O que Duda viu



O que Duda viu

Já eram 2 da tarde e o malão de Harry já estava pronto, as vestes negras, os livros, pergaminhos, penas, tinteiros... Tudo que necessitava para Hogwarts. A varinha ele levaria com ele em sua mão e a Firebolt como Lupin pedira também.

Quando Harry avisou aos tios que iria embora, houve um misto de alegria e infelicidade com a notícia. Ficar longe de Harry um mês antes dele ter que ir para escola, era melhor que ganhar na loteria mas se ele fosse ele se divertiria e isso era o que os Dursley menos queriam.

Ás 14 horas e 30 minutos, Harry desceu com o malão e viu seu tio sentado no sofá, Duda como sempre estava na cozinha, mas desta vez não estava comendo, queria ficar o mais longe possível das visitas quando elas chegassem, ainda tinha em sua memória os dois incidentes que acontecera. Tia Petúnia havia deixado a casa num brilho só, apesar de dizer que teria que arrumar tudo novamente porque “aquelas pessoas são muito bagunceiras e sem educação”.

- Quem vai vir te buscar moleque?- perguntou Tio Válter num tom nervoso e exasperado.

- As pessoas que estavam na estação de trem, o Prof. Lupin, que era amigo dos meus pais, e uns aurores, Alastor Moody, Ninfadora Tonks e mais Quim Shacklebolt- disse Harry simplesmente; Tio Válter tinha cara de horror.

- Auro... o quê?- perguntou Tio Válter muito confuso

- Aurores, eles são bru... eles perseguem pessoas que usam as Artes das Trevas.- falou Harry sem muita paciência, tendo que parar de falar bruxos.

- E o seu pa...pa...padrinho não vem?- Tio Válter transmitia terror no rosto. Harry sentiu seu estômago despencar, ainda não contara aos tios que Sirius havia morrido, talvez assim eles não o perturbassem tanto e ele não tivesse que ficar remoendo essa história. Com um certo pesar no peito e uma vontade enorme de gritar e chorar, mas porém controlando-se ele disse:

- Ele tá viajando, e como é foragido, não pode vir simplesmente aqui.

Todos ficaram em silêncio, Harry sentou ao pé da escada, Tia Petúnia permanecia calada, estava realmente estranha com ele desde aquele berrador de Dumbledore. Harry não questionava, a vontade de falar com ela era zero.

Harry foi até a cozinha pegar um copo d’água e viu Duda sentado na mesa de jantar bebendo um refrigerante.

- Com medinho Dudinha?- Harry sarcastizou. Duda olhou para ele apreensivo

- Você e esses seus... seus amigos, são todos malucos, vocês deviam morrer.

- Ah, Dudinha que coisa feia para se dizer. Mamãe não ensinou bons modos.- Harry disse fazendo bico.

- Vai a mer..

- Olha que coisa feia que você ia dizendo.- interrompeu Harry, sério agora.

- O que foi essa palavra é feia demais para você, Harry? Seus ouvidos são bons demais para ouvir uma palavra suja como essa.- ironizou Duda.

- Para quem já ouviu um Avada Kedrava, não é qualquer m**** que vai sujar meus ouvidos.

Harry estava muito sério.

- Um o quê? Essas suas palavras dementes...- disse Duda confuso. Porém quando Harry ouviu a última palavra, algo nele despertou e perguntou a Duda algo que estava querendo saber á 1 ano:

- Falando em dementes, o que você sentiu quando os dementadores chegaram perto de você no verão passado?

Duda ficou calado, sentira um arrepio. Aquela experiência fora a pior que tivera na vida.

- Não senti nada!- mentiu.

- Não seja mentiroso,- Harry agarrou o braço de Duda com força- me conte, o que você sentiu?!

- Foi como se tudo de bom acabasse- começou Duda, com a voz embargada, e o pulso doendo de tanto que Harry apertava, não sabia de onde saíra a força daquele garoto magricela - não lembrava de nada feliz. Só conseguia lembrar do dia que aquele pessoalzinho de cabelos vermelhos chegaram, eu comendo aquele caramelo, eu engasgado com a minha própria língua. Também lembrei daquele rabo de porco que aquele gigante me deu.

Apesar de odiar dementadores, Harry se divertia a cada palavra que ouvia, e as expressões de horror na cara de Duda.

- Já tô contente o bastante Duda, isso alegrou mais o meu dia perfeito. Até o próximo verão.- disse Harry e voltou para a sala com o copo de água na mão.

Faltavam 3 minutos para as 15 horas, a campanhia tocou.

- Uns chegam atrasados, outros chegam adiantados. Será que essa gente não sabe ser pontual. Pelo menos não vieram pela lareira, teria muito trabalho.- reclamava Tia Petúnia com vários muxoxos, mas abriu a porta.

Lupin usava um suéter vermelho (Harry achou que a Sra. Weasley fizera para ele) e calças compridas; Tonks usava o cabelo num tom fúcsia muito intenso, fazendo com que Tia Petúnia olhasse horrorizada para ela. Moody e Shacklebolt apesar do calor usavam ternos cinza-grafiti e preto, respectivamente.

- Boa tarde!- disseram Lupin, Tonks e Shacklebolt ao mesmo tempo. Moody estava submerso, seu olho mágico girava fora da órbita e o normal não parecia estar prestando atenção na conversa

Os Dursley ficaram calados.

- Eles disseram boa tarde!- disse Moody sem paciência voltando agora os dois olhos para os tios de Harry. Válter e Petúnia murmuraram um “boa tarde” sem animação.- Melhor assim, não acham? E você Harry como vai?

O garoto sorriu.

- Eu estou bem, contente por poder ir ver meus amigos.

- Ótimo, nós iríamos pela lareira, mas o Dumbledore está conversando com o Arthur Weasley por meio dela, e não podemos congestiná-la, vamos todos de vassoura

O ida para a casa dos Black, não foi prazerosa; o tempo estava nublado e Harry rezava para que não caísse uma chuva de verão. Eram 5 da tarde quando eles chegaram na porta da casa.

A campainha tocou e a Sra. Weasley atendeu, Harry pôde ouvir o retrato da Sra. Black gritando: “Mestiços, traidores do próprio sangue...”. Foi automático, em menos de 2 segundos que havia aberto a porta a Sra. Weasley abraçou Harry e lhe deu um beijo na testa.

- Como está Harry, querido? Tão magrinho... esses Dursley não te alimentam direito.- com o braço envolto ao pescoço de Harry ela o conduzia até a sala- Eu vou preparar um lanchinho para você. - e saiu em direção a cozinha

Na sala estavam Rony, Hermione, Fred, Jorge e bichento. Rony se levantou e Harry fez cara de desanimo, o ruivo continuava mais alto que ele. Fred e Jorge continuavam iguais e tinham rostos marotos. Mione havia cortado um pouco os cabelos, estavam pouco abaixo dos ombros. Rony abraçou Harry.

- Que saudade, cara! O que você fez nestas férias?-perguntou Rony.

- Coleção do Profeta Diário.- Harry brincou apertando a mão dele. Hermione o abraçou e deu-lhe um beijo na bochecha.- Adorei o presente Mione, o de vocês também.-disse Harry olhando para Rony, Fred e Jorge- Valeu mesmo.

- Eu pensei em lhe dar um livro realmente bom que eu li no comecinho das férias, mas achei que algo envolvendo Quadribol o alegraria mais.- disse Mione, todos riram.

- Aceita uma balinha Harry?- perguntou Jorge, como se oferecesse um sorvete a uma criança.

- Não obrigado.-respondeu Harry precavido.

- Harry!- a Sra. Weasley o gritara da cozinha.

Harry foi até ela. Cumprimentou o Sr. Weasley e disse a senhora que não precisava se incomodar e que não sentia fome. Ela insistiu. Harry ficou um pouco sem graça.

- Você devia comer Harry.- disse uma voz calma. O garoto se virou, era Dumbledore, na verdade era a cabeça dele na lareira.

- Ahn... certo.- respondeu sem graça. Desde a última “conversa” que tivera com Dumbledore tudo mudara em sua vida, saber que teria que matar uma pessoa era carga demais. Harry destruíra muitos objetos de Dumbledore e também o magoara muito, sabia disso. Estava numa fase extremamente difícil queria que tudo se explodisse, o simples fato de nunca mais poder ver Sirius o deixava péssimo e parcela de culpa que Dumbledore tinha nisso o fizera agir, como agiu. Harry pegou o sanduíche da mão da Sra. Weasley e ficou olhando para todos.

Estava um enorme silêncio, os olhos de Dumbledore cintilavam na direção de Harry, depois de quase 2 minutos, o professor pareceu não querer esperar mais e disse calmo, como sempre:

- Se não se importa Harry, eu gostaria de ficar a sós com os Weasley

Harry pediu licença e se retirou.

Bom, espero que tenham gostado, já estou postando o próximo, por favor comentem. B-jus Aline.

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