Pistas das pistas
Até quando duraria a felicidade absoluta da casa dos Potter era impossível prever. Uma coisa era certa: o sentimento que carregavam dentro de si não poderia se extingüir tão facilmente. Quando o solo é fértil, a semente brota...
Aquele dia seria muito árduo e cansativo, mas também renderiam momentos muito engraçados, românticos, saudosos...
Desfilaram por músicas apontadas pelo diário o dia todo. (As músicas e os comentários eu vou relatar no tempo certo, pra não estragar a surpresa...) O diário era, na verdade, um registro dos primeiros anos de Lily e James, antes mesmo de casarem. Ele foi escrito depois, é verdade. E Harry concluiu que o diário era parte daquilo que precisava levar com ele quando partissem... Dumbledore instruiu os Potter a escrever o diário, relembrando com detalhes de momentos felizes dos dois, antes e depois da chegada de Harry ao mundo...
Havia muita coisa íntima ali. Encontros marcados em lugares ermos de Hogwarts, a sala precisa escondendo os dois apaixonados, detalhes realmente picantes sobre os pais de Harry... que, de certa maneira, explicaram o porque dele e de Ron estarem indo tão depressa com Ginny e Mione... era um reflexo pálido do diário. Harry sentiu que precisava explicar isso melhor.
- Antes de mais nada, não pensem que ultimamente estamos agindo sem nossa vontade. O que aconteceu nesses últimos dias foi uma coisa que já estava programada, só que tudo se desencadeou mais rapidamente. Sem medos, galera! Nosso amor e nossa coragem é que podem garantir uma chance contra Voldemort!
Quase no fim do dia, entre lanches e refrescos servidos na sala mesmo para que não perdessem tempo, estavam no fim das músicas selecionadas. Chegaram à seção das lentas, melosas e afins, como Ron se referia às músicas românticas mais antigas que conhecia. Ele não conhecia nada sobre os artistas trouxas, mas música é igual no mundo todo.
Tinha de tudo: Bryan Adams, U2, George Harrison, Phil Collins, Chico Buarque, Legião Urbana, George Michael, Paul McCartney, Beatles (claro!), até mesmo Guilherme Arantes e Roupa Nova, trilhas sonoras de filmes e desenhos entraram na dança. Um festival pra todos os gostos!
Os meninos, apesar de serem meninos (rsrsrs...) estavam mais concentrados nas pistas do que nas críticas. Por isso o trabalho rendeu tanto!
Fizeram então cópias das músicas num aparelho todo especial inventado pelo próprio Sr. Weasley. Ele gravava as músicas e as arquivava, igual a um MP3 Player. Munidos do diário e das músicas, Harry pressentia apenas que saberia a hora certa na hora certa... e o que fazer também.
Terminado o último disco, últimas considerações (já passava da meia-noite), Neville fez a pergunta que, na verdade, todos (ou quase todos) queriam fazer.
- Por quê música trouxa, Harry?
Harry sorriu e simplesmente respondeu:
- Porque Voldemort jamais se interessaria ou conheceria algo sobre trouxas. É muito mais fácil odiar o desconhecido do que descobrir seus intentos, não é mesmo?
Mione parecia iluminada pelas palavras de Harry naquele momento.
- Claro, Harry... fotografias, diários, músicas... remetem-nos à tempos bons... e quando nos transportamos para esse lugar dentro de nós...
- Nossa força dobra, ultrapassamos obstáculos, vencemos medos... Ainda não sabemos exatamente como isso pode afetar o tempo/espaço, e não sabemos ainda o que fazer ao certo, mas aqui não temos mais nada. Precisamos ir, e é agora mesmo.
Harry finalmente levantou-se, empacotou o aparelho e o diário, a medalhinha, alguns outros objetos e manuscritos, fez sua mala. Todos começaram a arrumar tudo para irem embora.
- Mas meu filho, essa hora é muito perigosa! Deixe-me pelo menos chamar Arthur! – A Sra. Weasley às lágrimas... como sempre.
- Sra. Weasley, dentro de poucas horas seremos atacados aqui se não sairmos agora. Acredite-me, por favor, precisamos ir.
Harry respirou fundo e anunciou que, em 30 minutos, todos deveriam estar prontos e à postos.
Iriam para Hogwarts.
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