Ginny demorou um bom tempo para entender o que realmente sentia quando ouvia tais comentários, para finalmente poder saber como reagir. Os comentários em questão eram os maldosos de sempre que vinham daqueles que simplesmente não conseguiam cuidar de suas próprias vidas: "tentou tanto desde que era criança que conseguiu fisgar o Eleito", "ela deve ter feito uma poção do amor", "tenho certeza que ele só está com ela por gratidão à família dela". No começo aqueles comentários a deixavam envergonhada, como se tudo fosse verdade e ela estivesse apenas se enganando. Depois, passaram a deixa-la triste frente a tais possibilidades. Com o passar do tempo começaram a deixa-la com raiva: tanto tempo junto a Harry e as pessoas ainda insistiam em se meter na vida deles? Mas por fim ela percebeu que não sentia mais nada ao ouvir aquilo, além de pena daqueles que diziam tais bobagens.

Para que ficar envergonhada, triste ou brava quando ela sabia com todo o coração que nada daquilo era verdade?

Ginny alcançara sim o que sempre quis, mas ao contrário do que todos diziam o que ela sempre quis não foi "O Eleito" ou "O menino que sobreviveu", ou "Harry Potter" ou nem mesmo "Harry". O que ela sempre quis foi uma vida plena e feliz, uma relação amorosa e forte como a de seus pais e uma família grande e feliz como a que crescera. E era isso que Harry representava. Harry era o homem que ela amava e que a amava de volta, e que realizava seu sonho de ser feliz.

Então sim, Ginny tinha finalmente conseguido o que sempre quis, e não tinha medo ou vergonha de admitir.