Começo do ano, beijei o prof°



Depois daquele beijo no lago, eu e Teddy parecíamos dois idiotas, sorrindo feito bobos um para o outro. No café da manhã, almoço e jantar eu sentei na frente dele e ele na minha.


Passaram-se duas semanas e eu, meus pais, Dominique e Louis fomos para casa: quando eu me despedi de Teddy com um beijo na bochecha, todos ficaram surpresos.


Faltavam apenas dois dias para o retorno das aulas, em um, passei experimentando minhas melhores roupas e as coloquei no malão junto com o uniforme. Em outro, me arrumei feito louca para aparecer com a melhor aparência do mundo no primeiro dia de aula, e eu acho que consegui porque quando papai me viu ele deu um bastão ao Louis e disse “Lembre-se, qualquer um que se aproximar dela!”.


Finalmente, 1° de setembro. Chegamos à estação King’s Cross por volta das 10h20... Entramos na plataforma 9 ³/4 com muita dificuldade, já que Louis estava com medo de não atravessar e sim quebrar o nariz, mesmo já tendo atravessado-a 6 vezes (essa seria a 7ª vez), até que fim!, papai o garantiu que ele não iria se ferir e passamos. De primeira, papai e mamãe viram tio Rony e tia Hermione com Rose e Hugo; cumprimentamo-los. Tio Harry tinha acabado de chegar com tia Gina, James, Albus e Lily Luna: Louis, Albus e Hugo foram dividir uns feijõezinhos de todos os sabores; Dominique fora conversar com Lily e Roxanne; eu fiquei sozinha até que Molly chegou e me deu um abraço apertado (eu retribuí). Entramos no trem e guardamos nossas bagagens. Ao descermos, encontramos mais algumas amigas, demos um abraço-grupal e elas começaram a contar as novidades, sobre como tinham sido suas maravilhosas viagens ao mundo trouxa... Eu ainda não tinha dito nada, a não ser: “Foi o de sempre...”.


Lilá, uma de nossas amigas percebeu que eu não estava alegre como elas, e perguntou:


- O que aconteceu, Toire? Parece meio... Chocada (?) – ela cruzou os braços.


- Que? Eu? – fiz-me de besta – Não, eu estou normal... – menti, ainda estava meio frustrada com o beijo no lago.


- Então okay... Garotas, eu tenho uma bomba! – ela nos aproximou – Perdi.


- Perdeu o que, menina? – perguntou Lorence, impaciente.


- Não sou mais virgem! – todas nós rimos e dissemos: “Finalmente! Agora só falta a Anna!”.


- Bom, gente... Dez e quarenta e cinco vou me despedir dos meus pais. – falei ofegante.


- Já, neném? – Lilá ironizou.


- Sim, já! Assim vou ter tempo pra falar com algumas pessoas que não verei em Hogwarts! – eu sorri e andei a dez pequenos passos para chegar até mamãe e papai. Mamãe estava abraçada de Dominique e papai estava agachado brincando com Louis – Hey família! O trem vai sair daqui a exatos quinze minutos, então... Até breve. – eu sorri


- Pegaram tudo? Livros, trajes, chapéu, caldeirão, autorização pro passeio..., Vic, bala de menta contra mau-hálito?


- Bala de menta contra mau-hálito? Você diz como se minha pequena Vic fosse, ahn... Beijar alguém! – papai exclamou, rindo desconfiado.


- Claro que ela não vai beijar ninguém, Gui... – mamãe disse sarcasticamente – Enfim, pegaram tudo?


- Sim, mamãe. – falamos em coro


- Vou sentir falta de vocês! – abraçou a mim e a Dominique, já que Louis estava se despedindo de papai, e nos deu um beijo na bochecha. Retribuímos.


- Então crianças... – começou papai, mas foi interrompido:


- Epa, epa, epa! Eu não sou mais uma criança! – disse Louis. Nós demos altas risadas.


- Então fique de olho em suas irmãs por mim, está bem, campeão? – Louis assentiu, Dominique meteu-lhe um tapa na cabeça – Nos vemos no natal – papai sorriu.


- Amamos vocês – disse mamãe, com os olhos marejados.


- Nós também te amamos – reviramos os olhos, rimos e demos um último abraço em mamãe e papai.


Dominique, Louis e eu nos separamos, cada um seguiu rumo seus amigos. Eu estava voltando para as garotas até que...


- AAAAAAAAAAAAAH! – gritei, mas no meio de tanto chororô e despedidas, ninguém ouviu. Fui puxada para um canto apertado entre o trem, à pessoa que me puxou tapou minha boca; abri os olhos, era Teddy com seu corpo grudado ao meu e vice-versa, Teddy, bem na minha frente – Tá maluco? – perguntei irritada, quando ele tirou as mãos de meus lábios.


- Shhh! Fala baixo, ninguém pode saber que estou aqui com você!


- Ah, você me apanha, me faz pensar que é um comensal ou coisa pior me sequestrando, não abre a boca e quer que eu não grite ou fique assustada?


- Hum-hum


- Tudo bem, então. Façamos do seu jeito, só dessa vez!


- Ótimo. – ele riu baixo


- E por que cargas d’àgua você fez isso?


- SHHHH! Você tem que falar baixo!


- Eu não estou falando alto! – sussurrei. Tudo bem, admito que eu tinha falado num tom mais alto, mas poxa, eu estava assustada, ainda – Agora responda: por que fez isso?


- Bom, é que, ahn, eu... Eu queria te dizer uma coisa...


- Então diga logo! Não posso perder o trem!


- Estamos no meio dele, não faria diferença, só não iríamos num vagão – ele riu baixo, novamente.


- Mas eu gosto de ficar confortável e o vagão é o lugar ideal pra isso – eu sorri com cinismo e dei impulso, com os braços, para baixo assim, tirando-os das mãos de Teddy.


- Merlin, por que tão ignorante?


- Eu não sou ignorante!


- É sim, minha ignorante! – ok, estávamos falando baixo, mas o que ele disse ficou bem claro: “minha” ignorante?


- Oi? – dei uma de desentendida.


- Ahn, err... Eu... Eu quis dizer que você é ignorante comigo, entende? – ele se deu conta do que havia dito. Claro, era bom de mais pra ser verdade. Oi? Victoire, para com isso, ser dele seria nojento!


- Ah, tá, entendi. – bufei – Enfim, vai me dizer o que queria ou não? – o trem apitou; mais três apitos e ou eu embarcava ou ficava ali – Ande, depressa! Não tenho tempo!


- É que, eu...


- Desembucha garoto! – já estava começando a me alterar, novamente.


- SHHH! – juro que se ele fizesse esse “shh” de novo, eu bateria nele – Espere, não é tão fácil dizer o que quero dizer!


- Claro que é! Sempre é fácil, você é Teddy Lupin!


- O que tem de mais em ser Teddy Lupin?


- Ora, você é um professor de 18 quase 19 anos de idade, voa super bem, é um, sinceramente, bruxo exemplar, desejado pelas próprias alunas, é lindo, metamorfomago, engraçado, responsável, beijou quase todas as garotas de Hogwarts quando ainda era estudante e... – o trem deu mais um apito –... Eu acho que vou parar por aqui. – ele deu um sorriso sincero e um riso abafado, mas logo parou pensativo:


- Quase todas as garotas de Hogwarts... Menos você. – espera aí, eu ouvi direito ou o cara dos caras acabou de me cantar? Não, não foi uma cantada, foi só... Uma percepção, uma correção.


- Por isso o “quase” na frente! E a propósito, você me beijou sim, na toca. Ou já esqueceu? Claro que esqueceu, eu não sou importante o suficiente pra lembrarem quando me beijam então por que você que é.. Você!, lembrari... – eu ia continuar a falar, juro que ia, mas ele me interrompeu e confesso que adorei ser interrompida: ele me interrompeu com um beijo. Eu retribuí, por um curto tempo, logo afastei meu rosto do dele. Ele sorriu com o canto dos lábios e disse:


- Eu me lembro do nosso beijo, lembro-me do sabor do seu batom, era de cereja: lembro-me de como estávamos molhados, lembro que estávamos no lago, lembro tudo detalhadamente e lembrei-me durante todas as manhãs, tardes e noites depois, e antes, de você se despedir de mim e ir para sua casa. Confesso que estava muito ansioso pra que 1° de setembro chegasse e eu pudesse te ver de novo. Todos os dias da minha vida, desde aquela tarde em que te dei um selinho, lembrei-me de como foi, até que nos beijamos no lago da vó Molly... Claro que ainda me recordo do nosso primeiro beijo e de tudo o que aconteceu entre nós dois naquele dia, mas lembrei do segundo e agora, lembrarei-me deste, que acabei de te dar. Se quiser me bater agora, eu não ligo, vou saber que matei minha vontade, vou saber que fiz o que queria. Victoire, eu... Eu estive pensando e, agora sei: eu gosto mesmo de você, gosto muito, penso em você a todo o momento, não suportarei ficar se quer mais um dia longe de você então, por favor, não me castigue com isso, não se afaste, eu... Eu te amo. – ele dizia tudo entre pausas, com voz baixa e lentamente. Meus olhos estavam marejados, abri um enorme sorriso e coloquei minhas mãos em sua nuca sem perceber. Senti as mãos dele na minha cintura – Ér... Vic, você não fica bem com tanto blush – ele riu baixo, provavelmente minhas bochechas estavam coradas.


- E você não fica bem com os cabelos rosados – retribui o riso e beijei-o com intensidade.


- Uau! – surgiu uma voz, abaixo de nós dois: uma voz infantil e inconfundível. Era James – Teddy e Vic... Nossa! – os olhos deles brilhavam, eu e Teddy nos separamos na mesma hora.


- James, não se mova... – eu disse, saindo do lugar apertado e me aproximando de James, enquanto ele se afastava aos poucos.


- Todos precisam saber! Ninguém acreditou em mim quando eu contei do beijo do lago! – espera, ele tinha visto nós dois nos beijando no lago da Toca? Ele é um ninja ou o que? Não tinha ninguém por perto! – Agora eles vão acreditar pois eu tenho provas: vocês estão vermelhos! E você, sujo de batom, Teddy.– o pestinha riu e Teddy limpou os cantos da boca que não estavam sujos de batom.


- James, não! Ninguém precisa saber! Ninguém vai saber por que você não vai contar! – Teddy também se aproximou dele ao me ouvir.


- Claro que precisam!


- James, você vai colocar o emprego do seu primo em risco!


- Ah, Victoire, agora ele é nosso primo, né? – ele caçoou, virou-se e saiu em disparada até nossa família, eu e Teddy, claro, fomos atrás dele. Mas quando chegamos, já era tarde de mais: o pirralho estava dizendo, ofegante, para nossos pais, irmãos e outros familiares “TEDDY E VIC! BEM ALI! EU VI! ELES ESTAVAM SE BEIJANDO! OLHEM, COM SEUS PRÓPRIOS OLHOS, COMO ESTÃO VERMELHOS! OLHEM O CABELO DO TEDDY!” – mas o cabelo dele, no momento, estava vermelho-raivoso. Eu e Teddy ficamos olhando, assustados e bravos, para todos, que também nos fitavam com olhares espantados: “ESTÃO VENDO? OLHEM ELES!” – dizia James. Tia Gina disse algo, que eu não escutei direito, mas pelo o que entendi foi “Eu sempre soube desses dois”, uma coisa assim... Salvos pelo gongo! O apito tocou mais uma vez: - Merlin, eu amo esse trem! – eu disse – TCHAU, FAMÍLIA! – gritei em tom que desse para todos ouvirem e saí correndo para o trem, Teddy também. Não nos despedimos, Teddy foi para um lado e eu para outro, confusos e na maior correria.

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Comentários (2)

  • Ninah

    Muito boa ! Adorei os personagens é a primeira vez que leio ted e victorie e estou adorando a sua fic.

    2012-12-03
  • Lena

    Adorei, continua q tá muito bom! 

    2012-12-03
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