Traição



Cap. 10 - Traição



O casal ia muito bem, sempre passavam a noite juntos e se ajudavam com trabalhos escolares. Mas decidiram manter segredo, por enquanto, e ninguém parecia desconfiar. Na verdade a teoria de eles serem irmãos era a mais aceita. Tanto não desconfiavam, que James dava em cima de Lílian descaradamente.

- Srta. Roberts, disse que eu a procurasse quando a poção acabasse. Bom... aqui estou. - James sorriu, deixando Lílian sem jeito.

- Ah... e está fazendo o efeito esperado?

- É perfeita! Nunca usei algo melhor. Aonde arranjou essa poção?

- Bem... fui eu que a fiz.

- Ah, então é por isso que ela é tão boa!

Lílian corou violentamente.

- Obrigada. Espere aqui, eu já volto. - ela entrou em sua sala e logo voltou com o vidro. - Aqui está.

- Obrigado. - outro sorriso avassalador.

Lílian percebeu, finalmente: aquele homem a perseguia por onde ia, sempre arranjava um jeito deles conversarem, sempre arranjando desculpas para estar por perto. E desta vez ele a pegou na saída da biblioteca.

Ela ia indo com muitos livros nas mãos, mais a bolsa em seu ombro e alguns rolos de pergaminho debaixo do braço.

BAM! Tudo o que Lílian carregava caiu, inclusive ela para trás. Ficou atordoada com a batida, não conseguia ver no que batera, apenas sentiu alguém a puxando e pedindo mil desculpas.

- Perdão, Srta. Roberts! JURO que não a vi!

- Ah, tudo bem. - falou ainda tonta. Então se abaixou novamente para pegar suas coisas.

James abaixou-se também, muito próximo a ela, sem deixar de olhar direto em seus olhos.

Lílian estendeu a mão para pegar um livro, e James colocou sua mão por cima, propositadamente. Ela tirou a mão depressa. Olhou para o chão, muito corada. Se fosse qualquer outra pessoa, ela teria ralhado. Onde estava sua coragem? Ora, ele é apenas um rostinho bonito. Não estava sendo a mulher durona de sempre. Tinha que pôr limites nesse cara abusado!

- Lílian, olhe para mim.

Ela olhou.

James segurou o queixo de Lílian e deu-lhe um selinho. Ela ficou paralisada, completamente sem ação; via desejo e sinceridade nos olhos daquele homem, não conseguia resistir.

- James, não... - foi tudo o que conseguiu dizer, mas suas palavras não tiveram efeito nenhum.
Já era tarde demais, eles já estavam se beijando ardentemente no meio do corredor, agachados. Apesar de ardente, era suave. Era realmente muito bom, na opinião de Lílian. Mas de repente deu-se conta do que fazia.

- Não! - ela gritou e o empurrou para trás, fazendo-o cair de bunda, e se levantou. - Não! Você é maluco! Sem noção! O que pensa que está fazendo?

- Calma, Lílian! O que eu fiz de errado?!

- Cínico! Você me... - mas não completou. - Estamos no meio de um corredor da escola! E se alguém viu?

- Se é esse o problema, podemos ir a outro lugar.

- Seu... eu te odeio! Nunca mais chegue perto de mim! - e saiu correndo, deixando todas as suas coisas no chão.

Ela fechou a porta de seu quarto com força e encostou-se nela, escorregando. Suspirou e colocou o rosto entre as mãos, chorando, totalmente atordoada.

- Burra! Burra! Como você pôde deixar isso acontecer? Você ama Severo! - dizia à si mesma.

Ficou ali, chorando cada vez mais.



Lílian não encontrou James por todo o dia, tampouco Severo, o que ela achou estranho, pois seus quartos e salas eram de frente uma a outra, era quase impossível não se encontrarem.

Encontrou-os só mais tarde, no jantar; ela tentava evitar o olhar de James a tudo custo, enquanto teve a certeza de que era evitada por Severo. Só o porquê de ele estar fazendo isso que ela não entendeu.

- Severo, onde você esteve o dia todo? - perguntou suavemente ao ouvido dele.

- Fui no Vale. - respondeu friamente e sem olha-la.

- E por que não me chamou para ir junto?

- Você estava muito ocupada. - respondeu ele ríspido, com amargura na voz.

- Como assim? Eu estive livre o dia todo! Exceto por alguns trabalhos que tive que corrigir, mas não levei mais que uma hora.

- Não, você não esteve livre. - e sem olha-la, levantou-se e saiu.

Lílian ficou sem entender, sentiu-se confusa. Resolveu ir atrás, tirar essa estória a limpo. Entrou bruscamente nos aposentos dele, mas ele não estava lá. Foi na sala particular, nada. Na sala de aula, nada. Onde estaria uma hora dessas?, perguntou a si mesma. Então concluiu que ele poderia estar em um só lugar: no Vale.

Saiu em disparada pelos corredores do castelo, cruzou os jardins muito depressa até estar fora dos limites da escola, para então aparatar.

Quando desparatou no Vale, não pôde enxergar nada devido à escuridão. Então murmurou "Lumus", fazendo com que sua varinha produzisse luz. Olhou à sua volta, mas nem sinal de Snape.

- Severo, cadê você?

Não obteve resposta, mas não demorou muito até avistar algo próximo às margens do rio, um vulto. Foi se aproximando até ter certeza de que era Severo.

- Severo? Severo, me diz o que está acontecendo? Por que... por que me disse aquelas coisas? Por que está fugindo de mim?

Ele virou-se e olhou-a fundo nos olhos, parecendo estar sentindo muita raiva. Adiantou-se e ficou muito próximo a ela.

- Acho que eu é que devo perguntar o que está acontecendo. - disse em seu tom mais letal, num tom mais elevado do que o normal.

- Eu... não estou entendo.

- Eu já faço você entender.

Snape apertou o braço de Lílian e a puxou para longe da margem.

- Me solta, está me machucando! - mas foi ignorada.

- Agora me fale você o que está acontecendo. - falou ele apertando mais o braço dela.

- Quer me soltar, por favor? - pediu ela nervosa.

Ele olhou-a fundo nos olhos e suspirou, então a soltou.

- Tudo bem... agora me responda!

- Eu não sei do que você está falando. - mas agora talvez ela já começasse a suspeitar que tipo de satisfação Snape estava exigindo dela.

- Ok, então vamos tentar clarear sua mente com apenas uma frase: eu não sirvo para corno!

Lílian engoliu em seco; realmente não sabia o que dizer, então tentou desculpar-se.

- Sev, eu... - ela fez menção de colocar a mão no rosto dele, mas ele se esquivou antes de tal ação acontecer.

- Não me venha com essa. Não quero explicação alguma, só quero que você me deixe sozinho. Vá, vá ficar com ele e me deixe em paz!

Ele saiu andando, mas Lílian o puxou de volta pelo braço.

- Severo! Será que não pode nem ao menos me escutar?

- E para quê? Para nos machucarmos mais? Para brigarmos mais? Não, Lílian. É melhor cada um ir para o seu canto e deixar isso de lado.

- Admita que está com ciúmes! - bradou com raiva, mas no segundo seguinte o arrependimento bateu.

- Hahahaha! Não me faça rir, Lílian. Eu sei o que eu vi. Eu vi você se beijando com aquele homem no meio do corredor! Nem nós fazíamos isso, e você faz isso logo com ele?! Não, meu bem, o que sinto está longe de ser ciúmes. O que sinto nesse instante é desprezo e raiva por ter deixado você me fazer de bobo. E confesso que estou triste, pois eu a amo e achava que você me amava. - e sem dar chance de resposta, aparatou.

Lílian teve nojo de si mesma. Recostou-se a uma árvore próxima, colocou o rosto entre os joelhos e pôs-se a chorar.

Ficou por muito tempo ali, chorando, sem saber como agir, o que fazer, no que pensar, totalmente sem ação, apenas sentindo um desprezo enorme por sim mesma, uma vontade de sumir, ou de fazer James Kurthney sumir. Queria esganar aquele homem, e o faria assim que o visse na frente.

Mas seus pensamentos foram interrompidos por uma voz doce que chamou seu nome.

- Lílian?

Ela ergueu o rosto, assustada, e após reconhecer o dono da voz, levantou-se rapidamente, ajeitando as vestes, os cabelos e enxugando os olhos.

- Professor Dumbledore? O que faz aqui? Digo... tudo bem?

- Severo estava deveras transtornado quando o encontrei. Ele me contou o que aconteceu, após a minha insistência.

Sem parar para pensar, Lílian abraçou Dumbledore e recomeçou a chorar. Ela deitou a cabeça no ombro dele e ele passou a mão nos cabelos dela, tentando, em vão, consola-la.

- Professor, eu não fiz de propósito, eu...

- Não chore, criança. Não sei o que se passou pela sua cabeça ou pela do Sr. Kurthney naquele momento, mas posso dizer com toda a certeza de que não há culpados ou vítimas.

"Ele está visivelmente apaixonado por você, Lílian, enquanto você sente apenas uma atração, como qualquer mulher, pois ele é um rapaz cavalheiro e bonito. E, além disso, ele não sabe sobre você e Severo, senão tenho certeza de que não teria feito nada".

"Agora vá falar com Severo."

- Mas ele não quer me ouvir. - disse Lílian soluçando.

- Ao menos tente.

- Não, eu não ficar me humilhando por causa de homem. Por nenhum deles não vale a pena chorar. - falou decidida. - Se Severo não quer me ouvir, se não me quer mais com ele, o problema é dele. Quem sai perdendo é ele, e não eu.

- Você que sabe o que é melhor para você mesma.

Ela sorriu para Dumbledore e os dois aparataram.



Nota: aê, finalmente atualizei! Peço desculpas por taaaanto tempo sem atualizar... acontece que quando meu pc voltou do conserto, o site saiu do ar... bem, voltou ontem e hj estou atualizando. E peço desculpas pelo pouco conteúdo... é q eu já estava sem esperanças de que o site voltasse, daí nem digitei. Mas agora vou voltar a digitar minha fic e farei o possível para postar bem rapidinho. E... bem, se eu ainda tiver público... espero que gostem, né. E para a Tia Voldie (se vc ainda estiver lendo), que reclamou que eles estavam no "chove não molha", aí está. E vc tb tinha reclamado que eu não coloquei o motivo da briga deles... vai ser no prómixo capítulo, falow? E aproveitando a deixa... vou fazer publicidade. Nesse tempo q o site ficou fora do ar, fiz mais três fics... duas songs e uma em resposta a um desafio do site MioneSnape. Os nomes são "O Desafio", "Apenas Mais Uma de Amor" e "Quando o Sol Nascer". Valeu pela paciência.

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