Horácio Slughorn



(Autora aqui: olá pessoas, então, finalmente, o capitulo, rs... esse ficou um pouco menor que os outros, mas nada que de muito deiferença, acho eu)


"Estão todos dispensados. Amanhã continuaremos a leitura". Dumbledore disse, e então levantou, enquanto os alunos faziam o mesmo, indo para suas respectivas casas.


...


"Nós temos que ir agora, mas alguém vai voltar para acompanhar os próximos capítulos, amanhã". Remus explicou á Dumbledore e aos outros, que ainda estavam ali.


Ele e Tonks deram as mãos, e dessa vez alguns repararam. Remus mais novo olhou por um segundo para as mãos entrelaçadas dos dois, e Dora riu ao ver seu olhar.


Remus mais velho voltou seu olhar para sua cópia mais nova, sentindo que deveria dizer alguma coisa á ele.


"Olha, não tenha medo do seu problema. Vai por mim, a maior burrada da minha vida foi deixar de aproveitá-la por achar que iria fazer mal a cada pessoa que chegasse perto de mim. Não faça isso! Não deixe de aproveitar a vida por causa de uma coisa tosca. Eu sei que é difícil, mas tente, e você vai ter uma vida melhor". Remus mais velho sorriu, e então os dois desapareceram no mesmo clarão de luz.


 


Assim que Lily entrou pelo buraco do retrato da Sala Comunal da Grifinória, ela sentiu seu braço ser puxado. Virou-se e encarou Tiago Potter, que olhava pra ela, com um sorriso amarelo.


Já estava pronta para ofendê-lo e gritar com ele quando lembrou que eles eram amigos agora, e amigos não ofendiam uns aos outros do jeito que ela costumava ofende-lo.


Riu internamente. Como tudo tinha mudado tão rápido? Em um momento ela o desprezava, e em outro, Lilian Evans era amiga de Tiago Potter.


"Sim, Tiago?". Perguntou educadamente, sorrindo para o garoto.


Lily percebeu quando ele suspirou aliviado, e também quando um enorme sorriso se abriu em seu rosto. Do que é que ele tinha medo antes?


"Só queria saber se nós ainda éramos amigos. Sabe, pensei que talvez você... Não estivesse realmente falando sério mais cedo".


Ela riu. Estava realmente vendo um Maroto inseguro em sua frente? Uma coisa difícil, certamente.


"É claro que somos, se você prometer que não vai ficar me pedindo pra sair com você a cada minuto que passa".


"Tudo bem, acho que posso tentar". Respondeu ele, bagunçando os cabelos.


Tentar. Ele não prometeu, mas Lilian achou isso um grande avanço, levando em conta os anos passados.


"Boa noite, Tiago". Disse ela, antes de depositar um beijo em sua bochecha e subir correndo para o dormitório feminino.


Parecia que Lily estava começando a descobrir um Potter totalmente diferente do qual ela conhecia, e estava adorando totalmente esse novo Tiago.


Só esperava que ele continuasse assim.


 


Depois do beijo que Lily lhe deu na bochecha, Tiago não tirava o sorriso do rosto. Ele subiu ao dormitório ainda sorrindo, onde os amigos o interrogaram pelo motivo da demora. Ele não respondeu, somente continuou sorrindo. Afinal, não era todo dia que Lilian Evans lhe beijava, mesmo que fosse à bochecha. Na verdade, ela nunca lhe beijara, do jeito que fosse. Até agora.


Para qualquer outro poderia parecer que aquilo não era nada, mas para Tiago era muito. Ele gostava da garota a anos, e às vezes chegava a pensar que nunca conseguiria conquistá-la.


Agora, suas esperanças haviam voltado com força.


Mas por enquanto, ele prometera tentar não incomodar mais ela. E tentaria cumprir a promessa.


Faria o melhor possível, e até o impossível, para Lily vice seu verdadeiro eu.


Com esses pensamentos, adormeceu contente.


 


Ao contrário de Tiago, Snape não estava nada contente.


Ele estava triste, desolado, raivoso.


Como Lily um dia pudera ficar com o garoto arrogante e metido que ela sempre desprezara? Depois de tudo o que ele fez, por ela, e Lilian não conseguiu reconhecer seus motivos para virar um Comensal.


Desde que a conheceu tudo era por ela.


Talvez... Talvez nem tudo fosse por ela, mas mesmo assim.


Contudo, era certo que suas emoções não estavam nada controladas, porém a muralha que Severo tinha erguido em volta de si mesmo não deixava que demonstrasse sentimento algum a qualquer pessoa. Nem mesmo a Lily.


E ele reclamava que ela não percebia seus sentimentos, mas o que fez ele para mostrá-los? Erguer uma muralha não é um bom jeito de expor alguma coisa.


Ele não fez do jeito certo, e acabou perdendo a ruiva, pra sempre. Aqueles livros estragaram sua vida.


Ou, quem sabe, eles fossem à chance que tinha para mudar.


 *** 


De noite, no outro dia, todos estavam agitados para saber mais sobre o futuro. E mais ansiosos ainda pra ver quem é que apareceria dessa vez.


Tiago desejava que fosse seu filho, que ele tanto queria conhecer. Lilian, Sirius e Remus também queriam o mesmo. E até mesmo Lene e Dorcas, pois queriam ver como o menino era.


Quando à hora do jantar chegou e passou, a animação dos Marotos estava quase palpável.


Tiago e Sirius estavam saltitando de braços dados pelo salão, cantando uma música sem sentido e rindo. Lilian e Remus conversavam sobre os dois do futuro que haviam aparecido, e ela tentava lhe arrancar alguma coisa sobre a tal capa e os apelidos estranhos, enquanto ele considerava contar a ela seu problema.


Depois do que seu eu mais velho lhe havia dito, passara a noite acordado pensando no real significado daquelas palavras. Talvez não fosse tão má ideia parar de se preocupar um pouco com a sua condição de lobisomem e tentar viver a vida um pouco mais normalmente.


Lene e Dorcas somente assistiam a conversa/briga de Lilian e Remus, curiosas por saber mais. Snape, como sempre, pensava em quão ridículo os dois Marotos eram. Na verdade, todos eles.


Então o mesmo clarão invadiu o lugar novamente, e dessa vez não vieram uma pessoa, mas sim, duas.


Duas pessoas ruivas e exatamente idênticas.


(N/A: FRED E GEORGE, EU OS AMO! São meus personagens preferidos, por isso não aguentei deixá-los de fora por muito tempo!)


"Ah, beleza". Comemorou George.


"Gente que ainda não nos conhece, como eu adoro isso". Riu Fred


Os irmãos trocaram um sorriso maroto.


Tiago, Sirius e Lilian foram os que mais ficaram desapontados quando viram que nenhum daqueles poderia ser Harry. Definitivamente não, já que até onde sabiam, Harry era uma cópia de Tiago, e aqueles não se pareciam nem um pouco com ele.


Os dois meninos ruivos cochichavam entre si, rindo e olhando para os lados, observando as outras pessoas, ate que enfim eles se endireitaram e viraram-se diretamente para Dumbledore.


"Professor Dumbledore, não imagina a honra que é pra nós estar aqui". Disse um deles, que no caso, era George. Os dois tinham sorrisos idênticos de malicia.


"E os senhores são?". Perguntou Dumbledore. "Parecem me conhecer muito bem, mas ainda não lhes conheço!".


"Ah sim, nos te conhecemos muito bem!". Riu Fred, referindo-se as inúmeras vezes que os dois acabaram parando na sala do diretor. Mas é claro, esse Alvo ainda não os conhecia.


"Eu sou Fred Weasley". Apresentou-se George.


"E eu sou George Weasley". Disse Fred.


"Ah, sim. Certamente que conheço a família Weasley". Respondeu Dumbledore. "Como vai Molly?".


"Muito bem". Respondeu George.


Fred riu, pelo fato de que os irmãos não haviam contado para a mãe que viriam, ou ela certamente surtaria.


"Então vocês...".


Antes que Dumbledore pudesse terminar de falar, Fred e George já caminhavam em direção da mesa vermelha e dourada, sorridentes.


Dumbledore riu, enquanto Minerva dizia o quanto aquilo era falta de educação.


"Ora, deixe-os". Disse ele.


Durante toda a pequena conversa, as pessoas sentadas nas mesas em volta observavam os gêmeos. Alguns com nojo (no caso, Slytherin's, por serem traidores de sangue), e outros, sorrindo.


Os gêmeos certamente chamavam bastante atenção, com seus cabelos ruivos e seus sorrisos de quem sempre está a aprontar alguma coisa.


Sirius e Tiago, mesmo ainda querendo ver Harry, acharam que gostavam dos dois meninos. Os Weasley eram dos deles. Remus apenas deu de ombros quando viu a animação dos outros dois, e as meninas sabiam que por ai mais confusão viria.


Os dois sentaram-se perto dos Marotos, já que eles sabiam quem eram.


"Vocês são os Marotos, né?". Perguntaram os dois juntos.


"Ué, como é que vocês sabem?". Questionou Tiago.


"Aff, Pontas, é óbvio que nós somos conhecidos até mesmo no futuro". Gabou-se Almofadinhas. Remus revirou os olhos, mais riu.


"Cara, vocês são fodas!". Exclamou Fred.


"E isso aqui é muito útil!". Disse George, puxando um pergaminho aparentemente vazio pra fora do bolso.


Os Marotos arregalaram os olhos para o pergaminho.


"Onde vocês conseguiram isso?". Perguntou Remus.


"Ah, na sala do Filch, obviamente. Tem umas coisas bem legais lá, mas esse foi o mais legal". Respondeu Fred


"Vocês são uns gênios!". Concordou George.


Os Marotos ainda olhavam de olhos arregalados para o pergaminho, mas cada vez gostavam mais dos dois ruivos.


"Vocês são legais!". Exclamaram os três juntos.


"Nós sabemos!". Responderam os ruivos, convencidos.


"Ai meu Merlin, já bastava os Marotos, agora mais dois iguais a eles. Eu vou morrer de loucura antes que a leitura acabe!". Exclamou Lily.


George virou-se ao som de sua voz.


"Há, não vai não, senhora Potter, se não, Harry não vai poder nascer". Exclamou ele.


"É, e acho que eu sentiria um pouco de falta do Harry, mas só um pouco". Completou Fred.


No momento em que George a chamara de senhora Potter, Lily havia ficado extremamente vermelha. Tanto quanto a cor de seus cabelos. E Tiago sorriu com isso.


"Então, será que da pra ler logo? Eu quero descobrir mais sobre os pensamentos do Harry!". Disse George, rindo maleficamente.


Hmm, e sobre suas intenções com a minha irmãzinha. Adicionou mentalmente.


"Espera!". Exclamou Marlene.


"Que?". Questionou Sirius.


"Na carta que chegou ontem, junto com os livros, havia uma voz feminina e outra masculina, e eu me lembro de ter escutado o nome Weasley sendo dito!". Explicou ela.


"Ah é". Concordou Fred.


"Então, era algum de vocês dois?". Perguntou Dorcas.


"Ué, descubram por si mesmas". George riu. "Afinal, a carta tinha voz e é só vocês verem se parece com a nossa, ou não!".


"Mas eu não me lembro de como exatamente era a voz, alguém sabe?". Perguntou Lene, meio que desesperada.


"Uh, e o pior é que não". Negou Lily, ao que Dorcas e muitos outros também concordaram.


Os gêmeos riram divertidos e deram de ombros.


"E quem é que vai ler agora?". Perguntou Fred.


A mão de Frank subiu imediatamente no ar. Dumbledore passou o livro á ele.


"Ainda que, nos últimos dias, tivesse passado todos os momentos de vigília desejando desesperadamente que Dumbledore viesse buscá-lo, Harry se sentiu pouco à vontade quando partiram juntos da Rua dos Alfeneiros.


“Ué, mas porque isso? Pensei que ele estivesse ansioso para sair daquela casa!”. Comentou Tiago.


“Ah, com certeza, eu estaria ansioso para sair de lá”. Comentou George, deixando o Maroto ainda mais curioso.


“Mas admita, foi legal aquela vez em que a gente deu caramelos Incha-Língua pro primo do Harry”. Disse Fred.


“Há, isso foi!”.


“O que são caramelos Incha-Língua? Nunca ouvi falar”. Perguntou Sirius.


“Porque fomos nós que inventamos, caro Almofadinhas”. Responderam em uníssono.


Os olhos de Sirius, Remus e Tiago brilharam.


“E como funcionam?”. Perguntou Aluado.


“Quando ingeridos fazem a língua de quem o comeu crescer sem parar. Somente nós, ou outro bruxo muito bom em feitiços pode reverter a situação”. Explicou Fred.


“Eu necessito!”. Exclamou Sirius.


“Claro, se você pagar”. Sorriu George. “Afinal, a Gemialidades Weasley não iria pra frente se nós déssemos coisas de graça para as pessoas de quem gostamos”.


“É, foi bobeira do Rony pensar que nós cobraríamos menos dele!”. Exclamou Fred.


“Quem é Rony?”. Quis saber Marlene.


“Ah, nosso irmão, mas ele não é muito importante no momento”. George fez um gesto de descaso com as mãos.


“E o que exatamente significa Gemialidades Weasley?”. Questionou Tiago.


“Nossa loja de logros, ué”.


“Vocês tem uma loja de Logros?”. Os olhos dos Marotos brilhavam. Os dois concordaram, alegres. Afinal, não era todo dia que Os Marotos – aqueles que lhes ensinaram tudo o que sabiam – estavam em sua frente, admirados com eles.


Nunca tivera uma conversa para valer com o diretor, fora de Hogwarts; lá havia sempre uma escrivaninha entre os dois.


“Ih Lily, esqueça! Parece que o garoto vai freqüentemente à sala do diretor. É igual ao pai!”. Riu Lene.


Lily suspirou, derrotada. A amiga estava certa.


Além disso, a lembrança do seu último encontro não parava de lhe ocorrer, e aumentava o seu constrangimento; gritara muito naquela ocasião, isto sem falar em seus esforços para destruir vários objetos de estimação de Dumbledore.


A maioria dos alunos presentes no local escancarou as bocas em um sinal claro de incredulidade. Nunca, jamais, souberam de alguém que havia feito isso com Dumbledore. Todos o respeitavam ou tinham medo dele.


“E Dumbledore ainda gosta desse pirralho malcriado, que pelo visto saiu-se pior que o pai em alguns pontos”. Resmungou Snape.


“Porque ele fez isso?”. Perguntou Lilian, chocada, virando-se para os gêmeos.


“Eu não sabia disso”. Fred deu de ombros.


“Nem eu”. George repetiu o gesto. “Mas acho que foi logo após a morte de Sirius”.


“Então, certamente o garoto estava precisando descarregar a frustração. Eu o entendo”. Disse o próprio Dumbledore.


Severo bufou, indignado com as atitudes do diretor.


“E você, de certo, deixou que o pirralho Potter fizesse isso com as suas coisas?”. Perguntou Severo, esquecendo-se por um momento que falava com o diretor. Ele não respondeu.


O diretor, porém, parecia completamente descontraído.


Tiago lançou um olhar de deboche a Snape.


“Se o próprio Dumbledore não se importa, você deveria parar de se meter no que não é chamado, Ranhoso!”. Disse.


“Dumbledore não se importa, pois é generoso demais!”. Rebateu o outro, mas não em tom de elogio. “Contudo, deveria ter expulsado esse garoto”.


Tiago riu em deboche.


“Como se estar com raiva pela morte do padrinho fossem motivos para uma expulsão. Se ele não te expulsou ainda, sendo um asqueroso comensal, então acho que não vai acontecer isso com Harry!”.


E isso deixou Snape completamente sem respostas.


Frank voltou a leitura.


— Mantenha sua varinha à mão, Harry — disse, animado.


— Mas pensei que não tinha licença para usar a magia fora da escola, professor.


— Se houver um ataque, eu lhe darei permissão para usar qualquer contra-feitiço ou contra-maldição que lhe ocorra. Mas acho que hoje à noite não vai precisar se preocupar com ataques.


— Por que não, professor?


— Porque você está comigo — respondeu Dumbledore com simplicidade.


“Depois ainda dizem que eu é que tenho um ego grande”. Resmungou Sirius.


“Mas, diferente de você, Black, Dumbledore pode dizer coisas assim!”. Rebateu Lene.


“Unf, até parece que não me ama, Lene”.


“Não parece, eu realmente não te amo”.


“Sei... você parecia gostar de mim ontem à noite”. Insinuou ele, com um sorriso malicioso no rosto.


“Oh, cale a boca, idiota!”. Respondeu ela, totalmente corada.


Lily e Dorcas riram, achando graça na situação da amiga.


— Aqui já está bom, Harry.


O bruxo parou bruscamente ao fim da Rua dos Alfeneiros.


— Naturalmente, você ainda não passou no teste de Aparatação, não é?


“Óbvio que não, ele ainda é menor de idade”. Sorriu Fred.


“Uh, eu já posso aparatar, morram de inveja”. Gabou-se Sirius.


“E daí Sirius, a gente também pode”. Rebateram os gêmeos.


“Há, toma Almofadinhas!”. Gritou Tiago, sorrindo vitorioso, enquanto o amigo fazia um enorme bico.


— Não. Pensei que precisava ter dezessete anos.


— Precisa. Então, segure com força no meu braço. No esquerdo, se não se importar... você deve ter reparado que o braço com que seguro a varinha está um pouco sensível no momento.


“Ah, claro, porque sensível significa que sua mão está preta e parecendo podre. E talvez ela caia a qualquer momento, mas ela está só um pouco sensível!”. Disse Fred sarcasticamente.


“Nossa, estava tão ruim assim?”. Dorcas arregalou os olhos, ao que eles confirmaram.


Dumbledore ficou imaginando o que poderia ter acontecido a ele que tivesse ocasionado a um machucado tão feio em sua mão.


Harry agarrou o braço oferecido por Dumbledore.


— Bem, então vamos.


Harry sentiu o braço do bruxo torcer e fugir-lhe, e redobrou o seu aperto; no momento seguinte tudo escureceu; teve a impressão de estar sendo fortemente puxado em todas as direções; não conseguia respirar, tiras de ferro envolviam seu peito, comprimindo-o; suas órbitas estavam sendo empurradas para o fundo da cabeça; seus tímpanos entravam crânio adentro; então...


Ele aspirou grandes golfadas do ar frio da noite e abriu os olhos lacrimejantes. Teve a sensação de que o enfiavam por uma mangueira de borracha apertada.


“Meu Merlin, acho que não quero mais aparatar!”. Exclamou Dorcas. “Parece ser horrível!”.


“Só na primeira vez, depois você se acostuma”. Disse George.


“É muito legal, você pode ir onde quiser, sem precisar de vassoura ou qualquer outra coisa do tipo. É mais rápido!”. Concordou Fred.


“Exatamente”. Sirius também concordou.


“Ainda prefiro vassouras”. Disse Tiago.


“Nós nunca dissemos que não as preferíamos”. Disseram os gêmeos, juntos novamente.


[Aff, como se eles não fizessem isso sempre!]


Passaram-se alguns segundos até ele entender que a Rua dos Alfeneiros desaparecera. Viu que ele e Dumbledore estavam, agora, parados na praça deserta de algum povoado, no centro da qual havia um memorial de guerra e alguns bancos. O entendimento finalmente alcançou os seus sentidos, e Harry percebeu que acabara de aparatar pela primeira vez na vida.


“Nuss, ele é meio lerdinho, né?”. Disse Sirius.


“Harry, lerdo?”. Fred fingiu surpresa. “Nunca!”.


George riu, lembrando-se de todo o tempo que Harry levara para perceber que gostava de sua irmã. Certo, ele ainda preferia que Harry não tivesse percebido. Mas tudo bem, afinal, pelo que entendera, seria neste livro em que Harry se apaixonaria por ela. Ah, sim, ele prestaria atenção em cada mínimo detalhe!


— Você está bem? — perguntou Dumbledore, olhando-o, solícito. — Leva algum tempo para acostumar com a sensação.


“Eu percebi”. Murmurou Dorcas, mais para ela mesma. Estava ficando a cada momento mais temerosa por aparatar.


— Estou ótimo — respondeu Harry, esfregando as orelhas, que pareciam ter deixado a Rua dos Alfeneiros com uma certa relutância.


Os gêmeos riram, lembrando-se de Rony, que não passou no teste de aparatação por ter deixado a metade da sobrancelha para trás. E é claro que eles haviam passado muito tempo zoando com ele por isso.


— Mas acho que prefiro as vassouras.


[Nesse momento, os olhos de Tiago estavam tipo assim: *O*]


“Eu amo meu filho!”. Disse ele. “Ele é muito inteligente, vassouras são as melhores”.


Todos riam enquanto Tiago dava seu já normal ataque de eu-sou-um-pai-super-resposável-e-amo-meu-filho-lindo!


“Ele joga Quadribol, não joga?”. Perguntou, olhado para os gêmeos.


“Descubra”. Disseram os dois em uníssono.


Tiago revirou os olhos.


Dumbledore sorriu, aconchegou melhor a capa em torno do pescoço e disse:


— Vamos por aqui.


E, andando rapidamente, passou por uma estalagem vazia e algumas casas. Segundo o relógio de uma igreja vizinha, era quase meia-noite.


— Agora me diga, Harry, a sua cicatriz... tem doído?


“Ann, como assim?”. Questionou Lily.


“A cicatriz que Harry tem na testa dói quando Voldemort está bravo ou feliz demais, é um tipo de ligação”. Explicou George.


“Que horrível!”. Exclamou ela.


“Nem tanto”. Disse Fred. “Eu gosto bastante que ela exista”.


“Que coisa horrível pra se dizer. Isso só porque não é você que suporta isso!”. Rebateu ela, brava com o ruivo.


Fred e George entreolharam-se, concordando contar o motivo.


“Ano passado, essa ligação mostrou-se mais útil do que o esperado”. Disse George. “Se Harry não tivesse essa ligação, nossa pai estaria morto nesse momento”.


“Harry viu quando a cobra de Voldemort atacou nosso pai, consecutivas vezes, e se ele não tivesse avisado, hoje seriamos, bem... estaríamos sem nosso pai!”. Terminou Fred.


Lily abriu a boca, sem saber o que dizer. Suspirou, entendendo o motivo e se culpando por ter ficado brava com ele.


“Desculpe-me?”. Murmurou.


“Tudo bem, Sra. Potter”. Disseram juntos, sabendo como aquilo a deixaria corada.


Rindo um pouco, Frank voltou a ler.


Harry levou a mão à testa inconscientemente e esfregou a marca em forma de raio.


— Não, e tenho me perguntado o porquê. Pensei que iria arder o tempo todo, agora que Voldemort está recuperando o poder.


Ele olhou para Dumbledore e notou que tinha uma expressão satisfeita.


“Isso é um bom sinal, não?”. Questionou Lilian. “A cicatriz não arder?”.


“Eu realmente não entendo o Harry”. George deu de ombros.


— Já eu pensei o contrário — disse Dumbledore. — Lord Voldemort finalmente percebeu como é perigoso o acesso que você tem tido aos pensamentos e emoções dele. Imagino que agora esteja usando a Oclumência contra você.


— Por mim, tudo bem — comentou Harry, que não sentia falta dos sonhos perturbadores nem dos vislumbres intuitivos da mente de Voldemort.


Eles viraram uma esquina, passaram por uma cabine telefônica e uma parada de ônibus. Harry tornou a olhar Dumbledore pelo canto dos olhos.


— Professor?


— Harry?


— Ãã... onde é que nós estamos exatamente?


— No encantador povoado de Budleigh Babberton.


— E que estamos fazendo aqui?


“Nem é curioso”. Riu Lene.


“Olha quem fala”. Rebateu Lilian. “E além do mais, ele tem que saber pra onde ta indo, ué!”.


— Ah sim, claro. Não lhe contei. Já perdi a conta do número de vezes que repeti isso nos últimos anos, mas estamos novamente desfalcados de um funcionário nos nossos quadros. Estamos aqui para convencer um velho colega meu a suspender a aposentadoria e voltar a Hogwarts.


“Quem será?”. Frank questionou. “Mais um professor de DCAT?”.


“Creio que sim, Sr. Longbottom”. Disse Dumbledore. “Já que precisamos repor-los ano á ano”.


“Afinal, porque será que sempre acontece alguma coisa que os obriga a saírem?”.


Dumbledore deu de ombros diante a pergunta de Frank, contudo sabendo exatamente o motivo de tudo isso. Voldemort, claro.


— E como vou ajudar o senhor?


— Ah, acho que encontraremos uma maneira — respondeu o diretor vagamente. — À esquerda aqui, Harry.


Eles tomaram uma rua íngreme e estreita ladeada de casas. Todas as janelas estavam escuras. A friagem estranha que pairara sobre a Rua dos Alfeneiros nessas duas semanas persistia ali. Lembrando-se dos dementadores, Harry deu uma espiada por cima do ombro e segurou a varinha em seu bolso com firmeza.


Dorcas estremeceu somente em pensar naquelas criaturas horrendas.


— Professor, por que não aparatamos diretamente na casa do seu ex-colega?


“Muito mais prático”. Tiago disse, dando de ombros.


“Claro, e invasivo!”. Repreendeu Lily.


Ele deu de ombros novamente, sorrindo.


— Porque seria tão grosseiro quanto derrubar a porta da casa a pontapés. A cortesia exige que demos aos colegas bruxos a oportunidade de nos negar entrada. Em todo caso, a maioria das casas bruxas são magicamente protegidas de pessoas indesejáveis que aparatem. Em Hogwarts, por exemplo...


— ...não se pode aparatar nos prédios nem nos terrenos — completou Harry depressa. — Foi a Hermione Granger quem me disse.


Fred e George riram.


“Cara, a Mione deve ter repetido isso umas quinhentas vezes por dia desde que a conheci!”. Exclamou George.


Eu li em Hogwarts, Uma História”. Fred imitou a menina, porque mesmo que ela não estivesse por perto, era engraçado pensar nela repetindo aquilo.


“Quem é essa Hermione, afinal?”. Perguntou Sirius.


Entre as bruxas de sua idade, ela é a mais inteligente”. Disseram os dois, lembrando as palavras de Sirius.


“Palavras suas”. Defendeu-se Fred quando o Maroto lhes lançou um olhar engraçado.


“Resumindo, ela é a melhor amiga de Harry, e de Rony”. Disse George.


Finalmente, os outros haviam entendido.


— E está certa. Viramos à esquerda outra vez.


“Ela sempre está certa”. George revirou os olhos.


“Então é tipo um Remus da vida?”. Caçoou Sirius.


Remus revirou os olhos, balançando a cabeça em negação. Que amigo legal ele arranjara.


Às suas costas, o relógio da igreja bateu meia-noite. Harry se perguntou se Dumbledore não considerava falta de educação visitar um colega tão tarde, mas, agora que a conversa começara a fluir, ele tinha perguntas mais urgentes a fazer.


— Professor, li no Profeta Diário que Fudge foi demitido...


— É verdade — confirmou Dumbledore, agora virando para uma ladeira secundária. — Foi substituído, e tenho certeza que você também leu isso, por Rufo Scrimgeour, que costumava chefiar a Seção de Aurores.


— Ele é... o senhor acha que ele é bom? — perguntou Harry.


— Uma pergunta interessante. Sem dúvida, ele é competente. Mais decidido e enérgico do que Cornélio.


— Sei, mas eu quis dizer...


— Entendi o que você quis dizer. Rufo é um homem de ação e, tendo combatido bruxos das trevas a maior parte da sua vida profissional, não subestima Lord Voldemort.


“Pelo menos isso, esse daí parece ser um pouco melhor!”. Disse Dorcas.


“Harry não gosta muito dele”. Riu George.


“Ué, por quê?”.


“Vai estar no livro, aposto”.


“Unf, eu pensei que vocês eram legais, mas nem contam pra gente o que vai acontecer”. Resmungou Sirius.


“É claro que somos legais Sirius, mas mais legal ainda é deixar os outros curiosos”. Riu Fred.


Harry esperou, mas Dumbledore não mencionou o desentendimento que o Profeta Diário noticiara, e, como não teve coragem de insistir, mudou de assunto.


“Se fosse Pontas, teria insistido até Dumbledore se irritar com ele e mandar calar a boca!”. Exclamou Remus, rindo.


“Pelo menos um pouco do meu bom senso ele puxou”. Disse Lilian.


“Bom senso? O Harry? Impossível!”. Afirmou George.


— E... senhor... e Madame Bones?


— É — disse Dumbledore baixinho. — Uma perda funesta. Era uma grande bruxa.


Suzana Bones olhou para o diretor, sorrindo. Nunca nem tinha falado come ele, mas estava feliz por lembrar-se dela.


É logo aqui, acho... aí!


Apontara com a mão machucada.


— Professor, que aconteceu com a sua... ?


— Não tenho tempo para explicar agora. É uma história eletrizante, e quero contá-la como merece ser contada.


“Aposto que ele não conta!”. Exclamou Frank.


Ele sorriu para Harry, que compreendeu que aquilo não era uma negativa e que tinha permissão para continuar com as perguntas.


“Merlin, esse garoto não para nunca de perguntar?”. Provocou uma garota da Sonserina.


“A curiosidade vem dos dois lados da família”. Rebateu Remus, sorrindo.


— Senhor... recebi um folheto do ministro da Magia por correio-coruja, sobre as medidas de segurança que devemos tomar para nos proteger dos Comensais da Morte...


— Eu também recebi — continuou Dumbledore, ainda sorrindo. — Você achou o folheto útil?


— Não muito.


“Concordo plenamente”. Resmungou Pontas. “Aquele troço é inútil!”.


“Sr. Potter, que jeito de se referir a alguma coisa”. Repreendeu Minerva.


“Tudo bem tia Minnie”. Disse ele, arrancando risos de muitos e deixando a professora corada.


— Não, eu achei que não. Você não me perguntou, por exemplo, qual é o sabor de geléia que prefiro, para verificar se sou realmente o professor Dumbledore, e não um impostor.


Alguns riram.


— Não perguntei... — começou Harry, um pouco inseguro quanto a estar ou não sendo repreendido.


— Para sua referência futura, é amora... embora, é claro, se eu fosse um Comensal da Morte, teria tido o cuidado de pesquisar minhas geléias preferidas antes de me fazer passar por mim mesmo.


Dessa vez, a maioria riu. Só Dumbledore mesmo para pensar em uma coisa dessas.


— Ãa... certo. Bem, o folheto dizia alguma coisa sobre Inferi. Que vem a ser isso? Não ficou muito claro.


— São defuntos — respondeu Dumbledore calmamente. — Defuntos enfeitiçados para cumprir ordens de um bruxo das trevas. Mas não vemos Inferi há muito tempo, pelo menos desde a última vez que Voldemort teve o poder... ele matou gente suficiente para formar um exército deles, é claro. É aqui, Harry, bem aqui...


“Merlin, que horrível. Eu me imagino voltando na forma de um cadáver e matando pessoas que antes eu conhecia, sem nem mesmo me dar conta disso. Sem ter controle de meu corpo”. Disse Dorcas, pesando em quão horrível Voldemort era.


Não que ela nunca tivesse sabido do que ele era capaz, mas ler sobre isso era diferente. Mais horrível ainda deveria ser presenciar, ou então ser uma vitima de suas maldades.


Ela esperava que tudo isso acabasse logo.


Aproximavam-se de uma casinha de pedra, bem cuidada, no meio do jardim. Harry estava ocupado demais, digerindo a pavorosa idéia de mortos-vivos, para dar atenção a qualquer outra coisa, mas, quando alcançaram o portão da casa, Dumbledore estacou e Harry colidiu com ele.


— Que lástima! Que lástima!


“Deuses, que será que aconteceu?”. Perguntou Lene.


“Merda, Comensais?”. Sugeriu Tiago.


O garoto acompanhou o olhar do diretor pela entrada bem conservada e sentiu um aperto no coração. A porta da casa fora arrancada das dobradiças.


Metade de salão prendeu a respiração.


Dumbledore olhou para cima e para baixo da rua. Parecia deserta.


— Pegue a varinha e me siga, Harry — disse em voz baixa. Abriu o portão e entrou pelo jardim, rápida e silenciosamente, o garoto em seus calcanhares, então empurrou a porta da casa bem devagar, com a varinha erguida e pronta.


— Lumus.


A ponta da varinha do diretor acendeu, iluminando um corredor estreito. À esquerda, havia outra porta aberta. Empunhando a varinha acesa, Dumbledore entrou na sala de estar com Harry logo atrás.


Dumbledore começou a perceber que não poderiam ser Comensais, pois o livro nada mencionara sobre a marca negra pairando em algum lugar, e certamente o livro não deixaria de fora um detalhe tão importante quanto esse. Então, começou a perceber quem é que era a tal pessoa de quem estava indo atrás.


Somente ele teria coragem de fazer isso para despistá-lo, e somente essa pessoa seria tão cabeça dura para, em vez de conversar, se esconder dele para não precisar ocupar o posto de professor.


Depararam com uma cena de total devastação. Um relógio de carrilhão jazia aos seus pés, o mostrador estilhaçado, o pêndulo, mais adiante, como uma espada abandonada. O piano estava virado de lado, as teclas espalhadas pelo chão. Os destroços de um lustre caído brilhavam à pequena distância. Almofadas murchas, as penas do enchimento saindo pelos rasgos laterais; cacos de vidro e louça cobriam tudo como se fossem pó. Dumbledore ergueu a varinha mais alto, para a luz clarear as paredes, cujo papel tinha manchas vermelho-escuras e gelatinosas. O ruído da inspiração de Harry fez Dumbledore virar a cabeça.


— Nada bonito, não é — disse oprimido. — Alguma coisa terrível aconteceu aqui.


“Meu deus, o que será que foi? Tudo isso é horrível!”. Exclamou uma garota da Lufa-Lufa.


“E a pessoa que mora ai então? Que será que aconteceu á ela?”. Questionou Lene.


Mas Remus já havia começado a desconfiar de tudo isso – afinal, Sirius estava certo quando disse que ele e Mione pareciam-se – e percebeu que alguma coisa ali estava errada. Como o fato de que não fora mencionada a Marca Negra. Só que ele não poderia ter certeza, afinal os Comensais poderiam ter mudado seus “métodos”. E também não conseguia imaginar motivos pra alguém fazer isso a si mesmo.


O diretor avançou cuidadosamente até o meio da sala, examinando os destroços pelo chão. Harry acompanhou-o, olhando para os lados, meio apavorado com o que poderia ver escondido sob o piano ou o sofá virados e destruídos, mas não viu sinal de cadáver.


— Talvez tenha havido uma luta... e o levaram embora, professor? — sugeriu Harry, tentando não imaginar a gravidade dos ferimentos de um homem que pudesse deixar aquelas manchas espalhadas até a metade das paredes.


A maioria das meninas, junto de alguns meninos, estremeceram.


— Acho que não — respondeu Dumbledore em voz baixa, espiando atrás de uma poltrona excessivamente estofada e tombada de lado.


— O senhor quer dizer que ele...


— Ainda está por aqui? Isto mesmo.


E, inesperadamente, Dumbledore se curvou, e enfiou a ponta da varinha no assento da poltrona, que gritou: — Ai!


E isso tirou toda a tensão do ambiente, fazendo alguns rirem. Afinal, Remus e Dumbledore estiveram certos em suas suposições.


“Quem é?”. Perguntou Remus.


Frank leu a próxima linha e riu, voltando a ler.


— Boa-noite, Horácio — cumprimentou Dumbledore, tornando a se erguer.


Todas as cabeças no salão viraram-se para o professor Horácio Slughorn, sentado a mesa dos professores. o professor corou um pouco, mas logo sorriu para os alunos, que ainda o encaravam de um jeito divertido.


“E não poderia ser outra pessoa”. Disse Dumbledore, rindo também.


“Ora, não posso imaginar os motivos de estar me escondendo de você, Dumbledore”. Respondeu Slughorn.


“Contudo, eu posso imaginar diversos”. Rebateu o diretor.


O queixo de Harry caiu.


“Estou imensamente curioso para ver como seu filho pensa de mim, Sr. Potter”.


Tiago riu, sabendo que se seu filho pensasse como ele, não seriam exatamente pensamentos gentis.


Onde, uma fração de segundo antes, havia uma poltrona, agora via-se encolhido um velho imensamente gordo e careca que massageava o baixo-ventre e apertava os olhos para enxergar Dumbledore com um olhar lacrimejante e ofendido.


Ele deu um sorriso em direção ao professor, que estreitou os olhos para o Maroto, percebendo então que ele achava a mesma coisa que o filho. Então, riu.


— Não precisava enfiar a varinha com tanta força — reclamou mal-humorado, pondo-se de pé. — Doeu.


Todas as mentes maliciosas do salão explodiram em gargalhadas, e dessa vez até Remus estava junto.


“Enfiar... a... varinha com... tanta força!”. Gargalhou Tiago.


“Ele disse que... que doeu!”. Exclamou Sirius, também gargalhando.


“A-a... varinha!”. Remus não havia se contido, e gargalhava junto aos amigos.


Dumbledore e Slughorn olhavam a cena sem nada entender.


“Vai saber o que se passa na mente dos jovens”. Slughorn deu de ombros, e Albus concordou.


(N/A: desculpa gente, mas não pude evitar. Toda vez que leio essa parte eu rio muito, kk. Só entenderão aqueles com mentes maliciosas, haha)


A luz da varinha cintilou em sua careca, seus olhos protuberantes, sua bigodeira prateada que lembrava a de um leão-marinho e os botões muito polidos do roupão cor de vinho que usava sobre o pijama de seda lilás. Sua cabeça mal alcançava o queixo de Dumbledore.


Slughorn olhou ainda mais indignado para Potter, somente recebendo um sorriso em troca. O que ele podia fazer se pensara a mesma coisa do professor?


— Que foi que me denunciou? — resmungou, erguendo-se com dificuldade e ainda esfregando o baixo-ventre. Parecia excepcionalmente descarado para um homem que acabara de ser descoberto fingindo-se de poltrona.


“A Marca Negra”. Disse Remus, agora tendo certeza.


Dumbledore concordou, feliz por alguém também ter entendido. Certamente Remus Lupin era muito inteligente.


— Meu caro Horácio — respondeu Dumbledore, parecendo divertir-se —, se realmente os Comensais da Morte lhe tivessem feito uma visita, a Marca Negra teria sido deixada sobre sua casa.


Remus olhou para o professor, que sorria para ele.


O bruxo deu um tapinha na enorme testa.


Mais um risinho baixo de Tiago.


— A Marca Negra — murmurou. — Eu sabia que havia uma coisa... ah, bem. Seja como for, eu não teria tido tempo. Tinha acabado de dar os últimos retoques no estofamento quando você entrou na sala.


E deu um profundo suspiro que fez as pontas dos seus bigodes esvoaçarem.


Tiago não conseguia conter-se quando mencionava alguma coisa da aparência do professor.


— Quer minha ajuda para arrumar a sala? — perguntou Dumbledore educadamente.


— Por favor — disse o outro.


Eles se postaram de costas um para o outro, o bruxo alto e magro e o baixo e gordo, e acenaram com as varinhas, num gesto amplo e idêntico.


Os móveis voltaram instantaneamente aos seus lugares; os enfeites se recompuseram no ar; as penas flutuaram para dentro das almofadas; os livros rasgados se emendaram e tomaram seus lugares nas prateleiras; os candeeiros a óleo voaram para as mesinhas e reacenderam; uma vasta coleção de molduras de prata quebradas deslocara-se, refulgindo pela sala, e pousara, intacta e polida, com seus respectivos retratos, sobre uma escrivaninha; rasgos, rachaduras e buracos se consertaram por toda parte e as paredes se limparam.


“Como a magia é útil”. Murmurou Lily. “Queria ver um trouxa arrumar tudo isso daí”.


“Na certa, teria de comprar tudo novo, porque eles não poderiam reparar os objetos quebrados”. Concordou Dorcas.


“Na verdade, acho que eles nem conseguiriam fazer tanto estrago”. Disse Lene.


“Você não sabe, Lene, a capacidade dos trouxas de acabar com as coisas”. Murmurou Lily, deixando a amiga confusa.


— A propósito, que tipo de sangue era aquele? — perguntou Dumbledore em voz alta, para abafar o carrilhão do relógio recém-consertado.


— Nas paredes? Dragão — gritou o bruxo chamado Horácio enquanto o lustre tornava a se prender ao teto, com ensurdecedores ruídos metálicos.


“Nuss, sempre quis ter sangue de dragão”. Disse Fred. “Sei lá, dariam boas pegadinhas”.


O irmão sorriu cúmplice a ele. Os dois trocaram um olhar que somente eles entendiam, e silenciosamente concordaram que aquele lugar estava parado demais.


Ah sim, por isso eles precisavam animá-lo.


O piano tocou uma nota final, e tudo silenciou.


— É, de dragão — repetiu o bruxo, dando seguimento à conversa. — Meu último vidro, e os preços andam na estratosfera. Mas quem sabe ainda consiga usá-lo?


Ele se dirigiu aborrecido ao móvel em que estava uma garrafinha de cristal e ergueu-a à luz, examinando o líquido espesso que continha.


— Hum. Um pouco de borra.


Repôs a garrafa sobre o móvel e suspirou. Foi então que seu olhar recaiu sobre Harry.


— Oho — exclamou, os grandes olhos redondos fixando a testa de Harry e a cicatriz em forma de raio. — Oho!


“Vai começar”. Snape revirou os olhos. “Todo mundo tem essa mesma reação?”.


“Aff, claro que sim, Ranhoso, afinal ele é meu filho de todos o conhecem”. Rebateu... bem, vocês sabem quem falou isso.


— Este — disse Dumbledore, adiantando-se para fazer as apresentações — é Harry Potter. Harry, este é um velho amigo e colega, Horácio Slughorn.


O bruxo virou-se para Dumbledore, com uma expressão astuta no olhar.


— Então foi assim que você pensou que ia me convencer? Pois bem, a resposta é não, Alvo.


“Dumbledore quer usar meu filho para convencer o professor Slughorn a voltar a dar aulas?”. Perguntou Lily, um pouco ofendida.


“Eu nem sabia que ele havia parado!”. Disse Lene.


Ele passou por Harry, com o rosto resolutamente virado e o ar de um homem que tenta resistir à tentação.


“u.u Ninguém consegue resistir á um Potter”. Disse Tiago, fazendo uma cara de sou-foda-e-sei-muito-bem-disso.


Lene, Dorcas e Lily reviraram os olhos, enquanto a maioria das outras meninas de Hogwarts suspirava.


[Fazer o que, né?]


— Suponho que pelo menos possamos tomar uma bebida? — perguntou Dumbledore. — Para lembrar os velhos tempos?


Slughorn hesitou.


Ah sim, já consigo ver o que vou fazer. Pensou Dumbledore.


— Tudo bem, então, um drinque — concedeu de má vontade. Dumbledore sorriu para Harry e conduziu-o a uma poltrona parecida com a que Slughorn tão recentemente encarnara, que ficava ao lado da lareira recém-acesa e da luz forte de um candeeiro a óleo. Harry sentou com a nítida impressão de que o diretor, por alguma razão, queria que ele ficasse bem visível. E acertou. Quando Slughorn, que estivera ocupado com garrafas e copos, se virou de frente para a sala, seus olhos bateram imediatamente em Harry.


Lily estreitou os olhos, não gostando do jeito como o diretor estava usando seu filho para convencê-lo. Ele era o diretor, mas de qualquer jeito, não tinha esse direito. Não gostou nenhum pouquinho disso!


— Hum — resmungou, desviando os olhos como se tivesse medo de feri-los.


“Claro que sim, com a beleza dos Potter, as pessoas correm esse risco se nos olharem demais!”. Exclamou Tiago, sorrindo.


“Tiago, acho que você quis dizer com a feiúra dos Potter”. Disse Lene, rindo da cara emburrada que ele fez.


— Tome... — Entregou a bebida a Dumbledore, que sentara sem convite, empurrou a bandeja para o garoto e, em seguida, afundou nas almofadas do sofá restaurado, em um silêncio contrariado. Suas pernas eram tão curtas que não tocavam o chão.


Alguns alunos – a até alguns professores – viraram-se nada discretamente para Horácio com o intuito de poder ver se era verdade. De fato, era mesmo, pois seus pés ficavam alguns centímetros acima do chão.


— Bem, e como tem andado, Horácio? — perguntou Dumbledore.


— Não muito bem — respondeu Slughorn imediatamente. — Fraqueza no peito. Asma. E reumatismo também. Não consigo me mexer como antigamente. Bem, é o normal. Velhice. Cansaço.


“Há, sei, acredito... então como foi que ele conseguiu fazer tudo isso sozinho?”. Debochou Sirius.


— Contudo, você deve ter se mexido bem rápido para improvisar aquela recepção para nós. Não deve ter tido mais de três minutos de aviso, não é?


Slughorn corou por causa de suas mentiras.


Slughorn respondeu, entre irritado e orgulhoso:


— Dois. Não ouvi o meu Feitiço contra Intrusos disparar, estava tomando banho. Ainda assim — acrescentou circunspecto, parecendo se controlar —, o fato é que estou velho, Alvo. Um velho cansado que conquistou o direito a uma vida tranqüila e a alguns confortos materiais.


“Obviamente”. Murmuro George. “Já que ele de aula para Voldemort, para os Marotos e ainda por cima está dando aula no futuro”.


“Merlin, quantos anos esse cara tem?”. Perguntou Fred ao irmão, rindo.


George deu de ombros, pensando em perguntar depois. De fato, eles não tinham vergonha.


E esses não faltavam, pensou Harry, percorrendo a sala com o olhar. Era abafada e excessivamente atravancada. Ninguém, porém, poderia dizer que fosse desconfortável; havia poltronas macias e descansos para os pés, bebidas e livros, caixas de bombons e almofadas fofas. Se Harry não soubesse quem morava ali, teria pensado que era uma velhota rica e exigente.


Todos riram, deixando o professor um pouco corado.


Que atrevimento, pensou ele, uma velhota? Eu não sou uma velhota! Muito menos me pareço com uma.


— Você ainda não tem a minha idade, Horácio — replicou Dumbledore.


Fred e George escancaram as bocas, antes de começarem a rir. Certo, então se ele fosse mais novo que Albus, Dumbledore deveria ser mesmo muito velho!


“Eu nunca imaginaria, até mesmo agora o Dumbledore parece mais bem que ele!”. Exclamou Fred, ao que George concordou.


— Bem, então você também deveria pensar em se aposentar — disse Slughorn sem rodeios.


“Não!”. Exclamaram os Marotos, junto de muitos outros.


Os gêmeos abaixaram as cabeças, lembrando que no futuro ele fora meio que obrigado a aposentar-se. Ali aquilo parecia distante demais, porque Dumbledore estava vivo, mas no futuro, ele se fora.


“Ele não se aposentou, não é?”. Perguntou Alice.


“Não exatamente”. George deu de ombros.


“Como assim?”.


“Vocês vão saber”. Disse Fred.


Mas Dumbledore já havia entendido tudo. Não exatamente, essas tinham sido as palavras de um dos gêmeos. Ele sabia o que aquilo significava. Ele não havia se aposentado, havia, na verdade, morrido!


Seus olhos verde-claros tinham registrado a mão machucada de Dumbledore. — Estou vendo que as reações já não são o que eram.


— Você tem toda a razão — respondeu o diretor tranqüilamente, jogando a manga para trás e revelando as pontas dos dedos queimados e enegrecidos; a visão fez os pêlos da nuca de Harry se eriçarem desagradavelmente. — Sem dúvida, estou mais lento. Mas por outro lado...


Ele sacudiu os ombros e espalmou as mãos, como se dissesse que a idade trazia compensações, e Harry notou um anel, na mão machucada, que nunca vira Dumbledore usar: era grande e incômodo, aparentemente de ouro, engastado com uma pesada pedra negra que parecia rachada ao meio. O olhar de Slughorn se demorou um momento na pedra também, e Harry percebeu uma pequena ruga marcar momentaneamente a larga testa.


— Então, todas essas precauções contra intrusos, Horácio... são para segurar os Comensais da Morte ou a mim? — perguntou Dumbledore.


— Que é que os Comensais da Morte iriam querer com um velhote incompetente e alquebrado como eu?


“Então são para segurar Dumbledore?”. Supôs Minerva.


Horácio chacoalhou os ombros.


— Imagino que iriam querer que você empregasse o seu considerável talento para coagir, torturar e matar. Você está realmente me dizendo que eles ainda não vieram recrutá-lo?


“Isso é realmente estranho”. Murmurou Remus.


Por um momento Slughorn encarou Dumbledore com hostilidade, então murmurou:


— Não lhes dei chance. Não parei de viajar nesse último ano. Nunca me demoro mais de uma semana no mesmo lugar. Mudo de uma casa de trouxa para outra, os donos desta casa estão de férias nas ilhas Canárias.


“Então está explicado”. Disse Remus novamente, com um sorriso divertido no rosto.


Tem sido muito agradável, terei pena de partir. É bem fácil uma vez que se aprende, um simples Feitiço Paralisante nesses absurdos alarmes que usam em vez de bisbilhoscópios garante que os vizinhos não vejam ninguém entrar carregando um piano.


Minerva revirou os olhos. Era bem o feitio de Slughorn arriscar-se por coisas como essa. Um piano, quanta bobagem! Pensou ela.


— Engenhoso. Mas está me parecendo muito cansativo para um velhote incompetente e alquebrado que procura uma vida calma. Agora, se você retornasse a Hogwarts...


— Se você vai me dizer que eu teria mais paz naquela escola pestilenta, pode poupar o seu fôlego, Alvo!


“Escola pestilenta?”. Lily levantou uma sobrancelha para seu professor preferido, questionando-o sobre suas palavras.


“Ora, não foi o que eu quis dizer, com toda certeza”. Respondeu ele, não convencendo ninguém.


Eu posso estar me escondendo, mas chegaram aos meus ouvidos uns boatos engraçados desde que a Dolores Umbridge saiu! Se é assim que você agora está tratando os professores...


“Que é que aconteceu com essa tal de Umbridge...?”. Tiago virou para perguntar aos gêmeos, mas eles não estavam mais ali. “Ann, ué, cadê eles?”.


Alguns outros se viraram também para verificar. Realmente, os dois haviam sumido. Não estavam em lugar algum do salão.


[Não se preocupem com eles, devem estar por ai, provavelmente colocando uma bomba de bosta na cama de alguém]


Frank deu de ombros e voltou a ler mesmo assim, sem os gêmeos. Desde o começo havia achado aqueles meio malucos, do tipo Marotos.


— A professora Umbridge se meteu em confusões com o nosso rebanho de centauros — disse Dumbledore. — Acho que você, Horácio, teria tido o bom senso de não entrar na Floresta e chamar uma horda de centauros de “mestiços nojentos”.


Os Marotos puseram-se a rir, não dando a menor importância para quem quer que fosse a tal de Umbridge. Conheciam alguns centauros – pelas muitas vezes que estiveram na Floresta Proibida – e sabiam que eles eram bem maus quando queriam ou quando eram insultados.


— Então foi isso que ela fez? Que mulher idiota! Jamais gostei dela. — Harry riu baixinho, e os dois bruxos se viraram para ele.


Almofadinhas estreitou os olhos.


“Pontas, acho que seu filho tem alguma coisa a ver com isso”. Disse ele. “Esse riso foi muito suspeito!”.


Tiago sorriu, e estava prestes a falar alguma coisa quando Fred e George entraram no salão, sorrindo marotos.


“Ah sim, Harry teve tudo a ver com isso”. Riu George. “Afinal, a maldita atormentou tanto ele o ano inteiro que ele deu um jeitinho para que a professora acabasse parando nas mãos – ou patas, sei lá – dos centauros”.


Os olhos de Tiago já brilhavam, pensando no Maroto que seu filho de tornara e pensando que agora que ele continuaria vivo, poderia ensinar muito mais coisas a ele.


Mas Lilian não gostou nadinha. Ela fez uma cara de brava em direção a Tiago, que poderia sair pulando alegremente a qualquer momento, e o moreno parou de sorrir imediatamente, embora por dentro ainda o estivesse fazendo.


Lily às vezes me da medo, sinceramente.


— Desculpem — apressou-se o garoto a dizer. — É que... eu também não gostava dela. — Dumbledore levantou-se de repente.


“Não mesmo”. Disse Fred. “E eu também não!”.


George riu cúmplice ao irmão, sabendo do que ele falava.


“Aquele dia ficou para a história”. Concordou ele.


“Nós vamos ser lembrados para sempre por aquilo!”. Disse Fred.


“O que foi que vocês fizeram?”. Questionou Lene.


“Ah, é que Umbridge tinha assumido o lugar de Dumbledore como diretora...”. Começou a explicar George.


“Como assim?”. Todos estavam meio surpresos.


“Mas foi por pouco tempo”. Continuou Fred. “E nesse tempo ela havia tomado nossas vassouras, a minha, de George e a de Harry, porque batemos no Malfoy”.


“Vocês bateram em um Malfoy?”. Perguntaram Sirius e Tiago, com os olhos brilhando.


“Ei, me tire dessa, eu não fiz isso!”. Defendeu-se George.


“Mas você teria feito se não te segurassem!”. Rebateu Fred.


“Ah, ta legal, você venceu, eu teria mesmo!”.


“Harry também bateu nele?”. Perguntou Tiago.


“Ahã... mas, enfim, então ela havia pegado nossas vassouras, e nós pegamos nossas vassouras de volta e fugimos de Hogwarts. Até Pirraça tirou o chapéu para nós, porque somos fodas!”.


“Mas é claro, fizemos algumas coisa bem legais antes de ir”.


E sorriram, lembrando-se dos fogos.


“Meu Merlin, vocês fugiram de Hogwarts?”.


“É”. Confirmou Fred, dando de ombros como se fosse à coisa mais natural do mundo.


(N/A: desculpem-me se estiver errada, mas é que não tenho certeza absoluta de qual dos gêmeos bateu em Draco. Faz muito tempo desde que li HP5 pela última vez!)


— Você já está indo? — perguntou Slughorn depressa, esperançoso.


— Não, será que eu poderia usar o seu banheiro?


“Aposto que você ficou desapontado”. Comentou Dumbledore, olhando diretamente para o professor, que somente deu de ombros.


— Ah — respondeu Slughorn, visivelmente desapontado. — Segunda porta à esquerda, seguindo pelo corredor.


Dumbledore riu.


Dumbledore atravessou a sala. Depois que fechou a porta ao passar, fez-se silêncio. Logo em seguida, Slughorn se levantou, mas pareceu não saber muito bem o que fazer. Lançou um olhar furtivo a Harry, foi até a lareira e virou-se de costas para aquecer seu grande traseiro.


Tiago e Sirius riram.


— Não pense que não sei por que ele o trouxe até aqui — disse bruscamente.


Harry apenas olhou para Slughorn. Os olhos lacrimosos do bruxo deslizaram pela cicatriz do garoto, desta vez examinando-lhe todo o rosto.


— Você se parece muito com o seu pai.


Tiago sorriu e fez uma pose estranha.


“Eu sei, sou foda!”. Disse, fazendo seus amigos rirem.


— É o que dizem.


— Exceto nos olhos. Você tem...


— Os olhos de minha mãe, eu sei. — Harry já ouvira esse comentário tantas vezes que o achava aborrecido.


“Nuss, eu ficaria aborrecida também se fosse comparada á Lily”. Brincou Marlene, levando um tapa no braço da melhor amiga.


“A Lily é perfeita”. Suspirou Tiago, fazendo todos o olharem estranho, enquanto a ruiva corava.


— Hum-hum. Bem. Um professor não devia ter alunos favoritos, mas ela era um dos meus. Sua mãe — acrescentou Slughorn em resposta ao olhar de indagação de Harry. — Lílian Evans. Uma das mais inteligentes a quem lecionei. Viva, sabe. Uma menina encantadora. Eu costumava dizer a ela que deveria ter ido para a minha Casa. E, sabe, costumava me dar respostas petulantes.


O professor sorriu para Lily, confirmando todas as suas futuras palavras.


“Como eu disse, perfeita”. Disse Tiago novamente. “E obviamente que ela negaria qualquer suposição de que deveria ter ido para a Sonserina”.


Lily sorriu.


“Não me arrependo, eu amo a Grifinória”.


E isso fez o Maroto alargar mais ainda o sorrido, contudo, Snape não gostou nada daquelas palavras. Se ela estivesse na Sonserina, não seria assim, e hoje seria minha!


— Qual era a sua Casa?


— Eu era diretor da Sonserina. Ah, vamos — apressou-se a dizer, vendo a expressão no rosto de Harry,


“Pelo jeito, Harry não vai muito com a cara da casa das cobras”. Riu Pontas. “E é por essas coisas que gosto tanto dele!”.


“Claro, não gostar dele seria a mesma coisa que não gostar de você, já que é uma cópia exata tua, com alguns pontos da Lily, de quem você tanto gosta, então é bem óbvio que você gosta do garoto!”. Disse Dorcas.


“Nossa, não pensei que se pudesse repetir a palavra “gosta” tantas vezes na mesma frase!”. Disse Remus, ao que Dorcas lhe mostrou o dedo do meio, fazendo o Maroto rir.


apontando o dedo em riste para o garoto —, não deixe que isto o influencie contra mim! Você deve ser da Grifinória como ela, não? É, em geral, está no sangue. Mas nem sempre. Já ouviu falar de Sirius Black? Deve ter ouvido... tem sido notícia de jornal nos últimos dois anos... morreu faz umas semanas...


“Aff, como ele não saberia de mim, seu próprio padrinho?”. Indignou-se Sirius.


Foi como se uma garra invisível tivesse torcido e apertado os intestinos de Harry.


— Bem, em todo caso, foi um grande companheiro do seu pai na escola.


“Um grande companheiro, professor?”. Perguntou Sirius novamente indignado. “Eu sou o melhor amigo dele!”.


“Desculpe-me, Sr. Black. Erro meu!”. Sirius estreitou os olhos pelo uso do sobrenome, mas resolveu deixar pra lá.


Toda a família Black pertenceu à minha casa, mas Sirius acabou na Grifinória! Uma vergonha... era um garoto talentoso.


“Vergonha? Pff, eu amo a Grifinória. Teria ficado maluco se fosse para a Sonserina!”.


Régulos somente observava tudo de longe, cada vez mais triste pelas coisas que o irmão dizia.


Fiquei com o irmão dele, Régulo, quando apareceu, mas eu teria preferido a família toda.


Dessa vez, Sirius moveu seu olhar para o irmão, do outro lado do salão, que o olhava tristemente, mas logo o desviou. Foi ele quem fez as próprias escolhas!


Ele falava como se fosse um colecionador entusiasmado que tivesse perdido um lance em um leilão.


“Não duvido”. Murmurou Lily.


Olhava para a parede oposta, parecendo absorto em lembranças, girando o corpo lentamente, sem sair do lugar, para permitir um aquecimento uniforme do traseiro.


Mais alguns risinhos.


— Sua mãe, naturalmente, nasceu trouxa. Não consegui acreditar quando soube. Eu achava que devia ser puro-sangue, era tão inteligente!


“Unf, preconceito”. Murmurou Tiago.


— Uma das minhas melhores amigas é trouxa — comentou Harry —, e é a melhor aluna da nossa série.


“Aposto que é a tal Hermione, né?”. Disse Sirius.


“Claro”. Confirmou Fred.


— Engraçado como isso às vezes acontece, não é?


— Não acho — retrucou Harry friamente. Slughorn olhou para ele surpreso.


Lilian tinha um olhar orgulhoso para com o filho. Ele estava defendendo a amiga de um jeito tão bom, que ela não conseguia parar de sorrir.


“Tem certeza de que essa Hermione é só amiga do Harry?”. Perguntou Sirius, sorrindo malicioso.


Os gêmeos somente riram, pois os dois tinham certeza de com quem ela ficaria no fim.


— Você não deve pensar que sou preconceituoso! Não, não e não! Não acabei de dizer que sua mãe foi uma das minhas alunas favoritas? E tive também Dirk Cresswell, uma série acima, agora chefe da Seção de Ligação com os Duendes, naturalmente, outro trouxa, um estudante muito bom que ainda hoje me passa excelentes informações sobre o que acontece internamente no Gringotes!


Dirk sorria orgulhoso de si mesmo, feliz por tudo o que conseguira.


O bruxo mexeu-se um pouco para cima e para baixo, sorrindo satisfeito consigo mesmo, e apontou para as muitas fotografias em molduras reluzentes sobre o aparador, cada qual com pequeninos ocupantes agitados.


— São todas de ex-alunos, todas com dedicatórias. Você pode ver Barnabás Cuffe, editor do Profeta Diário, sempre interessado em conhecer a minha leitura das notícias do dia. E Ambrósio Flume, da Dedosdemel, um cestão todo aniversário, e tudo porque o apresentei a Cícero Harkiss, que lhe deu o primeiro emprego! E mais atrás... pode vê-la, se esticar o pescoço... Gwenog Jones, que é a capita do Harpias de Holyhead...


Todos os amantes de Quadribol viraram-se para a menina. Gwenog ficou surpresa. Ela, capitã das Harpias?


as pessoas sempre se surpreendem quando me ouvem chamando os jogadores do Harpias pelo primeiro nome, e ganho entradas grátis sempre que quero!


Este pensamento pareceu animá-lo enormemente.


— E todas essas pessoas sabem onde encontrar o senhor para lhe mandar presentes? — perguntou Harry, que não pôde deixar de se perguntar por que os Comensais da Morte ainda não tinham rastreado Slughorn se cestas de doces, bilhetes de quadribol e visitantes desejosos de ouvir seus conselhos e opiniões conseguiam encontrá-lo.


Remus sorriu, vendo que o pensamento do garoto fazia muito sentido.


O sorriso desapareceu do rosto de Slughorn com a mesma rapidez que o sangue das paredes da sala.


— Claro que não — protestou, olhando para Harry. — Há um ano que não tenho contato com ninguém.


Harry teve a impressão de que Slughorn se chocara com o que tinha acabado de dizer; por um momento pareceu bastante perturbado. Depois sacudiu os ombros.


— Entretanto... o bruxo prudente procura não deixar a cabeça de fora em tempos como esses. Dumbledore pode dizer o que quiser, mas aceitar um cargo em Hogwarts agora seria o mesmo que declarar publicamente a minha lealdade à Ordem da Fênix! E, embora eu acredite que eles sejam admiráveis e corajosos e tudo o mais, não me agrada muito o seu índice de mortalidade.


— O senhor não precisa pertencer à Ordem para ensinar em Hogwarts — respondeu Harry, que não conseguiu esconder um tom de desdém na voz; era difícil simpatizar com a vida cheia de confortos de Slughorn quando se lembrava de Sirius, escondido em uma gruta, se alimentando de ratos.


“Ratos?!”. Exclamou Sirius, surpreso, e com nojo.


“Eca! Nunca mais te beijo!”. Soltou Lene, sem pensar,e só então percebeu que tinha falado aquilo em voz alta, e que agora suas amigas riam de sua cara e a maioria das outras garotas tinha olhares enciumados e raivosos em sua direção.


A menina corou até chegar aos tons do cabelo de Lily, e Sirius só observava tudo muito divertido.


“Ora, Lene”. Finalmente pronunciou-se ele. “Você ainda pode me beijar, porque tudo aquilo aconteceu no futuro”. E sorriu Maroto.


“Cale a boca!”. Exclamou ela, o fazendo rir.


“Eu sabia que vocês tinham alguma coisa”. Caçoou Lilian, deixando a amiga ainda mais corada.


— A maioria dos professores não pertence, e nenhum deles foi morto... bem, a não ser que o senhor esteja contando Quirrell, mas ele recebeu o que merecia, considerando que trabalhava para o Voldemort.


“Esse não é o professor do primeiro ano de Harry?”. Perguntou Alice.


“É, um gago idiota, mas a gente se divertiu com ele”. Falou George.


“Muito”. Riu Fred.


Harry tinha certeza de que Slughorn era um daqueles bruxos que não suportavam ouvir o nome de Voldemort em alto e bom som, e não se desapontou: Slughorn estremeceu e soltou um grasnido de protesto, a que o garoto não deu atenção.


“Não entendo esse medo de usá-lo. É somente um nome, e nada mais que isso”. Disse Dumbledore.


— Imagino que os funcionários estarão mais seguros que a maioria das pessoas enquanto Dumbledore for diretor; acredita-se que ele seja o único de quem Voldemort tem medo, não é? — continuou Harry.


“Isso é meio que óbvio, dãã”. Disse Sirius.


Contudo, Dumbledore já havia percebido seu plano. Deixara Harry sozinho com Slughorn, e o garoto, mesmo que inconsciente disso, estava conseguindo convencê-lo a voltar a dar aulas.


Por uns momentos o olhar de Slughorn pareceu distante: provavelmente refletia sobre as palavras do garoto.


— Bem, é verdade que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado nunca procurou lutar com Dumbledore — murmurou contrafeito. — E imagino que alguém possa argumentar que se não me uni aos Comensais da Morte, tampouco Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado pode me incluir entre seus amigos... caso em que eu talvez estivesse mais seguro perto de Alvo... não posso fingir que a morte de Amélia Bones não tenha me abalado... se ela, com todos os seus contatos e proteção no Ministério...


“Ih, Harry conseguiu convencer você pelo jeito, professor”. Disse Lilian.


“Tão esperto quanto à mãe”. Disse Slughorn.


Dumbledore voltou à sala, sobressaltando Slughorn, que parecia ter esquecido que o amigo estava na casa.


— Ah, aí está, Alvo. Ausentou-se por um bom tempo. Ruim do estômago?


— Não, estava apenas lendo revistas trouxas. Adoro as receitas de tricô.


Alguns risinhos.


Bem, Harry, já abusamos demais da hospitalidade do Horácio; acho que está na hora de partir.


“Dumbledore sabe a hora certa de agir”. Riu Remus.


Não demonstrando a menor relutância em obedecer, Harry pulou da poltrona. Slughorn ficou surpreso.


— Vocês já estão indo?


“Nossa, pra quem há alguns minutos atrás queria que eles fossem embora o mais rápido possível, mudou radicalmente de opinião, hein?”. Perguntou Sirius, retoricamente.


— Estamos. Acho que sei reconhecer uma causa perdida quando a vejo.


— Perdida...?


Slughorn pareceu nervoso. Girou os polegares gordos e agitou-se enquanto observava Dumbledore abotoar a capa de viagem e Harry fechar o blusão.


— Bem, lamento que não queira o emprego, Horácio — disse Dumbledore, erguendo a mão perfeita em um gesto de adeus. — Hogwarts teria se alegrado com o seu retorno. Apesar das medidas mais rigorosas de segurança que tomamos, você será sempre bem-vindo se quiser nos visitar.


Dumbledore riu, percebendo o que estava fazendo.


— Ah... bem... muito gentil... como digo...


— Adeus, então.


— Tchau — disse Harry.


“Harry parece bem ansioso pra deixar a casa”. Comentou Tiago baixinho, para que só os Marotos escutassem.


Estavam à porta da casa quando ouviram um grito às suas costas.


“E ele mudou de ideia”. Disse Albus, fazendo o professor ficar de cara amarrada.


— Muito bem, muito bem, eu vou!


Dumbledore virou-se e viu Slughorn ofegante à porta da sala de estar.


— Vai interromper a aposentadoria?


— Vou, vou — respondeu Slughorn impaciente. — Devo estar louco, mas vou.


— Maravilhoso — disse um sorridente Dumbledore. — Então, Horácio, veremos você no primeiro dia de setembro.


— Com certeza verão — resmungou Slughorn.


Quando os visitantes já atravessavam o jardim, a voz de Slughorn acompanhou-os.


— Vou querer um aumento no salário, Dumbledore!


O diretor riu baixinho. O portão do jardim se fechou, e eles começaram a descer a ladeira em meio ao torvelinho de névoa escura.


“Mas, espera, Slughorn é professor de poções! Então quer dizer que Dumbledore já tem outro de DCAT?”.


“É, ele tem sim, Almofadinhas. Mas eu preferia que ele não tivesse escolhido aquela pessoa”. Resmungou Fred.


“Quem?”.


“Você vai saber”. Disse George.


“Aff, eu estou começando a ficar com vontade de estuporar vocês!”. Exclamou, fazendo os dois rirem.


— Muito bom, Harry — elogiou Dumbledore.


— Eu não fiz nada — respondeu Harry, surpreso.


— Ah, fez, sim. Mostrou ao Horácio exatamente o que ele tem a ganhar se retornar a Hogwarts. Você gostou dele?


— Ããh...


“É, pelo jeito, Harry não gostou muito”. Murmurou Lily. Ela também ficava assim quando não sabia se tinha gostado ou não de uma pessoa.


Harry não tinha certeza se tinha gostado ou não de Slughorn.


Certo, ela agora estava adivinhando o que o filho pensaria a seguir? Gostou disso, porque mostrava que ele não era somente parecido com Tiago, mas com ela também.


Supunha que o bruxo fora agradável a seu jeito, mas também lhe parecera vaidoso e, apesar dos seus protestos, demasiado surpreso que alguém nascido trouxa pudesse dar um bom bruxo.


Lily sorriu quando lembrou do modo como Harry defendera o amiga.


— Horácio — disse Dumbledore, aliviando Harry da responsabilidade de opinar — gosta de conforto. E também gosta da companhia dos famosos, bem-sucedidos e poderosos. Gosta de sentir que influencia essas pessoas. Nunca quis ocupar o trono; preferiu ficar em segundo plano, onde tem mais espaço para se espalhar, entende.


“É, porque ele realmente precisa de espaço”. Comentou um Sonserino, para que somente os mais próximos ouvissem, e estes se puseram a rir, deixando os outros confusos.


Costumava escolher a dedo os seus favoritos em Hogwarts, às vezes por suas ambições ou inteligência, outras por seu encanto ou talento, e tinha uma habilidade incrível de eleger os que futuramente se tornariam excepcionais em seus campos. Horácio formou uma espécie de clube de favoritos em torno dele, fazendo apresentações, promovendo contatos úteis entre os membros e sempre colhendo algum tipo de benefício, fosse uma caixa de seu abacaxi cristalizado preferido ou uma oportunidade de recomendar o próximo funcionário júnior para a Seção de Ligação com os Duendes.


Lily sorriu, já que era parte do clube. Ficaria feliz se o filho entrasse para ele, mas também um pouco incomodada, pois o professor poderia ser bem chato ás vezes.


Ocorreu a Harry a nítida imagem de uma grande aranha inchada, tecendo a teia em torno dele, torcendo um fio aqui e outro ali para trazer mais perto suas moscas gordas e sumarentas.


O salão explodiu em risos, deixando o professor envergonhado. Potter tem uns pensamentos estranhos. Pensava ele.


“Deuses, Harry tem cada pensamente estranho”. Disse Dorcas.


— Digo tudo isso — continuou Dumbledore — não para indispor você contra Horácio, ou como o chamaremos de hoje em diante, professor Slughorn, mas para alertá-lo. Ele certamente tentará aliciá-lo, Harry. Você seria o diamante da coleção dele: O-Menino-Que-Sobreviveu... ou como o chamam ultimamente, o Eleito.


Ora, certamente que seria. Imagine, esse garoto, sendo tão famoso como dizem ser, e eu o teria como aluno!


Ao ouvir isso, Harry sentiu um arrepio que não tinha relação com a névoa que os cercava. Lembrou-se das palavras que ouvira havia algumas semanas, palavras que para ele tinham um significado terrível e particular.


Nenhum dos dois pode viver enquanto o outro sobreviver...


“A profecia”. Disseram os gêmeos, antes que alguém tivesse chance de perguntar. Os outros entenderam na hora, pois Lupin e Tonks haviam falado sobre a tal profecia, somente não disseram sobre o que se tratava.


Dumbledore parara em frente à igreja pela qual tinham passado mais cedo.


— Aqui está bom, Harry. Se você puder segurar o meu braço.


Experiente, desta vez, Harry não se esquivou da Aparatação, embora continuasse a achá-la desagradável. Quando a pressão cessou, e ele sentiu que conseguia respirar de novo, estava parado em uma estrada rural ao lado de Dumbledore, diante da silhueta torta do segundo prédio de que mais gostava no mundo: A Toca.


Tiago e Lilian imediatamente ficaram felizes, pois era a primeira vez que liam sobre Harry dizer gostar de algum lugar. Eles com certeza gostariam desse lugar também.


“Ah, a nossa adorada casa”. Disse George.


“A Toca é a casa de vocês?”. Perguntou Lily.


“Claro que sim”. Confirmou Fred, sorrindo.


Lilian e Tiago ficaram mais felizes ainda, sabendo que era um lugar de confiança. Bem, mais ou menos, porque ela não confiava muito nos sorrisos marotos que os gêmeos exibiam toda hora.


“E porque exatamente lá é o segundo lugar favorito dele?”.


“Porque a gente mora lá, ué”. Disse Fred, com um ar convencido.


“Ta, agora digam a verdade”. Falou Lily.


Os gêmeos riram.


“Ora, porque o Rony é nosso irmão, então ele obviamente mora lá. E o Rony é o melhor amigo de Harry”. Explicou George.


Então ela sorriu, contente.


“Harry era da família, mas agora ele não pode ser mais”. Disse Fred, emburrado.


“Unf, preferia que ele continuasse sendo da família”. Falou George, e então murmurou a próxima parte para que só o irmão escutasse. “Melhor da família do que se agarrando por ai com a nossa irmãzinha!”.


Fred concordou.


Todos ficaram confusos.


Apesar do medo que acabara de experimentar, não podia deixar de se animar à vista da casa. Rony estava ali dentro... e também a Sra. Weasley que cozinhava melhor do que qualquer outra pessoa que ele conhecia...


“Ah cara, a comida da mamãe é demais!”. George suspirou, lembrando-se da comida. “Por falar nisso, estou com fome”.


O irmão riu.


“Só o que falta você ter pegado a doença do Rony”. Riu Fred. George lhe deu a língua.


— Se não se importar, Harry — disse Dumbledore, ao cruzarem o portão —, gostaria de dar umas palavrinhas com você antes de nos despedirmos. Em particular. Talvez ali?


O diretor apontou para uma casinha de pedra desmantelada onde os Weasley guardavam as vassouras.


Os Marotos soltaram novamente risinhos maliciosos, mas dessa vez nada comentaram.


Um pouco intrigado, Harry acompanhou o bruxo e entraram por uma porta rangedora em um espaço menor do que um guarda-roupa normal. Dumbledore acendeu a ponta da varinha, fazendo-a brilhar como um archote, e sorriu para Harry.


— Espero que me perdoe por dizer isto, Harry, mas estou contente e até orgulhoso com o seu comportamento depois de tudo que aconteceu no Ministério. Permita-me dizer que Sirius teria sentido admiração por você.


“Com certeza”. Concordou Sirius.


Harry engoliu em seco; sua voz parecia tê-lo abandonado. Achava que não suportaria discutir Sirius. Já fora bastante doloroso ouvir o tio Válter se admirar, “O padrinho dele morreu?”, e mais doloroso ainda ouvir o nome de Sirius dito displicentemente por Slughorn.


Sirius sorriu, vendo que o afilhado realmente gostava dele. E ele, sem nem mesmo conhecê-lo, já gostava de Harry.o filho de Pontas era igual a ele, sempre companheiro e amigo.


— Foi cruel — disse Dumbledore baixinho — que você e Sirius tivessem convivido tão pouco tempo. Um fim brutal para o que poderia ter sido uma amizade feliz e duradoura.


Harry concordou com a cabeça, seus olhos resolutamente fixos na aranha que agora subia pelo chapéu do diretor. Sentia que Dumbledore compreendia, e mesmo suspeitava que, até a chegada de sua carta, ele tivesse passado quase todo o tempo deitado na cama, em casa dos Dursley, se recusando a comer, com os olhos fixos na janela enevoada, tomado pelo vazio gélido que passara a associar com os dementadores.


Lílian ficou triste ao ouvir isso. Mas nada disse, porque ela ficara nesse mesmo estado quando seu pai morrera, há pouco tempo atrás. Era horrível perder uma pessoa que você ama, doloroso demais, e tudo o que você mais quer é que ela volte, mesmo sabendo que isso é impossível. Porque a única coisa que os bruxos não aprenderam a controlar até hoje, é a morte.


Ela é impossível de ser revertida.


— É duro — disse Harry finalmente, em voz baixa — saber que ele não escreverá mais para mim.


Seus olhos arderam de repente, e ele piscou.


Tiago sentia-se no mesmo estado de melancolia que o filho. Era doloroso somente imaginar que Sirius morreria, assim, antes da hora. E apesar de ele ter morrido muito antes, não conseguia deixar de se sentir mal diante de algumas simples palavras escritas num livro. E para seu consolo, o futuro poderia ser mudado.


Sentiu-se idiota admitindo isso, mas o fato de ter alguém fora de Hogwarts que se importava com o que lhe acontecia, quase como um parente, tinha sido uma das melhores coisas de ter aquele padrinho... e agora a chegada do correio-coruja nunca mais o confortaria...


Remus estava tão triste quanto o amigo. Ele não havia morrido, não até ali, pelo menos, e ficava imaginando o quão difícil seria viver sem eles dois. Aqueles caras eram sua família. Haviam feito tudo por ele. O compreendido de uma maneira que ninguém fizera. Eles haviam tornado-se animagos por ele! Fora da lei! Eles eram sua família...


— Sirius representou muita coisa que você não tinha conhecido antes — disse Dumbledore com suavidade. — Naturalmente, a perda é devastadora.


— Mas enquanto estava na casa dos Dursley — interrompeu Harry, sua voz tornando-se mais firme — percebi que não posso me isolar de tudo, senão vou ficar maluco. Sirius não teria gostado disso, não é? De qualquer jeito, a vida é curta demais... vê a Madame Bones, vê a Emelina Vance... eu poderia ser o próximo, não é? Mas, se eu for — disse com ferocidade, agora encarando os olhos azuis de Dumbledore, brilhando à luz da varinha —, vou fazer questão de levar comigo o maior número de Comensais da Morte que puder, e Voldemort também, se tiver forças.


Lilian, Tiago, Sirius e Remus sorriam orgulhosos de Harry. Ele era tudo o que queriam que fosse. Ele era bom, corajoso, e determinado. Harry não se importava consigo mesmo, pensava nos outros antes disso. Harry era incrível!


— Você falou como filho de Lílian e Tiago e um legítimo afilhado de Sirius! — disse Dumbledore dando uma palmadinha de aprovação em suas costas.


Sirius sorriu, sabendo que era verdade. Ele estava mais que orgulhoso do afilhado. E se Harry estivesse ali, certamente teria abraçado ele nesse momento.


 — Tiro o chapéu para você, ou tiraria se não fosse o receio de provocar uma chuva de aranhas em sua cabeça. E agora, Harry, falando de outro assunto muito próximo... imagino que você tenha recebido O Profeta Diário nessas duas últimas semanas?


— Recebi. — Seu coração acelerou um pouquinho.


— Então deve ter visto que houve não só vazamentos mas verdadeiras inundações sobre a sua aventura na Sala da Profecia?


“Afinal, o que realmente aconteceu lá dentro?”. Questionou Lene.


“Ah, acho que o livro conta, se não, depois a gente fala”. Respondeu Fred.


Harry confirmou.


— E agora todo o mundo sabe que eu sou o...


— Não, não sabe — interrompeu Dumbledore. — Só há duas pessoas no mundo inteiro que conhecem toda a profecia sobre você e Lord Voldemort, e as duas estão aqui neste barraco de vassouras, malcheiroso e cheio de aranhas. É verdade, porém, que muita gente adivinhou corretamente que Voldemort mandou os seus Comensais da Morte roubarem a profecia, e que ela se referia a você.


“Agora, acho que estou certo em pensar que você não contou a nenhum conhecido seu o que dizia a profecia?”


— Está — respondeu Harry.


— Uma decisão sensata em termos gerais. Embora eu ache que pode abrandá-la em favor dos seus amigos, o sr. Ronald Weasley e a srta. Hermione Granger. Sim — continuou o diretor, ao ver Harry se espantar —, acho que eles devem saber. Seria um desserviço aos seus amigos se não contasse a eles uma coisa tão importante.


“É, e a gente fica de fora”. Fred fez um bico fofo. “Harry, seu mau!”.


(N/A: desculpem, não resisti, amo o Fred, rs)


— Eu não queria...


— Preocupar ou assustar os dois? — disse Dumbledore, estudando Harry por cima dos oclinhos de meia-lua. — Ou talvez admitir que está preocupado e assustado? Você precisa dos seus amigos, Harry. E, como disse com tanto acerto, Sirius não teria querido que você se isolasse.


Harry não respondeu, mas Dumbledore não precisava, de fato, de uma resposta. Prosseguiu:


— Sobre um assunto diferente, mas correlato, este ano quero que tenha aulas particulares comigo.


— Particulares... com o senhor? — repetiu Harry, surpreso, quebrando o seu silêncio tenso.


“Era só o que me faltava, além de Dumbledore buscar o pirralho Potter em casa, e levá-lo para a casa do amiguinho, agora dará aulas particulares á ele!”. Bufou Snape.


“Fiquei quieto, Seboso, porque isso daí é tudo inveja”. Rebateu Tiago, sorrindo sarcástico.


— É. Acho que está na hora de participar mais da sua educação.


— Que é que o senhor vai me ensinar?


— Uma coisa aqui e outra ali — respondeu Dumbledore vagamente. Harry aguardou, esperançoso, mas o diretor não explicou; então aproveitou para perguntar uma coisa que o preocupava havia algum tempo.


— Se vou ter aulas com o senhor, não terei de freqüentar aulas de Oclumência com Snape, terei?


— Professor Snape, Harry... e não, não terá.


“Sorte dele, deveriam ser um saco!”. Disse Tiago. “Eu preferia me matar á ter aulas com ele!”.


“Eu também gostaria que você se matasse, Potter”. Disse Snape, com um sorriso de escárnio.


“Pena que isso não acontecerá”. Disse Tiago.


— Que bom — exclamou Harry aliviado —, porque elas foram um... — E parou, cuidando para não dizer o que realmente pensava.


— Acho que a palavra “fiasco” caberia bem — sugeriu Dumbledore, assentindo com a cabeça.


Harry riu.


“Acho que Harry estava pensando em uma coisa pior que isso”. Comentou Sirius, sorrindo. “Até posso imaginar as milhares de palavras mais ofensivas que essas que passaram por sua cabeça”.


— Bem, isto quer dizer que de agora em diante não verei o professor Snape muitas vezes, porque ele não vai me deixar continuar em Poções a não ser que eu tire um “Ótimo” nos meus N.O.M.s, e sei que não tirei.


“E quem tiraria com um professor desses?”.


“Só os Sonserinos”. Respondeu George, sabendo muito bem a verdade e lançando um olhar de escárnio para Snape.


— Não conte com os ovos que as corujas ainda não botaram — disse Dumbledore sentencioso. — O que, se não me engano, deve acontecer ainda hoje. Agora, mais duas coisas antes de nos separarmos.


“Primeiro, quero que, a partir deste momento, carregue sempre a Capa da Invisibilidade com você. Até mesmo em Hogwarts. Só para se precaver, está me entendendo?” Harry confirmou com a cabeça.


— E, por último, enquanto estiver aqui, A Toca estará recebendo a maior segurança que o Ministério da Magia pode oferecer. Isto causou uma certa inconveniência a Arthur e Molly; toda a correspondência deles, por exemplo, é verificada pelo Ministério antes de ser entregue. Eles não se incomodam, porque a única preocupação que têm é a sua segurança. Mas seria uma péssima retribuição se você arriscasse seu pescoço enquanto estiver aqui.


“Obrigada”. Agradeceu Lily aos gêmeos.


“Pelo que?”.


“Bem, por terem recebido Harry em sua casa e cuidado tão bem dele”.


“Sem problemas, Sra. Potter. Harry é legal”. Respondeu Fred, rindo do rosto corado dela.


— Entendo — apressou-se Harry a dizer.


— Muito bem, então — disse Dumbledore, abrindo a porta do barraco de vassouras e saindo. — Vejo luz na cozinha. Não vamos privar Molly, nem mais um instante, da oportunidade de lamentar como você está magro.


A maioria deles riu.


“Ela já deve estar morrendo de vontade de reclamar da magreza do Harry. Mamãe nunca cansa disso”. Disse George.


“Terminou esse capitulo”. Anunciou Frank.


“Bem, então já podemos passar ao próximo”. Disse Dumbledore.


(Autora aqui: beeeem, espero que tenham gostado. Ah, Clenery Aingremont, respondendo sua pergunta: acho que vai ser na maioria o livro direto, sem extras entre os capitulos. Talvez eu coloque algum extra, mas não vão ser muitos deles, e não vão afetar os capitulos de leitura, ok? Mas por enquanto, não pretendo colocar nenhum. Desculpem qualquer erro, beleza?)
Até daqui, no máximo, 20 dias, rs... ~le eu tentando ser responsável~ 

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Comentários (4)

  • linaps

    Esqueci de novo é nota 5 tá maisssss só porque não tem 10

    2013-08-13
  • linaps

    Comentei pouco né, é que eu estava trabalhando, maisss agora to almoçando e aproveitei para comenta de novo, eu estava louca de saudade da fic, que bom que você não desistiu, amei o capitulo, espero que você poste logo... Ah também notei que você ainda não se decidiu se vai ser James ou Tiago (gosto dos dois), Ir um pedido, alem é claro do usual como não desistir da Fic, e Poste o logo (a curiosidade é um veneno) eu também to escrevendo uma fic se puder passa lar para da uma olhadinha ta, eu fiquei um tempo sem atualizar porque fiquei sem PC, mais logo, logo to postando de novo... BJS, AnSiosa para o Próximo capitulo.

    2013-08-13
  • linaps

    Legal... Adorei o capitulo...

    2013-08-13
  • Clenery Aingremont

    Ufa, eu não curto muitos extras interrompendo a leitura. Se colocar um ou outro de vez em quando sem problemas mas sempre cansa.Aliás: uma hora vc chama o pai do Harry de Tiago, na outra chama de James se decida! (A Marlene chamou o Tiago de James nesse capítulo mesmo '-')Aliás, no primeiro capítulo aparece o Lúcio Malfoy comentando sobre trouxas, direcionando um olhar enojado para Lilían mas, no segundo capítulo, diz que Narcisa já se formou e eu suponho que Lúcio também, não?

    2013-08-12
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