Uma Página Faltando



Como de costume, a comida farta invadiu a mesa e a fome voraz se sobrepôs às conversas. Os alunos atacavam cada bandeja como se fosse o único alimento em toda a sala e ao mesmo tempo em que bebiam suco de abóboras para engolir os colossais pedaços de frango tentavam conversar com os colegas. O resultado era o mais alto e arranhado murmúrio que se pode achar pela história. A conversa, embora mastigada, era clara: Draco, Dumbledore, Snape e Voldemort eram os assuntos mais comentados. O nome de Harry, é claro, também aparecia bastante, mas quase sempre era usado para descrever formas desagradáveis de se perder os membros ou a vida.
Durante a refeição Filch apareceu de novo, saindo do castelo, com a bolsa vazia dessa vez. Com várias conversas desagradáveis ao seu redor, Harry teve um pouco mais de tempo para refletir dessa vez.
“Se a bolsa está vazia... Filch esvaziou o conteúdo em algum lugar... Será que ele foi buscar mais daquele liquido? E o que era aquilo afinal? Nunca vi nada parecido...” os pensamentos iam e vinham em sua cabeça como um balanço, indo cada vez mais alto até que Harry teve seu último pensamento antes de ser interrompido. “Sangue?”.
-Harry! –disse Rony. –Não fique desanimado! Olha quanta comida!
Harry olhou... Mas, não se animava em por nada na boca. Em meio a ferocidade dos alunos famintos, Harry se isolava em pensamentos até que fosse mais uma vez interrompido por seus amigos.
-Vamos para o dormitório Harry... Você não parece muito bem... –chamou Hermione já levantando. De fato Harry estava pálido, não tinha comido nada e seu olhar perdido lhe dava uma aparência doente. Ele levantou-se e, passando perto do corredor proibido, foi para o dormitório. Quando todos já dormiam Harry, inerte e sem sono na cama, sentiu sua barriga roncar. Saiu do dormitório e foi em busca das cozinhas que já conhecia. Quando estava passando pelo quinto andar percebeu uma luz vinda de uma das salas, entrou e viu uma grande bacia de pedra parecida com uma penseira, mas cheia do liquido escuro que Filch trouxera. Ele pôs as mãos sobre a borda e tentou alcançar o fundo da bacia, mas, assim que seus dedos ultrapassaram a superfície vazia da bacia um alarme tocou. Harry instintivamente puxou a camisa para frente, mas percebeu que havia se esquecido da capa da Invisibilidade. Correu o mais rápido que pôde para entrar no armário vazio da sala. Um pouco depois McGonagall entrou na sala seguida por Filch e Madame Norra.
-Ainda está aí? –perguntou McGonagall.
-Sim... Mas, acho melhor aumentarmos a proteção desta sala.
-Faremos isso amanhã, o alarme deve ter afastado o gatuno.
-McGonagall... –começou Filch. –Esse sangue... Pra que...
-Ora! Não vamos falar disso aqui! Vamos embora! –e os dois se retiraram, Filch com a cabeça baixa e Madame Norra o imitando.
Harry então percebeu que estava sem respirar, puxou uma grande quantidade de ar e voltou para a cama. A única coisa que o impediu de pensar sobre aquela sala e o sangue na bacia foi a fome.
Rony e Hermione tiveram dificuldades em acordar o amigo, Harry estava cambaleando de fome quando saiu da Sala Comunal em direção ao Grande Salão, assim que sentou transformou-se em mais uma das feras que enchiam o prato rapidamente e tão rápido engoliam a comida. O dia passou e todas aulas foram sobre a mesma coisa: por que tantos alunos tinham se retirado da escola. Os professores eram esguios e falavam pouco, a maior parte do tempo foi preenchida com discussões dos alunos. A hora do almoço chegou e o assunto permaneceu o mesmo, durante o caminho ao dormitório só se falava sobre o final do último ano letivo, por isso, quando Harry chegou à Sala Comunal ele se jogou em um sofá e respirou fundo.
-O que foi Harry? Você esteve longe o dia todo... –era Hermione, a garota estava agachada a sua frente e falava baixo. Rony ajoelhou-se ao lado dela e bateu no ombro do amigo.
-Vamos dormir Harry, amanhã buscaremos um jeito de sair daqui... –a voz baixou-se ainda mais quando ele começou a falar do itinerário do dia seguinte. Ele e Hermione haviam traçado um plano enquanto Harry tentava ignorar as vozes que cochichavam a seu respeito. Acordariam cedo e iriam até o sétimo andar depois do desjejum. Hermione havia fabricado, junto com a ajuda de Fred e Jorge, dois aparelhos mágicos. Um buscava magias e o outro as identificava. Isso devia ser feito antes do almoço, pois seriam eles a procurar contra-feitiços na biblioteca durante à tarde.
Durante o almoço, depois de identificarem apenas metade do corredor, decidiram pesquisar o que já tinham descoberto e depois fazer a outra metade. Foi quando Tonks aproximou-se.
-O que vocês estavam fazendo hoje de manhã? Espero ver vocês durante minha aula hoje à tarde... O tema de hoje vai ser contra-feitiços, parece emocionante, não? –ela disse piscando e indo embora.
-Ela sabe, certo? –perguntou Rony.
-Talvez, vamos pra aula dela de qualquer maneira... Além de aprendermos sobre contra-feitiços nós daremos tempo pra poeira baixar um pouco... –Harry respondeu. Hermione assentiu e eles terminaram de almoçar.
A aula de Tonks era no quarto andar, subiram rápido e levaram um choque ao ver a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas pela primeira vez arejada e iluminada. Quadros coloridos de varinhas desferindo feitiços enfeitavam as paredes e vários vasos de flores literalmente sorridentes preenchiam a superfície das mesas. Todos tomaram seus lugares e esperaram por Tonks. Depois de quase dez minutos um aluno da Corvinal cutucou uma planta extremamente rosa que estava na mesa da professora. A planta se mexeu e o aluno pulou pra trás, tropeçando nas próprias vestes. Todos se levantaram para ver melhor a planta que se erguia.
-Tonks! –gritou Harry. Todos olharam pra ele e depois de volta para a planta. De fato aquela era Tonks.
-Desculpa... Acabei pegando no sono... Bom, vocês têm livros, certo? Abram na página quarenta e sete.
O título do capitulo era “Magia das Trevas Oculta no Tempo”. Harry e seus colegas abriram o livro e começaram a ler.
“Através das eras vários feitiços foram perdidos. Feitiços não-verbais ocupam o primeiro lugar no ranking das magias perdidas. Há pessoas que ainda estudam esses feitiços e são denominados...”
Vários alunos exclamaram quando chegaram nessa parte do texto. A página quarenta e sete de todos os livros havia sido rasgada para ocultar grande parte do texto.
-Continuem lendo. –disse Tonks ao ouvir as reclamações de vários alunos. Harry foi um dos poucos que não gritou sobre vandalismo à professora, ele apenas levantou os olhos e percebeu o olhar penetrante de Tonks. Aqueles olhos brilhavam frases completas para Harry. “A página que falta é sempre a mais importante” eles diziam.
O resto do texto falava sobre o que aprenderiam no capitulo. Nada importante... Importante era o que faltava... Harry absorveu as palavras daquele parágrafo rapidamente e voltou a fitar Tonks, a mulher parara de olhar e Harry pensava se não tinha apenas imaginado aquilo.
Depois da aula reuniram-se na Sala Comunal, estavam apenas Harry, Rony e Hermione quando o retrato se moveu. Era Tonks.
-Professora! O que você está fazendo aqui? –ela não deveria ser capaz de entrar no salão da Grifinória...
-É rápido... Eu só quero saber se você me entendeu, Harry. –disse ela piscando.


Ao invés de pesquisar contra-feitiços, Harry passou a tarde estudando a leitura do olhar. Havia poucos livros sobre o assunto e pelo que Harry entendeu, não era preciso saber ler um olhar para entendê-lo. Alguns bruxos eram capazes de emitir mensagens complexas usando o brilho da retina. Era como se a visão fosse transferida de uma mente para a outra.
-A página que falta... –sussurrou Harry.
-Pronto! –exclamou Hermione. Harry assustou-se e fechou os livros escondendo-os debaixo de um grande volume intitulado “Contra-feitiços: a magia para ser usada contra a magia”. –Harry, você está bem? Até Rony encontrou mais contra-feitiços que você... Aliais, você não encontrou nenhum...
-Ah, desculpa Mione... Vou me esforçar mais da próxima vez. –disse Harry. Ele olhou Hermione nos olhos e tentou transmitir para a garota uma mensagem qualquer. Havia lido sobre isso nos livros, mas aparentemente não fora capaz de fazê-lo. –Vamos dormir... Já é tarde, continuaremos amanhã.
De fato já era madrugada, o jantar havia sido recolhido e a barriga dos meninos roncava. Harry pensou em visitar a cozinha como desculpa para procurar Filch novamente, mas Hermione o repreendeu. Foram para os dormitórios e deitaram em suas camas e apagaram seus olhos e tentaram dormir e dormiram, Harry foi a exceção.
Aqueles que haviam dormido acordaram dispostos. Harry deslizou seus pés pra fora da cama e desceu para o Grande Salão. Depois do café da manhã subiram ao sétimo andar e terminaram a identificação do corredor. Mais uma vez, Harry pesquisou sobre a leitura da retina enquanto seus amigos investigavam sozinhos a magia necessária pra combater as azarações do corredor. Saíram da biblioteca no fim da tarde e passaram um tempo à beira do lago, conversando e atirando pedras que deslizavam e pulavam sobre a superfície espelhada da água. No dia seguinte desativariam os feitiços e partiriam para o mundo trouxa. Arrumaram mochilas pequenas com roupas e galeões. Já haviam ouvido falar sobre o balconista do Caldeirão Furado que trocava galeões por dólares e outras moedas. Neville reparara a insônia de Harry e deu ao garoto um chá que o fez dormir tranqüilamente. De manhã, Harry sentiu-se reanimado para seguir aquele tortuoso caminho que estava à sua frente.


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Ah, mas eu sou bonzinho demais, nem terminei o próximo capitulo e postei esse daí!
xP

Bom, agora a trama realmente começou...

Quais problemas Harry e seus amigos encontrarão para sair da escola?
O que os aguarda no mundo exterior?
O que é essa página faltando?
Quem esqueceu o aniversário do Harry: o Autor ou Rony e Mione?

Descubra as respostas para algumas dessas e outras perguntas no próximo capitulo:

"Capitulo "o último número mais um": O Título do Capitulo eu escreverei aqui em letras grandes"

Huiashisauhaisuh, eu não sabia um título pro próximo capitulo

Acho que vai ser:

Capítulo Cinco: A Fuga (profundo né? xP)



LEMBREM-SE: Sem comentario, sem capitulo!



Não conhece o Autor? Leia o ABOUT e as notas (gigantes) de rodapé!

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