Tão Simples Assim



Os três conseguiram aparatar corretamente, estavam em pé no meio do quarto de Harry, com todas as partes de seu corpo. Rony comemorou o sucesso da sua aparatação comendo mais alguns doces do caldeirão. Harry estava mais preocupado com os tios que poderiam aparecer ali a qualquer momento e cansado como estava não queria ter que explicar como chegara. Hermione, que parecia ter lido os pensamentos de Harry, virou-se para a porta e a trancou com um feitiço.

- Será que conta a proteção mesmo se eles não souberem que eu estou aqui? – perguntou Harry.

- Acho que não. Afinal, se eles não souberem que você esteve aqui, seria como invasão de privacidade e a proteção diz que você estará protegido enquanto poder chamar esse lugar de casa. Mas pra que você ficaria escondido na sua própria casa, entende? Não acho que se esconder dos tios seria uma atitude de quem esta “em casa”.

- Certo. Amanhã então eu falo com eles. Agora nós temos que resolver como iremos encaixar mais dois lugares para dormir.

- Simples. Nós pegamos dois sacos de dormir e colocamos no chão.

- Mas eu não tenho saco de dormir aqui.

Quando Harry terminou a frase, dois sacos de dormir apareceram no chão, já preparados para serem usados. Olhou para o lado e viu que Hermione guardava a varinha. Ela pediu para os dois se virarem porque ela ia trocar de roupa. Eles obedeceram e depois ela fez o mesmo. A menina ia entrando em um dos sacos, mas Harry se adiantou e disse que era pra ela ficar com a cama, pois ela era “visita”. Era cedo ainda, e os três sabiam disso, mas após tudo que aconteceu e após a viagem um tanto quanto cansativa, eles concordaram que o melhor a fazer era descansar.
Acordaram no outro dia com a energia totalmente revigorada. Harry, por sorte, ele pensou, não teve nenhum sonho ou pelo menos não lembrava de ter tido. Parecia um dia agradável, um sol gostoso raiava lá fora, e o céu estava muito azul, não tinha motivo para eles ficarem dentro de casa. Comeram, depois desceram, Harry iria falar com os Dursley enquanto Rony e Hermione foram para a rua. Harry sabia que os Dursley não iam gostar de saber que ele estava ali, mas não estava preocupado com isso. Ele foi até a cozinha, onde todos os Dursley estavam presentes.

- Cheguei! – berrou ele quando entrou na cozinha.

Os Dursley levaram um grande susto, mas depois voltaram a fazer o que estavam fazendo, não pareceram se importar com a presença do garoto, como se já esperassem que ele de alguma maneira chegaria.

- Como você veio? – perguntou Valter sem tirar os olhos de seu jornal. Petúnia estava fritando um ovo, provavelmente para Duda, que estava vendo televisão enquanto devorava o bacon que estava em seu prato. Na mesa ainda continha mais um prato com bacon, caso Duda quisesse mais.

- Eu aparatei. – respondeu o garoto.

- Você o que? – perguntou Valter – Por favor, responda como uma pessoa normal, ou pelo menos tente.

- Eu desapareci em um lugar e reapareci em outro. – explicou Harry calmo.

- E você se atreve a falar isso em voz alta? – berrou Valter.

- Você que queria saber e se eu respondesse sem fazer barulho seria difícil você escutar, não é?

- Então a culpa é minha se você fica expondo seus atos anormais pra toda vizinhança! – continuou Valter.

- Você que está expondo. Não sou eu que estou berrando que nem um louco. – replicou Harry. – E... Eu já ia esquecendo. Eu trouxe dois amigos, nós iremos ficar no meu quarto até amanhã e agora nós estamos indo dar uma volta. Vamos tentar ficar longe de vocês o máximo, não porque vocês querem, mas para nossa própria felicidade. E se vocês, de alguma maneira, tentarem nos impedir, sérios danos podem acontecer.

Harry sacou a varinha. Os três Dursley pararam o que estavam fazendo e encararam o garoto.

- Você não nos engana. Eu lembro o que aquele velho falou e você não fez dezessete ainda. Não é adulto, não pode fazer... Isso. – falou Valter, com medo na voz.

Harry tentou se manter calmo após o tio chamar Dumbledore de “aquele velho”, o que agradou nada. Fechou os olhos, contou até dez. Tentou outras coisas que tinha aprendido para tentar se acalmar, mas nada pareceu dar certo.

- É... Parece que vocês conseguiram me irritar já na primeira frase. – disse Harry com um tom de voz muito calmo. – BOMBARDA!

A cadeira de Duda explodiu, e ele caiu de bunda no chão. Petúnia correu para socorrê-lo e Valter virou-se para Harry, ia se levantando quando o garoto apontou a varinha para ele.

- Nem pense nisso ou o estrago pode ser ainda maior. Agora eu estou indo, senão eles vão ficar preocupados com a minha demora. Tchau! Accio prato com bacon!

O prato foi em direção a Harry que o pegou e saiu da cozinha. Encontrou Rony e Hermione fora da casa, os dois pareciam preocupados, então Harry contou o que aconteceu. Hermione abriu a boca para falar algo, mas achou melhor ficar quieta. Não seria bom questionar o que Harry tinha feito, afinal, eles falaram de um jeito um tanto rude sobre Dumbledore. Harry ofereceu-lhes bacon, mas só Hermione aceitou, Rony ainda estava com algumas dores por causa dos doces que comeu quando acordou. Harry também pegou um bacon porque sabia que doce não era algo que poderia chamar de “refeição perfeita”. Os três caminharam pela rua, não havia muito que fazer, apenas caminharem e sentirem a brisa matinal daquele lindo dia. Foram ao parquinho que havia ali, sentaram no balanço e conversavam enquanto se balançavam. Passados alguns minutos começaram a escutar uma música que vinha de uma casa ali perto. Harry gostou da música e até começou a cantar o refrão quando conseguiu decora-lo, Hermione e Rony, só apreciavam. Pareciam estar se divertindo muito, mesmo aquilo sendo uma coisa simples, mas era de se esperar após passarem por coisas tão complicadas, tudo o que precisavam era uma coisa simples como aquela. Passaram horas ali, pois não viram o tempo passar. Voltaram pra casa e perceberam que já era de tarde. Foram ao quarto de Harry, e “almoçaram”, não viam a hora de o dia acabar e eles irem para A Toca e realmente comer, sabiam que ao chegar lá seriam recebidos de braços abertos e poderiam desfrutar de um enorme e delicioso banquete que a Sra. Weasley teria preparado. Os seus sonhos foram varridos de suas mentes quando uma coruja entrou pela janela e entregou a Hermione o que parecia ser o Profeta Vespertino. Hermione deu alguns nuques para a coruja e desenrolou o jornal.


Comensais da morte em Azkaban? Alguém viu?

Parece que mais uma vez o Ministério não conseguiu segurar os Comensais da Morte em Azkaban. Ontem, todos os Comensais presos após o acontecimento do Ministério fugiram. Não se tem informações de como o fizeram porque os guardas, que estão substituindo os Dementadores, afirmam terem visto nada. O único prisioneiro que ainda ficou para contar a história foi Stanislau Shunpike, que parece ter nenhuma ligação com Você-Sabe-Quem. A propósito, o jovem de 22 anos que é mais conhecido como Lalau e era condutor do Nôitibus Andante nos cedeu uma entrevista após ser libertado...


Hermione continuou lendo, mas agora lia só com os olhos. Comentou com os garotos que Lalau também viu nada, pois estava dormindo quando tudo aconteceu. A noticia também esclareceu que Lalau foi solto, pois ficou claro que ele não era um Comensal da Morte. Harry ficara feliz com a soltura de Lalau, mas não era bom saber que Comensais da Morte estavam saindo facilmente de Azkaban. Talvez tenha sido a primeira vez que Harry desejou que os Dementadores atacassem alguém, mas infelizmente eles não estavam mais ajudando o Ministério, estavam do lado de Voldemort agora. E todos aqueles Comensais que ele ajudou a capturar estavam soltos novamente e não adiantaria serem pegos de novo, pois provavelmente aconteceria o mesmo. Harry percebera o quão difícil à batalha contra Voldemort estava se tornando. Muitas perguntas surgiam na cabeça do garoto, não sabia se ainda teria forças suficientes para acabar com um exército de Comensais. “Não! Nós vamos conseguir”, pensava ele tentando aumentar sua confiança e auto-estima. “Ele matou meus pais e os Comensais acabaram com minha vida, não posso simplesmente deixar assim”. Levantara da cama sem perceber e Rony e Hermione o encaravam.

- Você está maluco, cara? – perguntou Rony.

- Não... Eu só... Nada, nada... – Harry voltara a sentar na cama e virou-se para Hermione – Achou mais alguma coisa?

- Sim... Escuta...


Bruxo encontrado após mais de um ano de buscas

Após mais de um ano de buscas, após tantos outros reveses, finalmente o Ministério conseguiu “marcar pontos a seu favor”. Sr. Olivaras, bruxo famoso por fazer varinhas e vende-las em sua loja no Beco Diagonal, foi encontrado em boas condições. Todos pensavam que ele tinha sido seqüestrado ou até morto pelos Comensais da Morte, mas para felicidade geral o bruxo apenas fora se esconder em algum lugar longe de sua loja, pois diz ter visto vários Comensais da Morte rondando o Beco Diagonal e ficou com medo, afinal, como o próprio Sr. Olivaras afirma, “Eles poderiam estar querendo roubar minhas varinhas, eu não iria ficar ali e esperar que me pegassem também”. O bruxo precisará apenas passar alguns dias no St. Mungus e depois poderá voltar ao seu dia-dia.


Hermione acabara de ler a noticia e os três se olharam, pareciam felizes, mas mesmo assim não deixaram de ficar preocupado com a fuga dos Comensais. Hermione acabara de ler o jornal.

- Nós precisamos fazer nosso teste de aparatação, Harry – disse Rony do nada. Harry e Hermione não entenderam porque Rony estava pensando no teste.

- É... Nós precisamos... – disse Harry ainda surpreso – Mas falta muito tempo ainda para o teste, afinal eu ainda preciso fazer dezessete...

Harry, que completaria dezessete anos no dia trinta e um de julho, e Rony, que já tinha dezessete anos, mas não passou no primeiro teste, fariam o teste no dia do aniversário do garoto. Harry voltara a pensar na noticia da fuga dos Comensais. Não podia acreditar que estava parado enquanto Voldemort estava “se armando”. Por estar em desvantagem em números de aliados era ele quem deveria estar montando estratégias ou pelo menos buscando idéias de onde poderiam estar as Horcruxes.

- Nós precisamos fazer alguma coisa. – comentou Harry para os dois – Não podemos ficar aqui parados.

- Mas fazer o que? – perguntou Hermione

- Talvez nós pudéssemos mandar uma coruja para o pessoal da Ordem e ver o que eles descobriram sobre a fuga. – aconselhou Rony.

- Não... Vamos fazer melhor, vamos para A Toca. – disse Harry já arrumando as coisas dentro do malão – Lá nós podemos-nos reunir com os membros da Ordem.

- Mas Harry e a proteção? – perguntou Hermione

- Acho que já está bom, não? – perguntou Harry – E também, não acho que vou precisar dessa proteção até completar os dezessete anos, eu precisaria dessa proteção depois disso.

Hermione e Rony assentiram e começaram a arrumar os malões também. Os três iriam aparatar, mas dessa vez individualmente. Harry soltou Edwiges e avisou para que ela fosse para A Toca. Rony já havia deixado Píchi com os Weasley e Hermione deixara Bichento com Gina. Estavam preparados, todos seus pertences lotavam os malões. Harry novamente fez a contagem e eles foram, desapareceram instantaneamente.






Desculpem pelo tamanho do capítulo, mas eu prometo que compensarei no próximo... Aproveitem, votem e também comentem, afinal, o que seria de mim sem vocês? hauhauhuaahuahau

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