Parte IV - Bônus



Dois anos atrás...


Harry Potter corria pela rua com sua amiga Hermione. Era um dia bonito, para todos os efeitos. Dois amigos que brincavam na rua. Uma rua errada. Ali, era a rua onde ficava a casa número sete. Ali, era onde os gritos de Ariana eram ouvidos.


Harry estava, constantemente, ouvindo-a gritar. E, naquele belo dia, Harry e Hermione ultrapassaram os limites, e foram parar em frente à casa de Ariana.


Eles não aguentavam mais ouvi-la gritar. Nenhum dos dois sabia o por quê de Ariana gritar tanto. Os dois se olhavam toda vez que tinham que passar pela casa de sua antiga colega de escola.


Todos sabiam que ela era humilhada por Pansy Parkinson e suas "amiguinhas"; e todos tinham medo delas. Harry e Hermione eram os únicos que falavam e ajudavam Ariana, os únicos que se importavam com ela. Só que, um dia, Ariana nunca mais apareceu na escola e toda vez que os amigos passavam em frente à casa dela, ouviam-na gritar. Era horrível.


Nesse dia, Harry e Hermione olharam de um para o outro e ambos tomaram um decisão: eles iam entrar. Não importava o que suas mães haviam lhes dito que não eram para se meter. Ariana estava sofrendo e eles iam salvá-la.


– Você fica aí, vigiando, que eu vou entrar - disse Harry à Hermione, que assentiu sem hesitar.


O menino bateu na porta. Ninguém atendeu. Harry olhou para Harmione, que deu de ombros. Harry, então, tentou abrir a porta. E conseguiu; a porta - por algum motivo - estava aberta.


Harry entrou na casa. Ele já havia estado lá uma vez e se lembrava de como a família de Ariana era totalmente limpa e arrumada. Então, nem reparou no estado imaculado da sala e da cozinha, subiu direto para o segundo andar, se dirigindo ao quarto de Ariana, onde os gritos ficavam cada vez mais audíveis. Como puderam deixá-la sozinha?


O garoto seguiu pelo corredor e parou em frente ao quarto da menina. Empurrou a porta e viu Ariana em frente à uma corda pendurada no teto; ela cortava os pulsos já ensanguentados e gritava. Nunca parava de gritar de dor.


Harry não conseguia se mexer, de tão espatado, tão amendorntado que estava. Mal registrou quando Ariana parou de gritar, subiu no banco se enforcou (como se tudo aquilo estivesse em camêra lenta). Quando Harry saiu de su torpor, já era tarde demais. O corpo de Ariana pendia no teto, sem vida.


Ele desesperou-se e correu para tirá-la de lá. Ela não podia estar morta! Ela não podia estar morta!


Harry a tirou da corda e a pegou no colo. O sangue ainda pingava, fresco, dos pulsos de Ariana, sujando a roupa de Harry. Mas ele não se importou. Ela tinha que voltar a viver!


Quando, finalmente, este percebeu que a colega não voltaria, a colocou em cima da cama, limpou o sangue de seus pulsos e desceu. Não chorava. A realidade ainda não havia chegado.


Já no térreo, Harry (mesmo ainda estando em choque) notou uma diferença na casa. A sala estava destruída, tudo estava fora do lugar; parecia um cenário de uma luta destruidora. Harry, ao olhar para aquilo, despertou.


– Hermione? - chamou. Silêncio. - Hermione?! - Nada.


Harry entrou em desespero. Onde estava Hermione? O garoto saiu da casa. A rua estava deserta.


Então, ouviu-se um barulho vindo da casa ao lado. Harry correu para ver o que estava acontecendo. Ele pulou o cercado que separav uma casa da outra e foi abrir a porta. Estava destrancada. Entrou. Silêncio.


Harry caminhou lentamente pelo hall de entrada. Como estava escurecendo, o lugar estava no breu e Harry quase não poda ver o que estava a sua frente. Ele ouviu novamente um barulho, mas desta vez, era de algo sendo arrastado. Harry foi para a cozinha e quase escorregou. Olhou para baixo.


À luz da lua, Harry viu que estava pisando em algo vermelho. Demorou alguns segundos para Harry identificar que, aquilo em que ele estava pisando, era sangue. E o rastro levava para a porta dos fundos.


Ele sabia que não deeria, mas foi atrás assim mesmo. Poderia ser Hermione.


Ah, como ele estava certo.


Harry seguiu o rastro devagar, tentando nãodeixar marcas no chão. Ele queria chegar até os fundos sem que ninguém notasse que alguém passara por ali. Ele ainda estava impressionado com a cena de suicídio de Ariana.


Ele saiu da casa e o ar frio da noite atingiu em seu rosto como um tapa. O garamdo, que antes era bem cuidado e verde, agora estava achatado e o vermelho sangue se estendia por todo o jardim até a garagem.


Quando chegou à porta da mesma, seus olhos verdes refeltiram no vidro da porta. Ali, em seu rosto, mostrava um garoto amendrontado e desesperado. A porta estava aberta. Harry entrou.


Um barulho vindo lá dos fundos da garagem assustou o menino; mesmo assim, Harry avançou. No escuro, Harry o viu. Um homem alto e de cabelos grisalhos estava debruçado em um vulto no chão e o sangue empoçava em volta do mesmo.


Olahndo bem para o que o homem estava fazendo, Harry perecebu os cabelos revoltos e cacheados em volta do rosto emoldurado de uma menina. A percepção o antimgiu como uma facada. O menino ficou sem ar ao ver que aquela (a morta no chão) era a Hermione!


– O que você fez com ela? - Gritou Harry.


Surpreso, o homem virou-se para o garoto. Seu rosto demonstrava loucura, insanidade.


– O que você está fazendo aqui, garoto? - perguntou o homem rudemente.


Mas Harry não respondeu.


– O. Que. Você. Fez. Com. Ela?! - repetiu Harry.


O homem o olhou por tanto tempo, que Harry correu para os fundos e, empurrando o velho para longe, agachou-se e pegou o corpo inerte de Hermione e a deitou em seu colo. Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto de Harry. Perder Hermione doía como uma dor física.


– Por que? - Soluçou Harry, ainda com o corpo sem vida de Hermione nas mãos. - POR QUE?! - Gritou Harry.


O homem o olhou, sem nenhum arrependimento.


– Você não sabe? - Não esperou a resposta, que nunca viria. - Ela era a culpada! Por tudo.


Harry olhou para o velho.


– Culpada? De quê, seu velho maníaco?


O velho deu uma risada sem humor: - Foi ela que ficava importunando a minha irmã. Sempre foi ela! E quando a vi, vgiando a casa de meus pais, eu soube. Eu simplesmente soube que era ela.


Harry não acreditava no que estava ouvindo.


– Seu louco assassino! Hermione era amiga dela. Nós dois éramos!


– Não acredito em você. Era por causa dela que Ariana sofria.


Mas Harry não estava mais ouvindo. Chorava sob o corpo de sua melhor amiga sem vida. A dor era tão grande, que Harry gritou. Um lamento de cortar o coração.


As sirenes se aproximavam do local e Harry continuava a chorar,, suas lágrimas caindo no rosto de Hermione, limpando-o. Como ele queria que aquilo tdo não tivesse acontecido!


O menino estava tão absorto em sua própria dor, que não vira o homem se retirando da garagem, satisfeito consigo mesmo por ter matado a menina que julgava judiar de sua irmã.


Os policiais chegaram e retiraram o corpo de Hermione das braços de Harry. O torpor era tão grande, que o menino não brigou nem gritou nem relutou. Apenas deixou que levassem a amiga embora.


Depois daquele dia, Harry Potter nunca mais foi o mesmo. Agora estava internado pela quarta vez. Ninguém nunca descobrira quem realmente era o assassino. Apenas Harry sabia e, esse segredo, seria levado para o túmulo, junto com ele.


Fim.


 


 

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