Visita ao Beco Diagonal



 



 Visita ao Beco Diagonal



 

Scorpius Malfoy era o poderia se chamar de criança comportada. Sempre fora tranqüilo e nunca dera trabalho aos pais. Tinha tudo o que uma criança poderia querer: pais amorosos, todos os doces e brinquedos que o dinheiro pudesse comprar, uma avó que lhe fazia todas as vontades. Mas sempre se sentira solitário. Não tinha irmãos, nem primos com quem pudesse brincar. Nem amigos. Estudava em uma escola primária bruxa e todas as crianças, sem exceção, o ignoravam deliberadamente, quando não eram maldosos e implicantes com ele. Uma vez perguntara ao pai porque os outros não gostavam dele e seu pai lhe contara sobre a guerra. Naquele instante entendeu que nunca teria amigos, não amigos de verdade.



Os gritos e risos de crianças ecoou não muito longe e atraiu a atenção do garoto que foi até a janela. Scorpius fitou os meninos e meninas mais ou menos de sua idade que corriam atrás de uma bola enquanto um cachorrinho peludo latia e pulava tentando roubar o brinquedo. Deu um suspiro resignado. Gostaria de estar lá fora, aproveitando o início daquele dia de sol, mas ao invés disso estava terminando de se arrumar para tomar café com os pais e os avós. Ouviu uma pequena batida na porta e virou-se para ver a mãe entrar.



- Está pronto, meu amor? - Astória perguntou, um sorriso doce nos lábios. Olhou o menino dos pés a cabeça se sentindo um pouco contrariada. Ele vestia calça e camisa sociais, roupas muito formais para um garoto de onze anos. Os cabelos loiros estavam impecavelmente penteados para trás e ela não deixou de compará-lo a Draco. Eram praticamente idênticos.



- Estou sim mãe. - Astória foi até a janela também e viu a cena. - Você gostaria de estar lá com eles, não é? - perguntou compreensiva.



- Sim, mas eles são trouxas. E me acham esquisito. Além do mais, vovô não gosta deles e eu não quero aborrecê-lo. - Scorpius falou, se afastando da janela.



- Sei que não. - ela falou e foi até o garoto, o ajudando a vestir o paletó escuro e o virando para ela, alisando os cabelos loiros. - Sabe que não deve levar em consideração o que seu avô diz, não sabe? Por muito tempo ele acreditou em coisas erradas e está velho demais para mudar algumas idéias.



- Ele deve ter sido bem mal. - falou o garoto, o olhar entristecendo. - Na escola, os garotos não falam comigo por que dizem que sou parecido com ele.



- Não, você e seu avô são as pessoas mais diferentes que eu conheço. Ele fez muita coisa ruim sim, mas porque acreditava em pessoas equivocadas. Mas isso já passou, ele já foi punido pelas coisas ruins que fez. E não ligue para os garotos da escola. Logo você irá para Hogwarts e lá tudo será diferente. Aposto que fará amigos incríveis. - Astória declarou e Scorpius tentou parecer animado, apesar de achar que a mãe estava errada. - Agora vamos. Sua avó Cissa está louca para vê-lo.



Os dois saíram do quarto de mãos dadas e encontraram Draco os esperando, lendo o Profeta Diário. Dobrou o jornal e o colocou na mesa de centro enquanto se levantava.



- Estão prontos? - ele perguntou e fez um carinho no rosto de Astória. - Você está linda, querida.



A mulher apenas sorriu para ele e aceitou a mão que lhe estava estendida. Scorpius sorriu ao ver a cumplicidade dos pais. Estava mais que evidente que eles se amavam muito. Aparataram e um segundo depois estavam diante da mansão Malfoy. Achava aquele lugar tenebroso e assustador. Só se alegrou quando avistou sua avó Narcisa, que o abraçou apertado e o levou para o jardim de inverno, onde saborearam um farto café com tudo que Scorpius gostava. Estavam quase terminando quando uma grande coruja parda aterrissou em frente ao garoto, deixou uma carta e saiu voando novamente. Scorpius pegou a carta e percebeu que quatro par de olhos o olhavam em expectativa.



- É de Hogwarts. - falou desnecessariamente, rompendo o lacre do envelope. Leu silenciosamente, uma pequena chama de alegria nascendo no peito. - Eu vou para lá em setembro.



Narcisa e Astória comemoram entusiasmadas enquanto Draco dava um sorriso incentivador ao filho.



- Parabéns Scorpius. - declarou Lúcio, sem demonstrar nenhum tipo de emoção. - Honre o nome de nossa família e seja motivo de orgulho para a Sonserina.



- E se eu não for para a Sonserina? - o menino perguntou receoso.



- Claro que irá para a Sonserina. - Lúcio declarou antes que qualquer um dissesse algo. - Todos os Malfoys foram da Sonserina. Você também será. - sem deixar espaço para contestação, levantou-se e foi para o escritório.



As palavras do avô deixaram o garoto preocupado. Não queria ir para a Sonserina. Fora a casa de Voldemort, todos sabiam disso. Ir para lá era o mesmo que ser classificado como um bruxo das trevas. Seu pai fora um aliado das trevas, mesmo tendo se arrependido depois, e não queria isso para si. Resignado com seu destino, voltou sua atenção para o bolo de frutas em seu prato, desejando de todo coração que a sua vida fosse diferente.



 



 



 Passar duas semanas inteiras na Toca era a melhor época do ano para Alvo. Aliás, todos os momentos passados lá eram incríveis. Mas naquele ano, dividira seu tempo entre as brincadeiras com os primos e a preocupação de não receber a carta de Hogwarts. Agora que ela finalmente chegara, sentia-se aliviado e ansioso para que chegasse logo o dia primeiro de setembro e pudesse embarcar para a escola de magia e bruxaria. No entanto antes teriam que ir ao Beco Diagonal comprar todo o material necessário.



Naquele dia acordou cedo, se arrumou e desceu para tomar o café na cozinha. Chegou a tempo de ouvir Lily reclamando.



- Isso é muito injusto, sabiam? Eu também quero ir pra Hogwarts. - ela falava, os braços cruzados no peito e a cara emburrada.



- Você irá, amor. - apaziguou Harry, fazendo um carinho nos cabelos do filho do meio em sinal de bom dia. - Quando tiver onze anos.



- Mas eu quero ir agora. - ela reclamou ainda.



- Você sabe que isso é impossível, Lily. - Gina declarou, beijando os cabelos do filho e enchendo o copo dele com suco de abobora. - Ninguém vai para Hogwarts antes do tempo.



- Mas se o papai pedir para a Minerva, eu posso ir pra Hogwarts com Alvo. - a menina tentou, lançando um olhar pidão para o pai.



- Não adianta me olhar assim, florzinha. Nem eu, nem ninguém consegue dobrar a diretora Minerva. - Harry se defendeu fazendo a menina bufar.



- E pra você é diretora McGonagall, mocinha. - Gina completou. - Agora vá lá em cima chamar Tiago. Temos um longo dia pela frente e eu não quero passá-lo todo no Beco Diagonal.



Lilian saiu pisando duro, ainda resmungando. Harry apenas riu e Gina balançou a cabeça.



- Não sei a quem essa menina puxou. - Gina falou.



- Pelo que o Ron me contou foi a você. Ele disse que você insistiu horrores com sua mãe para ir para Hogwarts junto com ele. - falou e viu a esposa corar levemente.



- Eu tinha um motivo para querer ir para Hogwarts. - ela falou, se levantando e levando alguns pratos para a pia.



- Que motivo mãe? - Alvo perguntou, curioso, mordiscando sua torrada.



- Eu queria conhecer o grande Harry Potter. - ela falou simplesmente e Alvo sorriu também. - Todos sabiam que ele iria para Hogwarts aquele ano, mas sua avó não me deixou ir.



- Mas você me conheceu na estação King's Cross. - Harry falou, puxando a mulher e a fazendo se sentar em seu colo.



- Sim, mas eu não sabia que era você. Quando eu iria imaginar que aquele garoto magricela e de óculos era o “menino-que-sobreviveu?



- Decepcionada? - Harry perguntou, fitando os olhos da ruiva.



- Nenhum pouco. - ela declarou e o beijou nos lábios.



- Caramba, vocês tem que fazer isso toda hora? - Tiago falou de mau-humor, entrando na cozinha seguido de Lily.



- Sim, temos. - Gina falou se levantando do colo do marido e colocando um prato de ovos e salsichas na frente do garoto. – Quando você se apaixonar também vai querer ficar o tempo todo grudadinho na sua namorada.



O menino fez uma careta como se aquele pensamento fosse a coisa mais absurda do mundo e encheu a boca de comida.



- Mamãe estava contando como conheceu o papai na estação King's Cross. - Alvo falou para Lily e a menina fitou os pais.



- E como foi? - a pequena ruiva quis saber.



- Estávamos em frente a passagem e Harry apareceu e perguntou como fazia para atravessar. Parecia tão perdido, tadinho. Me apaixonei por ele naquela hora. Só depois descobrimos quem ele era.



- Você não sabia como atravessar a passagem, pai? - Tiago perguntou ainda de boca cheia, fazendo migalhas voarem pela mesa e provocando uma careta de nojo em Lily.



- Não. Eu nem sabia que era bruxo antes de Hagrid me resgatar dos meus tios e me levar ao Beco Diagonal para comprar meu material escolar. Depois ele me deu a passagem e me disse para estar na estação as onze horas. Mas não falou que eu teria que atravessar uma parede. - Harry contou. - Na verdade, antes de ver os Weasley eu achei que alguém tinha feito uma brincadeira de mal gosto comigo e eu teria que voltar para a rua dos Alfeneiros sozinho.



-Ninguém te contou que era bruxo antes, pai? - Alvo questionou. Era rara as vezes que o pai falava da infância e até mesmo sobre a guerra. Sabiam apenas o essencial: que Vodemort tinha matado os avós e perseguido o pai por sete anos até ser morto na Batalha de Hogwarts.



- Não. Meus tios não gostavam de magia e esconderam a minha origem o tempo todo, mesmo coisas esquisitas acontecendo comigo. Só descobri no meu aniversário de onze anos. Foi o dia mais emocionante da minha vida até então. Conhecer o Beco Diagonal, o Gringotes. Eu nunca tinha imaginado que existisse um lugar como aquele.



- A conversa tá boa pessoal, mas temos que ir logo. Tiago e Alvo busquem suas listas e Lily, desamarra essa cara. - Gina falou ao ver que a menina voltara a expressão emburrada de antes. Depois que os meninos sumiram de vista deu uma piscadela para a garota. - Veja pelo lado bom, querida: você vai ter a casa toda pra você, podemos fazer várias coisas juntos, só nós três, o que acha?



- Mas eu queria ir pra Hogwarts também. - a menina choramingou e Harry lhe estendeu a mão para que ela se sentasse em seu colo.



- Você irá, amorzinho. - ele falou, beijando os cabelos da menina. - Mas no tempo certo. Agora vá colocar uma roupa bem bonita para irmos.



Mais de meia hora depois a família Potter passeava tranqüilamente pelas ruas do Beco Diagonal, como sempre, apinhadas de gente.



- Vamos primeiro na Madame Malkin encomendar as vestes. - Gina declarou e todos concordaram, apesar dos meninos quererem ir até a loja de artigos para quadribol. Entraram na loja e logo foram atendidos pela dona, que sorriu embevecida ao receber os novos clientes.



- Que prazer recebê-los aqui novamente. - ela declarou após cumprimentar efusivamente Harry e Gina. - Vestes para Hogwarts, estou certa?



- Sim. - Gina concordou. - As vestes de Tiago já estão curtas e é o primeiro ano de Alvo. Precisamos do uniforme completo.



Madame Malkin fitou Alvo por longos minutos, o que lhe deixou incomodado.



- Ele tem os seus olhos, sr. Potter. Aliás, ele é inteirinho você. - a mulher falou sorrindo e se voltou para Lilian. - Já essa mocinha aqui saiu a mãe, sem tirar nem por. E esse belo rapaz! - falou avaliando Tiago. - Aposto como ainda irá conquistar muitos corações. Vocês têm crianças lindas, parabéns.



Após os elogios, a velha bruxa levou os meninos a uma saleta e começou a tirar-lhe as medidas, sendo seguida e questionada em tudo por Lily, rindo muito das tiradas espirituosas da menina. Após encomendar os uniformes trataram de comprar os outros materiais da lista, entrando e saindo das lojas, a pilha de pacotes cada vez maiores, as vezes demorando mais que o necessário quando Harry ou Gina tinham que atender algum fã mais eufórico.



- Mamãe, eu preciso ir no banheiro. - reclamou Lily, puxando uma das mangas da blusa de Gina, que trocou um olhar com Harry.



- Você vai com Al comprar a varinha, Harry. Vou até a Geminialidades com Lily e Tiago. Esperamos vocês lá. - a ruiva falou.



- Tudo bem. Vamos tentar não demorar, mas não sabemos quanto tempo o sr. Olivaras levará para encontrar a varinha que escolherá Alvo.



Alvo ouviu aquilo e ficou curioso. Observou a mãe e os irmãos caminharem em direção a loja do tio por alguns minutos então questionou o pai.



- O que quis dizer com aquilo, pai? Não sou eu que vou escolher minha varinha? - perguntou fitando o pai com atenção. Harry o encaminhou em direção a loja do sr. Olivaras e lhe deu um sorriso, vendo a curiosidade nos olhos verdes.



- De acordo com o sr. Olivaras é a varinha que escolhe o dono, não o contrário. Lembro que experimentei um monte de varinhas antes que ele encontrasse a minha. Depois, em determinados momentos, fui obrigado a usar outras varinhas, mas elas nunca funcionaram como a que me escolheu.



Alvo ouviu com atenção e sentiu sua excitação crescendo. Que tipo de varinha iria o escolher. Pararam de frente a loja e Alvo achou que estivesse abandonada. Reparou o letreiro desgastado e quase apagado sobre a porta e demorou um segundo para entender o que diziam: Olivaras: Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 a. C. Fitou o pai em dúvida, mas ele parecia perdido nos próprios pensamentos. Logo em seguida, fitou o filho e já estavam juntos até a porta quando ouviram alguém chamar. Ao se virarem, deram de cara com um homem que Alvo lembrou-se de ter visto uma vez quando visitara o pai no ministério.



- Por que não entra na frente, Alvo. Daqui a pouco estarei com você. - o menino concordou e entrou, ouvindo um sininho tocar em algum lugar. A loja parecia abandonada, milhares de caixas estreitas empilhadas até o teto.



- Boa tarde. - disse uma voz suave e o garoto deu um pulo. - Perdão, não queria assusta-lo.



Alvo fitou o dono daquela voz e se surpreendeu a ver um velho de aparência um tanto frágil o observando com um leve sorriso nos lábios. Os olhos eram muito claros e o olhavam com um brilho de espanto e confusão. Aproximou-se do garoto e lhe afastou os cabelos da testa. No segundo seguindo, deu um sorriso doce ao menino e uma palmadinha em seu ombro.



- Perdoe os modos desse velho, filho, mas ao vê-lo foi como voltar ao passado, ao primeiro dia que vi seu pai. - ao ver o ar interrogativo do menino, completou. - Sim, conheço seu pai. Graças a ele ainda estou aqui. Mas não creio que seja eu a pessoa mais adequada para lhe contar essa história. - suspirou fundo, balançando levemente a cabeça para afastar antigas, e dolorosas, lembranças. - Primeiro ano em Hogwarts, estou certo? - perguntou, com voz alegre.



- Sim , é meu primeiro ano. - Alvo confirmou.



- Bom, muito bom – e tirando uma grande fita métrica. - É destro, não é? - o menino confirmou e o velho senhor começou as medições. Alvo assustou-se um pouco quando a fita começou a medi-lo sozinha e o sr. Olivaras começou a buscar várias caixas na prateleira, mas tentou não demonstrar. Ouviram o sino tocar novamente e ambos se voltaram para a porta. O homem abriu um largo sorriso ao ver quem era e caminhou até Harry lhe estendendo a mão.



- Harry Potter. É um prazer revê-lo. - cumprimentou.



- É um prazer revê-lo também, sr. Olivaras. Como está passando? - perguntou.



- Bem, muito bem. É sempre bom receber os jovens bruxos que iniciarão em Hogwarts. É bom ver a expectativa em seus olhos, imaginar o tipo de bruxos que irão se tornar. - voltou as prateleiras tirando novas caixas e voltado para junto de Alvo, que apenas observava os dois homens mais velhos. - Agora vamos ver se conseguimos encontrar uma varinha perfeita para esse rapazinho aqui.



Olivaras estendeu a Alvo uma varinha, o observando com olhos semicerrados. O menino a apanhou, fitando o pai sem saber exatamente o que fazer. Na mesma hora, o velho a tirou de sua mão, a substituindo por outra. Fez isso tantas vezes que o garoto começou a achar que não existisse varinha ali para ele. No entanto, aquilo parecia deixar o velho cada vez mais feliz. Harry apenas observava tudo, respondendo uma ou outra pergunta do senhor.



- Experimente essa: azevinho como a de seu pai e núcleo de pêlo de unicórnio como a de sua mãe. Vinte e cinco centímetros, flexível e maleável.



Assim que segurou a varinha, Alvo sentiu um calor nos dedos e várias faiscas luminosas começaram a sair da ponta da varinha, subindo até o teto e explodindo em pequenas fagulhas multicoloridas. O sr. Olivaras parecia extremamente satisfeito.



- Bom, muito bom. - pegou de volta a varinha que o menino lhe devolvia, a colocou em sua caixinha e a embrulhou em papel pardo. - A varinha fez sua escolha. Faça bom uso dela, meu jovem, e saiba: por maiores que sejam os feitos dos pais, cada um deve trilhar o próprio caminho, aquele que o faz feliz. Não deixe ninguém convencê-lo do contrário.



- Obrigada, sr. Olivaras. Tenho certeza que Alvo fará bom uso dela. - Harry declarou observando a alegria nos olhos do filho abraçado a caixa que continha sua varinha. Tirou os sete galeões da varinha e entregou ao velho senhor, mesmo este insistindo em dizer não ser necessário pois sentia-se em dívida eterna com ele.



- Nos vemos daqui a dois anos, se não me engano. - sr. Olivaras falou. - Ainda temos uma jovem Potter para ir para Hogwarts, certo?



- Certo. Mas espero encontrá-lo antes disso. Até mais e obrigado sr. Olivaras. - Alvo deu um sorriso e um aceno de adeus ao velho senhor e acompanhou o pai para fora da loja.



- Agora, antes de irmos para a loja de seus tios, temos que passar em um lugar. - Harry falou, misterioso. Levou Alvo até o Empório das Corujas e saíram de lá alguns minutos depois carregando uma gaiola com uma grande coruja castanha com enormes olhos dourados. O menino não cabia em si de alegria, sempre quisera ter a própria coruja, mas achou que seria demais pedir.



- Adorei minha coruja, pai. Ela é demais.- agradeceu pra lá de contente.



Harry ajoelhou-se em frente ao filho e fitou os olhos brilhantes, e fez um carinho nas penas da coruja pelas grades da gaiola,que soltou um pio satisfeito.



- Cuide bem dela, Al. Também ganhei uma coruja no meu aniversário e ela foi uma das melhores amigas que eu já tive, uma das mais leais. Esteve comigo em todos os momentos, nos alegres e tristes, e quando eu estava na casa dos meus tios era ela que me mantinha ligado ao mundo bruxo. Tenho muitas saudade dela. Também sei que não queria ficar pedindo a coruja de Tiago emprestada e sua mãe enlouqueceria sem noticias suas pelo menos duas vezes por semana. Lembra como ela ficou quando Tiago ficou sem escrever pra casa por quinze dias? Ela queria ir para Hogwarts pra ver se estava tudo bem. E nem eu e nem você quer vê-la aborrecida, quer?



Alvo deu uma risadinha e abraçou o pai rapidamente. Lembrava perfeitamente da mãe quase tendo um ataque histérico toda manhã quando percebia que a carta do filho mais velho não chegava. Ao fim da segunda semana, e após muita reclamação e ameaças de invadir Hogwarts e verificar se o filho estava bem, apelou ao seu velho amigo Neville Longbottom para ter notícias. E nas férias deixara o garoto de castigo por duas semanas, sem noticias dos melhores amigos só para ele aprender como era terrível aquela situação. Depois daquilo, Tiago escrevia pelo menos uma vez por semana, nem que fosse pequenos bilhetes, só para deixar a mãe contente e para evitar outro castigo e de receber um berrador no café da manhã.



Encontraram o restante da família na Geminialidades Wesley e foram para casa, Tiago lamentando que as férias estavam acabando, Lily ainda reclamando por não poder acompanhar os irmãos para a escola de bruxaria e Alvo extremamente excitado, contando os dias para iniciar seu ano escolar e com sorte, viver incríveis aventuras na sua estada lá.



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N.A.: Olá pessoal. Primeiro quero pedir desculpas pela demora para postar o capítulo. A inspiração resolveu dar uma voltinha, mas graças a Deus voltou. Obrigada pelos comentários e o incentivo de todos. Tentarei atender a expectativa de todos o máximo possível. Agora alguns esclarecimentos: gostei muito da sugestão sobre capítulos sob o ponto de vista do Scorpius e já fiz um trecho desse capitulo sob essa pespectiva, e com certeza farei outros.  Quero mostrar como a amizade dele com Alvo e Rose será importante, já que o imagino como uma criança solitária, crescendo com a sombra de ser filho de um ex-comensal da morte. Outra coisa: as descrições de lugares e acontecimentos é baseada na série Harry Potter, como a descrição da escolha da varinha. Sei que o Olivaras já era velho quando Harry foi comprar sua varinha, mas como os bruxos tem uma longividade bem maior que os trouxas, imagino que dezenove anos depois ele continua no mesmo lugar, confeccionando suas varinhas e contando a quem quiser ouvir como sobreviveu a tortura do Lorde das Trevas e a alegria de viver o suficiente para ver a paz retornar ao mundo bruxo. Bom é isso. Aguardo os comentários de todos. Vou tentar não demorar para postar um novo capitulo.



Beijos.



Fabiana.



 



 



 



 


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Comentários (3)

  • cynthia reis

    Gostei muito, ficando realmente muito interessante, mas sinceramente, desejo que a sua inspiração não mais essas sumidas tão longas...Geralmente não gosto de fic dos filhos de HG e RH, mas estou gostando dessa.Já esperando o proximo cap.bjo 

    2012-09-08
  • Giselle di Launnblecc

    Foi como ir ao beco diagonal com Harry outra vez, ou como ir a estação de King's cross e ouvir a Gi pedindo pra subir no trem e ver o Harry. Engraçado uma coisa Fabiana, se não fose o fato de Scorpio ser bem tratado ele lembraria um pouco o Harry na infancia. Um garotinho julgado pelo que eram seus pais, deslocado, desejando ter uma vida diferente. Não sei se é isso, mas me pareceu. Bom, beijão pra vc to ansiosa pelo próximo!

    2012-09-08
  • Neuzimar de Faria

    Muito bom ler o que você escreve. Acho que você está reconstituindo muito bem a vida da nova geração e deixando entrever como os personagens originais reconstruiram suas vidas após a batalha de Hogwarts. Genial. Até o próximo capítulo!

    2012-09-07
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