Boatos



Harry


-Ela te beijou? – A voz de Ron soa tão incrédula quanto eu imaginei que seria. – Não! Você só pode estar brincando comigo.


-Quem me dera que eu estivesse apenas brincado. – Eu retruco na tentativa de fazer uma expressão de nojo. – E o pior de tudo é que depois ela ainda me chamou de tarado, como se eu a tivesse beijado á força.


-Harry Potter e Hermione Granger se beijaram! Dou menos que um dia para que toda Hogwarts esteja sabendo disso. – Ron falou entre risos.


E não surpreendentemente ele estava correto. Na manhã seguinte quando nós dois descíamos para o salão principal era visível as olhadelas em minha direção e os sorrisos abafados. Tentando manter o máximo de indiferença a situação presente, caminho rapidamente para a mesa da grifinória, Ron segue em meu encalço. Ao mesmo instante que eu sento, porém, uma juba de cabelos encaracolados se joga sobre mim.


-Essa historia é falsa, não é Harryzinho? – A voz irritante de Lilá Brown adentra meus ouvidos. – Você não esta mesmo de caso com a macaca da biblioteca, não é mesmo? Porque isso seria no mínimo, tipo assim, bizarro.


-É claro que não Lilá. – Respondo pacientemente. – Não que isso seja da sua conta, mas eu e Granger... Jamais.


-Eu sabia! Eu sabia! – Ela comemorou e logo em seguida me deu um selinho. – Agora deixa eu correr porque eu estou, tipo assim, super atrasada para repassar a maquiagem antes que comece as aulas.


-Bom dia para você também Lilá. – Ron resmunga enquanto ela corre em direção à saída. – Essas suas fãs precisam ser mais educadas, Harry.


-E menos grudentas, até porque...


Mas o meu “porque” fica vago. Antes que eu pudesse completar a frase outra juba de cabelos se joga na minha frente. Hermione está bufando de raiva de modo que qualquer um teria um AVC só de vê-la olhando para si desse jeito.


-Potter! Seu infeliz! – Ela grita e em segundos todas as cinco mesas do salão principal estão olhando para nós. – Como você ousa espalhar mentiras sobre mim?...


-Eu não...


-Você só pode ter perdido o juízo. – Ela grita ainda mais alto. – Que historia é essa que eu estou de caso com você? Por acaso você pensa que eu sou dessas meninas que ficam de caso com os outros?


-Bem, Você me beijou, não é mesmo? – Eu retruco e me levanto para ficar da mesma altura que ela.


Porém, no mesmo instante me arrependo, pois, se antes ela estava assustadora, ficou ainda mais ao puxar a varinha do bolso de suas vestes.


-Parem com isso agora! – Minerva Mcgonagall, a diretora da grifinória, grita de seu lugar e caminha até nós. Ela está tão assustadora quanto Hermione. – Srta. Granger guarde essa varinha.


Hermione obedece. É claro! Granger jamais conseguiria descumprir a ordem dada por um professor.


-Muito bem, Me acompanhem os dois. – Minerva fala e nós dois a seguimos em direção a sua sala.


Hermione


Não acredito que estou caminhando em direção a sala de Minerva Mcgonagall para receber uma bronca. Nunca em toda minha carreira escolar fui repreendida por algum mestre por estar fazendo algo errado. E agora, por culpa do Potter, pela primeira vez passarei por essa imensa vergonha.


Sei que a culpa também é minha. Deveria ter me controlado, mas, quando hoje, logo pela manhã, ouvi alguns burburinhos acerca de um suposto caso entre mim e Harry, não me contive e tive que ir tirar satisfações com ele. Tudo bem que eu o beijei, mas isso foi um ato inconsequente, motivado por aquele pesadelo horrível. Nunca em sã consciência eu o beijaria.


-Babuínos bobocas balbuciando em bando. – Mcgonagall diz a senha e logo a gárgula gira dando passagem para sua sala. Ela entra e Potter e eu a seguimos.


-Sentem-se. – Ela ordena e nos dois obedecemos. – Qual dos dois vai me explicar a causa, motivo, razão ou circunstância do espetáculo que acabaram de protagonizar.


-O Potter andou espalhando...


-Acontece que essa garota é doida...


-Imagine só se eu iria ter caso com alguém como ele...


-Pergunte a qualquer um. Dizem que ela bebe água sanitária...


-Eu preferia ter um caso até com o professor Dumbledore...


-Silêncio os dois. – A professora gritou e interrompeu a confusa explicação. – Um por vez. Comece Srta. Granger.


-Obrigada professora. – Eu digo e sorrio para ela. – Acontece que o Sr. Potter, como a senhora bem sabe, gosta de cometer atos inescrupulosos. E o ultimo desses foi sair espalhando para toda a escola que eu estaria de caso com ele. Veja bem, como se eu fosse capaz de cometer tal barbaridade. – Pauso por um tempo e observo a expressão da professora. Ela não parece tão abismada quanto eu espera que estivesse, devido a isso resolvo exagerar um pouco mais no drama. – Ele feriu a minha honra. Ah! Se meu velho pai ouvisse tais injurias contra sua filha, provavelmente morreria de desgosto e minha bondosa mãe como se...


-Tudo bem Srta. Granger. – Ela me interrompe. – Sua vez Sr. Potter.


-Professora, eu não espalhei boato nenhum. - Ele mente descaradamente. – Na realidade eu fiquei tão surpreso quanto ela ao descobrir que a historia do nosso beijo havia vazado e...


-Então vocês realmente se beijaram? – Ela indaga um pouco muito entusiasmada na minha percepção.


-Er... Talvez... Quero dizer. Sim, nos beijamos. – Ele responde e eu tenho certeza que meu rosto se tinge de vermelho.


-Muito bem. Podem se retirar. – Fico totalmente surpresa. Esperava receber uma bronca, mas, parece que ao contrário disto, ao saber de nosso beijo, ela ficou satisfeita demais para fazer tal coisa.


Todavia, não espero nenhum segundo para me levantar e sair em direção a porta. Harry segue em meu encalço.


Minerva


Assim que a porta se fecha depois da saída dos dois, levanto-me rapidamente e saio de minha sala. Começo a caminhar desesperadamente em direção a salão de Dumbledore, ele precisa saber disso urgentemente. Harry Potter e Hermione Granger parecem finalmente estar seguindo o curso do destino.


Declamo a senha para a gigante gárgula e ela se move me dando acesso a escada em espiral que leva a sala do diretor. Subo os degraus o mais rapidamente possível e quando chego ao topo estou sem fôlego.


-Professor Dumbledore, é tudo verdade. – Exclamo sorridente. – Harry Potter e Hermione Granger se beijaram.


-Que maravilha, Minerva. Que maravilha! - Ele fala entusiasmado. – Agora só nos resta esperar para que tudo volte a ser como já foi.


-O senhor acha que há possibilidade de os três voltarem a se unir. – Indaguei. – Digo, Potter e Granger se beijarem é um grande passo, mas aparentemente os dois se odeiam. E o Weaseley pouco conversa com a Granger.


-Os três estão destinados a se unirem, Minerva. – Dumbledore responde. – Acredito que devamos começar a agir para unir Harry e Hermione, creio, que se os dois se tornarem pelo menos amigos, Ronald irá junto no pacote.


Harry


-Então você quer dizer que não tem nada a ver com isso? – Hermione me questiona outra vez, porém, algo em sua voz me diz que ela já está começando a acreditar em mim.


Estamos sentados no salão comunal da grifinória que, como era de se supor, há esta hora, está completamente vazio, exceto por nós dois. Consegui convencê-la a conversar comigo, embora não ache que deva satisfações a ela, a idéia de que ela pense que sou fofoqueiro não me agrada muito.


-Eu já te disse que não. – Respondo calmamente. – Sabe? Você não parece ser tão inteligente como os professores dizem.


-Oras, seu...


-Estou só brincando, Granger. – A interrompo, mas não consigo deixar de sorrir ao vê-la fazer essa expressão tão comum de raiva para comigo. –E então? Acredita em mim?


-Talvez... Quero dizer. Sim, acredito. – Ela fala e eu involuntariamente sorrio em resposta. – Mas agora nos resta descobrir como essa notícia espalhou-se.


De fato, desde a manhã, eu ainda não havia tido tempo para pensar sobre isso. Não havia ninguém conosco na enfermaria no momento em que o beijo aconteceu e por isso, obviamente, era de se supor que ninguém mais, além de nós dois e Ron a quem eu contei, soubesse disso.


-Você não contou a alguma de suas amigas? – Eu pergunto a ela.


-Você sabe que eu não tenho amigas. – Ela me responde e consigo notar um semblante de rancor em sua voz. – E você contou a alguém?


-Apenas a Ron. – Eu respondo. – Mas tenho total confiança nele.


-Sim, eu sei. – Ela diz e passa a mão na testa, murmurando uma exclamação de dor.


-O que foi? – Pergunto e involuntariamente levo minhas mãos á testa dela. – Está sentido algo?


-Não. Estou bem. – Ela diz. – Só preciso dormir.


Levanto-me da poltrona e ajudo-a a se levantar também. No mesmo instante percebo o quão perto nossos rostos estão e sinto vontade de aproximá-los mais. Acaricio a face dela e a vejo fechar os olhos. E então entendo o que devo fazer. Puxo-a mais para perto e colo seus lábios sobre os meus. Sensações indescritíveis percorrem meu corpo e sinto-me como se nunca pudesse ser mais feliz do que nesse momento. De algum sublime modo este beijo é melhor que o anterior. Ela desliza as mãos sobre o meu cabelo, fazendo-me se arrepiar. Simplesmente não consigo recordar quando, e se, já havia sentido algo assim. Fecho os meus olhos também e avanço o beijo.


De repente ela se afasta de mim e a próxima coisa que sinto é a sua mão batendo com força em meu rosto.


-Potter, seu infeliz. – Ela grita e me bate mais uma vez. – Escute bem! Se fizer isso outra vez eu te mato. Ouviu bem? Eu mato você.


Ela sai em disparada rumo ao quadro da mulher- gorda. Ainda sinto a marca de sua mão fumegando em meu rosto, mas, por algum motivo que não entendo, não consigo tirar o sorriso do rosto.


Hermione


-Ele me beijou!


Repito silenciosamente no caminho para o meu quarto de monitora chefe. Estou me sentindo completamente confusa. Por um lado minha vontade é de voltar lá e meter-lhe outros tantos tapas por ter se atrevido a fazer o que fez, entretanto, por outro lado, meu desejo é de atirar-me nos braços dele novamente para que ele possa outra vez me beijar.


“Não se esqueça de quem ele é, Hermione.” – Eu penso. – “É Harry Potter! O garoto que mais inferniza sua vida desde o primeiro ano. O metido e galinha que acha que tem o rei na barriga.”


Estou tão distraída com meus próprios pensamentos que nem percebo que cheguei a meu quarto, até que ouço a dama-loura pedir a senha, digo a ela e finalmente entro no quarto.


Assim que ouço o quadro girando para fechar outra vez a passagem, me jogo na cama e fecho os olhos e de repente flashes daquele terrível pesadelo invadem novamente minha mente. Estive tão ocupada o dia inteiro que nem tive tempo para pensar nele. Pensar no quanto parecia nítido de mais para ser apenas um sonho e na realidade parecia mais um lembrança, mas não podia ser, eu jamais havia vivido aquilo.


“Bem, eu apenas sei que necessito de respostas... E urgentemente” – Penso antes de adormecer de uma vez.

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E ai Pessoal! Mais um capítulo saindo para vocês. Meu plano inicial era fazer uma fic com apenas uns 7 ou 8 capítulos, porém, a historia saiu do meu controle e ganhou vida própria, por isso eu não sei quando ela vai acabar. kkkk. Espero que gostem do capítulo e não deixem de comentar. O que acharam do papo misterioso entre Minerva e Dumbledore? Respondam nos comentários. Bjs!

Bethany Jane Potter: Talvez "tarado" passe a ser o apelido dele então kkkk. Sempre Fico muito grata com os seus comentários, por isso não deixe de comentar. Um abraço!

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Comentários (2)

  • Nina Granger Potter

    Nossa, estou adorando a fic. Morrendo de rir com as frases dos personagens... Não demore a postar, por favor. Beijos

    2015-06-24
  • Bethany Jane Potter

    kkkk concordo!!!Caraca, agora mesmo que essa fica vai ficar ainda mais interessante!!"Preferia ter um caso com o professor Dumbledore"(chorei de ri) "Ela bebe agua do vaso sanitário (morri) kkk.Mal posso esperar para o proximo capitulo, tem um mistério por tras dessa fic ♥♥♥

    2015-05-15
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