Vinda do inferno ---- (o penúl

Vinda do inferno ---- (o penúl



- Meu amor! - era a primeira vez que Hermione via Harry, depois de uma semana longe.

Todos os alunos voltavam à estação e se reunião á frente do trem para contar como fora o “feriado”...

- Tudo bem? Por que não me escreveu? - ele perguntou depois de um beijo prolongado. - Eu enviei algumas cartas a você...

- Desculpe. A maior parte do tempo eu e minha família saímos, e no dia de natal foi um inferno... Por falar em inferno, cadê a Vicky?

- Deve estar vindo ali... A Bree já atravessou o portal...

Ao dizer isso, uma das gêmeas veio em sua direção: Um sorriso enorme estampado no rosto...

- Oi Bree. - Hermione cutucou Harry, ao ele cumprimentar a moça.

- Não me confunda nunca mais Potter. - a voz grave de Victorya soou brincalhona.

- Victorya?

- Por que o espanto? - Vicky tinha mesmo feito o piercing, e também aproveitou o feriado pra mudar o cabelo e pinta-lo... Agora estava totalmente liso e com as pontas pintadas de rosa choque.

- Eu achava que só a Bree gostava dessas coisas...

- As aparências enganam. - terminou com um sorriso.

- Cadê sua irmã e sua gata?

- Minha mãe ficou com a gata e a Bree voltou “pro’States”...

- Por quê?

- Distúrbios psicológicos... Ahh... aí vem a Norah. - Norah também tinha colocado piercing, mudando também o cabelo, que antes era até a cintura, e agora, estava quase chanel e tinha várias mechas amarelas espalhadas por ele... Só pra completar o visual, colocou uma lente de contato de olho de gato.

- Oi Harry, Mione. - ela pausou e olhou pra Vicky - Você nem me esperou né sua safada!?

- Você demora demais...

***

- Então quer dizer que vocês passaram o natal juntas? É isso? - Harry perguntou com um pouco de ciúmes, mas que não deixou transparecer.

- Sim... Nem sabíamos que nossos pais se conheciam! Foi legal, não foi “V”?

- Foi sim... - Vicky olhava franzindo a testa, para os lados. Parecia procurar alguém...

- O que foi Vicky? - Harry perguntou arrumando a cabeça da namorada sobre seu colo. Os quatro já estavam em uma cabine, e apenas guardavam lugar pra Gina e Rony.

- Acho que ela não volta mais né?

- Ela quem?

- Fionna.

Ao ela falar o nome da outra, Luna entrou estranha na cabine da prima...

- Vocês falaram com McGonagall, não foi?

- Oi Luna. Tudo bem comigo. E você? - Harry brincou com a garota.

- Falaram ou não?

- Pra que você quer saber? - Hermione perguntou, nem dando tanta importância.

- Eu só queria ajudar.

- Acho que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance Lu. - Luna fez uma cara como se tivesse acabado de acordar.

- Vocês me acham tão estranha assim por quê? Eu não entendo.

- Você não é estranha. É exótica e inteligentemente diferente. - disse Hermione abafando uma risada.

- Vou fingir que não sei que vocês me acham uma idiota! - e tentou sair correndo, mas no meio do caminho, esbarrou com Rony, o derrubando e quase prendendo a cabeça de Gina entre uma pequena abertura de uma cabine cheia de sonserinos.

- Opps. Desculpe. - ela lhe ofereceu a mão pra levantar.

- Tudo bem...

- Ele pode desculpar, mas olha o que você fez comigo garota! - Gina gritou começando a fazer escândalo: ao cair, não chegou a prender a cabeça, mas cortou a testa em um ferrinho da porta. O sangue escorria desenfreado pelo seu rosto.

- Desculpe! Eu não fiz por mal...

- Cala a boca sua esquisita. Vai procurar alguém que te queira! - Draco, ao ouvir a voz de Gina, saiu da cabine no outro corredor, e foi socorre-la. Logo os dois saíram, com Hermione ameaçando tirar pontos ou até mesmo dar uma detenção pra quem não entrasse logo na cabine e não calasse a boca e fechasse a porta.

- Rony! - Luna chorava sem parar. - Eu não fiz de propósito - a cada palavra dada, uma grande lágrima perolada escorria de seus olhinhos de bola de tênis. - Eu juro!

- Tudo bem Luna, eu sei... a Gina só tava um pouco brava, só isso. Vem. Eu converso com você em uma cabine.

***

O céu já tinha escurecido e Rony não fora na cabine dos amigos, mas outra pessoa, com certeza foi...

- Licença. - era Lindsay.

Harry respirou fundo e Hermione olhou satisfeita para a coloração do nariz da rival: continuava tão roxo quanto antes.

- Fala Lindsay. - Norah respondeu.

- Vocês sabem onde está o Rony? Eu preciso tanto conversar com ele! - e fez uma voz manhosa. De repente, Norah levantou do assento.

- Mesmo que eu soubesse não falaria! - sua face transpassava raiva e um certo ciúme.

- Nossa! Como foram escolher uma presidente, pra Delta Witch, tão grossa? - Lindsay provocou. - Se algum de vocês o vir, eu peço encarecidamente que falem que eu to precisando muito dele, ok?

- Ta entojo! - Hermione fez biquinho e mostrou a língua em direção à porta... - Norah?

- Oi. - a garota olhava significantemente para Vicky... Desde o dia em que contara que transara com Rony, à amiga, a outra dava força pra ela tentar alguma coisa com o rapaz, que não era de se jogar fora.

- Por quê você ficou tão nervosa?

- Então Norah, eu estava mesmo precisando falar com você. Vamos ao banheiro? - Vicky interrompeu, para tentar tirar a amiga dali sem ela precisar responder...

(Rony abalando corações... Quem diria. 3??? Naum acha q é mto naum?).

****************************************************

- Ro-rony! - ela ainda gaguejava - Desculpa... eu não.... eu não fiz por ma-mal!

- Senta aqui. - por sorte, havia uma cabine vaga no último vagão do trem.

A garota deitou a cabeça com os longos cabelos dourados, no colo de Rony... Seu cabelo tinha cheiro de fruta cítrica... (Kra! Fructis! Huahuahauahuahau.... olha a propaganda!).

- Eu nunca tinha feito isso.

A garota parecia mais calma.

- Isso o quê?

- Ficado deitada assim no colo de alguém... Acho que a última vez que fiz isso foi quando minha mãe, ainda era viva.

- Me conta o que aconteceu com ela? O que você lembra dela?

****************************************************

- Calma Ginny! - com o corte já fechado, Draco tentava acalmar Gina.

- Eu não vou ficar longe de você! Você vai embora e o que eu faço?

- Não vou embora. Nunca vou me separar de você!

- Sua mãe quer que você vá estudar fora! Você precisa... E eu não posso ir!

- Eu pagaria...

- Nem pense nisso! E tem outra coisa: Meus pais me encheram o saco. Nem é por você, mas eles acham que sou muito nova pra namorar! Porra! Eu tenho dezesseis anos! Falta só um mês pra eu ser maior de idade!

- Calma Gina. A gente vai resolver isso... - Draco, enfim sentou ao lado da namorada. Logo o trem estava parando, e uma grande idéia surgindo em sua cabeça... Mas, ela teria de aceitar...

***

- Bom dia alunos: Hoje começaremos a revisar a matéria para os N.I.E.M’s.

***

- Bom dia, como foi o natal de vocês? Espero que bom... Hoje vamos revisar as matérias...

***

- Matérias...

***

- N.I.E.M’s.

***

- Início das provas.

***

O tempo passou...

A cada dia que passava as matérias ganhavam mais ritmo e cada vez mais, trabalhos e questionários de páginas quilométricas, iam ocupando o tempo dos sétimanistas...

Em meio ao mês de maio, todos começavam a ficar nervosos e cada um reagia de um jeito:

Umas garotas começavam a arrancar os cabelos...

Outros comiam tanta unha, que os dedos começavam a ficar em carne viva...

Não havia mais tempo nem pra namorar, muito menos pra outras coisas...

No quarto feminino das grifinórias no sétimo ano, uma garota, em plena madrugada, se debatia na cama...

- Não... Por favor, professora! Eu preciso passar, não! NÃÃÃÃÃÃÃÃÕOOOOOOO!!! - Hermione levantou suada da cama... Ninguém reagiu... Era a quarta vez na semana, que ela tinha o mesmo pesadelo: Não era aprovada em nenhum dos exames.

Parecia que todas as garotas estavam acordadas, com medo de que se dormissem, poderiam ter pesadelos piores, ou iguais ao de Hermione.

- Chega. - Victorya levantou da cama lotada de livros e resumos, e saiu nervosa quarto afora...

Já eram quatro horas, mas, mesmo assim, haviam muitas pessoas na sala comunal. Ninguém levantou “um” olho pra ver quem descia as escadas e batera a porta no andar superior.

- Eu.não.agüento.mais! - Victorya seguiu para o quarto de Olívio. Ao chegar em frente à sala do “professor”, ela começou a bater, não se importando com o barulho.

- Quem é... - Olívio perguntou sonolento.

- Eu. - ela o olhou dura quando ele abriu os olhos para enxergar quem o importunava... Sua expressão mudou a ver que era Vicky.

- O que houve? Entra.

- Não. Eu não quero entrar. Só quero dizer que está tudo acabado entre nós. Eu não conseguia estudar pensando em como falar isso pra você.

- O quê? - perguntou entorpecido com o que acabara de escutar.

- Isso mesmo. Boa noite. - quando ela ia saindo, apertando o passo, ele a segurou pelo braço, não coberto pela camisola.

- Por que isso? Da pra me explicar?

- Olha: Eu tava pensando na profissão que eu ia seguir, e mesmo assim, não sei ainda. Acho que isso ta me ocupando demais. Entende? Eu quero ser auror, mas ao mesmo tempo estou confusa!

- Você está chamando o nosso amor de “isso”?

- Que amor? Eu nunca disse que te amava. Sempre gostei muito de você! Muito mais do que devia... Eu também achava que era amor, mas não era. Amor é o que a Gina sente pelo Draco e que a Mione sente pelo Harry! É uma coisa recíproca. Há uma troca. Nós não temos nada. Eu estou muito nervosa. Quero estar livre pra decidir a minha vida! Fazer cursos! Viver sem algemas! Entende?

- Você não quer nem saber o que eu acho disso? O que você acha que está fazendo?

- Acho que você deve aceitar o contrato com aquele time titular lá, que eu nem sei o nome.

- E você?

- Eu tenho que pensar em mim! Se for pela minha mãe, eu só faço compras no shopping o dia inteiro e vivo indo a chás com as damas da sociedade inglesa! Eu quero lutar e você sabe disso. Eu não agüentava mais esnobar você e ver que você sentia minha falta! Você precisa de sexo e eu também, mas eu não tenho tempo!

- Mas eu não me importo.

- Mas eu sim. Eu não tava conseguindo me concentrar. Eu preciso de espaço e você não pode se limitar a ficar aqui em Hogwarts.

- Será que você pode entrar pra gente terminar de conversar?

- Não. Eu não quero e não posso... Depois a gente se fala... Adeus! - ela saiu correndo pelo corredor, não triste, mas com um sorriso sincero no rosto. Agora sim estava livre pra viver e finalmente ser feliz sem prende-lo consigo...

***

No dia seguinte...

- Dia galera! - Gina olhava pra todos os amigos... Era uma cena realmente muito sem graça: Tanto Harry, quanto Mione, Victorya, Norah e Rony, estavam ocupados demais, entretidos com os livros. - Hoje é por acaso o dia dos N.I.E.M’s?

- Temos um simulado. Gina, se me der licença, eu vou lá pra biblioteca, ta? - Victorya levantou da mesa, pegou uma torrada, tomou o último gole do suco, e saiu com a mochila e os livros nas mãos.

- Ok. Eu preciso falar com você!

- Fala. - As duas seguiam agora pelos corredores.

- Quer ser minha madrinha de casamento?

Victorya, que estava mastigando o resto da torrada, engasgou e colocou a mão na boca para abafar a tosse.

- Casamento?

- É! Eu e o Draco escolhemos você.

- Você e o Draco vão se casar??? - ela gritou no corredor apinhado de alunos do terceiro e segundo ano.

- Fala baixo! Mas vamos sim! Esqueceu? Eu já sou maior de idade! - ela deu um sorriso de orelha a orelha.

- Aceito sim! Obrigada amiga! - ela deu um abraço sem jeito em Gina.

- Você está triste?

- Como estaria triste com uma coisa dessas?!

- Não é isso. Você antes parecia angustiada... agora não sei dizer... você está diferente!

- É! Eu terminei com o Wood.

- O QUÊ???

- Não tava conseguindo me concentrar. Bom... agora se me der licença, eu preciso mesmo estudar! A prova é na segunda aula e eu vou bolar a de Adivinhação... não vai ter nada hoje na aula. A professora ta de licença... esqueceu que o pequeno Snape vai nascer? Huahauahuahauahauahauahuahaua.

- Hehehe... É verdade. Bom... vou lá também. Não tenho provas tão difíceis, mas também preciso estudar... bjusss... - quase virando pelo corredor, Gina chamou novamente a atenção de Vicky. - Eu quero saber de tudo depois, viu?

Victorya acenou com o polegar, quase mecanicamente.

Sem ninguém prestar atenção, um vulto negro perpassou o corredor. Alguém escutara a conversa...

***

Na hora do almoço...

- Nossa! Que prova mais besta. - Hermione sorria estonteante, ao acabar de gritar e tirar pontos de dois alunos que corriam pelo Salão Principal. - cadê a Vicky?

- Olha Mione, eu tenho que ir ali... Tenho uma reunião rápida com o time.

- Mas, e a Vicky? Ela também não é do time?

- É, mas depois eu falo com ela. Vem Rony.

Os dois deixaram Hermione sozinha.

O Salão Principal parecia mais vazio do que o de costume. Talvez porque metade dos alunos tinham passado mal com a pressão das provas, e tenham parado direto na enfermaria...

Ao deixar as coisas em cima da mesa, e sentar para descansar um pouco, Hermione sentiu uma mão morna pesar sobre seu ombro. Com estrépito, ela levantou da cadeira...

- Você quer me matar?? - ela perguntou quase voando na cara de Kian.

- Não! - ele sorriu estranhamente. - Só queria conversar.

- O quê? - seu coração ainda batia rápido, pelo susto.

- Nossa! É sério... faz tempo que a gente não conversa... Eu queria voltar a ser seu amigo.

- Você nunca foi meu amigo. - disse claramente.

- Bom... - ele tentou continuar um pouco sem graça. - Como foi na prova?

Hermione mudou de expressão de forma rápida. No segundo seguinte, havia um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto.

- Otimamente bem!

- Que bom... Eu já não tive tanta sorte. Será que você podia me ajudar a estudar pros N.I.E.M’s? Eu não estou conseguindo me concentrar...

Mione olhou desconfiada pro rapaz...

- Não sei. Sabe, é que o Harry não vai gostar.

- Nossa! Como você mudou! Você era tão independente! - ele tocou em um ponto fraco de Hermione, conseguindo o que queria.

- Eu sou independente! Certo. Quando começamos? - desafiou.

- Hoje à noite. Pode ser?

- Ok. - ela sorriu forçada.

Um silêncio mórbido pairou no ar...

- Que bom que aquela garota foi embora né?

- Garota? - Hermione endureceu na cadeira.

- A Bass.

- O que tem ela? Você soube de alguma coisa dela?

- Não! Só achei estranho ela deixar a escola... Não voltar depois das férias.

- É. - a garota ficou sem ter o que dizer.

- Bom... Eu já vou.

- Onde nos encontramos?

- Eu estava pensando na Torre Sul...

- Mas não há nada pra lá!

- Por isso mesmo. Assim ninguém nos incomoda. Você vai, não é? Ou o Harry...

- Vou! - exclamou com um tom definitivo e conclusivo.

Ela ficou observando o garoto partir... Havia um ar diferente em seu rosto... Um pressentimento ruim invadiu Hermione, mas seus pensamentos foram tomados por Dumbledore, que entrou no Salão Principal chamando atenção de todos os alunos.

- Bom, só queria sua atenção para o seguinte aviso: promoveremos uma festa no final de junho, para o encerramento do ano letivo. Na festa só pederá vir alunos dos quintanistas em diante. Essa festa foi idéia dos nossos queridos monitores chefes... - Hermione fez cara de quem não tinha entendido muito bem, e olhou para Simas. O garoto sorriu de forma cínica: Tinham discutido na última semana, pois Simas queria fazer a festa e ela não, e a idéia tinha que partir dos dois.

- Uau Mione! Foi você que teve a idéia? - Lilá perguntou entusiasmada.

- Ãnh? Ahh, foi-o-Simas. - disse com os dentes cerrados e forçando um sorriso. Como ele poderia estar pensando em festa justamente agora? Tinham que se preocupar com os N.I.E.M’s! - O Simas me paga! - ela disse em um sussurro para si mesma.

- Como?

- Nada não Lilá.

- Você foi bem na prova?

- Acho que sim, e você? - perguntou sem o mínimo interesse.

- Acho que errei o gabarito todo.

- Que pena. Bom, depois a gente se fala. Eu preciso dar uma palavrinha com o seu ex.

Hermione saiu de seu lugar antes mesmo que escutar o que dissera Lilá.

- Simas! - ela o puxou pelo braço e o levou para fora do Salão. - O que você acha que está fazendo?

- Eu? Bom... - fingiu pensar. - Agora estou parado na frente de uma garota linda com cara emburrada e eu nem sei qual o motivo!

- Não se faça de idiota! - disse um pouco vermelha por tê-la chamado de linda. Ele nunca tinha dado em cima dela. Será que agora ia começar a dar em cima da namorada de um de seus melhores amigos? - Por que você falou à Dumbledore que iremos fazer a festa?

- Eu falo tudo Hermione! Não tem problema!

- Parece que você não pensa né? E os N.I.E.M’s?

- To pouco ligando pra’s provas! Quero curtir primeiro.

- Bom. O problema é seu. Só sei que não vou ajudar até pelo menos as provas terminarem.

- Tudo bem.

- Então tchau.

- Tchau. - ele continuou a observando.

- O que você ta olhando?

- Não posso olhar também é!?

- Não, é que eu tive a impressão de que...

- De?

- Nada. Esquece. Vou almoçar.

- Eu também.

Em outro canto do castelo...

- A “patty” eu já peguei.

- Ok. Eu vou me encontrar com a Hermione, mais tarde lá na Torre Sul.

- É hoje o grande dia. - Segurou-se para não dar uma risada escandalosa.

O outro deu uma risada seca.

- Hoje ele morre. E eu termino o trabalho.

***

- Oi amor. - Harry beijou o rosto de Mione.

- Oi - ela parecia pensativa.

- O que foi?

- Nada. - mentiu. Na verdade, continuou pensando na possibilidade de Simas trair o amigo...

- Sei...

- Como foi a reunião? A Vicky apareceu lá? Ela nem apareceu pra fazer a prova!

- Ela deve ter chegado atrasada e sentado lá atrás e a gente não viu, só isso.

- Ahh... Harry.

- Fala “mor”.

- Eu vou dar uma “aula” hoje. Quer dizer... Vou ajudar uma pessoa a estudar hoje a noite.

- É? Que bom. Pena que a gente não vai passar a noite juntinho né?

- É. Pois é. - começou a ficar nervoso.

- E quem é?

- Quem é...? Humm O “an”. - disse baixinho.

- O quê?

- O Kian. - continuou quase em um murmúrio.

- Quem?

- O KIAN! - gritou nervosa.

- Não vai não! - ele a olhou sério, mas ainda calmo.

- Vou sim. Você não manda em mim!

- Você prefere ele a mim?

- Não seja idiota Harry! Não é nada disso! - alteou um pouco a voz.

- Então o que é? - fechou os punhos tentando se controlar.

- Ele só quer voltar a ser meu amigo!

- Hum-hum, sei. Sei bem o tipo de amizade que ele quer ter com você. Papai Noel também me visitou no natal, eu não te falei não? - disse ironicamente.

- Harry! Nunca eu ia me encontrar com ele se não tivesse certeza do que estivesse fazendo! Ele me pareceu querer mudar!

- Certo.

- O quê?

- Faça o que quiser.

- Como?

- É problema seu. Resolva. Ou ele, ou eu.

- O quê? - ela riu descrente no que acabara de ouvir. - Harry! Deixa de ser ridículo!

- É você que está sendo ridícula! Está acreditando nele! Está sendo boba!

- E você está sendo infantil! Ta parecendo uma criança mimada!

- Não quero mais saber. Cansei. Nosso namoro acabou. Esfriou faz tempo e foi por SUA causa!

- Como pode dizer uma coisa dessas? Você não tem o direito de subestimar o que eu sinto por você!

Nisso todos estavam olhando para o casal. A professora McGonagall interrompeu a discussão.

- Desculpem, mas será que poderiam terminar essa discussão em outro lugar?

- NÃO! - gritaram juntos, desafiando, sem querer, a professora.

- Quer dizer... desculpe professora. - Hermione ficou vermelha.

A professora respirou fundo e resolveu relevar.

- Aqui não é lugar para brigas e discussões Srta. Granger, e eu também acho que seria melhor vocês terem maior privacidade para discutir o assunto. Eu esperava um comportamento mais racional da parte dos dois!

- Desculpe professora. Não vamos mais brigar aqui.

- Nunca mais. Nem aqui e nem em lugar nenhum. Com licença professora. - Harry saiu do salão com uma expressão fria e dura.

Hermione correu atrás...

Conseguindo alcança-lo no quarto andar, Hermione começou a gritar desesperada...

- VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO! NÃO PODE FAZER ISSO COM A GENTE! HARRY, EU TE AMO!

- Muda o sujeito dessa frase. “Você” está acabando com tudo.

- Harry, por favor!

- Eu não tenho mais nada pra falar com você, entendeu? Nunca mais. Vai estudar com seu amiguinho vai!

Hermione não disse mais nada. As lágrimas que escorriam por seu rosto já diziam tudo.

****************************************************

- Sério? Mas o que houve? Cadê a Mione? - Gina acabara de saber da briga do casal, por ninguém mais ninguém menos que Lilá e Parvati: as maiores fofoqueiras da Grifinória.

- É. O Harry agora está sozinho. Vai lá consolar ele Parvati! - Lilá brincou.

- Vocês não prestam mesmo, não é? O Harry AMA a Mione.

- E o que tem isso? Eu também AMO o Tom Wellling e ele é casado com a Jamie White e não comigo!

- Humpf! Vocês não têm vergonha na cara mesmo né? Bom, vou procurar a Mione...

- Manda um beijinho pra ela!

- E fala que eu sinto muito!

- Putas! - Gina deu meia volta e seguiu para a biblioteca.

Toda vez que Mione ficava nervosa ia pra biblioteca ler em um canto vago. Era sempre assim. De preferência, ficava nas seções onde quase ninguém ia visitar, como a de Literatura Trouxa...

- Eu já li esse livro. São vários sonetos. Sonetos que falam de amores trágicos... - Gina chegou por trás de Hermione. - O que aconteceu amiga? - perguntou com uma voz branda, mas preocupada.

- Leia isso. - ela deu o livro a Gina. - Não existe isso. Nenhum homem ama desse jeito... Eu realmente queria ter conhecido Camões...

Gina apoiou o queixo sobre o ombro de Hermione e pousou os olhos no soneto...


“Alma minha gentil que te partiste,

Tão cedo desta vida descontente

Repousa lá no céu eternamente,

E viva eu cá na terra sempre triste


Se lá no acento etéreo onde subiste,

Memória desta vida se consente

Não te esqueças daquele amor ardente,

Que já nos olhos meus tão puro viste


E se viste que pode merecer-te

Alguma coisa a dor que me ficou

Da mágoa sem remédio de perder-te


Roga a Deus que teu amor encurtou

Tão cedo de cá me leve a ver-te

Quão cedo de meus olhos te levou.”


- Só posso te dizer uma coisa.

- O quê? - Hermione perguntou desolada.

- O Harry te ama muito. Olha: eu não entendi muito bem o que aconteceu, mas tenho certeza de que tudo vai se resolver. Vocês se amam. Foram feitos um pro outro! Hehehe.

- Humm...

- Sabe, tem uma pessoa que pode parecer uma criança de vez em quando, pode parecer maluca também, mas ela sabe muito bem o que fala... Uma vez ela me disse pra eu lutar pelo o que eu queria: O Draco. Eu to com o meu amorzinho agora e vou me casar com ele por causa dela!

- O quê? - Hermione enxugou as lágrimas dando lugar á um sorriso surpreso.

- É. Eu vou me casar. O Draco vai viajar e eu vou com ele. Queremos nos casar o quanto antes. Vai ser o único jeito de nos manter juntos e os meus pais vão ter que entender!

- E a escola? Hogwarts?

- Eu vou continuar estudando, mas não vai ser aqui. Vai ser como um intercâmbio, entende?

- Nossa! Fico Feliz por você... Eu ganhei um apartamento em Londres de Natal... Uma cobertura. Meus tios me deram de presente, porque o único filho deles morreu quando tinha cinco anos... Eles me tratam como filha.

“Acho que vou morar lá”.

- Mas eu não quero que você fique feliz por mim. Quero que sorria pra você também! O que quer que tenha acontecido, não me interessa, mas eu tenho certeza de que vai passar logo, logo. E pensando bem... - tentou brincar - a depois o que vem na reconciliação é muito melhor! Hehehe.
- Humm. Acho que não quero falar sobre isso. Você sabe onde aquela louca está? To procurando a Vicky desde de manhã. - desviou do assunto propositalmente.
- A última vez que eu falei com ela foi de manhã também... Acho que ela disse que vinha pra biblioteca. Parece que vinha estudar... Sabe que eu até fiquei preocupada! Ela tava calma demais pra quem terminado com o namorado.
- Vamos perguntar então pra Irmã Pince.
Elas foram em direção á bibliotecária.
- A Srta. Hutingdon entrou aqui de manhã e acho que até agora não saiu. Eu não a vi passar pelo menos. Ela deve estar naquela mesa ao fundo... Deve estar perto da porta da seção restrita...
- Ok.
- Obrigada Pince. - Mione agradeceu.
Chegando à mesa...
- Mione, olha!
- Formigas. - Hermione observou um montinho que mexia-se em cima da mesa.
- Espere. Torrada! - Gina olhou para a amiga com uma expressão enrijecida. - A V estava comento torradas de manhã! Ela veio pra cá comendo torradas!
- Do jeito que ela é destrambelhada, deve ter esquecido aí...
Gina olhou mais atentamente para o canto. Lá estava o anel que Draco tinha dado à amiga, e seus livros espatifados, abertos, jogados ao chão.
Sua voz saiu trêmula e aguda...
- Ou não.
***
- Olha, eu a vi passando com um cara de capa preta... Ela parecia embriagada... Não sei, ou muito entretida no assunto. - disse Morgan, que também era amiga de Victorya.
- Quando foi isso?
- Acho que na hora da prova!
- Gina... eu acho que a gente ta se preocupando á toa então... Ela deve estar se divertindo por aí.
- É. - a garota continuou desconfiada.
- Bom... Aula de Trato das Criaturas Mágicas! Tenho que ir Gina. - Hermione saiu correndo pelo corredor apressada: ainda tinha que recolher o material no Salão Principal.
Gina continuou parada no corredor... Aquilo não estava certo e alguma coisa lhe dizia que Vicky estava em apuros.
***
Na aula de Trato das Criaturas Mágicas, Harry sentou longe de Hagrid, Rony e Hermione. Não queria nem pensar em escutar o nome da garota. Hagrid e Rony, “pelo incrível que pareça”, nem perguntaram porque o rapaz estava daquele jeito, afinal, todo mundo da escola já sabia da separação do casal “20” de Hogwarts.
- Então? O que estão esperando? O sinal acabou de tocar... Podem ir, mas antes, me entreguem o esquema que eu pedi como lição.
Os alunos se levantaram e um por um, foi entregando o dever passado pelo professor. Na vez de Harry, Hagrid o examinou com os olhos... Parecia preocupado com o homem a sua frente.
- Harry, você quer conversar?
Harry não respondeu. Apenas o fitou com um olhar estranho.
- Sabe... Sempre que o seu pai brigava com a sua mãe, ia lá na cabana me visitar...
Harry continuou sério, mas respondeu.
- Obrigado Hagrid, mas eu tenho que assistir à próxima aula.
Quando ia saindo da fila, Harry ouviu Hagrid falar uma última coisa...
- Se quiser... vá lá em casa depois do jantar.
Harry preferiu não olhar pra trás.
*****************************************************
- Hermione! Você enlouqueceu? É claro que o Harry tem razão! - Rony também discutia com a garota... Parecia que aquele não era mesmo um dia de sorte.
- Vocês não entendem! E se o Harry gostasse mesmo de mim, ele entenderia! O Kian já foi meu amigo!
- É você que não entende Hermione! O Harry é que está certo em querer te defender.
- Já que o Harry está tão certo, já que ele é que tem a razão, porque você não o namora? - disse irritadiça.
- Você não entende! Esse cara vai aprontar uma.
- Não era você que vivia implicando com ele, dizendo que ele era um idiota? Então! Um idiota não pensa...
- Olha, eu não quero discutir com você. Eu só quero que você e o Harry fiquem bem novamente.
- É. Eu também queria.
***
- Eu só não entendi uma coisa.
- Fala. - uma voz embargada saiu da boca de uma mulher. Parecia sem paciência alguma.
- Por que eu não podia simplesmente seqüestra-la?
- Porque você tem que ganhar a confiança dela! Seqüestrar a sangue-ruim ia dar muito trabalho seu energúmeno!
- Ahh... Ener - o quê?
- Esquece seu idiota!
- Por que idiota? Eu não fiz nada!
- Vai se fuder e sai logo daqui. Daqui a pouco já vai dar nove horas e você precisa encontrar a infeliz.
Logo em seguida, a porta da sala bateu com estrondo, indicando a saída do homem.
*****************************************************
- A Vicky deve ter aproveitado bem o dia. Também coitada. Estudou tanto durante esses dias pra essas malditas provas, que tava precisando mesmo “dar uma aliviada”.
- Não sei não Mione. Não sei não. - Gina continuava estranha.
- Quer que eu deixe sua mochila lá em cima?
- Quero, obrigada.
- Me espera. Eu também já vou descer pra jantar...
*****************************************************
- Hagrid! - a voz de Harry saiu rouca.
Uns dois minutos depois Hagrid abriu a porta. Estava todo coberto de uma meleca branco/transparente. (opps... não pensem besteira).
- Olá Harry! - tentou um sorriso, mas pareceu que algo o estava impedindo de faze-lo.
- O que é isso Hagrid?
- Eu estava mexendo com grude pra couro de Dragão. Acho que espirrou um pouco em mim...
- Ahh... um pouco? Certo. Você quer ajuda?
- Não precisa. Sente-se. Eu só vou pegar... Ai! Droga! - ao encostar-se à pia, uma xícara grudou em sua mão.
- Acho melhor ajudar. Espere. - Harry procurou a varinha no bolso da calça. - Pronto. Limpar! - ordenou, e ao mesmo tempo, Hagrid ficou totalmente sem cola, e a xícara se espatifou no chão. - Deixa-me dar um jeito nisso: reparo!
- Ufa. Obrigado...
- Certo. Você disse que meu pai vinha sempre aqui? - sentou-se em uma das poltronas: a que não estava cheia tralha.
- É. Ele e o Remo sempre vinham aqui sim. - Hagrid olhou pro teto como se algo extraordinário estivesse sobrevoando sua cabeça.
- E o Sírius?
- Esse só vinha depois da farra. Eu sempre tinha uma poção antiembriagues comigo... Vinha aqui pra não chegar na escola trocando os pés, se é que me entende.
- Nossa...
- Seu pai me lembra muito você.
- É. Eu sei. Acho que já me disseram isso algumas milhões de vezes.
Hagrid riu sem graça...
- Mas pra que ele vinha?
- Na verdade... - Hagrid pausou demoradamente. - nem sei porque disse isso pra você.
- Isso o quê?
- Acho que seus pais não iam querer que eu contasse. - sorriu sem jeito.
- O que Hagrid?
- Bom... Antes de seu pai começar a namorar sua mãe, Remo namorava Lílian.
- O quê?
- Isso mesmo. Mas, deixe-me fazer um chá pra nós pra conversarmos com calma.
- Não tem algo mais forte?
- Não, fique quieto e sente-se... É uma longa história.
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- Gin, faltam quanto pra’s nove?
- Dois minutos. - respondeu séria.
- Ok. Depois a gente se fala! - saiu da mesa, limpando a boca com guardanapo.
Gina segurou o braço da amiga.
- Toma cuidado. Não deixe que ele te machuque.
- Gente! Pelo amor de Merlin! Acordem: Eu. Vou. Só. Estudar. Com. O. Kian.
- Então tchau. - e virou brusca para o outro lado da mesa.
- Eu enh! O que eles acham que eu sou? - Hermione foi reclamando até o saguão de entrada. Kian já estava lá. - Cheguei atrasada?
- Claro que não. Nós nem tínhamos marcado aqui. - Deu um sorriso inseguro.
- Está nervoso com algo?
- Não. - ele olhou para os lados. Parecia procurar algo.
- Nossa! Você está transpirando! - Hermione colocou a mão no rosto do rapaz, mas o toque pareceu lhe incomodar. - Não seria melhor...?
- Não! - não a deixou terminar. - Tem que ser hoje.
- Calma. Ok.
- É melhor irmos andando. - ele a puxou pelas mãos e saiu praticamente correndo pelo corredor.
Hermione estava começando a ficar com um certo receio.
- Por que está correndo?
- Não estou correndo. - olhou novamente pra trás.
O engraçado, é que em plena hora do jantar, quando os alunos estariam descendo e andando pelos corredores, em direção ao Salão Principal, não havia movimento algum...
- Você está com dúvida em qual matéria?
Ele pareceu pensar...
- Transfiguração.
- Que bom... pelo menos essa eu sei de cabeça. Deixei meu material no quarto.
- Ahh. Que bom né? - riu estranhamente. - Você brigou com o Harry, foi?
- Eu?
- Sim. - enquanto falava, não olhava pro rosto de Hermione. Continuava a conduzindo com rapidez, mas não a puxava mais pelo braço.
- É. - respondeu com pesar. - Nós, humm... terminamos.
- Ah. - pareceu se preocupar.
Passaram-se uns dez minutos e nenhum dos dois falou mais nada.
- Ufa! Chegamos, não? - Hermione ofegava de tanto subir escadas.
O garoto abriu a porta. Hermione acabara de notar uma coisa que não tinha percebido antes: ele não estava com material algum... Será que tinha deixado o que precisava ali, antes de ir encontra-la?
- Espere... cadê seus livros?
- Eu tenho uma novidade pra você.
Hermione escutou um barulho vindo do fundo da sala. Não havia luz, apenas uma fraca claridade que vinha dos lampiões pela janela aberta. A única coisa que sentiu, foi seu tornozelo torcendo com a queda...
Uma mão fria a havia empurrado ao véu negro da escuridão.
- Ai Kian... isso me machucou! Que novidade? - ela esfregou as mãos na parte dolorida.
- Nós não viemos aqui pra estudar. - disse calmamente. Mesmo com a sala às sombras, Hermione conseguiu ver um sorriso desdenhoso perpassar o rosto a sua frente.
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- Ai Rony, pára. Aqui não. - era a voz de Norah, vindo de algum ponto da arquibancada do estádio de quadribol.
- Ninguém vai ver. - ele suspirou ao beijar a nuca dela e sentir o gosto da pele dela.
- Alguém pode chegar. - ela o tentou prevenir, mas estava muito difícil.
- Fica fria gatinha. Vai ser inesquecível. Hehehe... Ou você já transou com alguém em uma arquibancada à luz fraca dos archotes mais próximos?
- Deixa de ser palhaço Ron. Aqui não. Alguém pode chegar!
- Quem, por exemplo? - ele a colocou estirada em um banco e ficou em cima... ia tirando as peças da roupa da garota sem ela nem perceber...
- Hei! Aquela ali não é a Luna?
- Nesse truque eu não caio! - ele riu.
- Eu to falando sério seu bobo! - ela colocou a mão no queixo dele e virou seu rosto para ver do que falava.
- Ahh não! O que essa chata quer?
- Fala baixo! Essa “chata” foi a garota que você se enrolou no mês passado! E ainda por cima ficou me enganando durante um bom tempo, se agarrando com a Lindsay! - disse com uma pontada de raiva e ciúme.
- Mas como você é louca por mim, me perdoou, não? - brincou, passando a mão na bochecha dela.
- E estou começando a me arrepender! - Ela o empurrou, fingindo raiva.
- Calma. Adoro quando você fica brava. Suas pupilas de gata se dilatam! - soltou mais um sonoro riso.
- Sai de cima de mim e deixe-me fechar a roupa. Vá lá embaixo ver o que Luna quer.
- Sim madame.
Rony passou pelos bancos e desceu pela escada. Não precisou andar muito até chegar em Luna...
- Oi Di... Quer dizer, Luna.
- Pare de me zoar. Você nem merecia saber de mim o que eu vou te contar! - disse com raiva.
- Então não fale. - dando meia volta, ele fez menção de subir novamente as escadas, mas foi parado por Norah, que vinha em sua direção.
- Olá Luna. O que aconteceu?
- Eu ia falar pra esse idiota, que a amiguinha dele está correndo perigo de vida, mas ele não quer nem me escutar!
A expressão de Rony mudou. Agora estava sério...
- Que “amiguinha”? Fale!
- Hermione. Eu escutei a tarde, alguém combinando mata-la, com o Kian!
Rony nem agradeceu, e saiu correndo, levando Norah consigo...
Luna ficou lá, parada, apenas olhando...
Não podia fazer mais nada.
***
- Então foi isso? Ela ficou grávida e... - Mas Harry foi interrompido por batidas incessantemente escandalosas na porta.
- Harry! - Rony praticamente derrubou Hagrid ao entrar na casa.
- O que foi Rony? - Harry perguntou intrigado com o amigo.
- Há uma manada de hipogrífos aí fora Norah? O que aconteceu com seu amigo? - Hagrid brincou, não imaginando o que ia acontecer...
- A Hermione.
- O que tem ela? - perguntou Harry impaciente só por ter escutado o nome da garota.
- Ela está correndo perigo!
- O quê? - passou de impaciente a preocupado.
- Como disse? - bradou também, Hagrid.
- Sim! - Norah respondeu. - E acho que Vicky também está! É muito estranho! Ela sumiu o dia todo! Temos que ir rápido e precisamos da sua ajuda Harry!
- Hagrid, depois conversamos! Temos que ir. - O rapaz saiu correndo em direção ao castelo, com Norah e Rony ao seu encalço.
Quase chegando à porta que dava com o saguão de entrada...
- Rony, me explica isso rápido.
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- Professor Flitwick? - Luna correu em direção ao pequenino professor, em meio ao corredor apinhado de gente.
O Salão Principal já estava vazio, e todos estavam indo para seus dormitórios...
A voz fina do professor saiu de sua boca um tanto assustada.
- Olá. Em que posso ajudar querida? - pareceu se assustar mais ainda com os olhos esbugalhados de Luna.
- Eu não vi o Professor Dumbledore no jantar... Na verdade só vi o Sr. na mesa dos professores... O Sr. poderia me dizer onde o diretor ou a professora McGonagall estão?
- Bom querida... Os únicos professores presentes sou eu e o professor Lupin. O diretor e a professora McGonagall foram chamados a uma reunião urgente no Ministério da Magia. E como todos sabem, o professor Snape e a professora Sibila foram para o St. Mungus... É claro que temos outros... - o resto ela não quis escutar. Não fazia importância.
- Ohh não...
- Aconteceu alguma coisa? Eu posso ajudar?
- Não, obrigada... Mas acho que vai acontecer. - ela parecia entorpecida, os rostos ao seu redor foram ficando borrados, e sua respiração foi ficando ofegante... Tudo estava girando, até se apagar e ela cair estatelada ao chão. (Não tinha pessoa melhor pra descrever isso... já tive umas 4 experiências com desmaio... é realmente horrível).
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- Kian, você está me assustando. Ajude-me a levantar, por favor! - mais uma vez ela foi vítima daquela risada rouca e irritante, e mais uma vez, ela escutou guinchos ao fundo da sala. - Quem está ali? O QUE ESTÁ ACONTECENDO, PELO AMOR DE DEUS?
- Cale a boca “sweetheart”. Vamos aproveitar os nossos últimos minutos sozinhos... - olhando para o fundo do aposento ele acrescentou. - Ou quase sós.
- O que significa isso Kian?
Hermione não conseguia se levantar... Ao menos se pegasse sua varinha... Aliás, onde estava sua varinha? - Aproveitando sua fraqueza, Kian a prendeu no chão com correntes de ferro, em demasia pesadas.
- Acho melhor você fechar a sua boquinha, ou você não vai gostar do que eu vou fazer! - disse provocativo.
- Você tem inveja do Harry! Ele é muito melhor que você seu verme, estúpido!
Ele respirou fundo e tampou os ouvidos com as mãos, como se estivesse tentando se controlar. Parecia uma criança de seis anos, cantando: “lá-lá-lá-lá-lá-lá” pra não escutar a bronca da mãe.
- “Lumus solen” - ordenou à varinha. A sala com cheiro de podridão iluminou-se ao fundo, revelando teias de aranha e ratazanas gigantes. - Olha a sua amiguinha ali! - disse sorrindo e apontando a luz nos olhos de Victorya, que tornava a guinchar.
A garota estava jogada a um canto na parede, presa como Hermione, só que com cordas e grandes nós, que pareciam ter sido feitos por alguém com pouca experiência no assunto, mas mesmo assim, com força. Estava amordaçada. Sua saia estava rasgada...
- Eu já comi a sua amiguinha ali, só que não me satisfiz.
- Seu monstro! Me solta! SOCORROOOOOO! - Hermione começou a gritar também.
- Huahuahuahuahuahuahuahuahua! Grite à vontade! Quem sabe você não acorda as fadas mordentes, aranhas e ratos da torre? - zombou - É im-pos-sí-vel escutar alguma coisa que venha daqui!
- Bem que o Harry disse. O que você quer comigo? Com a Vicky?
- Com você? Nada. Com aquela ali... eu não sei ainda o que “vamos” fazer com ela.
- Então. O porque me seqüestrou?
- Seqüestrar? Você veio por livre e espontânea vontade! Na verdade, queremos o se namoradinho patético.
- Você e quem? - perguntou com os dentes juntos pra segurar a dor, e de tanta raiva que estava. - O que você quer com o Harry?
- Mata-lo. - respondeu com calma - Mas não se preocupe. Vai ser rápido.
- Nãaaaao! Me mata, mas ele não! Pelo amor de Deus.
- Você não vale nada. Mas não se preocupe: Eu deixo você dar um último beijo nele. Hehe. - soou sarcástico.
- Nojento! - ela se debatia no chão, tentando se soltar da corrente.
- Vem... - ele ficou ajoelhado em cima dela - deixe-me provar você. Vamos aproveitar os seus últimos instantes de vida. - ele abaixou a boca até ela e lambeu seu rosto.
- Sai daqui! Porco!
- cala a boca sua puta!
- O que você quer com a Vicky? Deixe-a ir! - grossas lágrimas caíam sobre seu rosto, formando uma pequena poça no chão.
- Isso não é comigo “honey”... Depois você pergunta pra “outra” pessoa.
- Você é um Comensal? Trabalha pra quem?
- Já, já você descobre. - respondeu rastejante.
Kian rasgou a roupa de Hermione com as mãos. Aquilo era nojento. Ele era nojento. Ao ele roubar-lhe um beijo, ela mordeu com tanta força o lábio do rapaz, que jorrava sangue pra todos os lados. Ele afastou-se com raiva...
- Vadia! Cadela! Vaca! Piranha! Sangue-ruim!
Por um momento, não se sabia se Hermione estava viva. Lá de trás, a visão era precária. Só se sabia que Kian tinha surrado sua melhor amiga. Chutado. Batido. Várias vezes com a cabeça no chão de pedra fria. Com a água das lágrimas se misturava sangue. Logo ela se calou.
Ela não ia morrer assim.
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- Hermione! - Harry invadiu o quarto das garotas.
- Eu disse! Ela não está aí Harry!
- Onde ela pode estar com o Kian?
- Harryyy! - um grito veio do patamar abaixo.
- Achou alguma coisa Rony?
Rony ficara na sala da casa, esperando Norah e Harry vistoriarem o andar superior.
- Achei este bilhete. - Rony parecia estar mais branco que de costume. Até suas sardas pareciam mais claras. - Estava em cima do seu material Harry. Junto com isso. - ele apontou o diário das irmãs, com a mão.
Harry desceu as escadas, quase deslizando pelo corrimão.
O bilhete estava em seu nome. Ele o leu em voz alta...

“Sua garotinha de sangue ruim está comigo. Venha à torre sul e não traga ninguém.
Se trouxer ajuda, sua namoradinha morre.”

- Conhecemos muito bem essa letra Harry.
- É da Fionna. Não é? - perguntou Norah.
- vamos lá! - Rony se entusiasmou.
- Não. Eu vou sozinho. Não avisem á ninguém. Muito menos aos professores, e principalmente à Dumbledore.
- Harry! - Norah pareceu preocupada.
- Eu vou ficar bem. Ela vai ficar bem.
- Por favor. Se você encontrar a Vicky. - ela começou a chorar - Cuida dela também. Ela é muito importante pra mim.
- Não vou deixar que nada de mal aconteça às duas.
- Vai. Eu tenho certeza disso cara. - encorajou-o Rony.
Harry saiu correndo pelo retrato da mulher gorda, quase derrubando Lindsay ao passar.
- O que está acontecendo?Alguém morreu? - brincou a garota.
- Cala a boca sua cadela! - Norah ficou com raiva, e quando ia partir pra cima de Lindsay, Rony a segurou e a puxou para seus braços. A tomou num abraço forte. Ela não parava de chorar.
- Eu só perguntei o que aconteceu! Não precisa chorar por causa disso!
- Fica quieta Lindsay. Você não tem nada a ver com isso. E será melhor se você não souber também.
Norah continuou a soluçar.
- Calma... Shhh. Eu to aqui. Vou cuidar de você. - Ele estava com dúvida no que ia dizer, mas achou que aquilo faria bem... - Eu te amo.
Ela o olhou nos olhos procurando a verdade.
- Não me deixa! - ela o apertou mais ainda, mas Rony não reclamou. Agora ia cuidar dela...
- Vamos fazer o seguinte: Se o Harry não der sinal pelo menos em uma hora, eu vou lá.
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- Hurm! “Ocorro”! - Victorya tentava falar com a mordaça na boca.
- Fique quieta! - Kian estava sentado no chão, do outro lado da sala. Estava fumando já há uns quinze minutos. Não cansava de observar a cabeça de Hermione, caída ao lado da poça de sangue que se formou. Ela ainda respirava. Não estava morta, mas sim, fraca. Se não fosse trágico seria poético... - Eu sei o que você quer. Você quer me irritar.
- Me “solfa porr avor”! - tentou dizer.
- Soltar pra quê?
- “Quira erra coira da inha oca”! - pediu, mas sem protestar.
Ele apenas a fitou como se estivesse fazendo um exame detalhadamente clínico, com os olhos. Fazia cara de quem estava bolando uma grande idéia.
- Ok. Mas vou usar a sua boquinha pra outras coisas.
Vicky revirou os olhos. Como era possível, em uma sala como esta, e em um momento como esse alguém pensar tanto em sexo?
Por um segundo, Victorya pensou ter visto Hermione contorcer o rosto. Ela fez que sim com a cabeça: ia fazer o jogo de Kian. “Deixa ele tentar colocar alguma coisa na minha boca, que ele vai se arrepender” - pensou consigo.
- Quietinha. - Ele a puxou da parede, afastando com o pé, um rato morto. - Se ficar boazinha, talvez eu a solte por completo depois...
“Isso mesmo, idiota, débil mental”. - ria por dentro.
Ele desamarrou a mordaça que a impedia de falar.
- Se gritar eu coloco de novo. - disse, como se estivesse explicando para uma criança, que um mais um, somam dois.
- Certo. - sua voz saiu obediente e um pouco afetada. Parecia incrivelmente educada.
- O que aconteceu com o seu pescoço?
- Nada. - Victorya permanecia com o pescoço inclinado pro lado direito. - Estou com sede... - agora estava com um ar provocante.
- Pode deixar. Eu já te dou algo pra beber rapidinho...
- Calma. Antes você tem que começar com as preliminares.
- Ele a olhou desconfiado.
- Não vou te soltar. Sabe, eu não sou idiota.
- Não estou te pedindo isso, querido.
- Então o que quer?
- Um beijo. Você não sabe o quanto esperei por isso. Desde que te conheci.
- Você acha que eu sou idiota?
- Não Kian. Eu só quero um último beijo antes que me matem.
- Ok... Isso não pode fazer mal, pode?
- Não. - ela enfim, deu um sorriso sincero. É claro que aquilo não faria mal...
Ele abaixou-se e esfregou seu polegar na boca dela. Estava ressecada...
Aquilo estava custando muito mais do que poderiam imaginar...
Ao beija-la, Kian afastou-se rapidamente.
- Que gosto estranho... O que é isso? - ele engoliu.
De súbito, Victorya começou a rir.
- Você provou do próprio veneno. Vocês acham que eu sou idiota? Eu só tomei um gole da água que a sua querida chefinha me deu. O resto segurei na minha boca. Bons sonhos Kian. Espero que você morra e seja engolido por vermes! - exclamou com ressentimento.
Kian não disse mais nada, apenas caiu no chão, mas não foi pelo veneno...
- “Estupefaça”! - a porta da sala havia sido aberta com estrondo. Uma voz masculina bradou veloz, com a varinha apontada, em direção a Kian.
Agora sim estava salva.
- Harry! O herói demorou muito! Huahuahua! - Victorya deu risada - O que aconteceu com você? - a garota começou a se contorcer e tentar desamarrar as cordas com os dentes. Estava quase conseguindo.
- Hermione? Acorde Hermione! Por favor! Você precisa viver!
- Uau! - a porta bateu atrás deles. - Mas que cena comovente!
- Fionna? - Victorya se assustou. Ela sabia que era uma mulher, quem a tinha tentado enganar na biblioteca, e a tinha levado para aquela sala nojenta, mas realmente, mas não imaginava quem seria...
- Calma. - sua voz arrastada e irritantemente feminina, sussurrou ao ouvido de Harry.
Virando em direção à Victorya...
- Como você é esperta. Eu achava que o Kian fosse durar pelo menos mais um pouco. - disse fazendo pouco caso.
As portas e janelas se fecharam instantaneamente.
- O que aconteceu com Hermione? O que você quer? O que está fazendo aqui? -Harry apertava a varinha com força, em sua direção.
- Uma pergunta de cada vez Potter. Humm... Vejamos: A sangue ruim estatelada no chão. Pelo jeito, hoje meu querido irmão estava sem paciência...
- Irmão?? - exclamaram Victorya e Harry.
- Infelizmente... - e num gesto repentino, ela tirou a varinha de Harry de sua mão. - “Expelliarmus”. - enquanto abaixou-se até Hermione, apontava a varinha para o coração de Harry.
“Uau. Que machucado feio... vamos ver qual o sabor de sangue podre... Sempre tive essa curiosidade. - ela molhou o dedo na poça de sangue, jorrado da cabeça de Hermione, e o colocou na boca, chupando-o com gosto. - Eca... Muito sem sal. Diga-me Srta. Esperteza: O que meu querido irmão fez com essa imprestável?”.
- Não fale assim de Hermione! - Harry bradou.
- Eu ainda não falei com você, pirralho idiota.
Com um certo pavor, Vicky começou a contar sobre a surra que Kian deu em Hermione e o porquê.
- Cachorro. - Harry rosnou.
- Shhh. Nossa! Que apetite sexual incontrolável... Tão burrinho. - fingiu-se lamentar.
- Faça qualquer coisa comigo, mas deixe Victorya e Hermione irem embora.
Fionna pareceu o estudar seriamente.
- Você acha que eu sou tão pateta assim? Não me subestime Potter. A burrice graças a Merlin, não é de família. Mas a sangue ruim realmente não me interessa nenhum pouco.
- E o que eu valho a você? - Victorya reagiu ao fundo da sala.
- Alguns milhões de galeões e uma boa vingança.
- Vingança? A quem?
- Chegaremos lá. Sabe... eu sempre dou uma chance para as pessoas saberem o que eu fiz e o motivo pelo qual as matei. Sou muito generosa. - esboçou um sorriso frio.
- Fale logo o que quer! - Harry gritou com desprezo. Agora estava ali. Seu amor jogado ao chão... Se não saíssem logo dali, ela ia morrer. Estava perdendo muito sangue.
- Bom. - disse calma e tranqüilamente, começando a andar pela sala devagar, como se estivesse observando algo que ninguém mais pudesse ver.
Harry ia se irritando cada vez mais.
- Matar você.
- Pra quê? Pirou?
- Mais respeito Potter. Sua falta de educação pode custar a vida de sua namoradinha, que pelo visto já está quase morta. Mas eu respondo sim a você: Vou terminar o serviço de meu avô. Isso vai me satisfazer também... Sempre é um prazer matar pessoas. Sabe, você se sente o bruxo mais poderoso do mundo! - disse como uma criança, sonhando em ser um super-herói.
- Que avô?
- Voldemort! Achava que fosse mais inteligente!
- Voldemort? - Harry exclamou com raiva.
- É! - disse com orgulho.
- Você não sabe o que diz! Como aquele verme pode ter netos?
- Cale a boca Potter! - cuspes saíam de sua boca, ela quase caiu sobre o rapaz, num movimento brusco, fazendo cortar a testa na parede de pedra lascada. Apertou a varinha na garganta de Harry. - Aprende uma coisa pirralho: Nunca. Insulte. Voldemort. Na. Minha. Frente! Você pode se arrepender amargamente! Apesar de ter essa carinha de inocente, eu não tenho a sua idade e estou farta de agüentar adolescentes mimados e retardados! - alterou-se.
Harry tentou lutar, mas ela tinha acerado um golpe em seu estômago. Ele dobrou-se no chão, de tanta dor.
- Assim está melhor.
“Deixa-me contar uma história pra vocês, que nem Dumbledore sabe: Era uma vez um grande bruxo. O maior de todos. Seu nome era Voldemort. Um dia, um garoto mestiço, idiota, se meteu no caminho dele e tentou o destruir. Todos os planos do Lord... - ela fazia uma voz irritantemente infantil”.
“Esse Lord, antes de morrer, engravidou uma moça trouxa, que morava longe da cidade. Ela não conhecia nada. Não sabia de nada. Seu nome era P...”.
- Paris! - Victorya exclamou assustada.
- Como sabe? - Fionna perguntou com desprezo.
Harry também se sobressaltou ao escutar de súbito a voz da garota, que parecia chorosa...
- É por isso. Eu já entendi tudo! Você me quer por causa do meu avô! - ela ofegava. - Meu avô ia casar com a Paris! Voldemort a fez trair meu avô! SUA VACA! PÁRA DE FALAR DISSO! - Victorya começou a chorar e a se debater, querendo mais que nunca se soltar. Não ia ficar ali escutando aquela piranha falar mal de pessoas que tanto amou.
- Ai meu Deus, ataque de histeria não! Estupefaça.
- NÃO! Porque fez isso com ela?
- Cale a boca você também Potter.
“A partir do momento em que ela descobriu que ela era bruxo: O mais poderoso do mundo, ela aprendeu a ser uma. Viveu como uma. Ela seguiu o mesmo caminho que seu amante... Como a Srta. Escandalosa disse, ela era noiva de outro bruxo: Robert Hutingdon, mas ela não sabia o que ele era... Por isso Robert sempre odiou meu avô, e lutou contra ele. Não era somente para destruí-lo como bruxo das trevas, mas sim, para acabar com o homem que tinha corrompido seu amor... Que coisa mais piegas e nojenta!” - ela sorria e dava risadas eventualmente.
Harry não dizia nada. Ele queria escutar toda a história. Queria ganhar tempo para pensar em como fazer para sair dali com Hermione e sua amiga.
- Nove meses depois a filha deles, Jude, nasceu. Cresceu, e casou com um outro bruxo, chamado Paul Bass. Os dois eram Comensais da Morte. Ela, como filha, sabia de todos os planos do pai. Era ambiciosa, minha mãe.
“Ela me teve, e depois teve o Kian. Claro que eu sempre fui mais inteligente que ele. Mas ela só gostava dele. Meu avô que gostava de mim... - parecia sonhar acordada. - nem meu próprio pai gostava de mim”. - fingiu-se triste.
- Por que será, não é mesmo? - Harry exclamou provocando-a. Pelo menos se ela o batesse, ou até o tentasse matar, talvez não estaria tão entediado por estar ali. Era incomodo ver Hermione sofrer daquele jeito.
- Minha mãe e meu pai, sabiam que meu avô tinha uma arma. Um plano secreto. Uma coisa tão poderosa quanto qualquer outra no mundo.
“Eles quiseram trair meu avô. Achavam que poderiam finalmente se livrar de toda aquela pressão, se tivessem a arma. - ela continuava andando e olhando pra Harry. A varinha apontada para o peito do rapaz. - Eles eram fracos. - seus olhos começaram a marejar, mas ela não deixou lágrimas correrem, dando lugar à sorrisos doentios. - Eu não me arrependo. Segui o mesmo caminho que o Lord. Matei meus pais. Foi bizarro! Eles estavam com medo de mim! - riu escandalosa”.
Harry pela primeira vez, notou que Hermione parecia se mexer. Resolveu não falar nada e só observar... Uma idéia aflorando em sua cabeça... Aquilo tinha que dar certo.
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Passaram uns quarenta e cinco minutos, e nada. Nada de Harry voltar... Logo ele teria que ir.
Seu amigo o havia salvado de milhares de encrencas, e era seu dever ajudar Harry e Hermione...
- Rony?
- Fala Lindsay.
- Por que você não me fala o que está acontecendo?
- Por que não te interessa.
Um barulho tomou conta da sala comunal. Alguém tropeçara, ao correr pelo quadro da mulher gorda. Era Colin...
- Rony! - chamou estridente.
- Que foi Colin? - Será que Colin sabia do que estava acontecendo?
- Você tem que ir à enfermaria!
- O que houve Colin?
Norah, que estava um pouco mais calma, perguntou, voltando a ficar nervosa.
- O Professor Flitiwick falou pra você ir pra lá. A Gina e o Draco já estão lá, mas precisam de você também...
Rony saiu correndo...
O que será que tinha acontecido?
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- Eu consegui a arma...
- E a Sarah?
- Ha-ha-ha! Bom... Kian entrou o ano passado na escola de Nolux. Mamãe queria viver longe daqui... meus pais já estavam fugindo de Voldemort.
“Foi aí que o Kian entrou nos meus planos. Ele me disse que haviam gêmeas na escola dele, e que seu sobrenome era Hutingdon. Eu o convenci a fazer amizade pelo menos com uma das garotas. Fiz ele jogar do meu lado.”
“Como você, e todos sabem, a escola de Nolux foi destruída. Na verdade, foram ordens do meu avô, também, como todos sabem. Os Comensais influentes no Ministério interviram para um acordo, para a transferência dos alunos pra Hogwarts...”.
- Só que seu avô foi morto.
- Eu sei. Por você, garotinho insolente. Mas hoje você vai pagar por isso...
“O Kian projetou o corpo no Beco Diagonal. Foi aí que Sarah surgiu... Sabe? Sou ótima atriz. Sempre quis ter uma irmã gêmea. - sorriu demente. - O Kian era uma das vendedoras da loja... Tomou uma poção. Enfeitiçou a bolsa colorida pra chamar a atenção delas. ‘Casualmente’ havia um amuleto dentro da bolsa...”
- Na verdade aquilo servia como isca. O amuleto era enfeitiçado. Sugava energia de quem o usava... Nem Lindsay, nem ninguém que tenha usado o amuleto, desmaiou por ter energia de outra pessoa, como vocês chegaram a pensar. Desmaiavam ao ouvir um grito... um sinal qualquer da minha presença.
- Como? - Harry não entendeu.
- Francamente Potter!
“O amuleto sugava energia e o diário era a arma”.
“Quando alguém usava o amuleto, eu podia ler a mente da pessoa, e assim, ver o que acontecia entre vocês”.
- Como o diário poderia ser uma arma?
- Uma arma disfarçada.
“Na verdade, era um livro disfarçado. Palavras invertidas e letras desfiguradas, que formaram as idéias de uma adolescente. A arma consistia em que o maior inimigo do dono do livro o lesse inteirinho para o extermínio dos trouxas. Seria uma magia e tanto!”.
- Mas você se ferrou! Não adiantou, pois nós não lemos todo! EU não li todo! - agora era Harry quem falava.
- Mas eu não contei pra você, não é mesmo?
- O quê?
- Não me interessam mais trouxas... O que me interessa é ver você morto, e todos aqueles que falharam ao serviço do meu Mestre.
“Não sei se sabe, mas fui eu que matei todos aqueles Comensais e a tal da McGuire...”.
Harry resolveu se levantar. A expressão da bruxa à sua frente mudara repentinamente.
- Por que me contou tudo isso? - perguntou nervoso. Algo o espetara no bolso das vestes, na hora de levantar.
- Qual a graça de praticar crimes perfeitos, sendo que ninguém os tenha em conhecimento? - segurou mais firme que nunca a varinha.
- REALMENTE NUNHUMA! - uma voz diferente gritou: era Hermione, ao dar uma rasteira em Fionna e faze-la cair, batendo a cabeça no chão e a deixando desacordada.
- Mione! - Harry sorriu de súbito.
- Pega a varinha Harry. Amarre-a! Anda!
Harry, ainda tonto, abaixou-se, mas ao faze-lo, sentiu um braço agarra-lo pelo pescoço. Ele não hesitou: pegou a coisa pontuda que o havia cortado na perna. Ele não sabia, mas o enferrujado canivete que Sirius, outrora lhe dera, estava lá.
O grito em seguida foi cortante. Uma luz muito forte explodiu aos seus olhos...
Não havia mais corpo.
Não havia sangue.
Não havia nada.
Victorya acordou assustada.
A porta e as janelas se abriram...
- O que houve? - Victorya parecia atordoada. Veio pulando em direção à Hermione e Harry. - Eu ainda não consegui desfazer esse nó. Só o da mão. - disse como se não tivesse acontecido nada.
- Mione? Você está bem?
- Claro que sim!
- Mas e o sangue? Os ferimentos?
- Eu vou ficar bem. Na verdade aquele sangue não era meu. Era de um rato morto por alguma coisa. Minha cabeça só ficou machucada aqui. - ela mostrou um pequeno arranhão.
- O que foi isso? - perguntou Harry. Estava falando sobre Fionna.
- Eu não sei... Como ela pôde desaparecer assim?
- Ela veio do inferno. - disse Victorya estranha.
- Isso não pode! - exclamou Harry, com a idéia de Victorya.
- Isso a gente nunca vai saber.
- Ela pode ter desaparatado! - Harry tentou.
- Quantas vezes eu já não disse que é impossível aparatar em Hogwarts? - Hermione estava abismada.
- É só contarmos isso à Dumbledore, e...
- Não. - Harry falou firme. - Nada de contar à Dumbledore.
- Mas, Harry!
- Não. Vamos logo sair daqui. - ele abraçou Hermione, e a levou para fora da sala.
Ao chegar na porta...
- Você não vem com a gente?
- Não. - respondeu Vicky. - tenho que fazer uma coisa ainda.
Hermione contorceu o rosto em uma careta.
- Ok. Fique bem. - Hermione respondeu. Ela precisava conversar com ele...
- Venha Kian. - Victorya pegou sua varinha, ao lado do corpo de Kian, murmurou um feitiço redutor e o colocou no bolso. - Você vai mofar em Azkaban seu verme!


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