Capitulo IX: Não é o Fim



**Lumos. Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.**

Capitulo IX: Não é o Fim


 


POV Lily


 


Dia trinta os restos dos Marotos chegaram, acompanhado com Dorcas, Alice e Frank na casa dos Potter. Começou com uma guerra de neve, foi horrível. Marlene, Dorcas, Alice, Peter e eu acabamos na piscina, aqueles malucos. Quase morri de frio. Meu lindo James me tirou daquela água gelada e fez um feitiço para secas as roupas, mas ainda sim estava tremendo feito louca. Acho que fiquei com hipotermia...


-Desculpe amor – James falou com os braços envoltos em mim.


-O c-cachorro é louco – disse com os dentes batendo.


-É, empurrou até a Marlene – ele murmurou. – Ótimo namorado o Almofadinhas.


-Eu ainda não sei como você agüenta ele desde os onze anos – gemi.


-Ele é um irmão, como você e Marlene.


Eu assenti. Ele pôs o meu cabelo atrás da orelha me dando um beijo na testa.


-Vamos lá para dentro – ele falou para os outros. – Elas vão acabar morrendo.


-O Rabicho também Pontas – Sirius disse gargalhando, lancei um olhar de “cá te espero” para ele, que recuou abraçando Marlene.


James desceu sua mão até a minha e caminhamos para a sala de estar e nos sentamos em volta da lareira.


Foram muito bons os nossos últimos dias. Fui presa no porão dos Potter com Dorcas por cinco horas, até James chegar lá com Remus e tirar as cordas das nossas mãos, obra de Marlene e Sirius. Depois eu e Dorcas demos o troco deixando-os presos numa arvore do lado de fora a noite inteira só com uma caixa de Feijõezinhos de Todos os Sabores só com feijões ruins, com ajuda de Peter que conhecia todos. Eu sei, fomos cruéis, mas Sirius me jogou naquela piscina e ainda me prendeu! Aquele maluco precisava de tratamento! Alice e Frank colocaram Bomba de Bosta nos nossos quartos, foi muito ruim. Enfim chegou dia três e voltamos para Hogwarts, minha barriga sentiu um frio estranho. James e eu fomos a cabine dos Monitores pouco depois de entrarmos no Expresso de Hogwarts.


Chegamos em Hogwarts, Marlene, Dorcas, Alice e eu fomos logo para o dormitório feminino brigar pelo chuveiro. Dormimos assim que todas deitaram. Mas, foi ruim.


Vi Túnia e meus pais lá em casa, ouvi o som da porta batendo e depois só escuridão. Acordei tremendo, sai da cama indo ao dormitório masculino. Abri a porta devagar e caminhei até a cama de James, empurrei-o um pouco deitando ao seu lado me cobrindo.


-O que foi Lil? – Ele perguntou me envolvendo.


-Jay – eu o abracei me encolhendo. – Túnia e meus pais, acho que não estão bem.


Ele afagou meus cabelos me apertando mais.


-Vai ficar tudo bem Lil, eu sempre estarei aqui ok?


Eu assenti deitando em seu peito. Ele me deu um beijo na testa e fechei os olhos voltando a dormir.


-Lil, Lil – James me chamou acariciando meu rosto.


-Hum? – murmurei.


-Vamos nos atrasar – ele disse, fazendo eu abrir os olhos.


-Temos aula hoje? – Perguntei me sentando de frente a ele.


Ele assentiu ameigando minha mão. Sentei em seu colo enterrando meu rosto em seu pescoço.


-Podemos ficar aqui? – Perguntei mexendo em seu cabelo.


-Como? – Sirius perguntou fazendo-me consertar no colo de James. Então percebi que não estávamos sozinhos no quarto. – Isto é histórico, nossa monitora-chefe perfeita se recusando ir para aula. – O cachorro olhou para Peter e Remus. – Vocês ouviram? Não ouviram?


-Sim – Remus e Peter murmuraram.


-Sirius, por favor, me deixe em paz uma vez na vida – pedi.


-Não – ele disse. – Você é minha cunhada, e vou te incomodar pelo resto de nossas vidas.


-Ele é mais dramático que você – falei com James enquanto Sirius botava a gravata.


-Temos aula de Poções no primeiro horário – James começou. – Como Sgluhorn é completamente louco por você, vai deixá-la entrar.


-Tchau Marotos – despedi-me dos outros. – Vocês estão atrasados.


James riu.


-Ruiva do meu coração – principiou Sirius. – O quarto é nosso, quero dizer, os Marotos.


-Estão atrasados – repeti.


Sirius e Remus bufaram, e saíram com Peter do quarto.


-Mesmo o Sirius está namorando, e mesmo sendo um sacrifício para mim, não venha, por favor, com suas camisolas super curtas – James disse olhando minhas pernas.


-Oh! Ele... – Minhas bochechas ficaram vermelhas.


-É, sabe como ele é safado. E não quero bater no Almofadinhas – ele me encarou. – Está tudo bem?


Eu desviei o nosso olhar.


-É, tudo ok.


-Lily é serio. – Ele abaixou o tom: – Você mente mal.


Eu ri de leve.


-Não – disse voltando a olhá-lo. – Pressentimento ruim.


Ele me envolveu. Descansei minha cabeça em seu ombro. Eu não sei como em todo esse tempo eu vivi sem ele, e agora eu tenho a necessidade de tê-lo ao meu lado. Eu confiava nele e o restante dos Marotos com os olhos vendados. Eles eram uma grande família. Como Marlene, Dorcas, Alice e eu sempre fôramos próximas os Marotos têm sido também, como se sempre fosse assim.


-Vamos Jay, senão você não come – eu disse me levantado.


-Você fica tão linda preocupada – ele disse me dando um beijo testa.


-Eu vou pro meu dormitório, te encontro lá embaixo?


Ele assentiu me dando um beijo rápido. Fui para o meu dormitório tomar um banho e pegar meus materiais. Desci as escadas e James entrelaçou meus dedos aos seus. E fomos à cozinha para nós pegarmos algum pão enquanto caminhávamos para a sala do Profº Sgluhorn.


-Houve algum problema Srtª Evans e Sr. Potter? – Sgluhorn perguntou enquanto falhamente eu e James tentávamos sentar numa mesa ao fundo.


Todos os alunos se viraram nos encarando.


-Er... – comecei.


-Eu fui buscar meu material na Sala da Grifinória e acabei esquecendo a senha – James falou.


-E a Srtª? – Sgluhorn indagou.


-Estava com ele – disse num sussurro.


Sgluhorn riu, piscou para mim e murmurou só para eu e James ouvir:


-Esqueceu a senha, hem? Primeira e ultima vez viu? Só porque vocês são um dos melhores em poções.


Sorri grata para ele, sentando com James na última mesa, atrás de Remus e Dorcas.


-Perdemos o que? – Perguntei baixo a Dorcas.


Ela encostou mais na cadeira e virou um pouco a cabeça:


-Se não tivesse namorando não teria perdido o começo da aula – ela cantarolou.


Dei língua para ela.


-Poção Morto-Vivo – Remus murmurou.


-Obrigada Aluado – sussurrei.


Terminamos a poção, de quase vinte alunos apenas cinco conseguiram fazer a poção perfeita. Depois fomos para a aula de Transfiguração.


-Srtª Evans – chamou-me McGonagall assim que entrou na sala.


-Sim? – Andei até ela.


-Dumbledore precisa falar com a Srtª – disse. – Agoureiro.


Ela andou até sua mesa, me virei para James que me olhou com uma interrogação na testa. Desenhei as palavras na minha boca: “Te vejo depois”. Ele assentiu soltando um beijo. Fui à sala de Dumbledore e falei a senha entrando em sua sala cheia de quadros dos diretores antigos.


-Sente-se Lily – Disse Dumbledore perto de sua Fênix.


Obedeci sentando-me perto de sua mesa.


-O senhor queria falar comigo? – Perguntei. Ele se virou ficando de frente a mim.


-Sim. Então como vai você e James? – Ele indagou. Como ele sabia?


-Bem, apesar deu odiá-lo pouco antes.


Ele riu. Sem ser desrespeitosa eu o achava meio insano. Mas, era gentil e acolhedor.


-Bom, recebi uma carta da sua irmã – ele começou.


Da Túnia? Mas, ela odiava os bruxos ainda mais o jeito que nos correspondíamos.


-Ela mandou duas, uma para o diretor e outra para a Srtª.


Ele me entregou a carta.


-É melhor lê-la aqui, se não quiser ir para aula hoje, está liberada – disse. – Eu sinto muito. Se precisar de mim é só dizer Fênix Irlandesa.


-Obrigada. – Saiu mais como pergunta.


-A Srta. poderia entregar uns avisos para mim? – Dumbledore perguntou.


-Com certeza – respondi. – O que seria?


-Aos senhores: Longbotton, Black, Pettigrew, Lupin e Potter. – Não é coisa boa, pensei. Digamos quando os Marotos estão envolvidos, pensamos em bronca. – E as senhoritas: McKinnon, Oliver, Meadowes, e a senhorita, Evans. – Gelei. Levaria uma bronca por esta andando com os Marotos? – Não é nenhuma punição – Explicou Dumbledore, eu suspirei. – Amanhã, logo depois do jantar, queria que vocês comparecessem aqui.


-Tudo bem, eu dou o aviso – disse antes dele sumir da sala me deixando sozinha com uma penca de quadro com ex-diretores com cara amarrada.


Abri a carta, esperando que Petúnia esfregasse na minha cara que estava namorando e suas férias tinham sido perfeitas. Mas, não. Infelizmente não. Em poucas palavras Túnia escreveu ao que eu temia. Disse que me esperaria voltar de Hogwarts, para morar com seu noivo Vernon Dursley. Continuei a olhar a carta, li e reli umas cinco vezes. Entretanto a noticia não entrava, mastigava cada palavra, mas não engolia. Olhei para os lados procurando um ombro. Ninguém. Queria sair dali, porém as minhas pernas estavam duras, imóveis. Quando finalmente consegui me mover, parecia que tinha se passado dias, ou talvez meses. Sai da sala de Dumbledore, não tinha uma direção, apenas andei. Eu queria correr, todavia me sentia fraca. Achei que o corredor era ilimitado. Ouvi miados, conversa de fantasmas e passos, ignorei. Alguém segurou meu braço, olhei para cima e encontrei um par de olhos azuis acinzentados. Era Sirius.


-Por Merlin Lily – disse ele. – Onde você se meteu? Todo mundo-


Ele parou olhando nos meus olhos. Me puxou para outro corredor, entramos numa sala quente com uma cama dossel a vista. Ele me empurrou – eu só um empurrãozinho – para cama e tirou do seu bolso um espelho.


-Pontas! – Ele disse.


Era o espelho de dois sentidos, eles conversavam pelo espelho em detenções separadas.


-Eu não acho ela Almofadinhas – falou James refletindo o espelho.


-Ela esta comigo idiota – murmurou Sirius


-Onde?


-Sala Precisa.


James fez um aceno de cabeça e logo sumiu, Sirius guardou o espelho de volta.


-Conte – falou.


Eu o abracei chorando.


-Eles morreram Six, a Túnia esta lá sozinha – falei abafada, chorando no abraço.


-Oh, meu Merlin. Sinto muito ruivinha – ele suspirou e deixou-me chorar.


Passaram poucos minutos e James entrou no quarto (sala) e logo sustentou o meu olhar. Sirius se levantou junto comigo dando-me a James.


-Eu vou... Hm, tchau – Sirius murmurou antes de sair.


James me pôs em seu colo dando um beijo na testa e fazendo minha cabeça descansar em seu ombro.


-Recebi uma carta – ele limpou a garganta – do meu pai. Eles foram lá com outros aurores na mesma noite, um comensal a matou, minha mãe está morta – ele falou como se falasse que ela tinha viajado.


Meus olhos se encheram ainda mais de lágrimas, percebi que gostava mais da minha sogra do quê pensava. Eu me endireitei em seu colo e o encarei:


-O que há de errado com você?


-Não... Não consigo acreditar Lil. Ela era tão cuidadosa e talentosa – ele falou “era”, engoli a seco. Ele estava processando, como eu.


-Jay – peguei sua mão. – Estamos juntos.


Ele assentiu beijando as costas da minha mão, quando fechou os olhos a lagrima solitária desceu. Eu o abracei o mais forte possível, com os nossos tórax colados, senti seu coração bater num ritmo mais rápido, dividíamos a dor. Deitamos na cama, e o único som eram nossas respirações com o meu choro abafado.


Nunca chorei tanto na minha vida. Não tinha noção do tempo. Não estava me preocupando com isso. Não queria sair dali. Não podia voltar o tempo, só as memórias. Não dormimos. Não conversamos. Só chorava no peito de James. Quando minhas lagrimas “secaram”, olhei para o nada. Xinguei mentalmente Voldemort e os malditos Comensais da Morte. Xinguei-me. Deveria ter aproveitado meu tempo com meus pais. Eu deveria aceitar. Eu não conseguia. Chorei de raiva e frustração.


-Não quero que você seja auror – disse inesperadamente com minha voz mais rouca que o normal.


-Não quero que você seja Curandeira – falou fixando seu olhar com o meu.


-Quero salvar vidas.


-Eu também.


-Não quero te perder – senti o choro prestes a voltar.


-Não vamos nos perder. – Ele acariciou minhas costas.       


-Você não tem noção do quanto que te amo – choraminguei.


-Tenho, e te amo muito mais.


-Viu? Eu não acredito que deixei você só para agora, é tão egoísta – gemi.


Ele rolou os olhos.


-Eu iria esperar você retribuir até o ultimo dia da minha vida – ele falou.


Era tão bom nós temos trocado de assunto. A tristeza estava ali do lado, mas do outro era James. Simplesmente tentamos ignorar a tristeza, ela ficou ali por horas. Era meia-noite e alguns minutos. Estava desde manhã, processando a noticia. Provavelmente ele pouco menos. Sem demora, ou aviso, o abracei de novo, ele retribuiu apertando minha cintura, e finalmente suspiramos de cansaço e dormimos.


 


“Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona.” Gabriel Meilhan

**Malfeito feito. Nox!** 

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