A Marca Negra



Cap. 11 – A Marca Negra



- Menos 15 pontos para a Grifinória e detenção, Sr. Longbottom!

- Sim, senhora.

- Incrível como ela e Snape são parecidos, até parecem irmãos. – cochichou Rony para Harry e Hermione.

- Formariam um belo casal. – falou Harry.

- Eu ainda acho que eles têm um romance secreto. – dizia Hermione.

- Com licença, senhores, mas é que vocês estão conversando tão animados que a turma ficou curiosa para saber qual é o assunto. Queiram compartilhar conosco. – falou Lílian lá da frente da sala com um tom de ameaça e sarcasmo na voz.

Todos as cabeças se viraram para olhar o trio, que pareciam tomates de tão vermelhos que estavam. O pessoal da Sonserina dava risadas e tapava a boca com as mãos para a professora não ver.

- É… bem… falávamos de…

- Gaguejando assim, Sr. Potter, nos dá a entender que está improvisando uma desculpa. – ela lançou um olhar de extremo desprezo a Harry. – Menos 5 pontos de cada um, isso quer dizer 15. A turma está dispensada.

As turmas da Sonserina e Grifinória saíram e foram se dirigindo para a porta logo à frente.

- Isso é um pesadelo! – exclamava Rony indignado, já no corredor.

- Sinto lhes informar, garotos, mas agora teremos mais um tempo de pesadelos. – respondeu Hermione desanimada, apontando para a porta em frente.

- Não acredito! Querem matar a gente! Primeiro dois tempo de Roberts, agora mais um de Snape!

Eles entraram na sala de Snape e foram se dirigindo ao fundo da sala.

- Sentem-se e permaneçam em silêncio! – ordenou Snape.

“Hoje estudaremos as probabilidades de acerto quando usamos a varinha de outro bruxo. Agora façam duplas e troquem as varinhas. Em silêncio!”.

Todos fizeram duplas e Neville sobrou.

- O que está esperando, Longbottom? – perguntou Snape ríspido.

- N-não sob-brou mais n-ninguém, s-senhor.

- Ah, você sobrou. – respondeu ele sarcástico. – Faça com o Weasley. Potter, venha cá.

Harry e Rony destrocaram as varinhas a contra gosto. Então Harry foi até o professor.

- Me dê sua varinha, Potter, e fique com a minha.

Todos na sala se entreolharam, espantados, e Harry pegou a varinha do professor com um certo receio.

- Não quero ver minha sala destruída ou ter que enterrar aluno, aqui, por isso uma dupla de cada vez. E só quando eu mandar!

Os alunos gritavam “expelliarmus!” apontando a varinha do colega para uma estante cheia de objetos sem valor algum, apenas servindo de alvo, que estava a um canto da sala, deixada lá propositalmente pelo professor. Com alguns, os objetos apenas mudavam de cor, com outros os objetos criavam asas. Foram poucos os que fizeram apenas o seu objeto-alvo explodir, como deveria ser. Neville fez a estante toda voar pelos ares e causou uma grande explosão, e por isso ganhou uma detenção e 20 pontos a menos para a Grifinória. E Hermione, é claro, fez tudo perfeitamente bem.

- Um bom bruxo, não importa a varinha que esteja em suas mãos, sempre terá sucesso em seus feitiços. – declarou o professor finalmente.

Então ele mesmo aprontou-se em frente a estante – depois de ter consertado o estrago de Neville –, escolheu um objeto qualquer e, com um mero aceno da varinha e o feitiço pronunciado calmamente, fez o tal objeto explodir sem muito barulho.

- Potter, agora vá você.

Harry aprontou-se em frente a estante, deu uma olhada na varinha de Snape, apontou-a para a estante, respirou fundo e finalmente pronunciou o feitiço.

- Expelliarmus!

Mas nenhum objeto explodiu, mudou de cor ou qualquer outra coisa parecido com o que seus colegas fizeram. Da varinha de Snape – na mão de Harry – saiu um raio negro, se dissolvendo em uma forma estranha. Logo todos reconheceram o tal desenho como a Marca Negra.

- Potter! Você… – mas Snape não pôde concluir sua frase.

Os alunos ali presentes se assustaram com a expressão de pânico repentina de seu professor e com o breve gemido dele.

Snape cambaleou. Apoiou-se no ombro de um aluno próximo para não cair. Então foi tonto até uma cadeira e se sentou todo desajeitado. Hermione foi a primeira a socorrer, enquanto os outros ainda olhavam assustados para a Marca Negra conjurada no meio da sala de aula.

- Professor! O senhor está bem? Está pálido!

- Saiam… todos… Agora! Potter, você fica. Granger, vá chamar o professor Dumbledore.

Todos saíram rápido; Harry ainda estava chocado. De repente sua cicatriz começou a arder, a queimar profundamente, uma dor que estava o cegando. E então ele sentiu: Voldemort estava muito feliz.

- Estou aqui, Severo. O que houve? – perguntou Dumbledore preocupado.

- Potter, ele conjurou a Marca Negra.

O sinal já havia desaparecido.

- Harry? – perguntou o velho diretor olhando sério para Harry.

- Eu… eu não sei o que aconteceu, professor, eu simplesmente disse “expelliarmus” apontando a varinha do professor para aquela estante e… a Marca Negra apareceu.

- E você, Severo? O que aconteceu com você?

- A marca… no meu braço… Alvo, ele está convocando os Comensais. Não foi à toa que a Marca Negra saiu de minha varinha.

- Professor Dumbledore, eu sinto que… Voldemort está extremamente feliz, só não sei com o quê.

Dumbledore olhou para Harry um tanto preocupado, mas mantinha uma expressão serena no rosto.

Lílian estava indo em direção à sua sala, quando, ao passar pela frente da sala de Snape, olhou lá para dentro e viu os três com ar sério, Snape com a mão no local onde havia sua Marca Negra. Ficou preocupada, então resolveu entrar.

- É… com licença, mas está tudo bem, aqui? – mas antes que alguém pudesse responder, ela foi em direção a Snape e agachou-se em frente a ele. – Severo, está pálido! O que houve?

Ela ia colocar sua mão no rosto dele, mas ele se levantou e afastou-se antes do ato.

- Estou bem, Srta. Roberts.

- Não há mais motivos para esconder, Lílian. É melhor que fale para eles dois ficarem cientes de todo e qualquer perigo. – disse Dumbledore sabiamente.

Snape ergueu uma sobrancelha; Harry encarou-a atentamente, esperando ouvir o que ela tinha a dizer. Já Dumbledore, mantinha a expressão calma.

- Bem… acontece que eu sou uma Comensal da Morte. E… o Lord das Trevas está, no momento, atrás de mim. E isso porque, assim como você Severo, eu o abandonei para lutar ao lado de Dumbledore contra as Trevas.

- O quê?! – exclamou Snape nervoso e surpreso. – Você, Lílian? Uma… Comensal?

- Desculpe-me eu ter mentido… Ah… Alvo, será que você mesmo pode explicar a Potter?

- Claro. Venha à minha sala, Harry, por favor.

Harry deu uma última olhada nos dois, então seguiu Dumbledore até sua sala. Depois de ter certeza de que estavam sozinho, Snape falou:

- Esqueça isso, Lílian. Não precisa explicar nada, não me deve satisfações.

- Mas eu quero falar, eu preciso. Severo, você tem que saber… - então ela voltou a aproximar-se dele, e novamente ele se esquivou. – Por que foge de mim?

- Não estou fugindo, estou me preservando. E assim como não sirvo para “homem traído”, não sirvo para amante.

- Você sequer me ouviu! Não fale do que não sabe!

- Eu falo do que vi, Lílian, e vi claramente você e aquele… É melhor encerrarmos esse assunto por aqui que é para ninguém sair machucado.

- Eu já estou machucada… dói ser tratada dessa maneira por você. Por acaso já se esqueceu do amor que sentia por mim?

- Se quer saber, não, eu não esqueci. E pode ter certeza que dói muito mais em mim do que em você.

- Severo… por favor, você precisa me ouvir. Eu não sou de ficar… implorando, você sabe, mas eu não consigo ficar longe de você, eu necessito de você.

- Então comece a pensar nas conseqüências antes de praticar o ato.

- Mas que droga! Foi ele que me beijou! – Lílian já estava gritando.

Snape bufou.

- Por acaso você se lembra do motivo da nossa briga, Lílian? Lembra o porquê de nós termos nos separado?

- Claro que lembro! Ou você acha que eu ia me esquecer do que fez comigo?

- Então… o que eu fiz para você?

- Você… você transou com outra… Mas por que está me perguntando isso?

- Eu transei, você beijou. Que diferença faz? Por acaso você fez isso para me dar o troco, foi isso?

- Claro que não! Eu… eu já disse, ele que me beijou!

- Para um beijo são necessárias duas pessoas. E digo que também não tive culpa, fui seduzido.

- Mentira! Você não teve paciência de esperar que eu me sentisse preparada. E com aquela desculpa de que “você é homem”, foi logo pegando a primeira que queria dar para você! Como você acha que me senti? Você me traiu da pior forma possível! E ainda dizia que me amava!

- Eu sempre te amei, Lílian. E você nunca me deixou explicar, ficou com essa idéia fixa na cabeça!

- Para que explicar?

- Bem, então é melhor ir dar suas aulas e não tentar explicar nada a mim.

Lílian se sentiu colocada contra a parede. Sim, Severo ficou muito mau por todos esses anos sem poder explicar-se, pedir uma segunda chance, e agora estava fazendo o mesmo com ela. Talvez por orgulho ou pura vingança.

- Por que faz isso comigo?

- Lílian, agora eu sei como se sentiu naquela época. É realmente horrível ser traído. Bem, você me chutou da sua vida, por que eu deveria aceita-la?

- Foi só um beijo…- falou ela sentindo as lágrimas pesarem em seus olhos.

- E isso já basta.

- Mas… eu te perdoei pelo que fez, e a prova disso é que estou aqui me humilhando para tê-lo de volta!

- Sim, mas levou anos até que isso acontecesse.

Ficaram apenas se encarando por alguns segundos. Então Lílian falou:

- Severo, pelo Kurthney eu não sinto absolutamente nada. É você que eu amo, é você que eu quero. Por favor, perdoe minha fraqueza. Não seja tão orgulhoso. Você mesmo irá sofrer se me deixar…

Snape mantinha uma pose muito rígida. Ficou fitando-a por algum tempo com um olhar muito sério. Então se soltou.

- 7 anos de escola e mais esse tempo aqui… eu esperava tudo de você, Lily, menos ver você se humilhando por mim, depois de todo esse tempo de raiva.

- Porque eu amo você.

- Porque eu amo você. – repetiu ele suavemente, numa voz quase inaudível.

Eles foram se aproximando lentamente. Lílian colocou a mão no rosto de Severo e sorriu. Os rostos estavam muito próximos, até que os lábios se tocaram. Estava muito bom aquele beijo, os dois não queriam se largar nunca mais. Porém o momento foi interrompido por uma quartanista da Corvinal realmente corajoso.

- Ah… com licença, professores. – os dois pularam de susto.

- O que pensa que está fazendo invadindo minha sala dessa forma, Sr. Hanks? – perguntou Snape lançando seu mais mortal olhar.

- Peço perdão, professores, mas acontece que lá fora há turmas esperando pelas aulas de Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Muito obrigada, Sr. Hanks, por lembrar-nos de nosso dever. Não saberíamos o que fazer sem sua ajuda! – falou Lílian com sarcasmo. – Mas já que somos tão idiotas a ponto de precisarmos de você para o cumprimento de nosso dever, talvez seja melhor então o senhor mesmo dar nossas aulas. O que acha?

- N-não, professora, não foi isso que eu… - ia falando o garoto muito nervoso.

- Retire-se. – cortou Snape.

O menino saiu assustado.

- Acha que fui muito dura com ele? – perguntou Lílian cinicamente voltando-se para Snape.

- Não, Lily, não acho. Mas realmente precisamos dar aulas.

- Certo. Depois falamos sobre aquilo…- virou-se e foi embora.

As aulas teriam corrido bem como sempre, se não fosse por um corvinal linguarudo. Agora ao menos as turmas que ali esperavam para ter aulas já sabiam o que o garoto havia visto. Não que Snape ou Lílian se importassem com isso, mas os alunos não paravam de cochichar em meio a explicações sobre a matéria.

- Srta. Hunter, suponho que já tenha terminado sua poção.

- N-não, professora…

- Então me diga o que a faz pensar que tem o direito de falar com sua colega assuntos longe do propósito dessa aula, nesse momento?

- Nada, s-senhora.

- Então é melhor concentrar-se em sua poção, pois ela está escarlate, quando deveria estar vermelha. E não ouse abrir sua boca novamente, ao menos quando já estiver fora dessa sala, ou irá se arrepender amargamente. Espero ter deixado bem claro. Isso vale para todos! 10 pontos a menos para a Grifinória.

- S-sim, senhora.

Na aula de Snape não foi muito diferente.



Nota: bem, aí está o motivo pelo qual eles brigaram. Espero que tenham gostado. E, bem, acho que o capítulo teve um final feliz, não é? Lílian e Severo estão juntinhos novamente ^^! E eu estava planejando fazer um belo triângulo amoroso. Ficou meio chocho, mas vai isso mesmo. Oras, eles têm que ter outros motivos para brigar, tb! Um beijinho e obrigada aos que estão lendo e curtindo minha fic. Please, COMENTEM!

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