O Mestre das Poções/Almoço/O D



Pov Severus Snape


Eu não sei o que me deu mas algo me disse para ler aquele capítulo, o que foi um choque para todo mundo e até para mim mesmo, mas como o livro já estava na minha mão, não teria problema nenhum dar uma lidinha, principalmente depois de ler o nome do capítulo.


–Capítulo 8


O Mestre Das Poções


— Ali, olha.


— Onde?


— Ao lado do garoto alto de cabelos vermelhos.


— De óculos?


— Você viu a cara dele?


— Você viu a cicatriz?


Os murmúrios acompanharam Harry desde a hora em que ele saiu do dormitório no dia seguinte. A garotada que fazia fila do lado de fora das salas de aula ficava nas pontas dos pés para dar uma espiada, ou ia e vinha nos corredores para vê-lo duas vezes.


Harry desejou que não fizessem isso, porque estava tentando se concentrar para encontrar o caminho para suas aulas.


– Nossa Harry Potter desejando não ser o centro das atenções- Me surpreendeu- Falei e percebi que Draco tinha dito quase a mesma coisa que eu, só trocando uma ou duas palavras.


–Sabe eu não sou como vocês pensam que sou- Comentou ele.


Havia cento e quarenta e duas escadas em Hogwarts largas e imponentes, estreitas e precárias, umas que levavam a um lugar diferente às sextas-feiras, outras com um degrau no meio que desaparecia e a pessoa tinha que se lembrar de saltar por cima.


Além disso, havia portas que não abriam a não ser que a pessoa pedisse, por favor, ou fizesse cócegas nelas no lugar certo e portas que não eram bem portas, mas paredes sólidas que fingiam ser portas. Era também muito difícil lembrar onde ficavam as coisas, porque tudo parecia mudar frequentemente de lugar. As pessoas nos retratos saíam para se visitar e Harry tinha certeza de que os brasões andavam.


Os fantasmas também não ajudavam nada. Era sempre um choque horrível quando um deles atravessava de repente uma porta que a pessoa estava querendo abrir. Nick Quase Sem Cabeça ficava sempre feliz de apontar a direção certa para os alunos de Grifinória, mas Pirraça, o Poltergeist, representava duas portas fechadas e uma escada falsa se a pessoa o encontrasse quando estava atrasada para uma aula. Ele despejava cestas de papéis na cabeça das pessoas, puxava os tapetes de baixo de seus pés, acertava-as com pedacinhos de giz ou vinha sorrateiro por trás, invisível, e agarrava-as pelo nariz e guinchava: "PEGUEI-A PELA BICANA! Pior que o Poliergest, se é que era possível, era o zelador, Argos Filch. Harry e Rony conseguiram conquistar sua má vontade logo na primeira manhã, Filch encontrou-os tentando forçar caminho por uma porta que, por azar, era a entrada para o corredor proibido no terceiro andar. Ele não quis acreditar que estavam perdidos, pois tinha certeza de que estavam tentando arrombá-la de propósito e ameaçava trancá-los nas masmorras, quando foram salvos pelo Professor Quirrell, que ia passando.


–Uau vocês tem uma sorte em?- Ironizou Lily que agora estava abraçada a James, não pude conter uma careta de desgosto, então continuei a ler.


Filch tinha uma gata chamada Madame Nor-r-r-a, como quem ronrona, um bicho magro, cor de poeira, com olhos saltados como lâmpadas, iguais aos de Filch. Ela patrulhava os corredores sozinha, se alguém desobedecesse a uma regra em sua presença, pusesse o dedão do pé fora da linha, ela corria a buscar Filch, que aparecia, asmático, em dois segundos. Filch conhecia as passagens secretas da escola melhor do que ninguém (exceto talvez os gêmeos Weasley) e podia surgir de repente como um fantasma. Os estudantes a detestavam e a ambição mais desejada de muitos era dar um bom pontapé em Madame Nor-r-ra.


– Eu definitivamente estou começando a gostar desses gêmeos- Falou Sirius.


Além disso, quando a pessoa conseguia encontrar o caminho das salas, havia as aulas em si. Mágica era muito mais do que sacudir a varinha e dizer meia dúzia de palavras engraçadas, como Harry logo descobriu.


Tinham de estudar o céu da noite pelo telescópio toda quarta-feira à meia-noite e aprender os nomes das diferentes estrelas e os movimentos dos planetas. Três vezes por semana iam para as estufas de plantas atrás do castelo para estudar herbologia, com uma bruxa baixa e gorda chamada Professora Sprout, com quem aprendiam como cuidar de todas as plantas e fungos estranhos e descobriam para que eram usados.


Sem falar, a aula mais chata era a de História da Mágica, a única matéria ensinada por um fantasma. O Professor Bins era realmente muito velho quando adormeceu diante da lareira na sala dos professores e levantou na manhã seguinte para dar aulas, deixando o corpo para trás. Binns falava sem parar enquanto eles anotavam nomes e datas e acabavam confundindo Emerico, o Mau, com Urico, o Esquisitão.


O Professor Flitwick, que ensinava Feitiços, era um bruxo miudinho que tinha de subir numa pilha de livros para enxergar por cima da mesa. No começo da primeira aula ele pegou a pauta e quando chegou ao nome de Harry soltou um gritinho excitado e caiu da pilha, desaparecendo de vista.


Todos riram menos Professora Mcgonagall que deu com um jornal dobrado na cabeça do Rony, me permiti rir da cara de indignação dele.


Já a Professora Minerva era diferente. Harry estava certo quando pensou que ela não era professora para aluno nenhum aborrecer, severa e inteligente, fez um sermão no instante em que eles se sentaram para a primeira aula.


— A Transfiguração é uma das mágicas mais complexas e perigosas que vão aprender em Hogwarts. Quem fizer bobagens na minha aula vai sair e não vai voltar mais. Estão avisados. — Transformou, então, a mesa em porco e de volta em mesa.


– A senhora nunca nos expulsou- Comentou James com aquele ar de que vai falar alguma besteira.


–Será que é porque nós eramos os melhores alunos?- Perguntou Sirius.


–Melhores? Nunca- Os interrompi.


–Se nós não fossemos os melhores nós não seríamos anima...


–Cala a boca James- Berrou Remus.


–Uma hora ou outra todo mundo vai saber- Falou James.


–Se eu fosse você Pontas eu não ficaria ansioso para as pessoas saberem que eu sou um viado- Falou Sirius.


–Comece a ler logo-Falou James aborrecido, Harry ria com gosto e dava para perceber que ele estava feliz de estar ali, na verdade todos estavam no clima menos eu é claro e o Draco.


Todos ficaram muito impressionados e ansiosos para começar, mas logo perceberam que não iam transformar os móveis em animais ainda por muito tempo. Depois de fazerem anotações complicadas, receberam um fósforo e começaram a tentar transformá-lo em agulha. No fim da aula, somente Hermione Granger produzira algum efeito no fósforo, a Professora Minerva mostrou a classe como o fósforo ficara todo prateado e pontiagudo e deu um raro sorriso à aluna.


A matéria que todos estavam realmente aguardando com ansiedade era a de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas as aulas de Quirrell foram uma piada. Sua sala cheirava fortemente a alho que todos diziam que era para espantar um vampiro que ele encontrara na Romênia e temia que viesse atacá-lo a qualquer dia.


Seu turbante contou ele, fora presente de um príncipe africano como agradecimento por tê-lo livrado de um zumbi incômodo, mas os alunos não tinham muita certeza se acreditavam na historia. Primeiro porque, quando Simas Finnigan pediu ansioso para Quirrell contar como liquidara o zumbi, Quirrell ficou vermelho e começou a falar do tempo, segundo porque eles repararam que havia um cheiro engraçado em volta do turbante, e os gêmeos Weasley insistiam que devia estar cheio de alho também, de modo que Quirrell estava protegido em qualquer lugar.


Harry se sentiu aliviado ao descobrir que não estava muito atrasado com relação ao resto da turma. Muitos alunos tinham vindo de famílias de trouxas e, como ele, não faziam ideia de que eram bruxas e bruxos. Havia tanto para aprender que até gente como Rony não estava tão adiantada assim.


Sexta-feira foi um dia importante para Harry e Rony, Eles finalmente conseguiram encontrar o caminho para o salão principal e tomar o café da manhã sem se perder nem uma vez.


— O que temos hoje? — perguntou Harry a Rony enquanto punha açúcar no mingau de aveia.


— Poções duplas com o pessoal da Sonserina. Snape é diretor da Sonserina. Dizem que sempre os protege. Vamos ver se é verdade.


— Gostaria que Minerva nos protegesse. — A Professora Minerva era diretora da Grifinória, mas isso não a impedira de dar aos seus alunos uma montanha de dever de casa no dia anterior.


– Vocês queriam o que?- Perguntou Minerva indignada mas ninguém se deu o trabalho de responder.


Naquele instante chegou o correio. Harry agora já se acostumara com isso, mas levara um susto na primeira manhã quando centenas de corujas entraram de repente no salão principal durante o café da manhã, circulando as mesas até verem seus donos e deixarem cair as cartas e pacotes no colo deles.


Edwiges não trouxera nada para Harry até então. Às vezes entrava para beliscar sua orelha e comer um pedacinho de torrada antes de ir dormir no corujal com as outras corujas da escola. Esta manhã, porém, ela esvoaçou entre a geléia e o açucareiro e deixou cair um bilhete no prato de Harry. Ele o abriu imediatamente.


―Prezado Harry — dizia, numa letra muito garranchosa. — Sei que tem as tardes de sexta-feira livre, então será que não gostaria de vir tomar uma xícara de chá comigo por volta das três horas? Quero saber como foi a sua primeira semana. Mande-me uma resposta pela Edwiges... Hagrid.


Harry pediu emprestada a pena de Rony e escreveu:


―Sim, gostaria, vejo você mais tarde no verso do bilhete e despachou Edwiges outra vez.


Foi uma sorte que Harry tivesse o convite de Hagrid com que se alegrar, porque a aula de Poções foi a pior coisa que lhe acontecera até ali.


No início do banquete de abertura do ano letivo, Harry tivera a impressão de que o Professor Snape não gostava dele. No final da primeira aula de Poções, ele viu que se enganara. Não era bem que Snape não gostava de Harry — ele o odiava.


– Queria o que? Que eu amasse o filho do Potter- Resmunguei mas parece que todos ouviram, mas só Harry me lançou um sorriso de compreensão, será que ele sabia?Não, não é possível, vamos ver afinal esse livro é da vida dele.


A aula de Poções foi em uma das masmorras. Era mais frio ali do que na parte social do castelo e teria dado arrepios mesmo sem os animais embalsamados flutuando em frascos de vidro nas paredes à volta.


Snape, como Flitwick, começou a aula fazendo a chamada e, como Flitwick, ele parou no nome de Harry..


— Ah, sim — disse baixinho. — Harry Potter. A nossa nova celebridade.


Draco Malfoy e seus amigos Crabbe e Goyle deram risadinhas escondendo a boca com as mãos. Snape terminou a chamada e encarou a classe. Seus olhos eram negros como os de Hagrid, mas não tinham o calor dos de Hagrid. Eram frios e vazios e lembravam túneis escuros.


— Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e a arte exata do preparo de poções — começou. Falava pouco acima de um sussurro, mas eles não perderam nenhuma palavra. Como a Professora Minerva, Snape tinha o dom de manter uma classe silenciosa sem esforço. — Como aqui não fazemos gestos tolos, muitos de vocês podem pensar que isto não é mágica. Não espero que vocês realmente entendam a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos... Posso ensinar-lhes a engarrafar fama, a cozinhar glórias, até a zumbificar se não forem o bando de cabeças-ocas que geralmente me mandam ensinar.


Mais silêncio seguiu-se a esse pequeno discurso. Harry e Rony se entreolharam com as sobrancelhas erguidas Hermione Granger estava sentada na beiradinha da carteira e parecia desesperada para começar a provar que não era uma cabeça-oca.


— Potter! — disse Snape de repente. — O que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?


―Raiz de quê em pó a um infusão do quê? Harry olhou para Rony, que parecia tão embatucado quanto ele, a mão de Hermione se ergueu no ar.


— Não sei não senhor — disse Harry.


A boca de Snape se contorceu num riso de desdém.


–Tsk, tsk, a fama pelo visto não é tudo.


E não deu atenção a mão de Hermione.


— Vamos tentar outra vez, Potter. Se eu lhe pedisse, onde você iria buscar bezoar?


Hermione esticava sua mão no ar o mais alto que pôde sem se levantar da carteira, mas Harry não tinha a menor ideia do que fosse bezoar. Tentou não olhar para Malfoy, Crabbe e Goyle, que se sacudiam de tanto rir.


— Não sei não senhor.


— Achou que não precisava abrir os livros antes de vir, hein, Potter?


Harry fez força para continuar olhando diretamente para aqueles olhos frios. Folheara os livros na casa dos Dursley, mas será que Snape esperava que ele se lembrasse de tudo que vira em Mil ervas e fungos mágicos?


Snape continuava a desprezar a mão trêmula de Hermione.


— Qual é a diferença Potter, entre acônito licoctono e acônito lapelo?


Ao ouvir isso Hermione se levantou, a mão esquerda em direção ao teto da masmorra.


— Não sei — disse Harry em voz baixa. — Mas acho que Hermione sabe, porque o senhor não pergunta a ela?


–Esse é o meu garoto- Exclamou James e Lily deu um tapa na cabeça dele contendo o riso.


–Eu não acredito que você não sabia isso Tio Harry- Falou Rose indignada.


–Você queria o que Rose? Que ele fosse uma biblioteca ambulante feito você- Falou Hugo e a garota deu um soquinho nele.


–Melhor do que um cabeça oca.


Alguns garotos riram, os olhos de Harry encontraram os de Simas e este deu uma piscadela. Snape, porem não gostou.


— Sente-se — disse com rispidez a Hermione. — Para sua informação Potter, asfódelo e losna produzem uma poção para adormecer tão forte que é conhecida como a Poção dos Mortos Vivos. O bezoar é uma pedra tirada do estômago da cabra e pode salvá-lo da maioria dos venenos. Quanto aos dois acônitos são plantas do mesmo gênero botânico. Então? Por que não estão copiando o que estou dizendo?


Ouviu-se um ruído repentino de gente apanhando penas e pergaminhos. E acima desse ruído a voz de Snape:


— E vou descontar um ponto da Grifinória por sua impertinência, Potter.


As coisas não melhoraram para os alunos da Grifinória na continuação da aula de Poções. Snape separou-os aos pares e mandou-os misturar uma poção simples para curar furúnculos.


Caminhava imponente com sua longa capa negra, observando-os pesar urtigas secas e pilar presas de cobras, criticando quase todos, exceto Draco, de quem parecia gostar. Tinha acabado de dizer a todos que olhassem a maneira perfeita com que Draco cozinhara as lesmas quando um silvo alto e nuvens de fumaça ocre e verde invadiram a masmorra. Neville conseguira derreter o caldeirão de Simas transformando-o numa bolha retorcida e a poção dos dois estava vazando pelo chão de pedra, fazendo furos nos sapatos dos garotos. Em segundos, a classe toda estava trepada nos banquinhos enquanto Neville, que se encharcara de poção quando o caldeirão derreteu, tinha os braços e as pernas cobertos de furúnculos vermelhos que o faziam gemer de dor.


— Menino idiota! — vociferou Snape, limpando a poção derramada com um aceno de sua varinha. — Suponho que tenham adicionado as cerdas de porco-espinho antes de tirar o caldeirão do fogo?


Neville choramingou quando os furúnculos começaram a pipocar em seu nariz.


— Levem-no para a ala do hospital — Snape ordenou a Simas.


–Sev- Choramingou Lily e eu encontrei seus olhos verdes esmeralda- Porque você fez tudo isso?


Eu não respondi e baixei os olhos e continuei lendo.


Em seguida voltou-se zangado para Harry e Rony, que estavam trabalhando ao lado de Neville.


— Você, Potter, por que não disse a ele para não adicionar as cerdas? Achou que você pareceria melhor se ele errasse, não foi? Mais um ponto que você perdeu para Grifinória.


–Uau- Exclamou Albus- Pai porque você gostaria de homenagear um homem que te infernizou a vida toda?


Eu também me perguntava o porque mas Harry só disse que no final ele ia ver.


A injustiça foi tão grande que Harry abriu a boca para argumentar, mas Rony deu-lhe um pontapé por trás do caldeirão.


— Não force a barra — cochichou. — Ouvi dizer que Snape pode ser muito indigesto.


Quando subiam as escadas para sair da masmorra uma hora depois, os pensamentos se sucediam velozes na cabeça de Harry, que se sentia deprimido. Perdera dois pontos para Grifinória na primeira semana, por que Snape o odiava tanto?


— Ânimo — disse Rony — Snape está sempre tirando pontos de Fred e Jorge. Posso ir com você a casa de Rúbeo?


As cinco para as três eles saíram do castelo e atravessaram a propriedade. Hagrid morava numa casinha de madeira na orla da floresta proibida. Um par de galochas estava à porta da casa.


Quando Harry bateu à porta eles ouviram uma correria frenética e latidos ferozes.


Depois, a voz de Hagrid dizendo:


— Para trás, Canino para trás.


A cara barbuda de Hagrid apareceu na fresta quando a porta se abriu.


— Espere aí. Para trás, Canino.


Ele os fez entrar, lutando para segurar com firmeza a coleira de um enorme cão de caçar javalis.


Havia apenas um aposento na casa. Presuntos e faisões pendiam do teto, uma chaleira de cobre fervia ao fogão e a um canto havia uma cama maciça coberta com uma colcha de retalhos.


— Estejam à vontade — falou Hagrid, soltando Canino, que pulou imediatamente para cima de Rony e começou a lamber-lhe a orelha. Como Hagrid, parecia óbvio que Canino não era tão feroz quanto se esperava.


— Este é o Rony — Harry disse a Hagrid, que fora despejar água fervendo num grande bule de chá e arrumar biscoitos num prato.


— Mais um Weasley, hein? — exclamou Hagrid vendo as sardas de Rony — Passei metade da vida expulsando seus irmãos da floresta.


Os biscoitos quase quebraram os dentes deles, mas Harry e Rony fingiram gostar e contaram a Hagrid como tinham sido as primeiras aulas. Canino descansou a cabeça no colo de Harry e cobriu as vestes dele de baba.


Harry e Rony ficaram contentes de ouvir Hagrid chamar Filch de guitarra velha.


— Quanto àquela gata, Madame Nor-r-ra, às vezes eu tenho vontade de apresentar o Canino a ela. Sabe que todas as vezes que vou até a escola ela me segue por toda parte? Não consigo me livrar da gata. É Filch que a manda fazer isso.


Harry contou a Hagrid a aula de Snape. Hagrid, como Rony, disse a Harry que não se preocupasse, que Snape não gostava praticamente de nenhum aluno.


— Mas ele parecia que realmente me odiava.


— Bobagem! Por que o odiaria?


Mas Harry não pôde deixar de pensar que Hagrid evitou encará-lo quando disse isso.


— Como vai seu irmão Carlinhos? — perguntou Hagrid a Rony. — Eu gostava muito dele. Tinha muito jeito com animais.


Harry se perguntou se Hagrid teria mudado de assunto de propósito. Enquanto Rony contava tudo sobre o trabalho de Carlinhos com dragões, Harry apanhou um pedaço de papel que estava na mesa sob o abafador de chá. Era uma noticia recortada do Profeta Diário.


O CASO GRINGOTES


Prosseguem as investigações sobre o arrombamento de Gringotes, ocorrido em 31 de julho, que se acredita ter sido trabalho de bruxos e bruxas das Trevas desconhecido.


Os duendes de Gringotes insistiam hoje que nada foi roubado.


O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia.


"Mas não vamos dizer o que havia dentro, para que ninguém se meta, se tiver juízo", disse um porta-voz esta tarde.


Harry lembrou-se que Rony lhe contata no trem que alguém tentara roubar Gringotes, mas não mencionara a data.


— Rúbeo! — exclamou Harry. — Aquele arrombamento de Gringotes aconteceu no dia do meu aniversário! Talvez estivesse acontecendo enquanto a gente estava lá!


Não havia a menor dúvida, desta vez, Hagrid decididamente evitara encarar Harry. Resmungou alguma coisa e lhe ofereceu mais um biscoito. Harry releu a notícia ―O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia. Hagrid esvaziara o cofre setecentos e treze, se é que se podia chamar esvaziar alguém levar aquele pacotinho encalombado. Seria aquilo que os ladrões estavam procurando?


– Vocês são incheridos em, por isso se metem em confusão- Falou Hugo.


–E cade a Tia Mione?- Perguntou James S.


–Pode se dizer que nós não eramos amigos no inicio de Hogwarts- Falou Rony um pouco envergonhado.


Quando Harry e Rony voltaram ao castelo para jantar, tinham os bolsos pesados com os biscoitos que a educação os impedira de recusar. Harry pensou que nenhuma das aulas a que assistira até ali tinha lhe dado tanto o que pensar quanto o chá com Rúbeo Hagrid. Será que Hagrid tinha apanhado o pacote bem na hora?


Onde estava o pacote agora? Será que ele sabia alguma coisa de Snape que não queria contar a Harry?


– Não vá se meter em encrenca Harry- Avisou Lily E.


–Tarde demais- Falou o garoto rindo.


–E acabou- Aviso- Quem quer ler?


–No momento ninguém, vamos todos almoçar, já até passou da hora- Falou Minerva e todos perceberam que já tinha passado da hora normal de se almoçar.


–Eu acho que posso pedir para alguns elfos trazerem a comida aqui- Ela comentou- Vou mandar um patrono, façam o que quiserem só não acabem com tudo.


Todos começaram a conversar com pessoas de outros tempos, Lily E. ficou conversando com Hermione e Rose sobre algum livro que achavam interessante, James Sirius que para mim era um pesadelo, imagine um garoto com o nome de dois caras que eu odeio, com personalidade parecida dos dois, ele ficou conversando com os Marotos, Harry, Albus e Scorpius que pelo incrível que pareça estava se dando bem com todos, Teddy falava com Remus, o garoto parecia decidido a saber tudo o sobre o pai, pelo visto eles não se conheceriam no futuro.


Hugo conversa com Lily Luna que parecia muito com a Lily E. Minerva abre a porta para os elfos passarem e uma mesa de jantas apareceu no lugar dos sofás e eles colocaram as comidas ali, depois que eles saíram nós nos sentamos e todos continuaram conversando, eu já estava acostumado a ficar sozinho então nem prestei atenção e tratei de comer, não tinha percebido o quanto estava com fome.


–Todos já estão satisfeitos?- Perguntou Minerva e todos concordaram- ótimo- Todos saíram da mesa e o lugar novamente se modificou para alguns sofás e a mesa de centro com os livros.


–Posso ler?- perguntou Rose e todos concordaram, a garota pegou o livro e leu o título.


Pov Rose


CAPÍTULO NOVE


O Duelo À Meia-Noite


Só eu que não gostei desse título?- Perguntou Lily E.


–Sim só você- Falou Sirius Black ela revirou os olhos e eu comecei.


Harry jamais acreditara que fosse encontrar um garoto que ele detestasse mais do que Duda, mas isto foi antes de conhecer Draco. Os alunos do primeiro ano da Grifinória, porém, só tinham uma aula com os da Sonserina, a de Poções, por isso não precisavam aturar Draco muito tempo. Ou pelo menos, não precisavam até ver um aviso pregado no salão comunal de Grifinória que fez todos gemerem. As aulas de vôo começariam na quinta-feira e os alunos das duas casas aprenderiam juntos.


— Típico — disse Harry desanimado. — É o que eu sempre quis, fazer papel de palhaço montado numa vassoura na frente do Draco.


– Você não faria papel de palhaço afinal, é meu filho- Falou James e eu revirei os olhos.


Ele estivera ansioso para aprender a voar, mais do que qualquer outra coisa.


– Mas é claro, está no sangue dos Potter- Falou Sirius.


— Você não sabe se vai fazer papel de palhaço — disse Rony sensato — Em todo o caso, sei que Draco vive falando que é bom em Quadribol, mas aposto que é conversa fiada.


Draco sem dúvida falava muito de vôos. Queixava-se em voz alta que os alunos do primeiro ano nunca entravam para o time de Quadribol e se gabava em longas histórias, que sempre pareciam terminar com ele escapando por um triz dos trouxas de helicóptero. Mas ele não era o único pelo que Simas Finnigan contava, ele passara a maior parte da infância voando pelo campo montado numa vassoura. Até Rony contava para quem quisesse ouvir sobre a vez em que ele quase batera numa asa delta montado na velha vassoura de Carlinhos. Todos os garotos de famílias de bruxos falavam o tempo todo de Quadribol. Rony já tivera uma grande discussão sobre futebol com Dino Thomas, que também usava o dormitório deles. Rony não via nada excitante em um jogo em que ninguém podia voar e só tinha uma bola. Harry surpreendera Rony cutucando o pôster em que Dino aparecia com o time de futebol de West Ham, tentando fazer os jogadores se mexerem.


Neville nunca andara de vassoura na vida, porque a avó nunca o deixara chegar perto de uma. No fundo, Harry achava que ela estava certíssima, porque Neville conseguira sofrer um número impressionante de acidentes mesmo com os dois pés no chão.


Hermione Granger estava quase tão nervosa quanto Neville com a idéia de voar. Isto não era coisa que se aprendesse de cor em um livro, não que ela não tivesse tentado. No café da manhã de quinta-feira, deu um cansaço neles falando sobre macetes de vôo que lera em um livro da biblioteca chamado Quadribol através dos séculos. Neville praticamente se pendurava em cada palavra que ela dizia, desesperado para aprender qualquer coisa que o ajudasse a se segurar na vassoura mais tarde, mas todos os outros ficaram muito felizes quando a conferência de Hermione foi interrompida pela chegada do correio.


Harry não recebera nenhuma carta desde o bilhete de Hagrid, uma coisa que Draco não demorara nada a notar, é claro. A coruja de Draco estava sempre lhe trazendo de casa pacotes de doces, que ele abria fazendo farol na mesa da Sonserina.


Uma coruja de curral trouxe para Neville um pacotinho da avó.


Ele o abriu excitado e mostrou a todos uma bolinha de vidro do tamanho de uma bola de gude grande, que parecia cheia de fumaça branca.


— É um Lembrol! — explicou ele. — Vovó sabe que sou esquecido. Isto serve para avisar que a gente esqueceu de fazer alguma coisa. Olhe, aperte assim e ele fica vermelho, ah... — E ficou sem graça, porque o Lembrol de repente emitiu uma luz escarlate.


— ... Você esqueceu alguma coisa...


Neville estava tentando se lembrar do que esquecera quando Draco, que ia passando pela mesa da Grifinória, arrancou o Lembrol de sua mão.


Harry e Rony puseram-se imediatamente de pé. Andavam querendo um motivo para brigar com Draco, mas a Professora Minerva, que era capaz de identificar uma confusão mais depressa do que qualquer outro professor da escola, num segundo estava lá.


— Que é que está acontecendo?


— Draco tirou o meu Lembrol, professora.


Mal-humorado, Draco mais do que depressa largou o Lembrol na mesa.


— Só estava olhando — falou, e saiu de fininho com Crabbe e Goyle na esteira.


Às três e meia, aquela tarde, Harry, Rony e os outros garotos da Grifinória desceram correndo as escadas que levavam para fora do castelo para a primeira aula de vôo. Era um dia claro, com uma brisa fresca e a grama ondeava pelas encostas sob seus pés ao caminharem em direção a um gramado plano que havia do lado oposto à floresta proibida, cujas árvores balançavam sinistramente a distância.


Os garotos da Sonserina já estavam lá, bem como as vinte vassouras arrumadas em fileiras no chão. Harry ouvira Fred e Jorge Weasley se queixarem das vassouras da escola, dizendo que havia umas que começavam a vibrar quando voavam muito alto, ou sempre repuxavam ligeiramente para a esquerda.


A professora, Madame Hooch, chegou. Tinhas cabelos curtos e grisalhos e olhos amarelos como os de um falcão.


— Vamos, o que é que estão esperando? — perguntou com rispidez. — Cada um ao lado de uma vassoura. Vamos, andem logo.


Harry olhou para a vassoura. Era velha e tinha algumas palhas espetadas para fora em ângulos estranhos.


— Estiquem a mão direita sobre a vassoura — mandou Madame Hooch diante deles — e digam "Em pé!.


— EM PÉ! —— gritaram todos.


A vassoura de Harry pulou imediatamente para sua mão, mas foi uma das poucas que fez isso. A de Hermione Granger simplesmente se virou no chão e a de Neville nem se mexeu.


– Viu? Está no sangue- Falou James.


Talvez as vassouras como os cavalos, percebessem quando a pessoa estava com medo, pensou Harry, havia um tremor na voz de Neville, que dizia com demasiada clareza que ele queria manter os pés no chão.


Madame Hooch, em seguida, mostrou-lhes como montar as vassouras sem escorregar pela outra extremidade, e passou pelas fileiras de alunos corrigindo a maneira de segurá-la. Harry e Rony ficaram contentes quando ela disse a Draco que ele segurava a vassoura errado havia anos.


— Agora, quando eu apitar, deem um impulso forte com os pés — disse a professora. — Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando o corpo um pouco para frente. Quando eu apitar... Três... Dois..


Mas Neville, nervoso, assustado, e com medo que a vassoura o largasse no chão, deu um impulso forte antes mesmo de o apito tocar os lábios de Madame Hooch.


— Volte, menino! — gritou ela, mas Neville subiu como uma rolha que sai sob pressão da garrafa, quatro metros, seis metros.


Harry viu a cara de Neville branca de medo espiando para o chão enquanto ganhava altura, viu-o exclamar, escorregar de lado para fora da vassoura e...


–Merlin não aconteceu nada grave com ele não foi?- Perguntou Lily assutada.


–Depois que eu digo que Quadribol é um jogo...


–Poupe-me de seus discursos Mione- Falou harry e eu continuei lendo.


— BUM! — um baque surdo, um ruído de fratura e Neville caindo de borco na grama, estatelado. Sua vassoura continuou a subir cada vez mais alto e começou a flutuar sem pressa em direção à floresta proibida e desapareceu de vista.


Madame Hooch se debruçou sobre Neville, o rosto tão branco quanto o dele.


— Pulso quebrado — Harry ouviu-a murmurar — Vamos, menino, levante-se.


Virou-se para o restante da classe.


— Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo este menino ao hospital! Deixem as vassouras onde estão ou vão ser expulsos de Hogwarts antes de poderem dizer "Quadribol". Vamos, querido.


Neville, o rosto manchado de lagrimas, segurando o pulso, saiu mancando em companhia de Madame Hooch, que o abraçava pelos ombros.


–Coitado- Exclamou Lily.


Assim que se distanciaram e ficaram fora do campo de audição da classe, Draco caiu na gargalhada.


— Vocês viram a cara dele, o panaca?


Os outros alunos da Sonserina fizeram coro.


— Cala a boca, Draco — retrucou Parvati Patil.


— Uuuu, defendendo o Neville? — disse Pansy Parkinson, uma aluna da Sonserina de feições dura — Nunca pensei que você gostasse de manteiguinhas derretidas, Parvati.


— Olhe! — disse Draco, atirando-se para frente e recolhendo alguma coisa na grama. — É aquela porcaria que a avó do Neville mandou.


O Lembrol cintilou ao sol quando o garoto o ergueu.


— Me dá isso aqui, Draco — falou Harry em voz baixa. Todos pararam de conversar para espiar, Draco soltou uma risadinha malvada.


— Acho que vou deixá-la em algum lugar para Neville apanhar, que tal em cima de uma árvore?


— Me dá isso aqui — berrou Harry, mas Draco montara na vassoura e saíra voando. Ele não mentira, sabia voar bem, e planando ao nível dos ramos mais altos de um carvalho desafiou:


— Venha buscar, Potter!


– Naõ- gritou Lily- Não me diga que você subiu.


–Leia Rose, isso está ficando demais, continue- Falou Sirius e James concordou.


Harry agarrou a vassoura.


— Não! — gritou Hermione Granger — Madame Hooch disse para a gente não se mexer Vocês vão nos meter numa enrascada.


Harry não lhe deu atenção. O sangue palpitava em suas orelhas. Ele montou a vassoura, deu um impulso com força e subiu, subiu alto, o ar passou veloz pelo seu cabelo e suas vestes se agitaram com força para trás e numa onda de feroz alegria ele percebeu que encontrara alguma coisa que era capaz de fazer sem ninguém lhe ensinar. Isto era fácil, era maravilhoso. Puxou a vassoura para o alto para subir ainda mais e ouviu gritos e exclamações das garotas lá no chão e um viva de admiração do Rony. Virou a vassoura com um gesto brusco ficando de frente para Draco, que planava no ar. O garoto estava abobalhado.


— Me dá isso aqui — mandou Harry — ou vou derrubar você dessa vassoura!


— Ah é? — retrucou Draco, tentando caçoar, mas parecendo preocupado.


Harry de alguma maneira sabia o que fazer. Curvou-se para frente, segurou a vassoura com firmeza com as duas mãos e ela disparou na direção de Draco como uma lança. Draco só conseguiu escapar por um triz. Harry fez uma curva fechada e manteve a vassoura firme. Algumas pessoas no chão aplaudiam.


— Aqui não tem Crabbe nem Goyle para salvarem sua pele, Draco — berrou Harry.


O mesmo pensamento parecia ter ocorrido a Draco.


— Apanhe se puder, então! — gritou, e atirou a bolinha de cristal no ar e voltou para o chão.


Harry viu, como se fosse em câmara lenta, a bolinha subir no ar e começar a cair. Ele se curvou para frente e apontou o cabo da vassoura para baixo, no instante seguinte estava ganhando velocidade num mergulho quase vertical, apostando corrida com a bolinha. O vento assobiava em suas orelhas, misturado aos gritos das pessoas que olhavam, ele esticou a mão a uns trinta centímetros do solo agarrou-a, bem em tempo de levar a vassoura à posição vertical, e caiu suavemente na grama com o Lembrol salvo e seguro na mão.


–Uhu esse é o meu filhão- Falou James dando os parabéns a ele seguido de todos os Marotos e de toda a geração futura, ele parecia sem graça como sempre ficava quando alguém o elogiava.


— HARRY POTTER!


Ele perdeu a animação mais depressa do que quando mergulhara. A Professora Minerva vinha correndo em direção à turma.


Ele se levantou tremendo.


— Nunca... Em todo o tempo que estou em Hogwarts... — A Professora Minerva quase perdeu a fala de espanto e seus óculos cintilavam sem parar. —... Como é que você se atreve... Podia ter partido o pescoço...


— Não foi culpa dele, professora...


— Calada, Srta. Patil..


— Mas Draco...


— Chega, Sr. Weasley, Potter me acompanhe, agora.


Harry viu as caras vitoriosas de Draco, Crabbe e Goyle ao sair acompanhando, espantado, a Professora Minerva, que seguiu para o castelo. Ia ser expulso, sabia. Queria dizer alguma coisa para se defender, mas parecia ter acontecido alguma coisa com a sua voz.


A Professora Minerva caminhava decidida, sem nem olhar para trás ele tinha que correr para acompanhar seu passo. Agora se enrascara.


– Oh Harry- Falou tristemente Lily.


–Sorte sua que fui eu que vi e não o professor Snape- Falou Minerva e eu logo tratei de ler, estava curiosa.


Não tinha durado nem duas semanas. Estaria fazendo as malas dali a dez minutos. Que iriam dizer os Dursley quando ele aparecesse à porta da casa?


Subiram os degraus da entrada, subiram a escadaria de mármore, e a Professora Minerva continuava a não dizer nada.


Escancarava portas e marchava pelos corredores com Harry trotando infeliz atrás dela. Talvez ela o levasse a Dumbledore.


Pensou em Hagrid, aluno expulso a quem tinham permitido continuar na escola como guarda-caça. Talvez virasse assistente de Hagrid. Seu estômago revirava só de pensar, observando Rony e os outros se tornarem bruxos enquanto ele andava pela propriedade carregando a bolsa de Hagrid.


A Professora Minerva parou à porta de uma sala de aula. Abriu a porta e meteu a cabeça para dentro.


— Com licença, Professor Flitwick, posso pedir o Wood emprestado por um instante?


―Wood? pensou Harry, intrigado, Wood seria alguma coisa que ela ia usar para castigá-lo?


Mas Wood afinal era uma pessoa, um menino forte do quinto ano, que saiu da sala de Flitwick parecendo confuso.


— Vocês dois me sigam — disse a Professora Minerva, e continuaram todos pelo corredor, Wood examinando Harry com curiosidade.


— Entrem.


A Professora Minerva indicou uma sala de aula que estava vazia exceto por Pirraça, que se ocupava em escrever palavrões no quadro-negro.


— Fora, Pirraça! — ordenou ela. Pirraça atirou o giz em uma cesta, produzindo um eco metálico e alto e saiu xingando. A Professora Minerva bateu a porta atrás dele e virou-se para encarar os dois garotos.


— Harry Potter, este é Olívio Wood. Olívio... Encontrei um apanhador para você.


–O que você se livrou dessa e ainda por cima virou apanhador? Eu não poderia ter mais orgulho de você, só falta agora você perambular de noite pelo castelo com a capa da invisibilidade e o mapa do maroto- Nem preciso dizer quem disse isso.


A expressão de Olívio mudou de confusão para prazer.


— Está falando sério, professora?


— Seríssimo — resumiu a Professora Minerva. — O menino tem um talento natural. Nunca vi nada parecido. Foi a primeira vez que montou numa vassoura, Harry?


Harry confirmou com a cabeça. Não tinha a menor ideia do que estava acontecendo, mas parecia que não estava sendo expulso, e começou a recuperar um pouco da sensibilidade nas pernas.


— Ele apanhou aquela coisa com a mão depois de um mergulho de mais de 15 metros — a Professora Minerva contou a Wood.


— Não sofreu um único arranhão. Nem Carlinhos Weasley seria capaz de fazer igual.


Olívio parecia agora alguém cujos sonhos tinham virado realidade, todos ao mesmo tempo.


— Você já assistiu a um jogo de Quadribol, Potter? — perguntou excitado.


— Wood é o capitão do time da Grifinória — explicou a Professora Minerva.


— E tem o físico perfeito para um apanhador — acrescentou Olívio agora andando a volta de Harry, examinando-o. — Leve, veloz, vamos ter de arranjar uma vassoura decente para ele, professora, uma Nimbus 2000 ou uma Cleansweep-7, na minha opinião.


— Vou conversar com o professor Dumbledore e ver se podemos contornar o regulamento para o primeiro ano. Deus sabe que precisamos de um time melhor do que o do ano passado. Esmagado naquele último jogo contra os sonserinos. Mal consegui encarar Severo Snape no rosto durante semanas...


A Professora Minerva espiou Harry com severidade por cima dos óculos.


— Quero ouvir falar que você está treinando com vontade, Potter, ou posso mudar de ideia quanto ao castigo que merece.


Então, inesperadamente, ela sorriu.


— Seu pai teria ficado orgulhoso. Era um excelente jogador de Quadribol.


–Viu até a Professora admite que eu sou excelente.


–Cala a boca James antes que eu me esqueça o porque de eu estar com você.


Acho que ele se assustou porque se sentou e ficou quieto, tive vontade de rir mas me segurei.


— Você está brincando.


Era hora do jantar. Harry acabara de contar a Rony o que acontecera quando deixara os jardins da propriedade com a Professora Minerva. Rony tinha um pedaço de bife e pastelão de rins a meio caminho da boca, mas esqueceu o que estava fazendo.


— Apanhador? — exclamou. — Mas os alunos do primeiro ano nunca, você vai ser o jogador da casa mais novo do último...


— Século — completou Harry, enfiando o pastelão na boca.


Sentia-se particularmente faminto depois da agitação da tarde.


— Olívio me disse.


Rony estava tão admirado, tão impressionado, que ficou ali sentado de boca aberta para Harry.


— Vou começar a treinar na próxima semana — anunciou Harry.


— Só não conte a ninguém, Olívio quer fazer segredo.


Fred e Jorge Weasley entraram nesse momento no salão, viram Harry e foram depressa falar com ele.


— Grande lance — falou Jorge em voz baixa. — Olívio nos contou. — Estamos no time também... Batedores.


— Sabe de uma coisa, tenho certeza de que vamos ganhar a taça de Quadribol deste ano — disse Fred. — Não ganhamos desde que Carlinhos terminou a escola, mas o time deste ano vai ser brilhante. Você deve ser bom, Harry, Olívio estava quase dando pulinhos quando nos contou.


— Em todo o caso, temos de ir, Lino Jordan acha que encontrou uma nova passagem secreta para sair da escola.


Fred e Jorge mal tinham desaparecido quando alguém menos bem-vindo apareceu: Draco, ladeado por Crabbe e Goyle.


— Comendo a última refeição, Harry? Quando vai pegar o trem de volta para a terra dos trouxas?


— Você está bem mais corajoso agora que voltou ao chão e está acompanhado por seus amiguinhos — disse Harry tranqü]uilo. Não havia nada "inho" em Crabbe nem em Goyle, mas como a mesa principal estava repleta de professores, os garotos só podiam estalar as juntas e fazer cara feia.


— Enfrento você a qualquer hora sozinho — disse Draco. — Hoje à noite, se você quiser. Duelo de bruxos. Só varinhas, sem contato. Que foi? Nunca ouviu falar de duelo de bruxos, suponho?


– Não acredito Harry, quase é expulso e agora faz isso- Falou Lily- Porque você tinha que puxar tanto o James?


— Claro que já — respondeu Rony virando-se. Vou ser o padrinho dele, quem vai ser o seu?


Draco mirou Crabbe e Goyle medindo-os.


— Crabbe, meia-noite está bem? Nos encontramos na sala de troféus, está sempre destrancada.


Quando Draco foi embora, Rony e Harry se entreolharam.


— O que é um duelo de bruxos? — perguntou Harry. — E o que você quis dizer quando se ofereceu para ser meu padrinho?


— Bom, o padrinho fica lá para tomar o seu lugar se você morrer — disse Rony com displicência, começando finalmente a comer o pastelão frio. Surpreendido com a expressão no rosto de Harry, acrescentou bem depressa:


— Mas as pessoas só morrem em duelos de verdade, sabe, com bruxos de verdade. O máximo que você e Draco conseguirão fazer será atirar fagulhas um no outro. Nenhum dos dois conhece magia suficiente para fazer estragos. Mas aposto que ele esperava que você recusasse.


— E se eu agitar minha varinha e nada acontecer?


— Jogue a varinha fora e meta-lhe um soco na cara — sugeriu Rony.


— Com licença.


Os dois ergueram os olhos. Era Hermione Granger.


— Será que a pessoa não pode comer sossegada neste lugar? — exclamou Rony.


Hermione não ligou para ele e se dirigiu a Harry.


— Não pude deixar de ouvir o que você e Draco estavam dizendo...


— Aposto que podia — resmungou Rony.


— E você não deve andar pela escola à noite, pense nos pontos que vai perder para a Grifinória se for pego, vai ser muito egoísmo da sua parte.


— É, para falar a verdade, não é da sua conta — respondeu Harry.


–Que grosseria- Falei indignada.


–Andar com o Rony estava afetando ele- Falou minha mãe brincando.


— Tchau — disse Rony.


Em todo o caso, não era o que se poderia chamar de um final perfeito para o dia, pensou Harry, muito mais tarde, deitado na cama sem dormir, percebendo Dino e Simas adormecerem.


(Neville não voltara do hospital). Rony passou a noite toda lhe dando conselhos do tipo "Se ele tentar lançar um feitiço, é melhor você tirar o corpo fora, porque não consigo me lembrar como se fecha o corpo". Havia uma boa chance de serem pegos por Filch ou por Madame Nor-r-ra, e Harry sentiu que estava abusando da sorte, desrespeitando mais um regulamento da escola no mesmo dia. Por outro lado, a cara de deboche de Draco não parava de lhe aparecer no escuro. Essa era sua grande oportunidade de vencer Draco cara a cara. Não podia perdê-la.


— Onze e trinta — Rony cochichou finalmente, é melhor irmos.


Eles vestiram os robes, apanharam as varinhas e atravessaram sorrateiros o quarto da torre, desceram a escada em espiral e entraram na sala comunal da Grifinória. Algumas brasas ainda rutilavam na lareira, transformando todas as poltronas em sombras corcundas. Tinham quase chegado à abertura no retrato quando uma voz falou da poltrona mais próxima.


— Não posso acreditar que você vai fazer isso, Harry.


Uma lâmpada se acendeu. Era Hermione Granger, de robe cor-de-rosa e cara fechada.


— Você! — exclamou Rony furioso. — Volte para a cama!


— Quase contei ao seu irmão — retorquiu Hermione. — Percy, ele é monitor, ia acabar com essa história.


Harry não conseguiu acreditar que alguém pudesse ser tão metido.


Hermione meteu um tapa na cabeça dele que teve a ousadia de rir.


— Vamos — chamou Rony. Afastou o retrato da Mulher Gorda com um empurrão e passou pela abertura.


Hermione não ia desistir com tanta facilidade. Seguiu Rony pela abertura do retrato, sibilando para os dois como um ganso raivoso.


— Vocês não se importam com a Grifinória, vocês só se importam com vocês mesmos, eu não quero que a Sonserina ganhe a Taça da Casa e vocês vão perder todos os pontos que ganhei com a Professora Minerva por saber a Troca de Feitiços.


— Vai embora.


— Tudo bem, mas eu preveni vocês, lembrem-se do que eu disse quando estiverem amanhã no trem voltando para casa, vocês são tão...


Mas o que eram, eles não chegaram saber. Hermione se virara para o retrato da Mulher Gorda para tornar a entrar e se viu diante de um quadro vazio. A Mulher Gorda tinha saído para fazer uma visita noturna e Hermione ficou trancada do lado de fora da torre da Grifinória.


— Agora o que é que eu vou fazer? — perguntou com a voz esganiçada.


— O problema é seu — disse Rony. — Nós temos de ir, se não vamos nos atrasar.


Nem tinham chegado ao fim do corredor quando Hermione os alcançou.


— Vou com vocês.


— Não vai, não.


— Vocês acham que vou ficar parada aqui, esperando o Filch me pegar? Se ele encontrar os três, conto a verdade, que eu estava tentando impedir vocês de saírem e vocês podem confirmar.


— Mas que cara-de-pau — disse Rony bem alto.


— Calem a boca, vocês dois — disse Harry bruscamente. — Ouvi uma coisa.


Era como se alguém estivesse farejando.


— Madame Nor-r-ra? — murmurou Rony, apertando os olhos para enxergar no escuro.


Não era Madame Nor-r-ra. Era Neville. Estava enroscado no chão, dormindo a sono solto, mas acordou repentinamente assustado quando eles se aproximaram.


— Graças a Deus que vocês me encontraram! Estou aqui há horas, não consegui me lembrar da nova senha para entrar no quarto.


— Fale baixo, Neville. A senha é "focinho de porco", mas não vai lhe adiantar nada agora, a Mulher Gorda saiu.


— Como está o braço? — perguntou Harry.


— Ótimo — disse Neville mostrando. — Madame Pomfrey consertou-o na hora.


— Que bom, olhe, Neville, temos que estar em um lugar, vemos você depois.


— Não me deixem aqui! — pediu Neville pondo-se de pé. — Não quero ficar sozinho, o barão Sangrento já passou por aqui duas vezes.


Rony consultou o relógio e em seguida fez uma cara furiosa para Hermione e Neville.


— Se formos pegos por causa de vocês, não vou sossegar até aprender aquela Poção do Morto-Vivo que Quirrell falou e vou usá-la contra vocês.


Hermione abriu a boca, talvez para dizer a Rony exatamente como usar o Feitiço do Morto-Vivo, mas Harry mandou-a ficar quieta e fez sinal para prosseguirem.


Passaram quase voando pelos corredores listrados pelo luar que entrava pelas grades das janelas altas. A cada curva Harry esperava topar com Filch ou com Madame Nor-r-ra, mas tiveram sorte.


Subiram correndo uma escada até o terceiro andar e, nas pontas dos pés, dirigiu-se à sala dos troféus.


Draco e Crabbe ainda não tinham chegado. As vitrines de cristal onde estavam guardados os troféus refulgiam quando tocadas pelo luar. Taças, escudos, pratos e estátuas piscavam no escuro com lampejos prateados e dourados. Eles caminharam rente às paredes, mantendo os olhos nas portas de cada lado da sala.


Harry tirou a varinha da caixa para o caso de Draco aparecer de repente e começar a duelar. Os minutos passaram vagarosos.


— Ele está atrasado, quem sabe se acovardou — Rony sussurrou. Então uma batida na sala ao lado os sobressaltou, acabara de erguer a varinha quando ouviram alguém falar e não era Draco.


— Vá farejando, minha querida, eles podem estar escondidos em algum canto.


Era Filch falando com Madame Nor-r-ra. Horrorizado, Harry fez sinais frenéticos para os outros três o seguirem o mais depressa possível, e fugiram silenciosos em direção à porta mais distante da voz de Filch. As vestes de Neville mal tinham acabado de passar a curva quando ouviram Filch entrar na sala dos troféus.


— Eles estão por aqui — ouviram-no resmungar —, provavelmente escondidos.


— Por aqui! — disse Harry, apenas mexendo a boca, para os outros e, petrificados, eles começaram a descer uma longa galeria cheia de armaduras. Podiam ouvir Filch se aproximando. Neville de repente, soltou um guincho assustado e saiu correndo.


Tropeçou, agarrou Rony pela cintura e os dois desabaram em cima de uma armadura.


A queda e o estrépito foram suficientes para acordar o castelo inteiro.


— CORRAM! — gritou Harry e os quatro desembestaram pela galeria, sem virar a cabeça para ver se Filch os seguia. Fizeram a curva firmando-se no alisar da porta e saíram galopando por um corredor atrás do outro, Harry na liderança, sem a menor idéia de onde estavam nem que direção tomava. Atravessaram uma tapeçaria, rasgando-a e encontraram uma passagem secreta, precipitaram-se por ela e foram sair perto da sala de aula de Feitiços, que sabiam estar a quilômetros da sala dos troféus.


— Acho que o despistamos — ofegou Harry, apoiando-se na parede fria e enxugando a testa. Neville estava dobrado em dois, chiava e falava desconexamente.


— Eu... Disse... A vocês — Hermione falou sem fôlego, agarrando o bordado no peito. — Eu... Disse... A vocês.


— Temos de voltar à torre de Grifinória — lembrou Rony —, o mais rápido possível.


— Draco enganou você — disse Hermione a Harry. — Já percebeu isso, não? Não ia enfrentar você. Filch sabia que alguém ia estar na sala dos troféus. Draco deve ter contado a ele.


Harry achou que ela provavelmente tinha razão, mas não ia dar o braço a torcer.


–Orgulhoso que nem certas pessoas- James falou fingindo sussurrar para Sirius com uma mão tapando o lado de Lily como se estivesse lhe contando um segredo, a garota só revirou os olhos.


— Vamos.


Não ia ser tão simples Não tinham caminhado nem dez passos quando ouviram o barulho de uma maçaneta e alguma coisa disparou da sala de aula à frente deles.


Era Pirraça. Avistou os garotos e soltou um guincho de prazer.


— Cale a boca, Pirraça, por favor, você vai fazer a gente ser expulso.


Pirraça soltou uma gargalhada.


— Passeando por aí à meia-noite, aluninhos? Tsk, tsk. Que feinhos, vão ser apanhadinhos.


— Não, se você não nos denunciar, Pirraça, por favor.


— Devia contar ao Filch, devia — disse Pirraça bem comportado, mas seus olhos cintilaram de maldade. — É para o seu próprio bem, sabem?


— Saia da frente — disse Rony com rispidez, baixando o braço em Pirraça. Foi um grande erro.


— ALUNOS FORA DÁ CAMA! — berrou Pirraça. — ALUNOS FORA DA CAMA NO CORREDOR DO FEITIÇO!


Passando por baixo de Pirraça eles saíram desembalados até o final do corredor onde depararam com uma porta... Fechada.


— Acabou-se! — gemeu Rony, empurrando inutilmente a porta — Estamos ferrados! É o fim!


Ouviram passos, Filch correndo a toda em direção aos gritos de Pirraça.


— Ah, sai da frente — Hermione resmungou aborrecida.


Agarrando a varinha de Harry, bateu na fechadura e murmurou:


— Alorromora!


–Eu salvei a pele de vocês, me agradeçam- Ela falou.


A fechadura deu um estalo e a porta se abriu, eles se atropelaram por ela, fecharam-na e apuraram os ouvidos, à escuta.


— Para que lado eles foram, Pirraça? — era Filch perguntando. — Depressa, me diga.


— Peça "por favor".


— Não me enrole, Pirraça, vamos, para que lado eles foram?


— Não digo nada se você não pedir "por favor" — disse Pirraça na cantilena irritante com que falava.


— Está bem, ―por favor.


— NADA! Nada haaa! Eu disse a você que não dizia nada se você não pedisse por favor! Ha ha! Haaaaaa! — E ouviram Pirraça voar rápido para longe e Filch xingar com raiva.


— Ele acha que a porta está trancada! — Harry falou. — Acho que escapamos. Sai para lá, Neville! — Neville puxava a manga do robe de Harry fazia um minuto. — Que foi?


Harry se virou e viu, muito claramente, o que foi. Por um instante teve a certeza de que entrara num pesadelo, era demais depois de tudo o que já acontecera.


Não estavam numa sala, conforme ele supusera. Achavam-se num corredor O corredor proibido do terceiro andar E agora sabiam por que era proibido.


Estavam encarando os olhos de um cachorro monstruoso, um cachorro que ocupava todo o espaço entre o teto e o piso. Tinha três cabeças. Três pares de olhos que giravam enlouquecidos. Três narizes, que franziam e estremeciam farejando-os. Três bocas babosas, a saliva escorrendo em cordões viscosos das presas amarelas.


–Uau- Todos exclamaram.


Estava muito firme, os olhos a observá-los, e Harry sabia que a única razão por que ainda estavam vivos era que o seu repentino aparecimento apanhara o cachorro de surpresa, mas ele já estava se recuperando e depressa, não havia dúvida quanto ao significado daqueles rosnados de ensurdecer.


Harry tateou a procura da maçaneta. Entre Filch e a morte, ficava com o Filch.


Retrocederam. Harry bateu a porta e eles correram, quase voaram pelo corredor, Filch devia ter tido pressa para procurá-los em outro lugar porque não o viram em parte alguma, mas nem se importaram. A única coisa que queriam era abrir a maior distância possível entre eles e o monstro. Não pararam de correr até chegarem ao retrato da Mulher Gorda no sétimo andar.


–Não acredito que vocês ainda se safaram- Falou Al.


–Pois é- Falou Mione.


–Demos sorte uma vez na vida- Falou papai, podia ser estranho chama-lo assim mas eu já estava me acostumando.


— Onde foi que vocês andaram? — perguntou ela, olhando para os robes que caiam soltos dos ombros e os rostos vermelhos e suados.


— Não interessa. Focinho de porco, focinho de porco — ofegou Harry, e o quadro girou para frente. Eles entraram de qualquer jeito na sala comunal e desmontaram, trêmulos, nas poltronas.


Levou algum tempo até um deles falar alguma coisa. Neville, então, parecia que nunca mais voltaria a falar.


— Que é que vocês acham que eles estão querendo, com uma coisa daquelas trancada numa escola? — perguntou Rony finalmente. — Se existe um cachorro que precisa de exercícios é aquele.


Hermione tinha recuperado tanto o fôlego quanto o mau humor.


— Vocês não usam os olhos, vocês todos, usam? — perguntou com rispidez. — Vocês não viram em cima do que ele estava?


— No chão? — arriscou Harry. — Eu não fiquei olhando para as patas, estava ocupado demais com as cabeças.


— Não, não estou falando do chão. Ele estava em cima de um alçapão. É claro que está guardando alguma coisa.


Ela se levantou olhando feio para ele.


— Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos, ou pior, expulsos. Agora, se vocês não se importam, eu vou me deitar.


Rony ficou olhando para ela, de boca aberta.


— Não, não nos importamos. Qualquer um pensaria que nós a arrastamos conosco, não é mesmo.


Mas Hermione tinha dado a Harry algo em que pensar quando voltou para a cama. O cachorro estava guardando alguma coisa...


Que era que Hagrid tinha dito? Gringotes era o lugar mais seguro do mundo quando se queria esconder alguma coisa, com exceção talvez de Hogwarts.


Parecia que Harry descobrira onde o pacotinho encalombado do cofre setecentos e treze tinha ido parar.


–Não me diga que vocês voltaram lá?- Arrisquei.


–É né, acho que o próximo capítulo já é quando nós viramos amigos- Falou Harry para a minha mãe.


–É, um jeito bem diferente de se fazer amizades- Ela disse e os três riram deixando todos atorduados menos Minerva e se ela ficou sabendo é porque eles se meteram em encrenca, nada me impressionava mais, como eu estava enganada.

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