A bordo do Expresso de Hogwart

A bordo do Expresso de Hogwart



 


A bordo do Expresso de Hogwarts




Havia no ar uma inquestionável tristeza de fim de férias


- Pela primeira vez, eu queria continuar de férias - falou Harry.


quando Harry acordou na manhã seguinte. A chuva forte continuava a fustigar a janela enquanto ele vestia um jeans e uma camiseta,


- É para combinar com o sentimento de volta às aulas - falou Josh.


trocaria pelas vestes de escola no Expresso de Hogwarts.


- Assim chama menos atenção - aprovou Lily.


Ele, Ron, Fred e George tinham acabado de chegar ao patamar do primeiro andar, a caminho de tomar o café da manhã,


- Ainda estávamos meio dormindo - comentou George.


quando a Sra. Weasley apareceu ao pé da escada, parecendo aflita.


- Não conseguimos ter uma cena sem confusão? - reclamou Alice. Ela queria um descanso para Harry, Ron e Hermione.


— Arthur! — gritou ela para cima. — Arthur! Mensagem urgente do Ministério!


- Pelo menos o problema não é aí - falou Lene.


Harry se achatou contra a parede quando o Sr. Weasley passou correndo, com as vestes de trás para frente e desapareceu de vista.


- Foi uma cena um pouco engraçada - falou Ron.


Quando Harry e os outros entraram na cozinha, viram a Sra. Weasley remexendo, ansiosamente, nas gavetas do guarda-louça.


- Mamãe fica querendo organizar tudo quando está nervosa - falou Ginny. Ela sofrera bastante por causa disso.


— Tenho uma pena em algum lugar aqui! — dizia ela,


- Pelo menos tem um objetivo dessa vez - murmurou Ginny.


enquanto o Sr. Weasley se curvava para a lareira falando com...


Harry fechou os olhos com força e reabriu-os para ter certeza de que estava vendo direito.


- Quem foi? Por que tanta surpresa? - falou James, ansioso.


- Não exatamente quem, mas como.


A cabeça de Amos Diggory estava parada no meio das chamas como um grande ovo barbudo.


- Certo, então é uma conversa da rede de flu, e daí? - falou Dorcas.


- Eu fui criado com os trouxas, Do. Eu não tinha visto esse meio de comunicação. Não estava entendendo bem o que estava acontecendo - falou Harry.


- Deve ter sido algo bastante estranho, então - comentou Neville.


Ele falava muito depressa, completamente indiferente às fagulhas que voavam ao seu redor e às chamas que lambiam suas orelhas.


- Deve ser porque elas não estão queimando nada - disse Frank.


- É, mas eu não sabia disso - retrucou Harry.


- Ainda assim, dava para imaginar - Frank respondeu.


- Verdade - Harry falou.


—... Os vizinhos trouxas ouviram estampidos e gritos, então foram e chamaram a... Como é mesmo o nome?... Polícia. Arthur, você tem que ir lá...


- Isso deve ter dado uma confusão - falou Lissy.


- Você nem imagina - disse Ginny.


— Tome! — disse a Sra. Weasley sem fôlego, empurrando um pedaço de pergaminho, um tinteiro e uma pena amassada nas mãos do marido.


- Bem, ele não pode dizer que se esqueceu de algo depois.


—... Foi pura sorte eu ter sabido — continuou a cabeça do Sr. Diggory — precisei vir ao escritório mais cedo para despachar umas corujas, e encontrei o pessoal do Uso Indevido da Magia de saída... Se a Rita Skeeter souber dessa, Arthur...


- Vai ser um inferno - comentou Sirius preocupado. Conhecia pessoas como Rita Skeeter e sabia que elas faziam tudo por atenção; já tendo um furo desses...


— Que é que Mad-Eye diz que aconteceu?


- Quem? - perguntaram todos de 1977 confusos.


Harry pensou que Mad-Eye ainda devia ter o olho normal na época deles. Então informou somente o nome Alastor Moody. James afirmou ter ouvido falar dele pelo seu pai. Ele era um bom Auror. Marlene, Regulus e Sirius concordaram.


— perguntou o Sr. Weasley, ao mesmo tempo que desenroscava a tampa do tinteiro, molhava a pena e se preparava para escrever.


Os olhos do Sr. Diggory reviraram nas órbitas.


- Tudo parece envolver olho, nossa.


— Disse que ouviu intrusos no jardim. Disse que se aproximavam sorrateiramente da casa, mas que foram atacados pelas latas de lixo.


- Não vai ser fácil fazer um trouxa ser esquecer disso - comentou Harry.


— Que foi que as latas de lixo fizeram? — perguntou o Sr. Weasley, escrevendo freneticamente.


— Fizeram um estardalhaço e dispararam lixo para todo lado, pelo que sei — falou o Sr. Diggory. — Aparentemente uma delas ainda estava voando a esmo quando a polícia apareceu...


O Sr. Weasley gemeu.


- Isso é ruim?


- Péssimo.


— E o que aconteceu com os intrusos?


— Arthur, você conhece Mad-Eye


- Não pareceu muito positivo isso.


- É porque não foi - disse Ginny.


— disse a cabeça tornando a revirar os olhos. — Alguém andando pelo jardim dele na calada da noite? Mais provavelmente era algum gato com neurose de guerra vagando por ali, coberto de cascas de batatas.


Harry, Ron e Hermione se entreolharam. Então os sinais estavam na cara deles o tempo todo! Como ninguém não notou que Moody foi substituído?


Mas se o pessoal do Uso Indevido da Magia puser as mãos em Mad-Eye, ele está perdido, pense na ficha dele,


- Ele tem uma ficha já? - perguntou James surpreso.


- Mad-Eye pode ser meio extremo ás vezes - falou Harry.


temos que livrá-lo com uma acusação menos séria, alguma coisa no seu departamento,


Frank fez uma careta. Isso não era exatamente certo.


qual é a penalidade para explosão de latas de lixo?


— Talvez uma advertência — respondeu o Sr. Weasley,


- É bem mais leve - comentou Dorcas.


ainda escrevendo muito depressa, a testa vincada. — Mad-Eye não usou a varinha? Não chegou a atacar ninguém?


James sorriu irônico. Pelo que ele conhecia da reputação de Moody, duvidava que ele deixasse qualquer um escapar só assim.


— Aposto que ele pulou da cama e começou a enfeitiçar tudo que conseguiu alcançar pela janela, mas daria muito trabalho provar isso, não houve nenhuma vítima.


- Certo, isso é bom - falou Remus - Já dá para fazer algo com isso.


— Tudo bem, estou de saída — disse o Sr. Weasley e, enfiando o pergaminho com as anotações no bolso, saiu correndo da cozinha.


- Praticidade é tudo.


A cabeça do Sr. Diggory olhou para os lados e se fixou na Sra. Weasley.


— Desculpe o mau jeito, Molly — disse, mais calmamente — incomodar vocês tão cedo...


- Ela entendeu - disse Molly.


Mas Arthur é a única pessoa que pode livrar Mad-Eye, e Mad-Eye ia começar um novo emprego hoje.


- Imagino que emprego... - falou Ron rindo.


Por que é que tinha que escolher logo ontem à noite...


- Não acho que ele escolheu muita coisa - falou Hermione baixinho.


— Tudo bem, Amos. Tem certeza de que não quer comer uma torrada ou qualquer outra coisa antes de ir?


- Essa é parte mais estranha para mim - disse Harry.


— Ah, então quero.


A Sra. Weasley apanhou uma torrada amanteigada em uma pilha sobre a mesa da cozinha, prendeu-a nas tenazes da lareira e a levou à boca do Sr. Diggory.


- Nada como receber comida - falou Sirius.


- Você só pensa nisso.


— Obrigado — disse ele com a voz abafada e, em seguida, com um estalido, desapareceu.


- Nem se despediu - falou Dorcas.


- Bem, ele disse que estava indo embora.


Harry ouviu o Sr. Weasley gritar tchau apressado para Bill, Charles, Percy e as garotas. Em cinco minutos, ele estava de volta à cozinha, as vestes agora do lado certo, passando um pente nos cabelos.


- Pronto para sair - anunciou Frank.


- Deve ser muito bom ser menino e conseguir se arrumar rápido.


- Algumas meninas se arrumam rápido, Lene - falou Alice.


- Verdade, eu demoro muito mais que Alice.


— É melhor eu me apressar... Um bom ano letivo para vocês, meninos — disse o Sr. Weasley para Harry, Ron e os gêmeos, puxando uma capa por cima dos ombros e se preparando para desaparatar.


James fez uma careta. Arthur não ira nem mesmo abraçar os filhos?


— Molly, você acha que dá conta de levar os meninos até King‘s Cross?


- Claro que sim, que tipo de pergunta... - falou Snape.


— Claro que sim. Se preocupe com Mad-Eye que nós cuidamos do resto.


Quando o Sr. Weasley desapareceu, Bill e Charles entraram na cozinha.


- É muito feio evitar o pai.


— Alguém falou em Mad-Eye? — perguntou Bill. — Que é que ele andou fazendo agora?


- Todo mundo conhece esse cara? - perguntou Remus.


- Bem, ele ficou bem famoso - disse Neville dando de ombros - Ele prendeu vários comensais.


— Diz que alguém tentou entrar na casa dele à noite passada — respondeu a Sra. Weasley.


Harry pensou espantado em como ninguém levava a sério a possibilidade de terem invadido a casa de um auror responsável por prender vários criminosos.


— Mad-Eye Moody? — Indagou George pensativo, passando geleia na torrada. — Não é aquele biruta...


- Ele não é biruta! - falou James.


- Por enquanto só - disse Sirius.


— Seu pai tem uma excelente opinião sobre Mad-Eye Moody — disse a Sra. Weasley severamente.


— É, tudo bem, papai coleciona tomadas, não é mesmo?


- Nunca irei superar essa - disse Alex.


disse Fred baixinho quando a mãe saiu da cozinha. — Cada qual com o seu igual...


- Fred! - repreendeu Ginny, enquanto os outros riam.


- Eu só falei a verdade - ele se defendeu.


— Moody já foi um grande bruxo — disse Bill.


— Ele é um velho amigo do Dumbledore, não é? — perguntou Charles.


Hermione questionou-se como Dumbledore não tinha notado que seu amigo não era a mesma pessoa que tinha aparecido em Hogwarts.


— Mas o Dumbledore não é bem o que a gente chamaria de normal, não é


- Ele é um pouco excêntrico - disse Harry.


- É, você pode dizer isso - resmungou Regulus.


comentou Fred. — Quero dizer, eu sei que ele é um gênio e tudo o mais...


- Resumidamente, não existem pessoas normais - disse George.


— Quem é Mad-Eye? — perguntou Harry.


— Está aposentado, mas costumava trabalhar no Ministério


- Ele era brilhante - falou Ron.


— falou Charles. — O vi uma vez quando papai me levou ao trabalho. Ele foi Auror... Um dos melhores... Um cara que captura bruxos das trevas — acrescentou, vendo o olhar atônito de Harry.


- Você não sabia o que era? - perguntou Regulus surpreso.


Harry deu de ombros.


Lily colocou a mão na testa. Harry nunca tinha sequer pensado no que fazer quando Hogwarts acabasse? Porque auror era uma das profissões mais conhecidas.


— Encheu metade das celas de Azkaban. Mas fez uma pá de inimigos...


- Acho que isso já estava implícito - falou Snape, secamente.


Principalmente as famílias das pessoas que ele prendeu...


- O lado ruim da justiça é isso - disse Frank.


E ouvi falar que Moody está ficando realmente paranoico na velhice. Não confia mais em ninguém. Vê bruxos das trevas por todo lado.


- Pelo que eu ouvi, ele sempre foi paranoico, só ficou pior - comentou Neville.


Bill e Charles resolveram acompanhar os garotos ao embarque na estação de King‘s Cross,


- Nesse clima de conversa agradável.


mas Percy se desculpou profusamente e disse que precisava de fato ir trabalhar.


- Ele não pode perder um dia de trabalho? - perguntou Lene incrédula.


- Pelo menos, ele se sentiu mal por isso.


— Não posso pedir mais licenças no momento.


- Você já pediu algum dia? - perguntou Ginny surpresa.


O Sr. Crouch está realmente começando a confiar em mim.


- Não diria bem isso - comentou Regulus divertido. Aquele menino era tão burro.


— Ah é, sabe de uma coisa, Percy? — disse George sério. — Acho que não demora muito, ele vai aprender o seu nome.


- Eu estava tentando ser gentil - George se defendeu quando as pessoas riram - Não queria que ele perdesse as esperanças, ué.


A Sra. Weasley tinha se aventurado a telefonar para a agência de correio do povoado para pedir três táxis de trouxas para levá-los a Londres.


- É realmente necessário tudo isso? - perguntou Lene surpresa.


- Só eu, Ron, Hermione, Harry já seria um táxi - falou Ginny.


- É muito ruim esse meio de transporte - comentou Sirius.


- Ainda cabe mais gente que uma vassoura - observou Alex.


- Mas não que um pé de flu.


— Arthur tentou pedir emprestado uns carros do Ministério para nós — sussurrou a Sra. Weasley a Harry, enquanto aguardavam parados no pátio lavado de chuva os motoristas dos táxis carregarem os pesados malões de Hogwarts nos carros.


- Vocês podiam ajudar - comentou Frank.


- Eu não tinha pensado nisso - admitiu Harry, envergonhado.


— Mas não havia nenhum disponível...


- O fluxo é grande essa época do ano.


Ah, meu Deus, a cara deles não está nada feliz, não é?


- Imagino que não - disse Lily, já havia pegado um táxi com a família no dia de ir para Hogwarts e o motorista não tinha ficado nada feliz, e olha que era só uma pessoa.


Harry não quis comentar com a Sra. Weasley que motoristas de táxi trouxas raramente transportavam corujas excitadas, e Pigwidgeon estava fazendo um estardalhaço tremendo.


- Você podia ter me dito! - falou Ron.


- Até parece que você consegue controlar a sua coruja - resmungou Harry.


E tampouco ajudou o fato de alguns fogos Dr. Filibusteiro, que não aquecem e acendem molhados, terem explodido inesperadamente quando o malão de Fred se abriu,


- Eu jurava que estava fechada! - o ruivo se defendeu quando Ginny o encarou.


fazendo o motorista que o carregava berrar de susto e dor, pois Bichento enterrou as garras na perna do homem.


Alex murmurou alguma coisa sobre terrorismo.


A viagem foi desconfortável, porque eles viajaram espremidos no banco traseiro dos táxis com os malões. Bichento levou algum tempo para se recuperar do susto com os fogos e, até entrarem em Londres, Harry, Ron e Hermione acabaram seriamente arranhados.


- Esse seu gato... - Sirius balançou a cabeça.


Sentiram um grande alívio ao desembarcar na estação, embora a chuva caísse mais forte que nunca e eles tivessem se encharcado para atravessar a rua movimentada para entrar na estação com os malões.


- A situação estava ruim mesmo.


A essa altura, Harry já estava se acostumando a embarcar na plataforma 9 e ½.


- Você já devia estar acostumado - resmungou James.


Era apenas uma questão de rumar diretamente para a barreira, aparentemente sólida,


- Só aparentemente mesmo.


que dividia as plataformas nove e dez. A única parte difícil era fazer isso discretamente de modo a não chamar a atenção dos trouxas.


- Trouxas são cegos - Sirius deu de ombros, desconsiderando a preocupação do afilhado.


- E é por isso que o Ministério tem tanto trabalho em manter a magia em segredo - disse Alice.


Fizeram isso em grupos, hoje; Harry, Ron e Hermione (os mais visíveis, pois iam levando Pigwidgeon e Bichento) foram os primeiros,


- Estou achando que isso foi privilégio de ser o Trio de Ouro - comentou Neville. Ginny concordou.


eles se encostaram descontraidamente na barreira, conversando despreocupados e deslizaram de lado por ela... E, ao fazerem isso, a plataforma 9 e ½ se materializou diante deles.


- Agora sim estamos chegando em algum lugar - disse Sirius.


O Expresso de Hogwarts, uma reluzente locomotiva vermelha, já estava aguardando, soltando nuvens repolhudas de fumaça, através das quais os muitos alunos de Hogwarts e seus pais parados na plataforma pareciam fantasmas escuros.


- Eu não diria isso - falou Remus.


- Até porque isso é algo meio contraditório - acrescentou Frank - Fantasmas são translúcidos.


Pigwidgeon fez mais barulho que nunca em resposta ao pio das outras corujas escondidas na névoa.


- Virou uma competição, excelente - resmungou James.


Harry, Ron e Hermione saíram em busca de lugares e logo estavam guardando a bagagem em uma cabine mais ou menos na metade do trem. Depois, eles tornaram a saltar para se despedir da Sra. Weasley, de Bill e Charles.


Sirius deu um sorriso irônico. Ele nunca tivera ninguém para se despedir. Certamente, Regulus fora o deixar no primeiro ano, mas no segundo nem apareceu e depois disso fingia que não conhecia o irmão. Claro que Walburga e Orion também não fizeram despedidas.


— Talvez eu volte a ver vocês mais cedo do que pensam — disse Charles, rindo, ao dar um abraço de despedida em Ginny.


- Como assim? - perguntou Sirius curioso.


- Vocês vão saber - disse Harry.


— Por quê? — perguntou Fred, interessado.


— Você verá — respondeu Charles.


- Então Charles negou a informação a vocês e agora vocês estão a negando a mim, em uma vingança distorcida - comentou Sirius.


- Talvez - disse Harry, dando um sorriso de lado depois.


— Só não diga a Percy que eu falei isso... porque afinal é informação privilegiada, até o Ministério resolver divulgá-la.


- Então nunca né, porque daqui que aquele órgão faça alguma coisa... - comentou Lene.


— É, eu até sinto vontade de estar estudando em Hogwarts este ano — disse Bill, as mãos enfiadas nos bolsos, contemplando com um ar quase saudoso o trem.


- Então é algo sério - falou James dramaticamente. Lily revirou os olhos.


— Por quê? — perguntou George impaciente.


— Vocês vão ter um ano interessante — comentou Bill, com os olhos cintilando. — Talvez eu até peça licença para ir dar uma espiada...


- Nossa, o que irá acontecer? - perguntou Lene interessada. Se o cara iria até faltar trabalho...


— Uma espiada em quê? — perguntou Ron.


Mas nessa hora ouviram o apito e a Sra. Weasley conduziu-os impaciente às portas do trem.


- Não acredito! Na melhor hora! - resmungaram James e Sirius juntos.


- Eles não iriam falar de qualquer jeito - disse Frank.


- Você não tem certeza disso - apontou Remus.


- Mas eu aposto - Frank deu de ombros.


— Obrigada por nos convidar, Sra. Weasley — disse Hermione, depois que embarcaram, fecharam a porta e se debruçaram na janela do corredor para falar com ela.


- Teria sido mais prático falar antes de entrar, não? - perguntou Neville.


- E qual seria a graça?


— É, obrigado por tudo, Sra. Weasley — disse Harry.


- Obrigada por ser um exemplo tão bom para o meu filho, Hermione - Lily agradeceu.


Hermione riu.


- De nada, Ev... Lily - falou incerta de como chamar a ruiva. Já era difícil conseguir saber como chamar a mãe de um amigo, mas a mãe que possuía a mesma idade que o filho e ela?


— Ah, o prazer foi meu, queridos — respondeu ela. — Eu os convidaria para o Natal, mas... Bem, imagino que vocês vão querer ficar em Hogwarts, por causa... De uma coisa ou outra.


- Então sua mãe sabe! - exclamou Neville surpreso.


- Parece que todo mundo sabia - disse Ron.


— Mamãe! — exclamou Ron irritado. — Que é que vocês três sabem que nós não sabemos?


- Muita coisa.


— Vocês vão descobrir hoje à noite — disse a Sra. Weasley sorrindo. — Vai ser muito excitante, estou muito contente que tenham mudado as regras...


- Regras? - perguntou Remus, interessado.


— Que regras? — perguntaram Harry, Ron, Fred e George juntos.


— Tenho certeza de que o Professor Dumbledore vai contar a vocês...


- Do jeito que ele enrola para falar... - disse Regulus.


Agora, comportem-se! Ouviu bem, Fred? E você, George!


- Agora quero ver ela dizendo isso de novo, mas apontando para quem é quem - disse Fred.


Os pistões assobiaram e o trem começou a andar.


— Conta para a gente o que vai acontecer em Hogwarts! — berrou Fred pela janela, quando a Sra. Weasley, Bill e Charles foram se distanciando rapidamente. — Que regras é que vão mudar?


- É, e o que vai acontecer no natal? - perguntou Alice.


- Não foi só no natal...


- Gente!


- Vocês vão saber, calma.


Mas a Sra. Weasley apenas sorriu e acenou.


- Sacanagem.


Antes que o trem tivesse virado a primeira curva, ela, Bill e Charles tinham desaparatado.


- Nem esperaram.


- Bem, não era como se muita coisa fosse mudar...


Harry, Ron e Hermione voltaram à cabine.


- Não tinha nada para fazer mais.


A chuva grossa que batia nas janelas tornava difícil ver o lado de fora. Ron abriu o malão, tirou as vestes a rigor marrons


- Não sei se eu posso chamar aquilo assim - resmungou Ron.


e atirou-as por cima da gaiola de Pigwidgeon para abafar os seus pios.


- Você encontrou uma utilidade para a roupa - falou Dorcas.


- Ela é melhor para isso que como veste.


— Bagman queria nos dizer o que ia acontecer em Hogwarts


- Devia ter dito de uma vez.


— disse ele mal-humorado, sentando-se ao lado de Harry. — Na Copa Mundial, lembra? Mas nem a minha própria mãe quer contar.


- Ela não queria estragar a surpresa - falou Ginny.


Que será...


— Psiu! — sussurrou Hermione de repente, levando o indicador aos lábios e apontando para a cabine ao lado.


- O que foi agora? - perguntou Lily. Não podia ser mais uma ameça a vida do seu filho, podia?


Harry e Ron prestaram atenção e ouviram uma voz arrastada já sua conhecida que entrava pela porta aberta.


- Deixa eu adivinhar: Malfoy? - falou Remus.


- Exatamente - resmungou Ron.


- Não sei como em toda ida para Hogwarts encontramos esse idiota - falou Hermione.


- Talvez porque ele estude lá? - sugeriu Snape.


—... Papai, na realidade, pensou em me mandar para Durmstrang em lugar de Hogwarts, sabem.


- Uma pena que ele não mandou - disse Lily.


- Sempre achei que Lucius gostasse de Hogwarts - falou James surpreso.


- Da escola sim, de Dumbledore... - comentou Sirius.


Ele conhece o diretor lá, entendem.


- Claro, dos tempos antigos de Comensais - comentou Harry acidamente.


- Quem é o diretor? - perguntou Alice curiosa.


- Karkaroff.


Snape arregalou os olhos.


- Não acredito que ele conseguiu ser diretor de algo - murmurou - Ele não é exatamente uma das pessoas mais inteligentes.


James revirou os olhos. Claro que Snape conhecia o comensal.


Bom, vocês sabem qual é a opinião dele sobre Dumbledore...


- O mundo inteiro sabe - comentou Lissy.


- Ele nunca tentou esconder - disse Alice.


O cara gosta muito de sangues-ruins e Durmstrang não admite esse tipo de ralé.


- Mas permite arte das trevas - resmungou Remus.


Mas mamãe não gostou da ideia de eu ir para uma escola tão longe.


- Não acredito que eu vou dizer isso, mas tenho que agradecer a Narcissa por não deixar Draco ainda pior - disse Sirius.


Durmstrang tem uma política muito mais certa que Hogwarts com relação às Artes das Trevas.


- Não sabia que Draco era especialista em educação - comentou Harry.


Os alunos de lá até aprendem essa matéria, não é só essas bobagens de defesa que a gente aprende...


- É um perigo ensinar uma matéria dessas sem o acompanhamento adequado - disse Remus.


Hermione se levantou, foi pé ante pé até a porta da cabine e fechou-a para abafar a voz de Malfoy.


- Ainda bem, não aguentava mais essa bobagem - disse Frank.


— Então ele acha que Durmstrang teria sido melhor para ele, é? — disse ela zangada.


- Claro! Ele estava falando mal de Hogwarts! - Hermione falou.


— Eu gostaria que ele tivesse ido para lá, ai não teríamos que aturá-lo.


- Teria sido excelente - falou Ron em um tom sonhador.


— Durmstrang é outra escola de bruxaria? — perguntou Harry.


— É — respondeu Hermione, fungando — e tem uma péssima reputação.


- Mas nem sempre foi assim - comentou Frank.


- Houve uma época que a escola era tão respeitada quanto Hogwarts, talvez mais - concordou Sirius.


Segundo aquele livro uma Avaliação da Educação em Magia na Europa, a escola enfatiza as Artes das Trevas.


- Não sei onde você arranja tanto livro.


- Numa livraria, duh - falou Hermione.


— Acho que já ouvi falar nisso — disse Ron vagamente. — Onde fica? Em que país?


- Até você, Ron? - perguntou James.


- Eu já tinha ouvido falar! Só não lembrava os detalhes.


— Ora, ninguém sabe, não é mesmo? — respondeu Hermione, erguendo as sobrancelhas.


- Você é muito metida, Hermione - comentou Ron.


- Eu só estava surpresa.


— Hum... Por que não? — quis saber Harry.


— Tradicionalmente há uma forte rivalidade entre as escolas de magia. Durmstrang e Beauxbatons gostam de esconder onde ficam para ninguém poder roubar os segredos delas — disse Hermione simplesmente.


- As pessoas ligam para cada coisa.


- É, porque ninguém mais nada importante para fazer que ficar imitando uma escola - disse Sirius.


- Algumas pessoas valorizam conhecimento, querido - ironizou Lene.


— Corta essa! — exclamou Ron, começando a rir. — Durmstrang tem que ser mais ou menos do tamanho de Hogwarts, como é que alguém vai esconder um castelão encardido?


- Feitiços! - disse Ginny - Você não conhece isso?


Ron ficou vermelho.


— Mas Hogwarts é escondida — retrucou Hermione, surpresa — todo mundo sabe disso... Bom pelo menos todo mundo que leu Hogwarts: uma história.


- Não precisa ler para saber, é só pensar - argumentou Snape.


- É, mas tem gente que nem pensa - falou Ginny.


— Então é só você — falou Ron.


- Ele tem um ponto - falou Harry.


- Eu li! - reclamaram Frank e Remus juntos.


— Por isso pode continuar, como é que se esconde um lugar como Hogwarts?


— Encantando ele — respondeu Hermione. — Se um trouxa olhar, só o que vai ver é uma velha ruína embolorada com um letreiro na entrada "PERIGO, NÃO ENTRE, ARRISCADO".


- Mas isso não para todos os outros - falou James, sorrindo para Sirius.


- Isso é só uma explicação resumida - falou Hermione - É muito mais complicado que isso.


— Então Durmstrang também vai parecer uma ruína a um estranho?


- Acho que não - respondeu Dorcas, pensando em tudo que sabia sobre a escola.


— Talvez — disse Hermione, encolhendo os ombros — ou talvez tenha feitiços antitrouxas, como o estádio da Copa Mundial.


- Talvez tenha os dois.


E para impedir bruxos estrangeiros de encontrá-lo, devem ter tornado ele impossível de mapear...


- Será que isso impede o Google Maps? - perguntou Josh.


- Nah, acho que não - falou Alex divertido.


Lissy riu com os irmãos enquanto os outros o encaravam confusos.


— Como é?


— Bom, a gente pode enfeitiçar um prédio para tornar impossível a pessoa o localizar em um mapa, não pode?


- Claro que sim - falou Dorcas.


— Hum... Se você diz que pode — falou Harry.


- Isso, Harry, é um menino esperto - disse James - Aprenda a sempre concordar com as mulheres.


- Porque você sempre faz isso, né amor?


- Só se você quiser, bebê - falou James.


Lily revirou os olhos. James Potter era um imbecil.


— Mas eu acho que Durmstrang deve ficar em algum lugar bem ao norte — disse Hermione pensativa. — Algum lugar muito frio, porque as capas de peles fazem parte dos uniformes de lá.


- Rússia? - sugeriu Remus.


- Sempre considerei lá - concordou Hermione.


— Ah, pensem só nas possibilidades — disse Ron sonhando. — Teria sido muito mais fácil empurrar Malfoy de uma geleira e fazer parecer acidente...


- Vocês podem empurrá-lo para o lago - sugeriu Sirius.


- Sempre tramando a morte dos outros, certo, Black? - falou Snape com um olhar frio.


- O que você quer dizer com isso? - Lene perguntou. Snape só encarou Sirius.


Após alguns segundos tensos, as pessoas decidiram voltar a ler.


Pena que a mãe goste dele...


- Narcissa ficaria arrasada - comentou Regulus.


A chuva foi ficando mais pesada, à medida que o trem seguia mais para o norte. O céu estava tão escuro e as janelas tão embaçadas que as lanternas foram acesas antes do meio-dia.


- Não sei que viagem foi mais animadora, essa ou a do terceiro ano - falou Harry.


- A do terceiro, claro - falou Ron com ironia.


O carrinho dos lanches surgiu sacudindo pelo corredor, e Harry comprou uma montanha de bolos de caldeirão para os três dividirem.


Muitos amigos apareceram durante a tarde,


- Assim é bom! - falou Sirius animado.


inclusive Seamus Finnigan, Dean Thomas e Neville Longbottom, um menino de rosto redondo e extremamente esquecido que fora criado pela bruxa formidável que era sua avó.


- Nossa, Harry, suas descrições são ótimas


- Desculpa, Neville.


Seamus ainda usava a roseta da Irlanda. Parte da mágica parecia estar se esgotando agora, ela ainda gritava esganiçada "Troy! Mullet! Moran!", mas de um jeito muito fraco e cansado.


- Aposto que ele vai continuar a usar mesmo depois que acabar.


Passada meia hora mais ou menos, Hermione, cansando-se da interminável discussão sobre Quadribol, enterrou-se mais uma vez no Livro Padrão de Feitiços, 4ª série e começou a tentar aprender a fazer um Feitiço Convocatório.


- Eu não estava entendendo nada!


Neville escutava, invejoso, a conversa dos colegas que reviviam a partida de Quadribol.


- Eu queria muito ter ido, não vou mentir - falou, dando de ombros.


— Vovó não quis ir — disse ele, infeliz. — Não quis comprar as entradas.


Frank fez uma careta. O que a mãe dele estava pensando? Excluindo o neto de um programa como esse?


Mas parecia fantástico.


- Foi fantástico - disse James.


— Foi — disse Ron.


James e Ron sorriram.


— Olhe só para isso, Neville... — Ele meteu a mão no malão guardado no bagageiro e puxou a miniatura de Viktor Krum.


- Não acredito que você levou isso para Hogwarts! - falou George.


- Você mostrou para o verdadeiro Krum? - perguntou Fred, em um tom mais baixo. Ron o mandou um olhar assassino.


— Uau! — exclamou Neville, invejoso, quando Ron equilibrou Krum na mão gorducha.


— E vimos ele de perto, também — continuou Ron. — Ficamos no camarote de honra...


— Pela primeira e última vez na vida, Weasley.


Draco Malfoy aparecera à porta.


- Ele realmente não tem o que fazer? - reclamou Sirius. Até os Marotos e Snape evitavam se ver até chegar em Hogwarts. Claro que, se eles se encontrassem, haveria brigas.


Atrás dele vinham Crabbe e Goyle, seus enormes sequazes agressivos, que pareciam ter crescido no mínimo trinta centímetros durante o verão.


- É mais fácil para eles cumprirem suas funções de vida assim - disse Ron.


Evidentemente tinham ouvido a conversa pela porta da cabine, que Dean e Seamus deixaram entreaberta.


- Mas por que eles estavam passeando em primeiro lugar? - questionou Dorcas, ninguém soube responder.


— Não me lembro de ter convidado você para a nossa cabine, Malfoy — disse Harry friamente.


- Talvez porque eu não chamei mesmo.


— Weasley... Que é isso? — perguntou Malfoy, apontando para a gaiola de Pigwidgeon.


- Não sabe reconhecer nem uma coruja?


- Na verdade, ele estava falando da veste.


- Nesse caso, tudo bem ele não saber - falou Ginny - Eu também não sei até hoje.


- Ei! - disse Ron.


Uma das mangas das vestes de Ron estava pendurada, e balançava com o movimento do trem, deixando o punho de renda mofada muito visível.


- E claro que Malfoy notou isso - disse infeliz.


- Chamava a atenção - falou Hermione baixinho.


Ron fez menção de esconder as vestes, mas Malfoy foi rápido demais para ele;


- O resultado de fazer exercício.


agarrou a manga e puxou.


— Olhem só para isso! — disse o garoto em êxtase, segurando as vestes de Ron e mostrando-as a Crabbe e Goyle.


- Não sabia que ele queria tanto uma veste assim para ficar tão feliz.


— Weasley, você não andou pensando em usar isso, andou?


- Preocupado com a minha imagem, Malfoy?


Quero dizer, isso esteve em moda aí por 1890...


Essa veste realmente parece péssima, pensou Lene.


— Vai lamber sabão, Malfoy! — xingou Ron, da mesma cor que as vestes ao puxá-las das mãos de Malfoy.


O garoto uivava, rindo de desdém, Crabbe e Goyle gargalhavam estupidamente.


— Então... Vai entrar, Weasley?


- Entrar no quê?


Vai tentar trazer alguma glória para o nome da sua família? E tem dinheiro também, sabe... Você vai poder comprar umas vestes decentes se ganhar...


- Porque minha prioridade seria comprar roupas... - disse Ron.


- Com essas vestes, seria a minha - falou James.


— Do que é que você está falando? — retorquiu Ron.


— Você vai entrar? — repetiu Malfoy. — Suponho que você vá, Potter?


- Bem, Malfoy acertou uma coisa na vida dele - falou Harry.


Você nunca perde uma chance de se exibir, não é?


- E errou outra logo em seguida - falou Ginny.


— Ou você explica a que está se referindo ou vai embora, Malfoy — disse Hermione, impaciente, por cima da borda do Livro Padrão de Feitiços, 4ª série.


- Ele estava atrapalhando a minha leitura - falou Hermione.


- Horrível - falou Lily, com pena.


Um sorriso satisfeito se espalhou pelo rosto pálido de Malfoy.


— Não me diga que você não sabe? Você tem um pai e um irmão no Ministério e nem ao menos sabe?


- Malfoy sabe muito sobre a minha família - observou Ron.


Nossa, meu pai me contou há séculos...


- Provavelmente você ouviu ele falando com Narcissa ou outra pessoa - resmungou James.


Soube pelo Cornélio Fudge.


- E eu tenho contato direto com aquele idiota, mas eu não ligo - resmungou Harry.


Mas papai sempre convive com o primeiro escalão do Ministério... Talvez seu pai seja insignificante demais para ter sabido, Weasley... É... Provavelmente não falam coisas importantes na frente dele...


- Acho que a única coisa insignificante nessa história é você, Malfoy - falou George.


Rindo mais uma vez, Malfoy fez sinal para Crabbe e Goyle e os três desapareceram. Ron se levantou e bateu a porta de correr da cabine com tanta força atrás deles que o vidro se espatifou.


- Você tem que se controlar - falou Neville.


- Eu sei, mas é que Malfoy é tão idiota.


— Ron! — exclamou Hermione em tom de censura, e puxando a varinha, murmurou a palavra Reparo! E os estilhaços do vidro tornaram a formar uma vidraça inteira e a se reencaixar na porta.


- Vantagens de ser bruxo.


- Se você fosse trouxa, seria um trabalhão.


— Ora... Tirando onda que ele é bem informado e nós não... — rosnou Ron. — Papai sempre convive com o primeiro escalão do Ministério...


- As pessoas lá gostam muito mais do seu pai que Lucius, tenho certeza - falou Sirius em um raro tom gentil.


Papai poderia ter recebido uma promoção a qualquer tempo... Mas ele gosta do cargo que ocupa...


— Claro que gosta — disse Hermione baixinho. — Não deixe o Malfoy chatear você, Ron...


Ginny sorriu, grata por Hermione estar lá. Ela não saberia o que fazer.


— Ele! Me chatear! Como se pudesse! — retrucou Ron, apanhando um dos bolos de caldeirão que sobravam e amassando-o todo.


- De jeito nenhum - ironizou Harry.


O mau humor de Ron continuou pelo resto da viagem. Ele não falou muito quando vestiram os uniformes da escola,


- Ainda bem.


- Hilário, Ginny.


e continuou de cara amarrada quando o Expresso de Hogwarts começou finalmente a reduzir a velocidade até parar de todo na escuridão de breu da estação de Hogsmeade.


Lene revirou os olhos. Tudo bem o menino ficar irritado por um tempo, mas sério? Por causa de algo que Malfoy disse ele passou o resto da viagem sem se divertir com os seus amigos.


Quando as portas do trem se abriram, ouviu-se uma trovoada no alto.


Hermione agasalhou Bichento na capa


Sirius sorriu, feliz em ver o gato protegido.


e Ron deixou as vestes a rigor por cima da gaiola de Pigwidgeon ao desembarcarem,


- Sempre útil.


as cabeças abaixadas e os olhos apertados para impedir que o temporal os molhasse. A chuva caía em tal volume e rapidez que até parecia que alguém estava esvaziando baldes e mais baldes de água gelada na cabeça dos garotos.


- Encantador - ironizou James.


— Oi, Hagrid! — berrou Harry, ao ver a silhueta gigantesca na extremidade da plataforma.


Lily, Sirius, Remus e James sorriram.


— Tudo bem? — gritou Hagrid em resposta, acenando. — Vejo vocês na festa, se não nos afogarmos no caminho!


- Então vai ser difícil!


Os alunos de primeiro ano tradicionalmente chegavam ao castelo de barco, atravessando o lago com Hagrid.


- Nunca entendi porque o primeiro ano é o único a chegar de outro jeito - disse Sirius.


- Só para ser diferente mesmo - falou Lene.


— Oooh, eu não gostaria de atravessar o lago com esse tempo — exclamou Hermione com veemência, tremendo durante a caminhada lenta pela plataforma escura com os outros colegas.


- Nunca fiquei tão grato - falou Harry.


Cem carruagens sem cavalos os aguardavam à saída da estação.


Harry olhou para o chão tristemente. Como ele tinha sido inocente naquela época.


Harry, Ron, Hermione e Neville embarcaram agradecidos em uma delas,


- Só de sair da chuva...


a porta se fechou com um estalo e momentos depois, com um grande ímpeto, a longa procissão de carruagens saiu roncando e espalhando água trilha acima em direção ao castelo de Hogwarts.


- Finalmente.

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