HOGSMEADE



N.A: Bom, demorei mais pra postar dessa vez pq eu naum tava acessando mto a net... mas cá estou de volta!!! Bom, acho q vai compensar, pq esse capítulo é bastante revelador, e sem os espaços, acho q é um dos maiores: 7 páginas do word!!! =D
A Amor Por Acaso vai ficar mais um tempo sem atualizações, pq eu quero escrever pelo menos mais um cap'tulo antes de postar o q eu já tenho.
Como eu já disse, a Mystic é um orgulho meu mto grande. Entaum, valeu Camille, por estar lendo e gostando mto, e comentando!! E please, pessoas q lerem, comentem, tá? =)




CAPÍTULO 9:
HOGSMEADE


No dia seguinte, Gina acordou cedo, ansiosa. Queria muito ir logo a Hogsmeade. Pressentia que a primeira visita do ano teria muito o que dizer depois, mas não sabia o que era. E, mais do que qualquer coisa, queria esquecer Malfoy. Decidira não contar a ninguém o que acontecera, pensando que provavelmente o sonserino estava armando alguma.

Dormiu pouco até chegar a essa conclusão e desejava a todo custo ocupar a mente com assuntos mais prazerosos do que imaginar o sorriso de desprezo do garoto.

“É uma questão de prioridades, Virgínia... Fique junto com os outros e não dê a ele oportunidade...”

Levantou-se, se arrumou e desceu para o Salão. Somente os monitores estavam acordados, como imaginava.

Ela aproveitou que Alex não a viu e cobriu seus olhos, pedindo para Mione não dizer quem era. Ficou surpresa consigo mesma por ter agido tão espontaneamente.

- Hum... com essa mão tão pequenininha e suave, só pode ser uma pessoa... Oi, Gina! - Alex disse, sorridente e surpreso. Abraçou-a e foi sentar-se em uma outra mesa, para terem mais privacidade. - Acordou muito cedo, hein?

- Não consegui dormir mais... estou quase pronta para ir!

- Mas só vamos daqui a umas duas horas, Hermione ia acordar vocês daqui a pouco. Aliás, eu também preciso acordar os alunos. Te vejo nas carruagens, Linda. - levantou-se, dando um beijo no rosto dela. Gina não queria que ele tivesse ido, mas iria passar o resto do dia com Alex, e só isso já a deixava feliz. Sabia que o que sentia por ele não era algo somente de melhores amigos, era mais forte, mas não queria admitir – “será mesmo?” -. Havia muitas coisas para pensar e, no momento, ela precisava do total apoio dele.

As duas horas passaram rapidamente, ao contrário do que Gina esperava. Conversou com a Profa. Lake, juntamente com Hermione, que perguntava discretamente sobre Avalon. Mas não ouviu nada mais do que o que ela havia lido naqueles três livros da biblioteca.

Em Hogsmeade, Gina e Alex foram primeiro à Dedosdemel, fazer o estoque de doces para o passeio.

- Antes de voltarmos, a gente passa aqui de novo, quero levar um pouco de Feijõezinhos e Delícias Gasosas!

- Mas olha o tanto que você comprou, Linda!

- Eu sei, mas isso é só enquanto a gente tá aqui! - ela retrucou, quando saíam da loja. Alex riu, pensando divertido em como cabia tanto num espaço tão pequeno.

E lá, foram comprar os presentes de Natal. Gina já havia pensado em todos, sabia exatamente onde ir.

Comprou para Rony um livro com a história de todos os jogadores do Chudley Cannons, para Harry um tabuleiro mágico de quadribol e para Hermione um livro com a história de Avalon escrita por Kevin Oak (“Ainda pode ser útil para mim também”, pensou, rindo). Para seus pais, comprou um porta-retrato musical, onde colocaria uma foto dela com Rony, que dividiu esse presente com ela. Para Alex...

- Eu não quero que você veja o que vou te dar!! - Ela disse, quando saíam da Home Magic Home - Enfeites para todos estilos.

- Você também não pode ver o que vou comprar pra você! - Disse Alex. - Vamos fazer o seguinte: nos encontramos no Três Vassouras daqui a meia hora. Acho que é tempo suficiente, né?

Gina concordou, despedindo-se dele.

“O que eu compro?... Ah, é tão difícil dar presentes para ele... Por que ele não gosta de algo fácil como o Harry ou o Rony?”, a garota tentava achar algo realmente bom entre as vitrines coloridas e animadas do comércio de Hogsmeade. Queria que fosse especial.

Por fim, após descartar qualquer artigo de quadribol (“ele não é tão fanático assim”) ou livro (“só a Mione fica feliz ganhando um livrão de mil páginas de Natal”), entrou numa loja aparentemente nova, que parecia vender jóias e bijouterias. Não que Gina tivesse muito dinheiro, mas um objeto na vitrine chamou sua atenção, e ela decidiu ver o preço.

Era um anel prateado. Ele reluzia, exposto numa almofada azul-escuro. A vendedora, uma senhora bastante agradável, embora com folhas grudadas nas vestes marrons que lhe davam um ar ‘selvagem’, apressou-se a atendê-la e a ruiva pediu para ver o anel. Era pesado, mais do que ela poderia supor. Totalmente liso por fora, ele tinha desenhos finíssimos por dentro.

- São inscrições milenares, senhorita. – a vendedora explicou. – Infelizmente, não sei o que significam. É um artigo muito bom! Chegou recentemente, e a senhorita tem muito bom gosto, se quer a minha opinião.

Gina virava o anel nas mãos, admirando o brilho e a textura. Experimentou em todos os dedos, e ele serviu em cada um.

- É uma jóia mágica, minha querida. – a senhora riu do espanto da garota.

Isso era definitivamente um excelente presente!

- Eu realmente gostei muito dele, Sra. Hampshore. Só que acho que não tenho dinheiro suficiente. – ela corou ao confessar.

- Ora, minha querida, tenho certeza que vale a pena! São só alguns galeões.

A ruiva ainda tentou barganhar com a Sra. Hampshore, e conseguiu um bom desconto quando mencionou ser filha de Arthur Weasley (“seu pai já me ajudou em várias ocasiões, minha querida! Por que não mencionou antes?”). Mesmo assim, teve que esvaziar a bolsa, ficando com poucos sicles.

Foi correndo para o Três Vassouras esperar por Alex, mas, para sua surpresa, o garoto já se encontrava lá. Estava sentado em uma mesa, junto com Sianna, bem no fundo do bar, que estava cheio de estudantes. Ela estranhou o modo íntimo dos dois. Gina se aproximou disfarçadamente para tentar ouvir o que conversavam, mas conseguiu captar apenas algumas palavras no ar. Estavam falando muitíssimo baixo.

Ouviu as palavras Avalon, Trevas e combate, percebendo que falavam sobre algo que estava acontecendo. Então, fingindo ter acabado de chegar, apareceu na direção da entrada novamente.

- Nossa, mas que rapidez, Alex! Não deu nem vinte minutos ainda... - disse Gina, totalmente curiosa. - Oi, professora - ela sorriu quando Sianna a cumprimentou.

- Não precisei ir muito longe - Alex falou. - Onde vamos agora?

- A lugar nenhum! - exclamou a menina. - Estou com fome. Quer dividir um filé de hipogrifo comigo? - Ele concordou e foi até o balcão.

Sianna continuava sentada na mesa com ela, mas Gina estava em silêncio. Tinha medo de acabar falando algo que entregasse que tentara ouvir a conversa. Alguns minutos depois, viram Lucio Malfoy entrando.

Pela expressão no rosto de Sianna, Gina pôde notar que a professora não gostava nenhum pouco daquele homem. Levantou-se e foi em direção à mesa onde se encontravam Hagrid e Lupin, mas no meio do caminho, acabou sendo vista por Malfoy.

- Ora, mas se não é a famosa Sacerdotisa de Avalon... - ele falou, ironicamente. - Como vai, Srta. Lake?

- Estaria muito bem se o senhor não estivesse por aqui. – respondeu a mulher, agressivamente, mostrando os dentes para o bruxo.

Gina assustou-se. Nunca havia visto a professora daquele jeito. Foi ao encontro de Alex, que ainda fazia o pedido.

- Está nervosa, professora? – Lúcio ergueu uma sobrancelha, em falsa surpresa, a voz fria como sempre. - Ora, acalme-se. Não poderia fazer nada com você por aqui. Além disso, não será necessário... tudo em seu devido tempo, não é verdade?

- Sobre o que você está falando? - Sianna aumentava o tom de voz.

Havia mais alguma coisa de diferente nela. Gina olhava, mas não conseguia falar nada. À procura de proteção, aproximou-se de Alex.

- Ora, deveria saber... afinal, não está treinando uma descendente de Avalon para as Visões? - O rosto de Lúcio demonstrava uma satisfação enorme em ver Sianna tão nervosa.

- É melhor você ir devagar, Malfoy. – Hagrid levantou-se.

Lupin postou-se junto à Sianna.

- Saia, Malfoy. – disse rispidamente.

- Realmente Hogwarts está em franca decadência. – o bruxo comentou, calmo. – Vejam o tipo de gente que Dumbledore chama para ensinar: um lobisomem, um meio-gigante e uma criatura em extinção. – seus olhos cinzentos pararam nas mãos do bruxo e da sacerdotisa. Seu sorriso maldoso abriu-se mais. – Bem, quem sabe não tão em extinção assim, não é?

- Malfoy nenhum desses assuntos é da sua alçada. – Sianna ergueu o queixo, sem largar a mão de Lupin. - E, caso você esteja planejando algo contra ela, saiba que a linhagem real de Avalon está muito bem protegida.

Gina olhou para Alex quando a professora disse isso. Será que era isso que ele escondia dela? Só pelo olhar dele, ela sabia que sim.

- Veremos, Lake. - Ele olhava diretamente nos olhos dela. - Avalon foi destruída, e logo todos os seus descendentes também serão.

- É o que você pensa, Lucio Malfoy. - Sianna agora parecia maior. Gina a olhava assustada, olhava para Alex, que não parecia tão surpreso quanto ela; ouviu Sianna dizer algumas palavras estrangeiras, e algum tempo depois, viu Lucio ir embora.

Estavam todos eufóricos. O rosto de Sianna agora demonstrava preocupação. Gina não conseguia ouvir o que a professora conversava com Lupin, e Alex, tentando evitar que ela ouvisse o que não devia, puxou-a para o lado de fora.

- Não, eu quero saber o que está acontecendo!! - Ela tentava se soltar.

- Não, Virgínia, fique aqui - ele a segurava. Então, ela parou de se remexer e virou-se para ele.

- Treinando uma descendente de Avalon com Visões?? Alex, o que vocês estão escondendo de mim?? Eu tenho o direito de saber, eu sei que tenho a ver com tudo isso!!

- Calma, Gina, você vai saber!! Mas eu não posso falar nada ainda!

- Por que não?? Você acha justo isso?? – a ruiva falava muito alto, chamando a atenção de todos os que passavam.

- Linda, vamos sair daqui. Em Hogwarts conversamos. - Alex falava calmamente, tentando tirar a tensão de Gina. - Estamos chamando atenção, aqui não é o melhor lugar para falarmos disso.

Ele a puxou para dentro do bar outra vez. A poeira já havia baixado e Gina se segurou para não perguntar nada à Profa. Lake até chegarem à escola. Alex não saiu do lado dela nem um segundo, preocupado. A garota nem comeu mais nada, não lembrou de voltar à Dedosdemel, não quis saber de mais nada.
Havia muita coisa na cabeça de Gina. Ela precisava descobrir o porquê de tudo aquilo, o que havia acontecido no bar... e além de tudo, como Alex conseguia fazê-la ficar bem menos assustada só de estar ao seu lado. E Malfoy... a visão de Gina que se concretizou... ela precisava descobrir... Era informação demais, demasiado complexas para alguém que, há alguns meses, preocupava-se exclusivamente com o amigo do irmão que ia passar as férias de verão...

Sianna e Alex prometeram que iriam contar o que ela tinha que saber assim que chegassem a Hogwarts. No caminho, quase não trocou palavras com Alex, ou com qualquer outra pessoa que tentasse comunicação. Estava confusa e nervosa. Por que não chegavam logo?

Chegou sozinha e correu para a Torre de Grifinória. Mesmo em sua cama, não se sentia confortável. Precisava de respostas e nem seu travesseiro nem seu diário as dariam. Confusa, vagou pelo sexto andar, olhando sem ver as pessoas nos quadros. Mecanicamente, seus pés a guiaram para baixo.

Foi chamada pela profa. Minerva assim que entrou no salão principal.



Encontrou Alex e Sianna na sala de Dumbledore; e outras três pessoas que lhe pareceram deslocados: Rony, Harry e Snape. (“Mas o que ELES têm a ver com tudo isso??”).

- Olá, Srta. Weasley - cumprimentou Dumbledore, calmamente. – A senhorita tem feito um ótimo trabalho com a Profa. Lake, ouvi dizer. Infelizmente, presenciou algumas cenas que a perturbaram. Imagino que esteja se perguntando a razão delas no momento.

- S-Sim... - Gina não sabia muito bem como agir na presença do diretor. Olhava para Alex, e ele devolvia o olhar. A garota percebeu que havia temor e preocupação nele, o que aumentou a confusão em sua cabeça. “Será que é tão ruim assim?”

- Sente-se, Virgínia. – Dumbledore convidou, indicando uma cadeira ao lado de Rony. Ele estava sério, o que não era normal. - Temos muito o que conversar. Sei que o que ocorreu em Hogsmeade foi um choque, não só para você. Entretanto, é um sinal de que está na hora de você receber algumas explicações... Sianna, você teria a bondade de começar? - pediu Dumbledore, com um gesto à professora, que assentiu e levantou-se, postando-se em frente a ela.

- Virgínia, você se lembra das nossas aulas? Lembra das visões que pareciam não ter sentido? Se lembra de um círculo de pedras que viu uma vez? - Gina balançou a cabeça, confirmando. - Aquele é o Tor, onde fazemos os rituais em Avalon. – a professora respirou fundo e olhou dentro dos olhos da menina para que ela não duvidasse. – Tudo indica que você já foi uma sacerdotisa, Virgínia. – o queixo da ruiva caiu. - Em várias vidas. E as Visões que você tem são lampejos dessas vidas.

O olhar de Sianna era profundo e intimidante, mas Gina conseguiu sustentá-lo. Bebia cada palavra.

- Sua família descende de Avalon. A sua linhagem remonta ao próprio Taliesin, mais conhecido como Merlin, daí os cabelos vermelhos. – acrescentou com um leve sorriso. - Os Weasley são uma das mais tradicionais famílias bruxas e tudo começou com um druida que não aceitava esconder a magia. Ele...

- Quer dizer que todos os Weasley vieram de Avalon? – Rony não segurou a curiosidade.

- Sim, Ronald. – Sianna confirmou.

- Mas, então, porque nenhum de nós manifestou esse dom antes?

- Simplesmente porque a Visão é um dom feminino. – ela respondeu como se ele fosse tolo de perguntar tal coisa. – São as sacerdotisas que usam o Poço Sagrado em busca de Visões. Os druidas têm outras tarefas.

- E o que ele tem a ver com isso? – Gina apontou para o monitor da Corvinal, que assumiu uma postura defensiva, abaixando os olhos.

- Alex também veio de Avalon. Na verdade, ele nasceu na ilha do Pendragon.

- Sou filho de um druida e uma sacerdotisa, Virgínia. – o garoto informou, a voz um pouco hesitante, sem conseguir encará-la. - Fui educado pelos druidas. Quando completei onze anos, fui convidado a estudar em Hogwarts. A Senhora do Lago e o Arquidruida acharam que seria uma oportunidade de comunicação com o mundo fora de Avalon. – Sianna balançou a cabeça, concordando. Gina captou um olhar que julgou carinhoso da professora para o amigo.

- Ele não poderia passar o resto da vida com os druidas, precisava conhecer o mundo. – ela continuou. - Eu tinha dezesseis anos quando ele nasceu.

- Sabíamos que havia descendentes da linhagem real e que alguém com um dom incomum nascera. – Alex comentou. - Sentimos do Tor.

Gina certamente cairia da cadeira se esta não tivesse braços. Ela se apoiava neles, incapaz de formular um pensamento coerente. Ela, Avalon, linhagem real, descendente de Merlin? Olhou ao redor. Rony parecia tão surpreso quanto ela, o rosto aberto de espanto. Snape continuava com a expressão impassível. Dumbledore a examinava detrás dos óculos de meia-lua. Esperou que as vozes parassem de ecoar pela sala para se manifestar.

- O que nós tememos, Gina, com a recuperação de Voldemort, é que ele queira usar o seu dom. Ele tem poder para fazer isso. Sabe que existe alguém da linhagem real em Hogwarts, mas ainda não descobriu quem é. É por isso que nossas aulas devem ser mantidas em segredo, não podemos correr riscos.

- Mas o Sr. Malfoy sabe. – ela disse com convicção. Vira a discussão no Três Vassouras. Eles não poderiam enganá-la.

- Acredito que Lúcio desconfie, certamente. – o diretor assentiu. - Afinal, os Malfoy também são descendentes de Avalon.

Um assobio alto assustou a todos.

- Desculpem. – Rony disse, as orelhas vermelhas como pedaços de beterraba.

- Não me lembre disso, professor! – Sianna exclamou, visivelmente contrariada. – Lembrar-me dela é constrangedor.

- É preciso, Sianna. – Dumbledore continuava contemplando a garota. - Os Malfoy podem sentir a energia aqui, Gina, entretanto não sabem exatamente de onde ela emana. E, para sua própria segurança, rezemos para que continue assim.

Gina estava surpresa demais para falar alguma coisa. Seu olhar vagou novamente, encontrando o de Harry. O garoto nem piscava; ouvia tudo com atenção. Gina imaginou se ele estava tentando adivinhar o que tinha a ver com tudo isso. Era o que ela também gostaria de entender.

- Você está segura em Hogwarts. - completou Dumbledore. - Contudo, precisamos ser cautelosos. Virgínia, o seu Dom é uma grande arma contra ele. É por isso que Sianna veio a Hogwarts: para lhe preparar, e alertar a todos os bruxos do perigo que corremos. Voldemort quer achar Harry, mas ele não vai se concentrar somente nisso, você sabe. Gostaria que pensasse sobre isso, e assim que se decidir, por favor, nos comunica-se imediatamente.

Dumbledore tinha um tom sério na voz, mas, ao mesmo tempo, transmitia uma enorme segurança. Gina balançou a cabeça, mas não sabia o que falar. Queria respostas para muitas perguntas, mas ainda não sabia como perguntar.

- Virgínia, você tem um grande Dom que pode ajudar a todos. - disse Sianna, mais uma vez. - Precisamos unir nossas forças, caso contrário, não teremos chance contra Voldemort. Você percebe o quanto é importante a sua ajuda? A sua Visão poderá ajudar a prevenir muitos possíveis ataques de Comensais. Mas lembre-se de que as nossas aulas extras não são apenas para isso. Seria muito bom que continuássemos com elas, gosto de tê-la como ajudante em minhas aulas. As escolhas que você precisará fazer poderão levá-la a Avalon. E você seria bem-vinda.

Sianna sorriu. Gina tentou retribuir o sorriso, mas ela não sabia exatamente se deveria sorrir ou chorar com tudo que ouviu; os pensamentos rodopiavam em sua mente como se um vendaval tivesse passado por lá, e tinha muito medo.

- É melhor vocês irem, agora - disse Dumbledore. - Já está quase na hora do jantar. Essa longa conversa deve ter deixado vocês com fome... Harry, gostaria que você ficasse mais um pouco, tudo bem?


- Uau! Espera só até a Mione saber disso! – Rony comentava com a irmã e o monitor da Corvinal enquanto se dirigiam à Torre de Grifinória. A Profa. Lake acompanhara Snape até as masmorras. – Eu sou descendente de Merlin!

- Ah, Rony! Deixa de ser criança! – Gina ralhou. Em seguida, franziu a testa. – O que você estava fazendo lá?

- Dumbledore me chamou. Acho que ele queria uma outra pessoa da família. – o ruivo respondeu displicentemente. – O que será que eu sou capaz de fazer?

- Além de parecer uma criança de dois anos? Beijar a Hermione escondido! – a irmã provocou, deixando-o com o rosto completamente vermelho.

- Não seja maldosa, Gina. – ela assustou-se ao ser lembrada da presença de Alex. Ele censurou-a baixinho.

- Pelo menos eu o calei.

- Eu poderia conversar com você? – ele perguntou, receoso. A ruiva assentiu.

- Rony, vai na frente que eu te alcanço depois, ok? – ela gritou para o irmão, que já virava no corredor e parecia sequer ouvi-la. – Vamos para um lugar mais sossegado.

- Conheço um lugar ótimo! - Alex exclamou, pegando a mão de Gina. Puxou-a pela escadaria principal até o alto da Torre Leste. - Uma das vantagens de ser monitor é que posso andar por todo o castelo e não perder pontos por isso - ele riu, ao chegar à porta da sala de Astronomia. - Linda, agora feche os olhos.

Gina estava ofegante e vermelha por acompanhar o passo do rapaz e olhou-o desconfiada.

- Aiai, o que você está aprontando, Alexander Brandon? - Ela perguntou, ansiosa e animada. – Não quero problemas!

- Você já vai ver... Só feche os olhos, por favor. – ele sorriu, e a ruiva não pôde resistir.

Sentiu que o amigo a guiava cuidadosamente pela sala, que parecia estranhamente vazia. “Como posso saber se ela tem cadeiras e mesas? Nunca estive aqui!”

- Deite-se. – Alex pediu, ajudando-a. – Não abra ainda! – completou quando ela fez menção de olhar.

Gina obedeceu, com cuidado, ainda sem entender. Era bem macio, parecia um colchão. Apoiou a cabeça em algo que julgou ser uma almofada.

- Pronto. - ele disse, satisfeito. - Pode abrir os olhos.

Vagarosamente, a garota foi abrindo seus olhos. Ficou maravilhada com o que viu. O teto, transparente, mostrava um céu púrpura salpicado de estrelas prateadas, e a leste, uma lua crescente começava a apontar, indicando o anoitecer. Ficou sem ar. Era magnífico perceber o mundo adormecendo. Algumas aves voaram acima dela, provavelmente indo para seus ninhos.

Aquela imagem transmitiu uma paz enorme à garota.

- Não é um bom lugar? - Gina percebeu Alex ao seu lado ao ouvir sua voz.

- Eu... é lindo.. - respondeu a menina, sem conseguir expressar realmente a perplexidade que sentia.

- Gosto de vir aqui de vez em quando, para liberar minha mente. De certa forma, me sinto mais próximo de Avalon.

Avalon. Esse lugar começava a assombrá-la. Como uma ilha que ela nem conhecia podia mudar de forma tão radical a sua vida? Gina não disse nada por algum tempo. Tinha perguntas que exigiam respostas, mas ela sentia que não as teria naquele momento. Ela queria entender, mas sabia que cooperação não requer compreensão. Mesmo assim, deixou escapar.

- Alex... - ela chamou, olhando para o céu. - Por que você não me contou?

Sentiu o loiro mexer-se ao seu lado, nervoso. Sentou-se ao lado dela e permanecer em silêncio muito tempo. Gina continuou acompanhando o céu escurecer cada vez mais, adquirindo um tom de azul escuro.

- Eu não podia, Virgínia - Ele começou, temendo a reação dela. - Não fique com raiva... você vai entender.

- Tem tanta coisa na minha cabeça que duvido entender alguma coisa algum dia... Ainda vão me contar o que eu quero saber?

- Na hora oportuna... Há muito o que saber, eu também tenho muito a descobrir. Vamos descobrir juntos. Vou estar sempre do seu lado, eu prometo.

- Estou com tanto medo, Alex. – confessou, voltando o rosto para ele. – Tanto medo.

O garoto estendeu a mão e tocou os cabelos vermelhos dela. Delicadamente, desenhou o contorno do rosto dela, os olhos fixos nos dela.

- Não tema, minha bela. – a voz saiu grave e confortante e, de repente, uma brisa brincou no rosto de Gina. Ela piscou e não estava mais deitada na sala de Astronomia de Hogwarts. Olhou em volta e espantou-se ao deparar-se com altas pedras, formando um círculo ao redor dela e do homem ao seu lado.

Era um homem alto, forte, que sorria para ela e, estranhamente, ela não teve vontade de fugir dele porque confiava nos olhos intensamente verdes que a miravam com amor. Ao contrário, deitou-se novamente e deixou que ele acariciasse sua testa.

- Feche os olhos... Descanse... Não tema... – ele dizia, e ela obedeceu.

- Agora, tente não pensar nisso, simplesmente olhe para as estrelas... – era novamente a voz de Alex. - Sabe, elas podem nos dizer muito, basta sabermos interpretar.

O garoto beijou a mão de Gina e deitou-se novamente, ainda segurando sua mão. Gina fitava o céu tentando reter na memória aquela visão. Desejava voltar àquela noite estrelada no círculo de pedras.

“Tenho que descobrir o que são essas cenas. Mas, não agora... Não hoje...”, pensava, cheia de sono. Mesmo que tentasse, não conseguia ter raiva de Alex. De algum modo, entendia sua posição. “Eu também tenho escondido tanta coisa dele... Será que algum dia contarei sobre essas sensações que a presença dele me causa?”

Vieram outras imagens em sua cabeça, imagens familiares, mas que ela não sabia de onde vinham. Uma fogueira, o homem dançando e ela dançando, girando ao redor dele.

E foi com essas imagens que ela adormeceu ali, ao lado de Alex, na sala de Astronomia.

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