O PRISIONEIRO



CAPÍTULO 14


 


O PRISIONEIRO


 


 


 


 


 


 


 


 


Uma coisa era certa. Havia algo mais em Der Riese do que o “Sino” e algo deveria ser feito. Harry tinha uma fortíssima impressão de que se ele e Voldemort demorassem para agir, os Nazistas chegariam a alcançar resultados mais concretos com o “Mercúrio Violeta”.


Ele começara a desconfiar desde que Tom retornara de Little Hangleton e lhe contara a conversa que tivera com Morfino Gaunt. Era praticamente certo que Gerovinsky estava sendo obrigado por Kammler e sua equipe a dar continuidade às pesquisas sobre as propriedades de propulsão antigravitacional e deslocamento temporal do “XERUM 525” e parecia ter chegado a algum resultado mais concreto nas últimas 24 horas.


O Cristal de Armazenagem que recebera confirmava suas suspeitas. Ele havia sido colocado disfarçadamente na estátua da Águia Nazista que estava por trás das cadeiras de Grindelwald e Kammler, tendo registrado toda a conversa que o Grande Administrador da Grã-Bretanha e o chefe do grupo de pesquisas de Der Riese tiveram.


Harry bateu à porta do quarto de Tom e o chamou. Após se certificarem de que não havia nenhuma escuta no quarto, quer mágica ou trouxa, apagaram as luzes e adaptaram o Cristal de Armazenagem a um pedestal especial, que fazia o Cristal projetar as imagens no ar como se fossem hologramas, quando girado. Algo desenvolvido pelo Grupo de Resistência de Hogwarts, com uma tecnologia avançadíssima para 1943, graças a fundamentos de Tecnomagia. Assim, a conversa entre Adolf Gellert Grindelwald e Hans Kammler podia ser assistida como um filme tridimensional.


 


_ “Então estamos progredindo, Herr Kammler?” _ perguntou Grindelwald.


_ “Ja, Herr Grindelwald.” _ respondeu Kammler _ “Nas últimas 24 horas o nosso prisioneiro pareceu estar se mostrando mais... colaborativo, graças ao apoio que você importou do Japão.”


_ “Sem dúvida. Com isso contornamos os problemas que nos têm atrasado. Os métodos de interrogatório trouxas poderiam ser prejudiciais a ele, que já tem uma certa idade. A tortura física e as drogas, tipo escopolamina, poderiam matá-lo antes que pudesse nos dar as informações necessárias. E, quanto aos métodos bruxos...”


_ “... Maldição Cruciatus poderia matá-lo pela dor e Maldição Imperius poderia bloquear parcialmente seu raciocínio, o que não seria útil para nós porque ele poderia omitir informações.” _ disse Kammler _ “Além disso, pelo que você me disse, algumas pessoas têm alergia a certos componentes do Veritaserum, o que foi descoberto da pior maneira possível, com as vítimas morrendo em agonia atroz, até que foi desenvolvido um teste para detectar se a pessoa era alérgica ou não e ele mostrou um teste positivo. Porém, com a vinda de Arashikage-san do Japão, todos esses problemas deixam de existir, pois ela utiliza as disciplinas do corpo e da mente. Hoje mesmo ele começou a nos dar algumas informações, graças ao Saiminjutsu e ao Kobudera.


_ “Arashikage Tomoyo-san é muito eficiente, Herr Kammler. Seu Clã Ninja especializou-se nessas artes e possui muitos bruxos, todos eles partidários da Ordem das Trevas. Brevemente ele nos dirá tudo sobre como conseguiu utilizar o ‘XERUM-525’ para deslocamento temporal e propulsão antigravitacional.”


_ “Termos o Sr. Gerovinsky como nosso prisioneiro foi um duplo golpe de sorte.” _ disse Kammler _ “Graças a uma rixa de família aquele idiota útil, como era mesmo o nome dele...?


_ “Gaunt. Morfino Gaunt.” _ disse Grindelwald _ “Parece que Tom, o jovem herdeiro da família Riddle teve um relacionamento com sua irmã e a abandonou, quando ela engravidou. Ele matou os Riddle e nos entregou Gerovinsky. Com isso, pudemos dar início às experiências em Der Riese e acabar com a célula da Resistência que era dirigida por eles.”


_ “... Isso. Ele achou que poderia obter algum destaque na Ordem das Trevas, mas vai mesmo é embolorar em Azkaban, se não for providenciado um fim para ele, já que o segredo é muito importante. Mas e o filho de Tom Riddle com a bruxa?


_ “Ele se formou em Hogwarts e herdou o patrimônio dos Riddle, mas parece que na verdade pretende abrir um hotel na antiga mansão. Não parece se interessar por política, aliás ele está aqui, é o agente do jovem Delvaux.”


_ “O novo Apanhador dos Chudley Cannons? Onde estão?


_ “Ali, naquela mesa.”


 


E Grindelwald apontou na direção da mesa que Harry e Tom ocupavam, junto com alguns dos jogadores dos Chudley Cannons.


 


_ “Sim, já ouvi falar do talento dele. _ disse Kammler _ Ele levou o time de sua Casa à vitória contra uma seleção de elite de jovens bruxos da Hitlerjugend. E não adianta tentar desconversar, pois eu sei muito bem que você tem participação nos lucros das transferências de diversos jogadores, através de uma bem montada rede de ‘testas-de-ferro’.”


_ “Bem, não dá para manter o padrão de vida ao qual estou acostumado somente com o soldo do Reich, ainda que seja de Oficial-General, creio que o senhor concordará, Herr Kammler. _ disse Grindelwald, meio sem jeito _ Mas, voltando ao mais importante, então parece que logo o Sr. Gerovinsky irá nos contar aquilo que mais queremos saber.”


_ “Ja, Herr Grindelwald.” _ disse Kammler _ “O Sr. Gerovinsky nos deu informações que permitiram realizar o deslocamento temporal de pequenos animais, sem que morressem. Creio ser questão de tempo até que seja seguro tentar em humanos. E, quando chegarmos nessa fase, cobaias não nos faltarão. Auschwitz e Treblinka poderão nos fornecer vasto material judeu. Mas poderemos esperar, pelo menos até depois do jogo, pois também fiz minha aposta. Por mais que digam que o jovem Delvaux seja imbatível, fiz minha aposta nos ‘Dantzig Deltas’ e no Apanhador deles, Krawczyc. Acho que você vai ter uma grande surpresa.


_ “Veremos, Herr Kammler. Eu já vi Krawczyc jogar, mas você nunca viu Delvaux. Estou certo de que não serei eu a ter uma surpresa. E, mesmo com o trabalho de Arashikage-san, acredito que ainda vai levar cerca de uma semana até que tenhamos algo de concreto.


 


Tom e Harry viram aquele macabro diálogo até o seu final, ambos tentando controlar a repulsa que sentiam.


 


_Merlin! Mas isso é abominável até mesmo para mim! _ disse Tom, com a Persona de Voldemort em primeiro plano _ Eles falam em utilizar os prisioneiros judeus dos campos de concentração como reles ratos de laboratório, sem demonstrar a menor emoção!


_Não podemos permitir que essa atrocidade continue, Voldemort. Temos de tirar Gerovinsky de Der Riese e tem de ser logo.


_Precisaremos contactar a Resistência Polonesa, para que o escondam até que...


_... Até que possamos providenciar uma Chave de Portal, com potência suficiente para transportá-lo para um lugar seguro, tipo Suíça, Suécia ou outro lugar neutro. Também não seria interessante que os conhecimentos de Gerovinsky sobre o “Mercúrio Violeta” caiam nas mãos dos Aliados.


_Tem razão, Voldemort. _ disse Harry _ Se em nossa realidade ninguém tomou posse daquela coisa, seria melhor que também fosse assim nesta.


_Eu posso preparar a Chave de Portal, meus poderes deverão ser suficientes. E, quanto ao contato com a Resistência Polonesa...


_... Creio que Lolek poderá nos dar uma boa ajuda. _ disse Harry, pensando em como agiriam _ Ele é inteligente e tem muitos conhecimentos. Se há alguém que pode providenciar um bom esconderijo para Gerovinsky, é ele.


_Ainda temos mais hoje e amanhã para planejarmos nossa incursão a Der Riese, Harry Potter. Mas não deverá ser muito difícil, pois já fizemos isso antes.


_E sabemos que eles não podem ter Sensores de Atividade Mágica, devido à interferência provocada pelo “XERUM-525”. Poderemos executar magia sem problemas.


_O que poderá demorar um pouco mais será descobrir a cela onde devem estar mantendo Gerovinsky. _ disse Voldemort _ Mas, no momento, você deve concentrar-se em capturar o pomo antes de Krawczyc, nem que seja para ver a cara de idiota que Kammler vai fazer.


_Poucas coisas me dariam mais satisfação do que ver um Nazista passar por idiota. Pode deixar comigo, Voldemort. _ disse Harry, rindo _ Bem, preciso ir para o campo, treinar um pouco. Deverei estar de volta daqui a umas duas horas.


OK, Harry Potter. _ disse Voldemort _ Vou isolar este apartamento, para neutralizar um possível Sensor de Atividade Mágica. E em seguida já vou começar a preparar uma Chave de Portal. Creio que deverá ser direcionada para Cracóvia.


 


Harry vestiu um uniforme de treino e pegou sua vassoura, dirigindo-se ao campo. Lá, o restante do time preparava-se para iniciar as atividades. Os Dantzig Deltas já haviam treinado e liberado o campo. No caminho, cruzou por Karol Wojtyla.


 


_Olá, Delvaux. _ disse Karol _ Um último treino, antes do grande jogo?


_Sim, Lolek. Aliás, foi bom encontrar você.


_Por quê?


_Talvez vocês tenham de hospedar alguém, em Cracóvia. _ sussurrou Harry, olhando à sua volta, para ver se estavam seguros.


_Mesmo? Alguém importante? _ perguntou Karol.


 


Harry esperou que uma patrulha Nazista passasse e continuou.


 


_Exatamente, Lolek. Lembra-se daquelas instalações misteriosas, perto de Breslau?


_Lembro, Delvaux. Mas por quê?


_Tudo indica que há uma pessoa sendo mantida prisioneira naquele lugar e que precisa ser resgatada.


_E a Resistência precisará esconder essa pessoa em Cracóvia, até que possa ser removida para um país aliado?


_Na verdade neutro, Lolek. O que essa pessoa sabe é perigoso demais para que qualquer dos lados ponha as mãos nela.


_Compreendo, Delvaux. Poderá ser perigoso, mas se é tão importante quanto você diz, conte conosco. Quando vocês pretendem resgatar o prisioneiro?


_Amanhã. Depois do jogo haverá uma confraternização com um baile, como você sabe. E, depois do baile, pretendemos ir até lá.


_Certo. Poderemos escondê-lo por algum tempo em um de nossos locais de encontro, na catacumba dos subterrâneos da Igreja de São Pedro e São Paulo. Vou deixá-lo livre para o seu treino, Delvaux. Krawczyc é muito arrogante e eu gostaria de te ver capturar o pomo antes dele.


_Farei o possível, Lolek. Muito obrigado por sua confiança. _ e Harry seguiu para o treino.


 


Cerca de duas horas depois, Harry retornava ao hotel, louco por um banho. Tom estava no quarto, com uma expressão satisfeita. Ao que parece, Voldemort completara a Chave de Portal.


 


_Está pronta, Harry Potter. _ disse Voldemort, apresentando a Harry uma maçaneta de latão _ Deu um pouco de trabalho, mas terminei. Não é uma Chave de Portal comum.


_Como assim, Voldemort? _ perguntou Harry.


_Bem, normalmente bastaria mentalizar o trajeto e utilizar a fórmula “Portus”, como você já deve saber.


_Sim, eu me lembro de ter visto Dumbledore preparar uma, por duas vezes, quando eu estava no quinto ano. Uma para nos levar ao Largo Grimmauld, depois que Nagini atacou o Sr. Weasley e a outra no Ministério, logo depois que escapei da sua tentativa de me possuir. Realmente, ele apenas pronunciou a fórmula e a Chave ficou pronta.


_Mas esta é especial, como eu lhe disse. Precisei reforçar os feitiços, para tentar neutralizar a provável interferência do “Mercúrio Violeta”. E mesmo assim, creio que será mais garantido se a acionarmos do lado de fora de “Der Riese”, de preferência um pouco afastados.


_Isso vai dificultar um pouco mais as coisas. _ disse Harry _ Não será suficiente localizarmos Gerovinsky e acionarmos a Chave de Portal. Teremos de tirá-lo de “Der Riese” e levá-lo para fora. Do contrário, a interferência do “Mercúrio Violeta” poderá fazer com que ele seja transportado para o local errado.


_E o que menos queremos é correr o risco de que ele acabe aparecendo em um lugar sob domínio Nazista. _ disse Voldemort _ Mas, se estivermos fora de “Der Riese”, ele irá para o local que determinarmos. Conseguirá falar com Lolek?


_Até já falei com ele. _ disse Harry _ Pode inserir o destino e completar o feitiço. Um dos locais de reunião da Resistência é na catacumba que fica nos subterrâneos da Igreja de São Pedro e São Paulo, em Cracóvia.


_Perfeito, Harry Potter. _ disse Voldemort, inserindo as coordenadas e concluindo o feitiço da Chave de Portal _ Executaremos a “Operação Interdigitis” e colocaremos Gerovinsky em segurança. E aí, está preparado para capturar o pomo e vencer o jogo?


_Se depender de mim, Krawczyc não vai nem ver a cor dele. O time está afiadíssimo.


_Ótimo. Obviamente, apostei em você. _ disse Voldemort _ Ainda mais porque Grindelwald também o fez e ele não gosta de ser frustrado em seus investimentos.


_Alguns galeões extras não irão fazer mal. _ disse Harry, rindo e indo tomar um banho _ Amanhã, eles terão uma baita surpresa.


_Tanto no jogo, quanto depois do baile. _ disse Voldemort.


 


 


O amistoso entre os Chudley Cannons e os Dantzig Deltas começou com uma verdadeira festa. Afinal de contas os Nazistas, a exemplo dos romanos, sabiam oferecer pão e circo aos seus dominados. Com os dois times perfilados, uma banda da Wehrmacht executou de forma magistral “Deutschland Über Alles”, seguida do Hino da Inglaterra, “God Save The King” e do Hino Polonês, “Mazurek Dąbrowskiego”.


Em seguida, o árbitro deu início ao jogo, narrado por um experiente locutor bruxo alemão, Weissheimer


_A goles foi dominada por Kowalski, que passou para Wieczorek. Este passou para Rosnowski, que arremessa e tem seu ataque defendido pelo Goleiro dos Cannons, Easterbrook. Ela foi recebida pelo Artilheiro, Mallory, que avança e executa uma Manobra de Ploy, passando-a para Palin, que devolve a Mallory. Arremesso e defesa do Goleiro dos Deltas, Jaruzelski, que rebate. Mas o outro Artilheiro dos Cannons, Turner, pega o rebote e arremessa no aro da esquerda, marcando. Dez a zero para os Chudley Cannons. Mas os Dantzig Deltas não dão folga e Rosnowski está de posse da goles e dribla os Artilheiros adversários, escapa de um balaço rebatido pelo Batedor, McPherson, avança e arremessa, empatando a partida. Enquanto isso, o pomo de ouro parece estar com preguiça. Tanto Krawczyk quanto Delvaux estão à sua procura.


 


Harry tentava localizar o pomo de ouro, enquanto Krawczyk fazia o mesmo, do outro lado. Então, quando o placar estava em quarenta a vinte para os Deltas, um brilho revelou a presença da esfera alada, perto do gol dos Cannons. O bruxo aumentou a velocidade e partiu em direção ao pomo, tendo Krawczyk em seus calcanhares. O polonês logo emparelhou e a disputa ficou mais acirrada. Disposto a vencer a qualquer custo, Krawczyk começou a apelar, inclusive tentando derrubar Harry da vassoura (“Ele deve estar sendo pressionado, pois Kammler apostou alto nos Deltas. Bem, eu não tenho nada a ver com isso. Não me agrada fazer com que Grindelwald se dê bem mas preciso vencer, até mesmo para que ele não desconfie de nada. E também não vou dar mole para Krawczyk”, pensou Harry).


A uma aproximação de Krawczyk, Harry arquitetou um rápido plano para tirá-lo do caminho, ainda que temporariamente. O polonês chegou com tanta velocidade, que não pôde mudar de direção quando Harry executou um “Giro da Preguiça”, saindo da frente dele e continuando a seguir o pomo. Mas um solavanco impediu, pois em um movimento reflexo Krawczyk segurou-se nas cerdas da cauda da vassoura de Harry. Não conseguiu segurar com força suficiente para deter sua trajetória, mas foi o bastante para fazer com que Harry perdesse a pista do pomo de ouro.


Mas não foi por muito tempo, já que a esfera alada novamente se manifestou, desta vez perto do chão. O pomo subiu a uma grande altura, com Harry no seu encalço e Krawczyk a uma certa distância. Então, mudou de direção e começou a descer, mal dando tempo a Harry de mudar de direção e descer junto. Krawczyk continuava subindo e parecia que o polonês iria capturá-lo antes, mas Harry aumentou a velocidade e fechou a mão direita sobre o pomo, ainda conseguindo colidir com o Apanhador adversário com força suficiente para fazer com que ele perdesse o controle da vassoura e caísse (“Pelo menos não vai se machucar... muito. Estamos a, no máximo, uns cinco metros do chão”, pensou Harry).


 


_E o pomo é capturado por Delvaux, dando a vitória aos Chudley Cannons! _ disse Weissheimer _ E eu não sei se a colisão não foi uma pequena vingança pelo que Krawczyk havia feito anteriormente. Bem, o fato é que os Chudley Cannons venceram os Dantzig Deltas por um placar de duzentos e setenta a cento e noventa.


 


Na arquibancada, o jovem Karol Wojtyla aplaudia, animadamente, a vitória de seu amigo. Em seguida, assim que os espectadores saíram, ele logo juntou-se ao grupo dos operários que retornavam a Cracóvia. Ainda teria de preparar tudo para a Resistência receber o tal prisioneiro do Der Riese, seja lá quem fosse ele.


 


Naquela noite, a confraternização pós-jogo estava bastante animada, com os convidados em vestes de gala, desfrutando de um delicioso jantar, seguido de excelente música. Krawczyk, com suas contusões já devidamente resolvidas pelos Medi-Bruxos, dançava com uma jovem torcedora, ambos bastante entretidos. Controlando sua repulsa, Harry estava sentado à mesa de Grindelwald e Kammler, para a qual havia sido chamado a conversar.


 


_Então, Delvaux, você não me decepcionou. Uma excelente captura, que proporcionou uma esmagadora vitória dos Cannons. _ disse Grindelwald.


_E que me custou o equivalente a trezentos e cinquenta galeões. Acho que eu devia ter ouvido você, Adolf. _ disse Kammler _ Mas a habilidade de Delvaux é realmente digna de destaque.


_Obrigado, Herr Kammler. _ disse Harry _ Acho que tive sorte.


_E ele, além de tudo, é modesto, Hans. _ disse Grindelwald _ Tenho uma boa notícia para você, Delvaux. Com esse desempenho, os Cannons certamente subirão na tabela e há uma grande possibilidade do seu nome ser cogitado para a Seleção da Inglaterra.


 


Mesmo com o desagrado que sentia em privar da companhia de Adolf Grindelwald e Hans Kammler, Harry Potter ficou curioso e, por que não dizer, meio interessado. Afinal de contas, uma indicação daquelas representava um reconhecimento de suas habilidades.


 


Ainda que viesse de um Nazista.


 


_Mas não quero monopolizá-lo, jovem Delvaux. Tornaremos a falar na Inglaterra, Vejo que o jovem Sr. Riddle está acenando para que o senhor retorne à mesa. Creio que uma das duas senhoritas que estão com ele está ansiosa pela sua companhia. _ disse Grindelwald, dando um tapinha no ombro de Harry.


 


_O que Grindelwald estava falando, Georges? _ perguntou Tom, que estava com duas belas jovens bruxinhas loiras do seu lado _ Aliás, queria lhe apresentar Elena Polanczyk e Florentyna Marczuk. Elas estavam na assistência e não queriam perder a oportunidade de conhecer o Apanhador dos Cannons.


_É um prazer conhecê-las. _ disse Harry _ Parece que a influência e os interesses de Grindelwald no Quadribol vão até as esferas mais altas.


_Como assim? _ perguntou Tom.


_Ele deu a entender que meu nome poderá ser cogitado para a Seleção de Quadribol da Inglaterra. _ respondeu Harry.


_Ora, um brinde a isso. _ disse Tom, levantando sua taça de Champagne, acompanhado pelos outros _ E isso poderá ser muito útil, por vários motivos.


_Certamente. _ disse Harry.


_Dança comigo, Delvaux? _ perguntou Florentyna.


_Não sou muito bom, mas terei o maior prazer. _ Harry levantou-se, moveu a cadeira de Florentyna e ambos foram para a pista de dança. Mesmo que as experiências anteriores de Harry Potter com bailes e dança não tivessem sido das melhores, como no Baile de Inverno do seu quarto ano, quando a duras penas conseguira acompanhar Parvati Patil e na festa de casamento de Gui Weasley, interrompida pelo ataque dos Death Eaters, o bruxo não estava fazendo feio.


 


Certa hora, Florentyna sussurrou algo ao seu ouvido, que o fez corar e arrepiar. O casal foi se retirando do salão e, no caminho, foram abordados por Grindelwald, que queria se despedir.


_Vejo que já nos abandona, Sr. Delvaux. Desejo-lhe uma agradável noite e um excelente despertar _ e falou com Harry em voz baixa, com um tom divertido e bem-humorado _ De qualquer forma, faremos o possível para que a jovem Srta. Rutherford não tenha conhecimento disso.


_Certamente, Herr Grindelwald. Boa noite. _ disse Harry, no mesmo tom.


 


No quarto, a jovem Florentyna abraçou Harry, apaixonadamente e começou a se despir e a ele.


 


_Não estamos indo meio depressa? _ perguntou Harry.


_Até pode ser, mas precisa ser assim. _ disse Florentyna.


_O que quer dizer? _ perguntou Harry.


_Ora, sou da Resistência e sei que você e Tom precisarão sair em uma missão. Elena será a cobertura dele e eu a sua.


_Então temos o apoio da Resistência? Lolek deu o recado?


_Sim. Mas isso não significa que não possamos passar alguns bons momentos, antes de vocês saírem. _ disse a garota. Abraçaram-se e uniram-se intensamente, no tempo que dispunham (“Uma vez mais, as coisas que tenho de fazer pelo meu país”, pensou Harry).


 


 


Um pouco mais tarde, deixando uma satisfeita Florentyna a ressonar, tendo um Shikigami como companhia para uma melhor cobertura, Harry conferiu se não havia nenhum meio mágico de detecção e desaparatou para o ponto de encontro, sabendo que Tom Riddle devia estar fazendo a mesma coisa.


 


No ponto de encontro, perto de Der Riese mas a uma distância suficiente para que eventuais Sensores de Atividade Mágica não os captassem, os dois bruxos transfiguraram-se em dois Obersturmführer das SS, com impecáveis uniformes, aproximando-se das instalações que eram seu alvo, camuflados sob Feitiço de Desilusão, certificando-se de que não havia nenhum Sensor.


Em um local discreto, desfizeram a camuflagem e circularam pelo local, apenas dois Primeiros-Tenentes entre muitos outros, começaram a procurar por Gerovinsky.


 


_Precisaremos de uma planta das instalações. _ disse Harry.


_Parece haver um diagrama, logo ali. _ disse Tom.


 


Estudando o diagrama, localizaram a ala da prisão e também as enfermarias e alas restritas, que poderiam estar sendo utilizadas para interrogatórios.


 


_Gerovinsky deve estar em um desses lugares. _ disse Tom.


_Certamente. Ele deve estar em uma cela, na enfermaria ou em uma sala de interrogatório, principalmente se a tal da Arashikage Tomoyo ainda estiver “trabalhando” nele._ disse Harry _ Grindelwald e Kammler disseram que ela estava prestes a entregar todos os segredos.


_Se ele revelar como sintetizar o “Mercúrio Violeta”, será um desastre sem tamanho. _ disse Tom _ Espero que o encontremos antes disso.


 


Verificando a ala das celas, não o  encontraram.O mesmo aconteceu na enfermaria. Só restavam as salas de interrogatório. E foi em uma delas que encontraram uma bruxa japonesa, aparentando uns quarenta anos, massageando as têmporas e inserindo agulhas de acupuntura em pontos específicos de um homem idoso, que aceitava tudo passivamente, com um olhar vidrado, falando coisas de tempos em tempos. Quando ele falava, a bruxa parava e anotava em um caderno aquilo que interessava.


 


_Acho que acertamos, Tom. _ disse Harry, em voz baixa.


_Certamente, Harry Potter. _ agora a Persona de Voldemort estava em primeiro plano _ Tomara que tenhamos chegado a tempo.


_No momento, o mais importante é tirarmos Gerovinsky daqui.


 


Aproveitando um momento em que a bruxa fazia uma pausa para novas anotações, os dois se aproximaram de onde ela estava, procurando manter o Ki baixo. Afinal era de se supor que ela tivesse a habilidade de senti-lo.


 


_Eu já disse a Herr Kammler que iria demorar um pouco, ainda tenho de completar este caderno. E ele só vai retornar amanhã, está na festa que fizeram depois do jogo de Quadribol entre os Cannons e os Deltas. _ disse Tomoyo, em um Alemão com forte sotaque Japonês _ Ah, como eu queria estar lá. Adoro Quadribol, mas tenho de fazer o trabalho que me pediram.


_Sinto muito, Arashikage-san. _ disse Voldemort _ Apenas estávamos passando e viemos perguntar se a senhora queria que mandássemos lhe trazer alguma coisa para comer.


_Hai. _ disse ela, sorrindo _ Estou com um pouco de fome, seria bom fazer uma pausa para um lanche, Afinal, Gerovinsky-san já me disse quase tudo o que queríamos saber.


_E está tudo anotado nesses cadernos, Arashikage-san? _ perguntou Harry, de modo casual _ O “Mercúrio Violeta” poderá estar sob controle?


_Sem dúvida. Me acompanham ao refeitório? Está meio tarde e acredito que também queiram comer alg... _ a bruxa revirou os olhos e cairia, se não fosse amparada por Voldemort.


_Creio que Tom aprendeu bem as lições de Renata. _ disse Voldemort, sorrindo _ Ela apagou bonitinho.


_Incrível. _ disse Harry, também sorrindo _ Renata Wigder ensinou a “Pinça Vulcana” cerca de vinte anos antes da estreia de “Star Trek”.


_Bem, não sou o Sr. Spock, mas acho que deu para quebrar o galho com o que aprendi, Harry Potter. _ disse Tom, fazendo o sinal de “Vida Longa e Próspera" _ Realmente, é uma questão de lógica. Pressionar os centros nervosos certos e também o seio carotídeo, baixando a pressão arterial da pessoa.


 


Um gemido interrompeu o bruxo.


 


_Sr. Gerovinsky! _ exclamou Harry _ O senhor está bem?


_Quem... quem são vocês? _ perguntou Gerovinsky, com o olhar ainda meio vidrado e uma expressão abobada no rosto _ Por que dois oficiais das SS estão agindo dessa maneira? É alguma brincadeira ou armadilha de Herr Kammler?


_Nem uma coisa nem outra, Sr. Gerovinsky _ disse Voldemort, colocando Arashikage Tomoyo deitada em um divã e começando a remover as agulhas de acupuntura do bruxo _ Somos agentes britânicos bruxos, disfarçados como oficiais das SS e viemos tirá-lo daqui. O que o senhor disse a ela?


_Bem mais do que deveria, na verdade. _ disse Gerovinsky, voltando a raciocinar com clareza _ Esse demônio de Kimono estava a ponto de me fazer revelar todo o processo de fabricação do “Mercúrio Violeta” e como estabilizá-lo para fazer objetos voarem e viajar no tempo. Está tudo naqueles cadernos, ali na mesa.


_Precisamos levá-los ou destruí-los. Se os deixarmos, esses monstros poderão prosseguir nas pesquisas e preencher as lacunas que faltam. _ disse Harry.


 


Pegaram e guardaram todos os cadernos. Prepararam-se para sair da sala, amparando Gerovinsky.


 


_Pena que uma certa quantidade do “Mercúrio Violeta” foi levada para Berlim. _ disse Gerovinsky, acompanhando os bruxos, cada vez mais recuperado, embora irreversivelmente adoentado pela exposição à substância _ Eles não poderão utilizá-lo, acredito, para viagem no tempo ou voar. Mas, infelizmente, ainda há possibilidade de uso como explosivo, embora eu acredite que eles temem usá-lo para isso devido à sua instabilidade, pode ser difícil mantê-lo sob controle e o risco dele explodir na cara dos alemães é grande. Então vieram para me tirar daqui? Mas como? As varinhas precisam de muita concentração para funcionar aqui. E a minha foi quebrada. Mas quem são vocês, de verdade?


_Como eu já disse, somos agentes britânicos e recebemos a missão de tirá-lo das mãos dos Nazistas e levá-lo para a Resistência Polonesa. Depois eles o conduzirão para um local seguro. Nossos codinomes são “Batman” e “Robin”.


Isso era tudo o que eu precisava. Herr Kammler e Herr Grindelwald gostarão de saber que os agentes britânicos que mais têm frustrado seus planos foram capturados por mim. _ ouviu-se uma voz que não lhes era desconhecida, mas com sotaque alemão.


_Não acredito! _ exclamou Voldemort.


 


Parado à sua frente, empunhando uma varinha apontada para eles e envergando um uniforme de oficial das SS, com insígnias de Obersturmführer, encontrava-se o Apanhador dos Dantzig Deltas, Frank Krawczyk.


 


Aquilo era inesperado, E bastante perigoso.


 


Mas, de alguma forma, “Batman” e “Robin” teriam de sair daquela enrascada.


 


Caso contrário, todos os seus planos para garantir a vitória dos Aliados e retornar para casa cairiam por terra.


 


E aquilo era algo que não podia acontecer. De forma alguma Harry Potter e Lord Voldemort poderiam deixar.

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