Caos no Ministério



 


Então gente. Estou morrendo de vergonha de voltar aqui, depois dessa demora toda. Mas simplesmente não estava conseguindo fazer as cenas da galera antes deles lerem. Tanto que resolvi postar sem mesmo, sorry. E para complicar, a cada dia o ENEM está mais próximo (e esse ano eu tenho que fazer para valer, então sim, rezem por mim). Desculpa de verdade, gente. Não posso nem prometer postar mais rápido, porque essa confusão de coisa na minha vida só vai passar dia 16 de dezembro, meu último vestibular.


 


 


Caos no Ministério




Harry e Regulus já estavam se preparando para realizar o feitiço do Patrono quando o Potter lembrou-se de algo.


- Antes de começarmos, havia algo que eu queria te perguntar - disse Harry.


- Diga - disse Regulus.


- Você ouviu sobre a conversa que tivemos com Draco na Copa Mundial... Eu estava pensando... Será que ele estava tentando nos avisar do que estava acontecendo para que nós fugíssemos? - perguntou Harry, inseguro.


- É uma possibilidade, mas... duvido muito. Do jeito que eu vejo, ele só estava tentando intimidar você, Ron e Hermione. Ele estava querendo exibir que sabia coisas que vocês ainda não tinham conhecimento.


Harry assentiu. Tinha tido essa esperança, porém sabia que era besteira.


- Mas... - Regulus hesitou - Draco pode ser bem idiota, entretanto acho que ele não é tão ruim. Pode não parecer assim, mas você nem sempre é livre para fazer o que quiser na Sonserina.


- Eu sei - Harry respirou fundo - Por um longo tempo, eu odeie Malfoy. E ainda o acho desprezível; ele é violento e se acha superior a todos. Contudo acho que ele é um pouco como Dudley, ele nunca conheceu amor pelo pai e a mãe o mimou demais.


- Narcissa sempre foi a mais amorosa das irmãs - disse Regulus bem humorado - Ela sempre quis seu mundo perfeito. Acho que ela resolveu dar um mundo perfeito para o filho.


- Como se existisse tal coisa - murmurou Harry.


- É - concordou o Black.


Depois disso, os dois começaram a praticar o feitiço do Patrono e conversaram mais um pouco antes de voltarem para a sala. Quando chegaram lá, viram quase todos interagindo, conversando entre si.


- Podemos ler? - pediu Harry.


Os outros concordaram.


O Sr. Weasley acordou os garotos após algumas horas de sono.


- Não o suficiente - falou George.


Usou magia para fechar e dobrar as barracas,


- Claro, porque ao contrário de alguns ele lembra que é bruxo - disse Ron.


Hermione riu, envergonhada.


e o grupo deixou o acampamento o mais depressa que pôde, passando pelo Sr. Roberts à porta da casa. O homem tinha um estranho olhar vidrado e acenou se despedindo com um vago "Feliz Natal".


- Pobre homem - falou Alice.


- Ele vai ficar bem - disse Regulus, indiferente.


— Ele vai ficar bom — disse o Sr. Weasley baixinho,


Regulus olhou para Alice como se dissesse "eu te falei".


quando começaram a atravessar a charneca. — As vezes, quando a memória de uma pessoa é alterada, ela fica um pouco desorientada durante algum tempo…


Hermione sentiu uma pontada no peito. Não conseguia esquecer do que fizera aos seus pais. Por sua culpa, eles esqueceram dela. Esqueceram que tiveram uma filha um dia.


E precisaram fazê-lo esquecer muita coisa.


- Quanto maior a alteração na memória, maior o tempo - recitou Hermione tristemente.


Eles ouviram vozes ansiosas quando se aproximaram do lugar onde estava a chave do portal e, ao chegarem, encontraram numerosos bruxos e bruxas reunidos em torno de Basilio, o guardador das chaves dos portais, todos exigindo, em altos brados, partir do acampamento o mais rápido possível.


- Coitado dele - comentou Dorcas - As pessoas sempre esquecem que não são as únicas nessas horas. Parecem achar algum tipo de prioridade.


O Sr. Weasley teve uma discussão com Basílio,


- Não foi nada sério - respondeu George ao olhar inquisidor de Lily.


eles entraram na fila e conseguiram tomar um velho pneu de volta ao monte Stoatshead antes do sol realmente nascer.


- Ainda bem - falou Sirius, soando realmente como o padrinho preocupado que era.


Voltaram caminhando por dentro de Ottery St. Catchpole, em direção à "Toca",


- Esqueci que vocês ainda teriam que andar - falou Lene com pena.


- Acredite em mim, se você tivesse ido com a gente, você não esqueceria - falou Ginny, dando um sorriso de derrota.


à claridade da alvorada, falando muito pouco porque estavam demasiado exaustos e ansiosos pelo café da manhã que iriam tomar.


- Foi um dos raros momentos em que os gêmeos calaram a boca - falou Ginny.


- EI! - reclamaram juntos - Nós podemos ficar quietos!


- Mas por que fazer isso? - falou Fred.


-...Se teremos que privar o mundo das nossas frases inteligentes? - terminou George.


Ao virarem para a estrada de casa e avistarem "A Toca", um grito ecoou pela estrada úmida.


- Como assim um grito? - perguntou Alice, de olhos arregalados. Achava que estava tudo bem agora.


- Foi um grito de felicidade - Harry a tranquilizou.


— Ah, graças a Deus, graças a Deus!


A Sra. Weasley, que evidentemente estivera à espera diante da casa, veio correndo ao encontro deles, ainda usando chinelos, o rosto pálido e tenso, um exemplar amassado do Profeta Diário amarrotado na mão.


Lily sorriu, sentindo compaixão. Ela se imaginou no lugar da Sra. Weasley, tendo deixado seus filhos e seu marido viajarem para verem um jogo e depois ler no jornal que algo ruim tinha acontecido (porque sem dúvida o Profeta já teria divulgado algo). Ser obrigada a ficar esperando, provavelmente sem notícias, sem nem ideia do que aconteceu ou como eles estavam. Iria a enlouquecer. Ela ficaria tão preocupada, irritada, ansiosa. Não hesitaria antes de correr para encontrá-los assim que eles chegassem, conferir se Harry e James estavam bem.


— Arthur… Eu estava tão preocupada… Tão preocupada…


Ron fez uma careta. Sabia que não havia nada que pudesse ter feito, mas odiava deixar sua mãe assim.


Ela se atirou ao pescoço do marido e o Profeta Diário caiu de sua mão frouxa no chão.


- Isso mesmo, jogue esse lixo fora - resmungou Ron.


Baixando os olhos, Harry leu a manchete: "CENAS DE TERROR NA COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL", completada com uma foto em preto e branco da Marca Negra cintilando sobre as copas das árvores.


- Deve ter parecido pior ainda do que realmente foi - disse Frank.


— Vocês estão bem — murmurou a Sra. Weasley distraída, largando o marido e olhando para os garotos com os olhos vermelhos —,


- Não entendi porque ela chorou, ela nem sabia o que tinha acontecido ainda - Ron disse.


Hermione e Ginny se entreolharam.


- É porque você não sabem o que é sentimento, Ron.


- Essa doeu, Mione.


vocês estão vivos… Ah, meninos…


E para surpresa de todos, agarrou Fred e George e puxou os dois para um abraço tão apertado que as cabeças dos garotos se chocaram.


Fred e George se entreolharam. Lembravam desse momento. Normalmente, não se davam muito bem com a mãe, porque ela não aprovava muito o estilo de vida deles. Mas naquela hora pareceu tudo perdoado.


— Ai! Mamãe, você está estrangulando a gente…


- Mães são feitas para isso - disse Lissy com um sorrisinho. A sua própria mãe lhe dissera isso uma vez quando reclamara a mesma coisa que os gemêos.


— Gritei com vocês antes de irem embora! — disse a mãe, começando a soluçar. — é só nisso que estive pensando!


- Não faria diferença, mãe. A gente sabe que você ama a gente - disse George.


E se Você-Sabe-Quem tivesse pegado vocês, e a última coisa que disse aos dois foi que não obtiveram suficientes N.O.M‘s?


- Viu? Não se pode dizer uma coisa dessas para o filho - disse Fred.


Ah, Fred… George…


- Agora só falta dizer qual é qual - disse Josh.


- Ai tu complica né - falou Ginny.


— Ora vamos, Molly, estamos todos perfeitamente bem — disse o Sr. Weasley acalmando-a, desvencilhando-a dos gêmeos e levando-a em direção à casa.


Alice sorriu. Ela conseguia ver que o Sr. Weasley e a Sra. Weasley se importavam um com o outro.


— Bill — murmurou ele em voz mais baixa —, apanhe esse jornal, quero ver o que diz…


Quando já estavam todos apertados na pequena cozinha e Hermione preparara uma xícara de chá forte para a Sra. Weasley,


- Chá, sei - disse James.


no qual o marido insistira em acrescentar uma dose de uísque,


- Não falei?


- Assim que é bom - disse Sirius. Lene concordou.


Bill entregou o jornal ao pai.


- Bom garoto.


- Quieto, Sirius.


O Sr. Weasley examinou a primeira página enquanto Percy espiava por cima do seu ombro.


- Não, nem um pouco curioso - disse Lene.


- Eu tenho agonia de quando fazem isso - disse Lissy.


- Claro, sua privacidade é a coisa mais importante do mundo - Alex revirou os olhos.


Ela deu de ombros.


— Eu sabia — disse o Sr. Weasley deprimido. — Ministério erra… Responsáveis livres… Segurança ineficaz…


- Bem, nisso eles têm um ponto - disse Frank.


Bruxos das trevas correm desenfreados… Desgraça nacional…


- Okay, um pouco de exagero - falou Alice.


Quem escreveu isso? Ah… Só podia ser… Rita Skeeter.


- Bem imparcial - comentou Snape secamente.


— Essa mulher vive implicando com o Ministério da Magia!


- Com o que ela não implica?


— reclamou Percy, furioso. — Semana passada ela disse que estávamos perdendo tempo discutindo a espessura dos caldeirões, quando devíamos estar acabando com os vampiros!


- É, porque os vampiros estavam promovendo uma super revolta urgente - Fred revirou os olhos.


Como se isso não estivesse explícito no parágrafo doze das Diretrizes para o Tratamento dos Semi-Humanos Não-bruxos…


- Meu palpite é que ela não conhece isso ai - disse James.


- Meu palpite é que ninguém conhece isso ai - disse Sirius.


- Na verdade... - Lily levantou a mão timidamente - Eu conheço.


Frank, Remus, Regulus e Hermione concordaram.


- Na verdade, Sirius, você devia conhecer - disse Regulus - Mamãe já falou dele para nós.


Sirius deu de ombros.


- Não escuto nada que aquela mulher fala.


Regulus suspirou. Aquela mulher igual a mãe dele. Deles. Okay.


Harry deu um sorriso encorajador para Regulus.


— Faz um favor à gente, Percy — disse Bill bocejando —, cala a boca.


- Agora ele disse o que eu queria falar por anos - disse Ginny, orgulhosa.


- Como se você não tivesse falado - acusou Ron.


- É, mas tem mais impacto vindo de um irmão mais velho.


— Falaram de mim — disse o Sr. Weasley, arregalando os olhos por trás dos óculos ao chegar ao fim do artigo no Profeta Diário.


- Oh, não. Num artigo desses... - James estremeceu.


— Onde? — perguntou num atropelo a Sra. Weasley, engasgando-se com o chá batizado com uísque. — Se eu tivesse visto isso, saberia que você estava vivo!


- Nossa, como ela perdeu isso?


— Não dizem o meu nome


- Okay, fez sentido.


— explicou o Sr. Weasley. — Escute isso:


Se os bruxos e as bruxas aterrorizados que prendiam a respiração à espera de notícias na orla da floresta queriam ouvir do Ministério da Magia uma palavra que os tranquilizasse foram lamentavelmente desapontados.


- Do jeito que ela coloca, parece criancinhas indefesas, não bruxos adultos que estavam com varinhas - disse Hermione.


Um funcionário do Ministério saiu da floresta uns minutos depois do aparecimento da Marca Negra, dizendo que não havia ninguém ferido, mas recusando-se a dar maiores informações.


- Essa informação não era o suficiente para acalmar as pessoas?


- O que eles esperavam? Um relatório completo enquanto ainda estavam investigando o que aconteceu? - Frank perguntou incrédulo.


Snape acenou. As pessoas não tinham bom senso.


Resta ver se tal declaração será suficiente para abafar os boatos de que vários corpos foram retirados da floresta uma hora mais tarde.


- Corpos? Quem inventou isso? E por que citar um boato em uma reportagem? - perguntou Ginny com desgosto. Ela não gostava nem um pouco de Rita.


— Ah, francamente - disse o Sr. Weasley, exasperado, entregando o jornal a Percy - Ninguém ficou ferido mesmo, que é que eu deveria dizer?


- Diz que todo mundo morreu, acho que vai tranquilizar mais as pessoas - resmungou Alex.


Boatos de que vários corpos foram retirados da floresta… Ora, agora é que vai haver boatos depois de ela publicar isso.


- É uma irresponsabilidade.


Ele soltou um profundo suspiro.


— Molly, vou ter que ir ao escritório, isso vai dar um certo trabalho para consertar.


- Coitada de Sra. Weasley. O marido mal chegou, já vai sair - disse Lene.


- Melhor que nem ter chegado - falou Sirius.


— Eu vou com você, pai — disse Percy cheio de importância. — O Sr. Crouch vai precisar de toda a tripulação a bordo.


Harry revirou os olhos. Como é que Percy não tinha percebido que havia de errado com Crouch se ele era tudo que o rapaz falava?


E aproveito para entregar a ele o meu relatório sobre os caldeirões, pessoalmente.


- Com certeza isso irá fazer muita diferença para ele - comentou Fred.


O rapaz saiu apressado da cozinha. A Sra. Weasley pareceu muito aborrecida.


- Concordo com ela e Lene, eu não iria querer que minha família saísse de casa assim que chegassem praticamente - disse Lily.


- Está vendo, James? Você está lascado - disse Sirius.


- Você também.


— Arthur, você está de férias! Isso não tem nada a ver com o seu trabalho, com certeza eles podem resolver o caso sem você, não?


- Provavelmente sim, mas é melhor para ele aparecer lá - disse Frank.


— Tenho que ir, Molly — disse o Sr. Weasley. — Piorei as coisas com a minha declaração.


- Rita reclamaria do fato que ninguém do Ministério deu alguma declaração do mesmo jeito - Ginny deu de ombros.


Vou trocar de roupa um instante e vou…


— Sra. Weasley — disse Harry de repente, incapaz de se conter —, Edwiges não chegou com uma carta para mim?


- De quem você estava esperando a carta, Harry? - perguntou Dorcas curiosa.


- Do Sirius.


- Seu padrinho incompetente! Responda ao meu filho - reclamou James, brincalhão.


- Vou responder... Alguma hora.


— Edwiges, querido? — disse a Sra. Weasley distraída. — Não… Não, não chegou nenhum correio.


Ron e Hermione olharam, curiosos, para Harry.


- Privacidade é algo inexistente - falou Lene.


- Privacidade é super estimado - Ron deu de ombros.


Com um olhar expressivo para ambos ele disse:


— Tudo bem se eu for deixar minhas coisas no seu quarto, Ron?


— Claro… Acho que eu também vou — respondeu Ron na mesma hora.


- Nossa, não acredito que Ron conseguiu pegar.


- Não enche, Ginny.


— Mione?


— Vou — disse ela depressa, e os três saíram decididos da cozinha e subiram as escadas.


- Nada suspeito. De mogo algum - falou George sarcástico.


— Que é que está acontecendo, Harry? — perguntou Ron, depois de fecharem a porta do sótão atrás deles.


— Tem uma coisa que não contei a vocês — disse Harry.


- Novidade.


— No domingo de manhã, acordei com a minha cicatriz doendo outra vez.


- Algo que teria sido bom saber na hora - disse Hermione.


As reações de Ron e Hermione foram quase exatamente as que Harry imaginara em seu quarto na Rua dos Alfeneiros.


- Você nos conhece bem - disseram juntos.


- Também né, com a quantidade de tempo que vocês passam junto - disse Ginny.


Hermione prendeu a respiração e começou a dar sugestões na mesma hora, mencionando vários livros de referência e diversas pessoas desde Alvo Dumbledore a Madame Pomfrey, a enfermeira de Hogwarts.


- O quê? Ela é bastante competente. Se tem alguém que saberia o que fazer é ela - disse Hermione, dando de ombros.


- Não acho que alguém tenha especialização com cicatrizes reminiscentes de maldição da morte - disse Frank, pensativo.


Ron simplesmente fez cara de espanto.


- Desculpe se eu estava chocado em ouvir isso - falou em com ironia.


— Mas ele não estava lá, estava? Você-Sabe-Quem? Quero dizer, da última vez que sua cicatriz ficou doendo, ele esteve em Hogwarts, não foi?


- É, mas ele estava ficando mais forte - disse Harry baixinho.


— Tenho certeza de que ele não estava na Rua dos Alfeneiros — falou Harry. – Mas sonhei com ele… Com ele e Peter, sabe, Rabicho.


- Não nos lembre disso - falou Lily.


James fez uma careta. Seu filho não devia ter que aguentar ver ninguém planejando matá-lo, especialmente Voldemort.


Não me lembro do sonho todo agora, mas eles estavam planejando… Matar alguém.


- Alguém, mais comumente conhecido como você - falou Lissy com um pouco de humor.


Hesitara por um momento quase dizendo "me matar",


- E por que não disse?


mas não teve coragem de fazer Hermione ficar mais horrorizada do que já estava.


- E eu? - falou Ron, ferido.


- Você estava bem, só meio chocado - disse Harry dando de ombros.


— Foi só um sonho — disse Ron tranquilizando o amigo. — Só um pesadelo.


- Infelizmente, não acho que foi só isso - disse Regulus.


— É, mas será que foi mesmo? — disse Harry, virando-se para espiar, pela janela, o céu que clareava. — É esquisito, não é… Minha cicatriz dói e três dias depois os Comensais da Morte se manifestam e o sinal de Voldemort volta a aparecer no céu.


- É realmente estranho - disse Lene.


- Odeio dizer isso, mas acho que essas coisas estão conectadas - suspirou Lily.


— Não… Diz… O nome… Dele! — sibilou Ron entre dentes.


Hermione revirou os olhos.


— E lembra o que foi que a Professora Trelawney disse? — continuou Harry, sem dar atenção a Ron. — No fim do ano passado?


- Como esquecer - murmurou Alice.


A Professora Trelawney era a professora de Adivinhação dos garotos em Hogwarts.


- O que só prova como essa matéria é inútil - comentou Hermione.


A expressão aterrorizada de Hermione desapareceu substituída por uma risadinha de desdém.


- Bem, você conseguiu me fazer relaxar - ela deu de ombros.


— Ah, você não vai prestar atenção ao que aquela velha charlatã diz, vai?


- Na sala de aula jamais - disse Harry.


— Você não estava lá — respondeu Harry. — Dessa vez foi diferente.


- Porque dessa vez foi de verdade - falou Regulus com uma voz sombria.


Eu contei a você, ela entrou em transe, de verdade. E disse que o Lord das Trevas se reergueria… Maior e mais terrível que nunca… E que teria sucesso porque seu servo ia voltar para ele… E naquela noite Rabicho fugiu.


- Então se aquele rato nunca tivesse fugido, Voldemort nunca iria voltar? - perguntou Lissy, incrédula.


- Quem sabe? - Neville deu de ombros.


Seguiu-se um silêncio, em que Ron ficou brincando distraidamente com um furo em sua colcha dos Chudley Cannons.


— Por que você estava perguntando se Edwiges tinha chegado, Harry?


- Porque eu senti falta dela - ironizou Harry - Mas, na verdade, senti mesmo.


— perguntou Hermione. — Você está esperando uma carta?


- Bem, é óbvio que sim - disse Lene.


— Contei ao Sirius sobre a minha cicatriz — disse Harry,


Sirius sorriu, presunçoso com o fato que Harry confiava nele o suficiente para contar.


encolhendo os ombros. — Estou esperando a resposta.


- Mas seu padrinho é um inútil que não te respondeu! - disse James.


- Eu sei que daqui a pouco chega uma resposta minha - falou Sirius.


— Bem pensado! — exclamou Ron, desanuviando a expressão. — Aposto que Sirius sabe o que fazer!


- Quando você conta com Sirius, para saber o que fazer... Você sabe que as coisas já estão perdidas - Lily comentou.


- Aí, essa doeu, ruiva.


— Eu esperava que ele me respondesse logo — disse Harry.


- Desculpe, filhote - falou Sirius, sentindo-se culpado.


- Sem problemas, Sirius. Não é exatamente fácil responder quando você é um fugitivo - disse Harry.


— Mas nós não sabemos onde Sirius está… Talvez esteja na África ou em outro continente, não é? — ponderou Hermione. — Edwiges não poderia fazer uma viagem dessas em poucos dias.


- Mesmo ela sendo uma coruja incrível, ela ainda tem o seus limites - concordou Alice.


— É, eu sei — disse Harry, mas teve uma sensação de peso no estômago ao olhar o céu sem nem sinal de Edwiges.


— Vamos jogar uma partida de Quadribol no pomar, Harry — sugeriu Ron. — Vamos, uma melhor de três, Bill, Charlies, Fred e George jogarão… Você pode experimentar a Finta de Wronski…


Lily revirou os olhos. Por que Quadribol era a resposta para tudo para os meninos? Era tipo, meu melhor amigo está deprimido, vamos jogar Quadribol para resolver.


— Ron — disse Hermione, num tom de quem diz eu não acho que você esteja sendo muito sensível


- Esse tom é insuportável - comentou Ron.


—, Harry não quer jogar Quadribol agora… Está preocupado e cansado… Nós todos precisamos dormir…


— Ah, quero jogar Quadribol — disse Harry subitamente.


- Você sabe que me fez parecer ridícula certo?


- Desculpa, Hermione.


— Guenta aí, vou pegar a minha Firebolt.


James sorriu animado.


Hermione saiu do quarto resmungando alguma coisa com o som de "Meninos" Nem o Sr. Weasley nem Percy pararam muito em casa na semana seguinte.


- O Sr. Weasley tudo bem, mas Percy estava fazendo o quê?


- Nada importante - Ginny deu de ombros.


Os dois saíam toda manhã antes do resto da família se levantar e só voltavam bem depois do jantar.


- Deve ter sido horrível para eles - comentou Neville.


- Eles chegavam cansados em casa, especialmente papai - disse Ron.


— Tem sido um absoluto tumulto — contou Percy a todos, cheio de importância, no domingo à noite, véspera dos garotos regressarem a Hogwarts. — Estive apagando incêndios a semana inteira.


- Não sabia que ele era um bombeiro - falou Alex. Hermione riu.


As pessoas não param de mandar berradores e, é claro, se a gente não abre um berrador na mesma hora ele explode. Tem marcas de queimadura por toda a minha mesa e a minha melhor pena ficou reduzida a cinzas.


- Não sei como ele sobreviveu a isso - Hermione revirou os olhos. Ron a olhou com admiração.


— Por que é que estão mandando berradores? — perguntou Ginny, que se ocupava em remendar com fita adesiva o seu exemplar de Mil Ervas e Fungos Mágicos,


James olhou curioso para a menina. Nunca tinha precisado fazer algo assim; sua família o compraria qualquer livro que precisasse.


sentada no tapete diante da lareira da sala de estar.


- Lá é confortável.


— Para se queixarem da falta de segurança na Copa Mundial — disse Percy.


- As pessoas sempre são rápidas em reclamar.


-Querem compensação pelos prejuízos. Mundungus Fletcher entrou com um pedido de compensação pela perda de uma barraca de doze suítes com banheira jacuzzi, mas eu saquei logo qual era a dele. Sei sem a menor dúvida que ele estava dormindo embaixo de uma capa estendida por cima de paus.


- Aquele ladrão - resmungou Harry. Nunca o perdoara totalmente por roubar as coisas de Sirius.


A Sra. Weasley olhou para o relógio de carrilhão a um canto da sala. Harry gostava desse relógio. Era completamente inútil se alguém queria saber as horas,


- Como assim? É um relógio ou não? - perguntou Frank.


mas para outras coisas era muito informativo.


- Tem certeza que é um relógio?


Tinha nove ponteiros dourados e em cada um estava gravado o nome de um Weasley. Não havia números no mostrador, mas o local onde cada membro da família poderia estar.


- É quase como ter um rastreador no celular - murmurou Alex, fazendo todos o olharem confusos - Deixa para lá.


- É bem útil, mas um pouco assustador - falou Ginny.


- Me sinto perseguido - disse Ron.


Havia "casa", "escola" e "trabalho", mas também "perdido", "hospital", "prisão" e, na posição em que estaria o número doze em um relógio normal, "perigo mortal".


- Ainda bem que não diz nada sobre festas ilegais - brincou Sirius.


- Estragaria nossa diversão - concordou Fred, rindo.


Oito dos ponteiros indicavam "casa", mas o do Sr. Weasley, que era o mais comprido,


- Ainda indica a idade - falou James.


ainda apontava para "trabalho".


- Alguém tem que trabalhar, né - falou James.


- Mas ele está de férias - Lily apontou.


- Shh, amor.


A Sra. Weasley suspirou.


— O seu pai não precisa ir ao escritório num fim de semana desde o tempo de Você-Sabe-Quem


- Nessa época, até fazia sentido ele trabalhar demais, mas agora...


— disse ela. — Estão obrigando-o a trabalhar demais. O jantar dele vai estragar se demorar muito mais a chegar em casa.


- Pobre sra. Weasley - falou Alice. Ela era obrigada a ficar esperando o marido, enquanto ele trabalhava além do que devia. Seria realmente uma mágica se ela não se preocupasse com.


— Papai acha que precisa compensar o erro que fez no jogo, não é? — disse Percy. — Verdade seja dita, foi meio imprudente ele fazer uma declaração à imprensa sem antes pedir autorização ao chefe do departamento…


- E foi meio imprudente você continuar a fazer as coisas para o seu chefe sem notar que... - Ron falou, mas foi interrompido por Hermione, que o lançou um olhar zangado.


- Ele devia dizer: "só um segundo Skeeter, vou perguntar ao meu superior e daqui a pouco eu volto para lhe falar e só depois irei para casa!" - ironizou Ginny.


— Não se atreva a culpar o seu pai pelo que aquela infeliz da Skeeter escreveu! — disse a Sra. Weasley, irritando-se na hora.


- Uma das poucas coisas que realmente irritava qualquer um dos nossos pais era quando falamos mal do outro - disse Fred.


- O que faz sentido - falou George.


— Se papai não tivesse dito nada, a Rira teria escrito que era lamentável que ninguém do Ministério tivesse comentado nada


- Exatamente.


- Ela dá uma fama ruim ao todos os outros jornalistas - disse Alex.


- Não gosto de nenhum deles - disse Harry - Bem, tirando o pai de Luna - acrescentou em um segundo pensamento.


- Mas isso é porque você sofreu bastante com eles por causa da sua fama - comentou Alex - Alguns deles estão interessados na verdade e não só em publicar mentiras.


— disse Bill, que estava jogando xadrez com Ron. — Rita Skeeter nunca pinta ninguém de anjo.


- Ela gosta de destruir as pessoas publicamente - disse Neville. Sinceramente, não entendia como Harry tinha aguentado a mulher.


Estão lembrados da vez que ela entrevistou todos os desfazedores de feitiços do Gringotes e me chamou de frangote de cabelo comprido?


Ginny lembrava bem disso. Quem era aquela mulher para sair fazendo tais afirmações? E, mesmo se o irmão dela fosse gay, qual o problema?


— Bom, está um pouco comprido, querido — disse a Sra. Weasley carinhosamente.


- Bill se meteu em uma armadilha sem nem perceber - disse Ron.


— Se você me deixasse…


— Não, mamãe.


- E então eles continuaram a discutir para sempre.


A chuva açoitava a janela da sala de estar. Hermione lia, absorta, O Livro Padrão de Feitiços, 4ª série, que a Sra. Weasley comprara para ela, Harry e Ron no Beco Diagonal.


- Você continua com o hábito de ler antes de ir para Hogwarts - observou Remus com um sorriso.


Charlies cerzia um gorro à prova de fogo. Harry dava polimento na Firebolt, com o Estojo para Manutenção de Vassouras que Hermione lhe dera no décimo terceiro aniversário aberto aos seus pés.


Regulus olhou para o menino curioso. Será que Harry não iria estudar nada mais antes ir para Hogwarts só porque estava na residência dos Weasley?


Fred e George estavam sentados no canto mais afastado, de penas na mão, conversando aos cochichos, as cabeças curvadas sobre um pedaço de pergaminho.


- Mas não era uma cena nem um pouco suspeita - ironizou Ginny.


— Que é que vocês dois estão aprontando? — perguntou a Sra. Weasley rispidamente, os olhos nos gêmeos.


- Por que sempre acham que estamos fazendo algo? - disse George.


- Porque vocês sempre estão fazendo algo - falou Lene.


- Nah, jamais - disse Fred.


— Dever de casa — disse Fred vagamente.


— Não seja ridículo, vocês ainda estão de férias — disse a mãe.


- Vocês viram? Tentamos estudar mais e é isso que nossa mãe nos diz - disse Fred dramático.


- Realmente - ironizou Lene.


— Deixamos este para depois — disse George.


- Esses e todos os outros - comentou Fred alegremente.


— Por acaso vocês não estão preparando um novo formulário, estão? -perguntou a Sra. Weasley perspicaz. — Por acaso não estariam pensando em recomeçar as "Gemialidades" Weasley?


- Não podemos recomeçar o que nunca terminou - disse Fred, sorrindo maliciosamente.


— Ora, mamãe — disse George erguendo os olhos para a mãe, uma expressão mortificada no rosto. — Se o Expresso de Hogwarts bater amanhã e George e eu morrermos, como é que você iria se sentir sabendo que a última coisa que ouvimos de você foi uma acusação sem fundamento?


- Gostei - falou Sirius sorrindo.


- Vou usar uma dessas com mamãe - acrescentou James.


Harry sorriu a menção da avó.


- Como você soube que eu era falando, Harry? - disse George.


- Eu sempre sei. Vocês são diferentes - disse dando de ombros.


Fred e George sorriram para ele com carinho. Não era todo mundo que conseguia diferencia-los. Nem mesmo a mãe conseguia, na verdade.


Todos riram, até mesmo a Sra. Weasley.


- Somos muito bons para as pessoas não rirem - disse George.


- E modestos - disse Ginny.


— Ah, seu pai está chegando! — disse ela de repente, olhando mais uma vez para o relógio. O ponteiro do Sr. Weasley de repente girou de "trabalho" para "viagem";


- Calma, como ela sabia que ele estava vindo se ainda não tinha virado quando ela falou? - perguntou Frank assustado.


- Ela é a esposa dele, querido - falou Alice simplesmente.


um segundo depois parou estremecendo em casa junto aos demais,


- Aparatação tem essas vantagens - disse Ron.


- Até porque alguma coisa boa tinha que ter - falou Neville.


- Que bom que eu não sou o único que odeia viajar assim.


e todos o ouviram chamar da cozinha.


- Em um raro momento de silêncio na nossa casa - falou Ron.


— Estou indo, Arthur! — respondeu a mulher, saindo correndo da sala.


Mais alguns minutos e o Sr. Weasley entrava na sala aquecida, trazendo o jantar numa bandeja. Parecia completamente exausto.


- Coitado dele - disse Alice.


— Bom, agora a coisa está realmente pegando fogo — comentou ele com a Sra. Weasley, sentando-se numa poltrona junto à lareira e brincando desanimado com uma porção murcha de couve-flor.


- A coisa está ruim mesmo - comentou Lene, com pena.


— Rita Skeerer andou fuçando a semana inteira, procurando mais bobagens ministeriais para denunciar.


- Bem, eu tenho certeza que ela vai achar alguma coisa - comentou Hermione.


- Não falta coisa - concordou Harry.


E agora descobriu que a coitada da velha Bertha está desaparecida,


- Não exatamente desaparecida - comentou Josh, sombriamente.


então isso vai ser a manchete de amanhã no Profeta.


- Isso é horrível, mas também estava na hora de alguém falar sobre isso - disse Regulus.


Eu disse a Bagman que ele devia ter mandado alguém procurá-la há séculos.


- As pessoas nunca escutam quando devem - disse Lily.


— O Sr. Crouch vem dizendo isso há semanas seguidas — disse Percy depressa.


— Crouch tem muita sorte de Rita não ter descoberto nada sobre a Winky –retrucou o Sr. Weasley irritado.


- Prevejo uma discussão familiar - murmurou Dorcas.


— Haveria uma semana de manchetes com a história do elfo doméstico; dele ter sido apanhado segurando a varinha que conjurou a Marca Negra.


- Mancharia totalmente a imagem de Crouch - comentou Regulus, indiferente. Não gostava do homem de qualquer jeito.


- Não sei como ela não soube disso - comentou Ginny, pensativa. Havia vários funcionários envolvidos.


— Acho que todos concordamos que o elfo, embora irresponsável, não conjurou a Marca? — disse Percy inflamado.


- Diga isso para Rita Skeeter e para os leitores dela - falou Lissy secamente.


— Se você quer saber, o Sr. Crouch tem muita sorte que ninguém no Profeta Diário saiba como ele é ruim para os elfos! — disse Hermione zangada.


- Até você se envolveu na discussão? - perguntou Dorcas espantada.


- É revoltante como os elfos são tratados - disse a morena fazendo Regulus revirar os olhos.


— Agora, olha aqui, Hermione! — retrucou Percy. — Um funcionário de primeiro escalão no Ministério como o Sr. Crouch merece obediência cega dos seus criados.


- Só dele defender que alguém merece obediência cega a algo - falou Lily enjoada.


- E ainda usar como desculpa o cargo... - completou Dorcas.


- É tipo: ei, tudo bem se eu te explorar um pouco? Ah, liga não, é só porque eu sou um funcionário muito importante num órgão público. Agora, você vai ter que me obedecer para sempre - disse Lily, irônica. Ela estava revoltada com esse comportamento.


Lene concordava com ela totalmente. Em pleno século XX, uma coisa dessas?


- Viram? Eu não podia deixá-lo pensar assim - falou Hermione.


- É revoltante mesmo - concordou Frank.


— Dos seus escravos, você quer dizer! — falou Hermione com a voz muito aguda. — Porque ele não pagava salário a Winky, não é mesmo?


- Mesmo que pagasse... - falou Neville - Não justificaria.


— Acho melhor vocês todos subirem e verificarem se fizeram as malas direito! — disse a Sra. Weasley, interrompendo a discussão.


- Bem discretamente, claro.


— Andem logo, vamos, todos vocês…


Harry fechou o estojo de manutenção, pôs a Firebolt ao ombro e subiu com Ron.


- Foi a escolha mais inteligente, filho - aprovou James.


Lily revirou os olhos, irritada, para ele.


A chuva parecia ainda mais forte no último andar da casa, e vinha acompanhada por assobios e gemidos do vento, para não falar nos uivos ocasionais do vampiro que vivia no sótão. Pigwidgeon começou a piar e a voar dentro da gaiola quando eles entraram. A visão dos malões quase prontos o deixara num frenesi de excitação.


- Alguém quer muito sair de casa - falou Alice.


- Você não tem noção - falou Ron - Ele não parava quieto.


— Arrolha ele com um pouco desses petiscos para Corujas — disse Ron atirando um pacote para Harry, — Quem sabe ele cala o bico.


- Os vizinhos agradeceriam.


- Não temos vizinhos, Sirius.


- Não estraga a expressão, Ron.


Harry enfiou alguns petiscos pelas grades da gaiola, depois voltou sua atenção para o malão. A gaiola de Edwiges estava do lado, ainda vazia.


- Ela não pode reclamar que você não deu trabalho para ela.


- Eu estava preocupado com ela e com Sirius - falou Harry - Edwiges demorou muito.


— Já faz mais de uma semana — disse Harry, contemplando o poleiro deserto de Edwiges. — Ron, você acha que Sirius foi capturado?


- Não diga uma coisas dessas, filhote - disse Sirius - Eu estou bem. Nunca seria capturado. Eu nunca te deixaria - prometeu.


Lily sorriu com isso, emocionada. Esses momentos a faziam ter certeza que Sirius tinha sido a melhor escolha possível para ser o padrinho do seu filho.


James também observava a interação com um sorriso. Não podia pedir por um melhor amigo melhor que Sirius (e que bom que Remus não podia ouvir pensamentos). Sabia que o Black se sentia como um tio/pai/amigo para o menino e eles nem tinham crescido juntos.


Harry sorriu para Sirius, tentando ignorar a dor que sentia. Na verdade, Sirius acabara o abandonando também, mas não fora culpa dele. E como ele fazia falta...


Regulus encarou Harry um pouco preocupado. O menino não parecia estar bem. Mas o Potter só sorriu, deixando claro que não iria dizer nada.


— Nããão! Teria saído no Profeta Diário — protestou Ron. — O Ministério iria querer mostrar que capturou alguém, não acha?


- Bom ponto.


- Eles ficariam loucos por essa manchete - disse James, sentindo uma dor no peite. A mera ideia de Sirius voltando para prisão o deixava triste e irritado.


— É, acho…


— Olha, toma aqui o material que mamãe comprou para você no Beco Diagonal. E ela tirou um pouco de ouro do seu cofre para você…


Regulus fez uma careta. Ainda não gostava do fato de Harry ser tão descuidado com o seu dinheiro.


E lavou todas as suas meias.


- Acho que elas nunca tiveram tão limpas - falou Harry com carinho.


Ron carregou uma pilha de coisas para a cama de armar de Harry e largou uma bolsa de dinheiro e um monte de meias do lado. O garoto começou a desembrulhar as compras. Além do Livro padrão de feitiços, 4ª série, de Miranda Goshawk,


- O qual você vai ler, certo, Harry? Certo, Harry? - falou Lily ameaçadora.


- Err, claro, mãe. Claro, claro - falou Harry nervoso.


ele tinha agora um punhado de penas novas, doze rolos de pergaminho e ingredientes para o seu estojo de poções — os estoques de espinha de peixe-leão e essência de beladona estavam quase no fim.


- Não deixe faltar - repreendeu Lily.


- Claro, mãe - Harry respondeu.


- Lily, você está assustando ele - falou James e quando ela só deu de ombros completou: - E a mim.


Começou a empilhar a roupa íntima dentro do caldeirão quando Ron soltou uma exclamação de desagrado às costas dele.


— Que vem a ser isso?


Ron ficou vermelho, já sabendo o que se tratava. Merlin, aquela roupa era horrível.


Ele estava segurando uma coisa que pareceu a Harry uma longa veste de veludo marrom. Tinha um babado de renda de aspecto mofado no decote e punhos de renda iguais.


Frank e Regulus fizeram caretas ao imaginar a roupa. Não parecia algo nada atraente.


- Nossa, Ron... Que escolha ousada - disse Sirius.


- Cala a boca - resmungou o ruivo.


Os garotos ouviram uma batida na porta e a Sra. Weasley entrou, trazendo uma braçada de vestes de Hogwarts recém lavadas.


- Tudo limpinho...


— Tomem aqui — disse ela, dividindo a braçada ao meio. — Agora vejam se guardam tudo na mala direito para não amarrotar.


- Eles são meninos! - Lissy apontou o óbvio.


- Com licença, mas eu faço uma ótima mala! - retrucou Alex.


Lissy fez uma cara de não sei não.


- Minhas malas são arrumadas - meteu-se Regulus.


- Claro, você é perfectionista - disse Sirius.


Logo, isso virou uma discussão entre os irmãos e só parou quando Lene interrompeu.


— Mamãe, você me deu a roupa nova da Ginny — disse Ron devolvendo a veste marrom à mãe.


- Nem venha! - falou Ginny.


— Claro que não, é para você. Vestes a rigor.


- É tão ruim assim?


- Bem, eu achei que era feminina! - falou Ron.


- Que bosta, cara - falou James.


— Quê?— exclamou Ron, horrorizado.


— Vestes a rigor! — repetiu a Sra. Weasley. — Está na sua lista de material que este ano você deverá levar vestes a rigor… Vestes para ocasiões formais.


- Certo, e onde isso entra? - perguntou Fred, fazendo uma careta. Ele realmente queria ter um pouco de dinheiro para salvar o irmão nesse dia.


— A senhora tem que estar brincando — exclamou Ron incrédulo. — Eu não vou usar isso, nem pensar.


- Alguns meses depois... - falou Ginny com voz de narradora.


— Todo mundo usa, Ron! — disse a Sra. Weasley aborrecida. — E são todas assim!


- Eu vi como todas eram assim! - murmurou Ron irônico. Ele estava ridículo.


Seu pai também tem uma para festas elegantes!


- Aposto que a dele é um pouco melhor.


- Ele veio primeiro.


— Saio pelado, mas não visto uma coisa dessas — teimou Ron.


— Não seja bobo. Você precisa de vestes a rigor, estão na sua lista! Comprei para o Harry também… Mostre a ele, Harry…


Ron revirou os olhos. Ver as vestes de Harry não tinham o animado nem um pouco.


Com uma certa apreensão Harry abriu o último embrulho sobre a cama.


James e Lily trocaram olhares. Muito gentil da parte da sra. Weasley comprar e tudo, mas ele podia comprar sozinho... Alguma coisa normal, de preferência.


Mas não eram tão ruins quanto esperara,


- Fala sério! A sua era super normal - falou Ron.


as vestes não tinham renda alguma, de fato, eram mais ou menos iguais às vestes da escola, só que eram verde-garrafa em vez de pretas.


- Você deve ter ficado um gato nelas - falou Lene.


- Obrigado - falou Harry, envergonhado.


- Ele ficou lindo mesmo - falou Ginny.


- Você foi também para o evento? - perguntou Lene interessada. Ginny era a mais nova, então quer dizer que era para mais de uma série.


- Sim. Meu par também estava lindo - falou e deu uma piscadinha para Neville. Ele sorriu sem graça.


- Meu bebê é lindo - falou Alice.


- Dezessete anos, mãe - lembrou Neville, embora não estivesse incomodado.


- Continua sendo o meu bebê - falou Alice e os dois sorriram.


— Achei que elas realçariam a cor dos seus olhos, querido — disse a Sra. Weasley afetuosamente.


- Bem pensado - disse James.


— Ora, as dele são legais! — disse Ron zangado, olhando para as vestes de Harry. — Por que eu não ganhei vestes como as dele?


Ron olhou para o chão envergonhado. Sabia que agia como uma criança mimada algumas vezes, mas não conseguia evitar.


— Por que… Bom, precisei comprar as suas de segunda mão, e não havia muita escolha! — disse a Sra. Weasley corando.


Harry olhou para o outro lado.


- Aquele momento constrangedor que você acaba no meio de uma discussão de família - falou Lene.


Teria dividido com os Weasley, de boa vontade, o dinheiro que havia em seu cofre no Gringotes, mas sabia que eles jamais aceitariam.


- O dinheiro é seu - disse Fred.


- Mas...


- Nada disso, Harry Potter - disse Ginny, o silenciando.


— Não vou usar isso nunca — insistiu Ron. — Nunquinha.


— Ótimo — retorquiu a Sra. Weasley. — Ande nu. E Harry não se esqueça de tirar uma fotografia dele.


- Se ele puxar o pai, ele irá tirar mesmo - falou Snape em um tom ácido.


James revirou os olhos.


- Eu nunca faria isso - falou Harry irritado. Parecia algo que Dudley ou Draco fariam. Não ele.


Deus sabe que eu estou precisando de umas boas gargalhadas.


- Essa frase foi tão tensa - disse Josh.


Ela saiu do quarto batendo a porta. Os meninos ouviram um ruído engraçado de alguém cuspindo às costas deles. Era Pigwidgeon se engasgando com um petisco grande demais.


- Até assim ele faz barulha - falou Ron, resignado.


— Por que é que tudo que eu tenho é porcaria? — enfureceu-se Ron, atravessando o quarto para descolar o bico da coruja.


Fred, George e Ginny lançaram um olhar desaprovador por irmão. Okay, sabiam que era difícil viver sem dinheiro, mas isso não era desculpa para agir de forma mimada e idiota, especialmente na frente de outras pessoas. Pobre Harry que teve que ver isso.


- Desculpem - pediu Ron.


E assim tudo foi esquecido.




 


 


 


Então gente. Esse foi o último capítulo postado, mas prometo que quando terminar o próximo, colocarei aqui. As postagens irão voltar ao normal. E desculpem, mesmo.

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