CHANTAGEM



“Atrasada de novo! Snape vai tirar mais pontos... paciência.” Virgínia pensava, correndo para a aula de Poções, olhando para o relógio, quando esbarrou em alguém.

- Desculpe! – reclamou. Foi quando olhou um pouco para cima e percebeu que era Draco Malfoy. – Ah, você de novo. Retiro minhas palavras.

- Ora Weasley, ninguém te falou para olhar por onde anda? – Draco falou, com seu sorriso irônico já conhecido.

- Pelo jeito ninguém falou pra você também. O que foi, ficou cego depois que perdeu os pais? – a ruiva provocou. Narcissa foi morta por um dos membros da Ordem, e Lúcio ainda estava em Azkaban.

- Não fale do que você não entende, Weasley, pode se dar mal. – A expressão do garoto de repente ficara séria. – Acho que você esbarrou em mim de propósito. Já vem me seguindo há um bom tempo.

- E agora, Malfoy – ignorou o último comentário do garoto e resolveu continuar provocando, já que já tinha começado. – Você está morando sozinho naquela mansão? Deve ser horrível, ficar sozinho o verão inteiro. – Mas a garota sabia o que realmente tinha acontecido com a Mansão Malfoy.

- Não é da sua conta, idiota – Gina notou as mãos do garoto indo em direção à varinha. – Melhor ficar sozinho do que ter companhias como você!

- Você não me conhece pra saber que tipo de companhia eu sou, Malfoy.

- Não pretendo saber, Weasley. – Dizendo isso, Draco olhou para ela dos pés a cabeça, examinando-a. – A não ser que você cobre um preço razoável. Não deve valer muito, mesmo.

- Chega, Malfoy! – Gina exaltou-se. Desde seu primeiro ano, o garoto fazia esse tipo de comentários. – Não sou uma prostituta e você não tem direito de falar assim comigo.

- Quem disse que não? – Draco voltou a exibir aquele sorriso, que Gina julgava idiota.

- Eu disse. - ela resolveu usar seus conhecimentos a seu favor. – De agora em diante, você vai ter que andar na linha comigo.

- Ah, e por que eu deveria fazer isso, pobretona?

- Porque eu sei que você está tão pobre quanto diz que eu sou. Sei o que aconteceu com sua bela fortuna e sua enorme casa, e sei também que você não gostaria que essa informação vazasse.

- Você está blefando. – Draco respondeu, hesitante.

- Não estou, não. O senhor Borgin deve ter feito um bom acordo com você, pelo que meu pai me contou.

O garoto ficou sério. “Odeio essa família.”

- E o que você sugere então? Não quer que eu declare amor por você pela escola, não é?

- Seria maluca se quisesse isso, seu idiota. Não. Quero apenas que você me respeite. Vai ter que parar com seus comentários ridículos, ou eu espalho seu segredo.

Draco parou por um instante. Não poderia deixar que seu nome fosse destruído por uma informação daquelas. Ele era um Malfoy!

- Certo, Weasley. Mais alguma coisa? – perguntou, irônico e revoltado.

- Por enquanto, não. – Respondeu ela, voltando a correr para a aula. – Mas estarei de olho.

Draco saiu bufando pelo corredor até a sala de Adivinhação. Quem mais saberia que ele estava morando em uma kitnette ridícula na Travessa do Tranco? Até onde o imbecil do Weasley teria contado a sua família? E o idiota do Potter, ele sabia?

“Terei que virar o jogo. Me aguarde, fedelha idiota.”

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