora que você comentou, eu nunca ouvi. Todo mundo a chama por Sra. Stairovisk ou Professora Stairovisk. – disse Neville.

- Sra.? Ela é casada, Neville?

- Deve ser, sei lá.

- Precisamos saber tudo desta mulher e vocês precisam me ajudar daí. Sei que posso contar com vocês.

- Claro, Harry! – disse o menino.

- Eu posso pedir para o meu pai ver se consegue saber algo. Ele vai até à República Tcheca investigar a aparição de alguns paquidermes róseos tanzanenses. Alguns habitantes viram 3 voando por lá. Vai ser uma ótima notícia para O Pasquim.

- Paqui o quê? – perguntaram Gina e Neville.

- Paquidermes róseos tanzanenses. – ela disse calmamente – São umas gracinhas. Eles se parecem com elefantes, mas no lugar de patas, eles têm asas. São originários da Tanzânia e são raríssimos. A cor deles parece até com a do batom da Gina. – ela deu uma risadinha.

Gina fez um beiço e ficou até vesga tentando olhar para sua boca.

- Vão dizer que vocês nunca ouviram falar deles? Aposto que Hermione já. – Luna disse.

- O que tem eu aí? – disse Hermione chegando ao quarto e puxando Rony pela mão.

- Ah, Hermione, eu estava explicando para eles sobre os paquidermes da Tanzânia. – Luna disse.

- Os róseos? – perguntou Hermione, para espanto de Harry, Gina e Neville.

- Então eles existem mesmo? – Neville perguntou.

- Você estava duvidando de mim, Neville? – perguntou Luna bufando.

- Não.. é... bem...

- Vocês querem que meu pai investigue sobre a família da professora ou não? – disse Luna bufando.

- Se não for desviá-lo da matéria... – Harry disse.

- Não! Tenho certeza que ele ajudará.

- Ok, então. – disse Harry.

- Bem, eu vou deixar você e Gina conversando, Harry. Vamos Neville! – disse ela.

- Tchau, gente! – eles disseram e saíram.

Gina se virou para Hermione.

- E então, Mione, “acalmou” o Roniquinho? – ela piscou para a amiga.

- Pois é, sua mãe apareceu bem na hora em que eu estava “acalmando” o seu irmão.

- Pegou no flagra. – disse o garoto – Mas acabou não dando tanta bronca. Ela só nos fez prometer que nos comportaríamos.

- E vocês concordaram, claro! Tolinha Molly Weasley. Ela na Toca e vocês no Largo Grimmauld, sei. – Gina disse e todos acabaram rindo.

- Mudando de assunto, Gi. - começou Harry – Eu estou desconfiado que ela poderia estar atrás deste pingente. Como ele veio parar aqui com sua família?

- Ih, Harry, é melhor você perguntar para Molly Weasley. Ela pode te dizer melhor.

- Meninos! – gritou Molly – o almoço está na mesa!

Rony não esperou um minuto e se mandou do quarto.

- Gina, depois você me conta se descobriu mais alguam coisa. Depois nós falaremos sobre a reunião.

- Um beijo, então. Tchau Mione.

- Tchau Gi. – disse a menina.

- Um beijo para você também. Daqueles bem gostosos. – disse Harry.

Depois que o contato se desfez, Harry olhou intrigado para Hermione.

- O que foi? – perguntou ela.

- Paquidermes róseos tanzanenses?

- A Luna uma vez veio me falando destes bichos no trem de Hogwarts. É como dizem os psiquiatras trouxas: é melhor não contrariar.

E eles desceram rindo.

Depois do almoço, Rony voltou ao quarto com Harry e Hermione. Esta carregava Bichento nos braços.

- Bichento está tão esquisito. – ela comentou.

- Como assim? – perguntou Harry.

- Sei lá, está meio arisco, meio temperamental. Ele até me arranhou um pouquinho.

- Quando eu falo deste gato, você briga comigo. – disse Rony.

- Mas ele nunca é assim Ron. A única vez que ele esteve esquisito desta forma foi quando ... – e ela parou de falar de repente.

- Quando? – perguntou Ron.

Ela não disse nada. Apenas fez um movimento de cabeça para que os garotos a acompanhasse para fora do quarto.

- O que foi, Mione? – perguntou Harry

Ela desceu as escadas e chamou os garotos atrás dela. Foram até o quintal da Toca.

- O que está havendo? Por que viemos aqui? – Rony quis saber.

- Porque eu não quis falar mais nada no seu quarto, até me certificar que é seguro.

- A tal menina não está mais aqui, Mione. E mais: os aurores reforçaram os feitiços. – Harry disse.

- Eu sei, mas... – ela olhava para as janelas acima deles. Depois falou bem baixo – Escutem, eu ía dizer que a única vez que o Bichento ficou deste jeito, foi quando ele estava atrás do seu rato, Ron.

- O Perebas? Mas isso foi há... Espera aí, você acha que ele pode estar aqui? – assustou-se Ron.

- Shhh! – ela pediu com o dedo indicador na boca – Pode ser que a tal Nancy, Violet, ou qualquer que seja o nome dela, não estivesse sozinha. Pode ser que o Pettigrew tenha vindo junto, afinal ele conhece bem isso aqui. Vai que ele tenha ficado para espionar mais um pouco para Voldemort, enquanto a garota desaparatou.

- Hermione! – exclamou Harry – Será? – ele baixou a voz – Se ficou, ele pode ter ouvido tudo o que nós conversamos com os aurores e pelo holograma com Gina, Neville e Luna. Pode estar nos ouvindo agora! Por Merlin! – completou ele olhando em volta, no gramado.

Ele se virou para Rony, que estava pensativo e com cara de poucos amigos.

- Hermione! Me dá esse gato aqui, agora! – exclamou Rony estendendo os braços para a garota.

- Não! O que você vai fazer com ele? – ela girou o corpo, protegendo o gato, que miava e rosnava além do normal.

- Me dá ele aqui, Mione! Não farei nada com ele!

Hermione olhou desconfiada, mas estendeu o gato para Rony.

- Vai Bichento! Ele não vai te machucar!

O gato rosnou para Rony, mas foi para os braços dele. Rony então encostou a boca no ouvido do gato e disse:

- Bichento! Você é nosso aliado agora, mais do que nunca! Vai e acha este miserável para a gente! Não pare até vir com esta maldito rato estrebuchando na sua boca! – e soltou o gato no quintal.

Bichento não entrou na casa. Pelo contrário, assim que foi para o chão, o gato voou em cima de uns 3 gnomos que estavam no jardim, um pouco afastados deles. Assim que viram o gato, os gnomos deram uns gritos de pavor e separaram-se. Ali, no meio deles, estava um rato. Bichento avançou, mas o rato correu em desespero pelo quintal.

- Vejam! – gritou Rony – Perebas! Volte aqui! – e ele saiu atrás do gato e de Rabicho, junto com Harry e Hermione.

- Bichento! Pega ele! – gritava Hermione.

De repente o rato se meteu na fresta de uma árvore, muito pequena para Bichento entrar. O gato ficou desesperado, arranhando o tronco da árvore e tentando pular em um galho. Os meninos olharam para cima da árvore e viram Rabicho, transformado em homem.

- Desce aqui, seu covarde. – gritou Harry empunhando a varinha.

Quando ele ía lançar um feitiço, Rabicho desaparatou. Bichento pulou nos braços de Hermione e ficou olhando para ela, com olhar entristecido, como quisesse se desculpar por não ter pego o rato.

- Tudo bem, Bichento! Da próxima vez ele não vai escapar. – a menina acariciou o pêlo do gato.

- Valeu, cara! Pelo menos você nos avisou! – e Rony também fez um carinho no gato, que ronronou em agradecimento.

Os meninos voltaram para dentro e contaram tudo a Molly e Arthur. Este último, que não havia voltado ao Ministério.

- Nós reforçamos os feitiços aqui e acrescentamos um contra animagos. Nenhum animago pode entrar aqui em sua forma animal, enquanto a Toca estiver sob este feitiço. No caso, dentro da casa. – disse Arthur.

- Bem – pensou Hermione – o feitiço foi colocado depois da conversa na cozinha e antes de falarmos com a Gina. Dá para concluir que ele pode ter ouvido nosso papo com os aurores e a coisa sobre Dumbledore, mas não a conversa pelo holograma. Nesta hora ele já deveria estar no jardim, pois aqui ele teria sido descoberto. Ele fugiu para lá antes de o vermos na forma humana.

- Menos mal. – disse Harry – Pelo menos não ouviu da investigação sobre a professora.

- E sobre Dumbledore eles já têm desconfiança mesmo. – comentou Rony – Bem, eles não podem pensar que sabemos de algo. Somente que suspeitamos. É melhor assim, não é?

- Isso! Eles vão saber que estamos tão no “escuro” quanto eles. Isso vai deixar Voldemort ainda mais confuso.

- Meninos, é melhor voltarmos para o Largo Grimmauld. Vamos botar tudo em ordem para a reunião de amanhã. – disse Hermione e se virou para Arthur – Nós poderemos desaparatar, depois do reforço nos feitiços?

- Claro, Hermione! Somente as pessoas de casa e alguns poucos têm a permissão.

Eles então se despediram e desaparataram.

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