O Duelo a Meia-noite





 


No último capítulo:


– Quem lê agora?


– Eu – Disse Lene.


Lily entregou o livro para a amiga, que começou.


“O Duelo a meia-noite”


– Que duelo Harry Potter? – perguntou Lily com as mãos na cintura.


Harry arregalou os olhos, mas pediu para que Marlene continuasse. A morena atendeu ao pedido, por experiência própria, sabia que era melhor não deixar Lily braba... Antes da hora.


HARRY JAMAIS ACREDITARA que fosse encontrar um garoto que ele detestasse mais do que Duda, mas isto foi antes de conhecer Draco. Os alunos do primeiro ano da Grifinória, porém, só tinham uma aula com os da Sonserina,


– Graças a Mérlin – Disse Sírius


a de Poções,


Nessa hora todos fulminaram Snape com os olhos.


por isso não precisavam aturar Draco muito tempo. Ou pelo menos, não precisavam até ver um aviso pregado no Salão Comunal da Grifinória que fez todos gemerem. As aulas de vôo começariam na Quinta-Feira e os alunos das duas casas aprenderiam juntos.


– Isso é ótimo Harry! –Disse James sorridente – Você vai poder esfregar na cara daquela cobrinha quem é o melhor.


– A menos que Malfoy seja melhor, Potter – Disse Snape. No que todos ignoraram.


— Típico — disse Harry desanimado — É o que eu sempre quis, fazer papel de palhaço montado numa vassoura na frente do Draco.


– Como se o MEU filho fosse fazer papel de palhaço numa vassoura – Disse James, modestamente – Pena que deverá esperar até o segundo ano para fazer os testes para o time da Grifinória.


Os do presente trocaram olhares divertidos.


– É... Uma pena mesmo – Disse Gina.


Ele estivera ansioso para aprender a voar, mais do que qualquer outra coisa.


– Claro! Voar é a melhor coisa do mundo! – Dizia James com os olhos brilhando. Todos os amantes de Quadribol concordaram.


— Você não sabe se vai fazer papel de palhaço — disse Rony sensato — Em todo o caso, sei que Draco vive falando que é bom em Quadribol, mas aposto que é conversa fiada.


– Por que sempre que um personagem ‘mal’ fala que é bom em alguma coisa, todo mundo diz que ele tá mentindo? – Perguntou Régulus. Ninguém respondeu.


Draco sem dúvida falava muito de vôos. Queixava-se em voz alta que os alunos do primeiro ano nunca entravam para o time de Quadribol


Aquela troca de olhares entre o povo do presente.


e se gabava em longas histórias, que sempre pareciam terminar com ele escapando por um triz dos trouxas de helicóptero.


Todos, menos Snape, encararam Régulus.


– Explicado? – Perguntou Frank


– Sim ¬¬


Mas ele não era o único, pelo que Simas Finnigan contava, ele passara a maior parte da infância voando pelo campo montado numa vassoura.


– Aí já é mais possível – Disse Aly.


Até Rony contava para quem quisesse ouvir sobre a vez em que ele quase batera numa asa delta montado na velha vassoura de Carlinhos.


Todos, menos Snape, pra variar, riram.


Todos os garotos de famílias de bruxos falavam o tempo todo de Quadribol. Rony já tivera uma grande discussão sobre futebol com Dino Thomas, que também usava o dormitório deles.


– Futebol? – Perguntou Régulus.


– É como se fosse Quadribol, para os trouxas – respondeu... James? – Que foi? Eu gosto de esportes ok?


Rony não via nada excitante em um jogo em que ninguém podia voar e só tinha uma bola.


– Só uma bola? – Exclamou Frank – Que graça tem nisso?


Os que conheciam o jogo apenas reviraram os olhos. Futebol era ótimo.


Harry surpreendera Rony cutucando o pôster em que Dino aparecia com o time de futebol de West Ham, tentando fazer os jogadores se mexerem.


Novamente, todos riram.


Neville nunca andara de vassoura na vida, porque a avó nunca o deixara chegar perto de uma.


Frank e Alice trocaram olhares de consolo com o filho.


– Bom, se Neville puxou a mãe... Acho que ela estava certíssima – Disse James, no que Alice tacou-lhe uma almofada.


– O que você quis dizer com isso Potter? – Perguntou Alice.


– Er... Nada, afinal, não foi você que derrubou a professora na nossa primeira aula de voo não é?


Alice corou.


No fundo, Harry achava que ela estava certíssima,


Harry e James trocaram um olhar surpreso e caíram na gargalhada.


porque Neville conseguira sofrer um número impressionante de acidentes mesmo com os dois pés no chão.


– É, Neville, sinto informar, você é mais parecido com sua mãe do que pensa – Disse Sirius, no que recebeu outra almofadada de Alice. Mas Neville sorriu.


Hermione Granger estava quase tão nervosa quanto Neville com a idéia de voar. Isto não era coisa que se aprendesse de cor em um livro, não que ela não tivesse tentado.


Os do passado a olharam com cara espantada.


– Jura? – Disse James


– O que? – Disse Mione


– Que você tentou isso! – Disse Sirius.


– Mais ou menos...


Lily ficou quieta... Ela leu muito sobre isso antes de sua primeira aula de voo.


No café da manhã de Quinta-Feira, deu um cansaço neles falando sobre macetes de vôo que lera em um livro da biblioteca chamado Quadribol Através dos Séculos.


– Esse livro é o melhor! – Disse James (N/Gio: SIM! Pq eu tenho *-* é o melhor u.u)


– Concordo Veado! – Disse Sírius.


– CER-VO!


– VE-A-DO! – Disseram Sírius e Rony.


– CERVO! – Agora eram James e Harry.


Todos riram da cena.


– Ok, chifrudo então. Ponto final. Continue Lene, querida – Disse Sirius galanteador, antes que James e Harry discutissem.


Neville praticamente se pendurava em cada palavra que ela dizia, desesperado para aprender qualquer coisa que o ajudasse a se segurar na vassoura mais tarde,


– Não se preocupe filho, se você ficar nervoso, só piora... – Disse Frank, que adorava Quadribol.


mas todos os outros ficaram muito felizes quando a conferência de Hermione foi interrompida pela chegada do correio.


Harry não recebera nenhuma carta desde o bilhete de Hagrid, uma coisa que Draco não demorara nada a notar, é claro.


– Sonserino de bos...


–JAMES!


– Liberdade de expressão amor!


– Unf! Não dê esse tipo de exemplo ao seu FILHO! – Harry corou, e todos os outros seguravam a risada.


– Ele tem a minha idade!


– Não importa! Seja um pai exemplar! Ou não teremos outros filhos jamais! u.u


Dessa vez, as gargalhadas não puderam ser aguentadas. James ficou quieto, parecia um cachorrinho com o rabo entre as pernas.


A coruja de Draco estava sempre lhe trazendo de casa pacotes de doces, que ele abria fazendo farol na mesa da Sonserina.


James e Lily sorriram tristes. Queriam poder ELES mandar esses mimos a Harry... Claro, não exageradamente.


Uma coruja de curral trouxe para Neville um pacotinho da avó.


Frank sorriu. Sua mãe podia ser meio chata às vezes, mas sabia que ela faria de tudo para que o neto fosse feliz.


Ele o abriu excitado e mostrou a todos uma bolinha de vidro do tamanho de uma bola de gude grande, que parecia cheia de fumaça branca.


– Um Lembrol! – Exclamou Frank feliz – Eu sempre ganhava um da mamãe. – explicou.


— É um Lembrol! — explicou ele — Vovó sabe que sou esquecido. Isto serve para avisar que a gente esqueceu de fazer alguma coisa. Olhe, aperte assim e se ele fica vermelho, ah... — e ficou sem graça, porque o Lembrol de repente emitiu uma luz escarlate —... Você esqueceu alguma coisa...


Neville estava tentando se lembrar do que esquecera


Todos riram.


– Essa é a parte ruim. Você esquece o que esqueceu – Disse Frank.


quando Draco, que ia passando pela mesa da Grifinória, arrancou o Lembrol de sua mão.


Frank instantaneamente levantou-se de um pulo dizendo:


– Devolva isso agora seu filhote de Doninha!


– Frank, senta aí e relaxa, é só um livro – Disse Remus. Muitos seguravam a risada.


Harry e Rony puseram-se imediatamente de pé.


– Bate aqui garotos Ô/ - disse Frank.


Andavam querendo um motivo para brigar com Draco,


– Harry...


– Amor, deixa o garoto! Você já azarou vários garotos abusados nos corredores. Seu filho está defendendo um amigo!


Lily se calou... Mais uma coisa em comum entre Harry e James: A lealdade aos amigos.


mas a Profª. McGonagall, que era capaz de identificar uma confusão mais depressa do que qualquer outro professor da escola, num segundo estava lá.


– Sempre a Tia Minnie – Suspirou Remus, já acostumado a ver a professora impedindo a briga de Marotos e Sonserinos. Leia-se Snape.


— Que é que está acontecendo?


— Draco tirou o meu Lembrol, professora.


Mal-Humorado, Draco mais do que depressa largou o Lembrol na mesa.


— Só estava olhando — falou, e saiu de fininho com Crabbe e Goyle na esteira.


– Ahan, só olhando... Sei... – Disse Dorcas.


– Esses brutamontes que seguem Malfoy não sabem o que fazer sem ser segui-lo? - Perguntou Lene.


– Não – Respondeu simplesmente o Trio de Ouro.


Às três e meia, aquela tarde, Harry, Rony e os outros garotos da Grifinória desceram correndo as escadas que levavam para fora do castelo para a primeira aula de vôo. Era um dia claro, com uma brisa fresca e a grama ondeava pelas encostas sob seus pés ao caminharem em direção a um gramado plano que havia do lado oposto à Floresta Proibida, cujas árvores balançavam sinistramente a distância.


– Clima perfeito para voar – Afirmou James.


– Falou o expert no assunto – Desdenhou Snape.


– Sabe como é Snape, eu prefiro voar, a ficar trancado numa sala com um kit de química, que parece não fazer muito bem aos cabelos.


Algumas risadas, mas deu pra ver que algumas pessoas ali ficaram em clima tenso.


– A qual é! Vocês não esperam que a gente dê as mãos e comece a dançar ‘ciranda-cirandinha’ não é? – Disse James indignado.


Novamente, a sala foi tomada por risadas... Que comparação era aquela?


– Ok amor... Ok, vamos nos acostumar com isso – Disse Lily ainda com um sorriso teimoso no rosto.


Os garotos da Sonserina já estavam lá, bem como as vinte vassouras arrumadas em fileiras no chão. Harry ouvira Fred e Jorge Weasley se queixarem das vassouras da escola, dizendo que havia umas que começavam a vibrar quando voavam muito alto, ou sempre repuxavam ligeiramente para a esquerda.


– Confirmado – Disseram todos, menos Mione, Neville, Snape, Aly, Lily e Dorcas. Que não curtiam muito voar muito alto, ou voar.


A professora, Madame Hooch, chegou. Tinhas cabelos curtos e grisalhos e olhos amarelos como os de um falcão.


— Vamos, o que é que estão esperando? — perguntou com rispidez — Cada um ao lado de uma vassoura. Vamos, andem logo.


– Que simpática – Disse Lene surpresa.


– Professores não tem que ser simpáticos, tem que ensinar sua matéria, e manter a turma sob controle, ensinar disciplina – Disse Régulus


Harry olhou para a vassoura. Era velha e tinha algumas palhas espetadas para fora em ângulos estranhos.


— Estiquem a mão direita sobre a vassoura — mandou Madame Hooch diante deles — E digam “Em pé!”.


— EM PÉ! —— gritaram todos.


Muitos na sala gritaram também.


‘Loucos’ murmurou Rég-rég (N/Gio : ^^ awn, eu amo esse apelido kk’... Ignorem essa nota ‘-‘)


A vassoura de Harry pulou imediatamente para sua mão, mas foi uma das poucas que fez isso.


Harry corou com as palmas que recebeu e a batidinha nas costas de seu pai.


A de Hermione Granger simplesmente se virou no chão e a de Neville nem se mexeu. Talvez as vassouras como os cavalos, percebessem quando a pessoa estava com medo, pensou Harry,


– Aí Lily! Ele tem seu raciocínio pelo menos, estava começando a desconfiar da mãe – Disse Sirius.


– O QUÊ? Tá maluco Black? – Gritou Lily.


– Calma ruiva! Era brincadeira! Ele tem seus olhos, sua calma, seu tudo! – dizia desesperado já que agora tinha uma varinha entre ele e uma ruiva com olhar perigoso.


havia um tremor na voz de Neville, que dizia com demasiada clareza que ele queria manter os pés no chão.


– Sei como é filho, sei como é – Disse Aly.


Madame Hooch, em seguida, mostrou-lhes como montar as vassouras sem escorregar pela outra extremidade, e passou pelas fileiras de alunos corrigindo a maneira de segurá-la. Harry e Rony ficaram contentes quando ela disse a Draco que ele segurava a vassoura errado havia anos.


– CHUPA MALFOY! – Gritaram os Marotos e Frank.


As meninas estavam com cara tipo: O.o que (PIIIII) foi essa?


— Agora, quando eu apitar, dêem um impulso forte com os pés — disse a professora — Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando o corpo um pouco para frente. Quando eu apitar... três... dois...


– UM! – Gritou James pulando do sofá.


...


– Cadê o um do livro? – Perguntou Sirius.


Mas Neville, nervoso, assustado, e com medo que a vassoura o largasse no chão, deu um impulso forte antes mesmo de o apito tocar os lábios de Madame Hooch.


– Você não tem muita sorte garoto – Comentou Snape para Neville. Que achou meio estranho o “diretor” estar falando com ele desse jeito. Só concordou com a cabeça.


— Volte, menino! — gritou ela, mas Neville subiu como uma rolha que sai sob pressão da garrafa, quatro metros, seis metros.


Alice estava adquirindo tons de pele muito claras... Estava parecendo um fantasma.


– Mamãe... Eu estou aqui... Vivo – Disse Neville que se preocupou com a mãe.


Harry viu a cara de Neville branca de medo espiando para o chão enquanto ganhava altura, viu-o exclamar, escorregar de lado para fora da vassoura e...


Alice se agarrou a Frank, estava com muito medo pelo filho, mesmo sabendo que ele saiu daquela encrenca.


BUM! Um baque surdo, um ruído de fratura e Neville caindo de borco na grama, estatelado.


Foi preciso um tempo para Aly conseguir se acalmar. Preocupação de mãe.


Sua vassoura continuou a subir cada vez mais alto e começou a flutuar sem pressa em direção à Floresta Proibida e desapareceu de vista.


– Adeus! Já vai tarde. Quem sabe assim a escola não compra vassouras novas? – Disseram esperançosos os Gêmeos.


– A escola não tem dinheiro para tanto! Além do mais, aposto que gastam dinheiro com algo mais importante! – Disse Mione.


– Quadribol é importante Mione – Disse Rony.


Madame Hooch se debruçou sobre Neville, o rosto tão branco quanto o dele.


— Pulso quebrado — Harry ouviu-a murmurar — Vamos, menino, levante-se.


– Harry tem um talento enorme de ouvir coisas – Disse Fred.


– Quase tão enorme quanto o de ouvir coisas que o metam em encrencas.


– Eu não me meto em encrencas... As encrencas que...


– Veem ao seu encontro... Sim estamos sabendo – Desdenhou Rony.


Virou-se para o restante da classe.


— Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo este menino a Ala Hospitalar! Deixem as vassouras onde estão ou vão ser expulsos de Hogwarts antes de poderem dizer “Quadribol”. Vamos, querido.


Neville, o rosto manchado de lágrimas, segurando o pulso, saiu mancando em companhia de Madame Hooch, que o abraçava pelos ombros. Assim que se distanciaram e ficaram fora do campo de audição da classe, Draco caiu na gargalhada.


– Quando eu por as mãos nesse moleque... – Dizia Frank.


– Daqui a pouco vou aplicar umas coisas da lista dos Dursley nele! – Ameaçou Alice, no que todos a olharam espantados – Que foi? Eu também tenho direito de ficar com raiva de alguém que trata meu filho dessa maneira! – Justificou-se.


— Vocês viram a cara dele, o panaca?


– Panaca é o seu...


– JAMES!


Os outros alunos da Sonserina fizeram coro.


— Cala a boca, Draco — retrucou Parvati Patil.


– Gostei dela, aprovo como peguete filho – Disse James.


– O quê? – Disse Harry.


– É, sabe? Uns beijinhos, mas nada de mais, ela não me parece muito... Aguentável... E... – Mas foi interrompido por Gina:


– Harry não é muito de “pegar” James, e ela não é mesmo uma garota aguentável. Continue Lene, sim?


Harry e Gina trocaram um olhar, e coraram.


James escondeu um sorrisinho, sabia que o gosto por ruivas estava no sangue.


— Uuuu, defendendo o Neville? — disse Pansy Parkinson, uma aluna da Sonserina de feições duras — Nunca pensei que você gostasse de manteiguinhas derretidas, Parvati.


– AH TÃO ZUANDO COM A MINHA CARA! Desculpa Régulus, mas alguns Sonserinos por aí deveriam conhecer a sola do meu sapato – Disse Frank – Ou pelo menos o estupefaça da Aly.


– Isso sim – Disse Remus com um arrepio, como todos do passado. E explicou: Ela é ótima nesse feitiço.


– Tipo a Gina com a azaração para rebater bicho-papão? – Perguntaram os gêmeos com medo.


Gina e Aly riram.


— Olhe! — disse Draco, atirando-se para frente e recolhendo alguma coisa na grama — É aquela porcaria que a avó do Neville mandou.


– Porcaria que você queria ter roubado não é? – Perguntou Rony.


– Inveja é uma coisa tão feia... – Lamentou-se Remus.


Lembrol cintilou ao sol quando o garoto o ergueu.


— Me dá isso aqui, Draco — falou Harry em voz baixa.


– PERIGO! – Alertaram os do presente.


Todos pararam de conversar para espiar, Draco soltou uma risadinha malvada.


— Acho que vou deixá-la em algum lugar para Neville apanhar, que tal em cima de uma árvore?


– Que tal eu te deixar em cima de uma árvore? – Perguntou James.


Muitos riram, mas isso fez Harry se lembrar do que os Marotos fizeram com Snape em seu 5º ano. Ele mereceu tentou convencer a si mesmo.


— Me dá isso aqui — berrou Harry, mas Draco montara na vassoura e saíra voando. Ele não mentira, sabia voar bem, e planando ao nível dos ramos mais altos de um carvalho desafiou — Venha buscar, Potter!


– Vai lá filho! E se tiver oportunidade, derrube aquela doninha da vassoura! –Incentivou James. Lily apenas ficou calada. Um incentivando já era bom.


Harry agarrou a vassoura.


Lene parou a leitura por um momento.


–Sabem... Se pararmos pra pensar por um momento. Os autores devem cuidar com algumas frases... Pode haver duplo sentido.


Risadas por toda sala.


– Como disse uma pessoa que eu não conheço: “Sou responsável por aquilo que eu falo, não por aquilo que você entende.” – Disse Remus rindo com os outros.


— Não! — gritou Hermione Granger — Madame Hooch disse para a gente não se mexer Vocês vão nos meter numa enrascada.


Todos os garotos, em companhia de Lene e Gina, reviraram os olhos.


Harry não lhe deu atenção. O sangue palpitava em suas orelhas. Ele montou a vassoura, deu um impulso com força e subiu, subiu alto, o ar passou veloz pelo seu cabelo e suas vestes se agitaram com força para trás e numa onda de feroz alegria ele percebeu que encontrara alguma coisa que era capaz de fazer sem ninguém lhe ensinar.


Harry sorriu com a lembrança de seu primeiro voo numa vassoura.


– EU DISSE! – Gritou James – MEU FILHO É MUITO FO...


– JAMES!


– FONTÁSTICO amor. u.u


Isto era fácil, era maravilhosoPuxou a vassoura para o alto para subir ainda mais e ouviu gritos e exclamações das garotas lá no chão e um viva de admiração do Rony. Virou a vassoura com um gesto brusco ficando de frente para Draco, que planava no ar. O garoto estava abobalhado.


– Claro, meu filho arrasa com a sua vassoura.


– James... O duplo sentido lembra? – Disse Lene.


– Entenda como quiser Lene, entenda como quiser.


Nem é preciso comentar que muitas risadas seguiram essa frase, com um Harry muito corado.


— Me dá isso aqui — mandou Harry — Ou vou derrubar você dessa vassoura!


– SANGUE DO MEU SANGUE! – Berrou James orgulhoso.


— Ah é? — retrucou Draco, tentando caçoar, mas parecendo preocupado.


– Não se garante sem os amiguinhos Malfoy? – Desafiou James.


Harry de alguma maneira sabia o que fazer.


– Claro porque ele é meu filho e está no...


– JÁ ENTENDEMOS! – Gritaram todos.


Curvou-se para frente, segurou a vassoura com firmeza com as duas mãos e ela disparou na direção de Draco como uma lança. Draco só conseguiu escapar por um triz. Harry fez uma curva fechada e manteve a vassoura firme. Algumas pessoas no chão aplaudiam.


James fez menção de falar alguma coisa, mas Lily lhe lançou seu melhor olhar assassino.


— Aqui não tem Crabbe nem Goyle para salvarem sua pele, Draco — berrou Harry.


–Hotweels, vai encarar? – Disseram os gêmeos em posse.


O mesmo pensamento parecia ter ocorrido a Draco.


– Até ele sabe que apanha! – Indignou-se Régulus – Que vergonha da Sonserina!


– Não que tenha muitos corajosos na Sonserina... Isso é com o Grifinórios em geral. – Disse Rony.


— Apanhe se puder, então! — gritou, e atirou a bolinha de cristal no ar e voltou para o chão.


– Covarde – Murmurou Dorcas.


Harry viu, como se fosse em câmara lenta, a bolinha subir no ar e começar a cair. Ele se curvou para frente e apontou o cabo da vassoura para baixo, no instante seguinte estava ganhando velocidade num mergulho quase vertical, apostando corrida com a bolinha. O vento assobiava em suas orelhas, misturado aos gritos das pessoas que olhavam, ele esticou a mão a uns trinta centímetros do solo agarrou-a, bem em tempo de levar a vassoura à posição vertical, e caiu suavemente na grama com o Lembrol salvo e seguro na mão.


– MEU FILHOOOOOOOOO – Berrou James. De novo – Vai ser o segundo melhor apanhador do século.


– Segundo? – Perguntou Rony


– Claro. O primeiro sou eu – Disse sorrindo, no que recebeu várias almofadadas.


– Mas você é artilheiro, Viado – Disse Sirius.


– Não importa, você sabe que se for preciso eu jogo como apanhador. Até ganhei aquela medalha lembra? Está lá na sala dos troféus.


Harry sorriu junto com o trio, estava explicado, Harry sempre achou que o pai fora apanhador...


— HARRY POTTER!


– Iiiihhhh, FODEU – Disse uma voz.


– James! – Gritou Lily.


– Mas eu não falei nada! – Defendeu-se o maroto


– Então... Quem foi? – Perguntou Gina.


Ninguém respondeu, mas os marotos viram um sorrisinho idêntico no rosto de cada gêmeo.


– É uma nova invenção nossa – Explicou Fred aos sussurros – Ainda não terminamos, nem nomeamos, mas ninguém pode te acusar de falar algo que não sai de sua boca – Finalizou piscando.


Os marotos sorriram, aqueles gêmeos eram mesmo bons no que faziam.


– Onde está? – Perguntou Remus, curioso.


– Botamos num canto da sala, acionamos com a varinha e...


–O que vocês estão cochichando aí atrás? – Perguntou Lily desconfiada.


– Que foi amor? Você desconfia de NÓS?


– Always.


Ele perdeu a animação mais depressa do que quando mergulhara.


A Profª. McGonagall vinha correndo em direção à turma.


– Oh no! – Disseram muitos.


– Vish, vocês gostam de falar inglês né? – Perguntou Snape.


– Oh yeah – Respondeu Sirius.


Ele se levantou tremendo.


— Nunca... em todo o tempo que estou em Hogwarts... — a Profª. McGonagall quase perdeu a fala de espanto e seus óculos cintilavam sem parar —... Como é que você se atreve... podia ter partido o pescoço...


– Não foi culpa dele Minnie! –Dizia Sirius.


– Foi a Doninha! – Dizia Frank


– Tenha piedade – Implorava Remus.


– Você sabe que ele tem o meu talento! Não faça nada com ele Ç.Ç – Choramingava James.


– É SÓ UM LIVRO! – Gritou Dô.


— Não foi culpa dele, professora...


— Calada, Srta. Patil...


— Mas Draco...


— Chega, Sr. Weasley, Potter me acompanhe, agora.


– NÃÃÃÃÃÃÃOOOO – Gritaram os do passado, com exceção de Snape.


–Sem drama, please. – Disse Gina (N/A: quem viu essa polemica da Manu Gavassi?)


– Mas ele pode ser expulso! – Dizia Sirius desesperado balançando Rony loucamente.


– Mas ele está aqui! E a gente disse que estudamos até o sexto ano! – Respondeu o ruivo.


...


– Er... Ah é. Hehe... Continuando... – Disse Lene.


Harry viu as caras vitoriosas de Draco, Crabbe e Goyle ao sair acompanhando, espantado, a Profª. McGonagall, que seguiu para o castelo. Ia ser expulso, sabia. Queria dizer alguma coisa para se defender, mas parecia ter acontecido alguma coisa com a sua voz.


– Calma filho, a Tia Minnie não vai fazer nada com você... Ela não vai... – Falava James, tentando se fazer acreditar.


– Eu vou socar aquelas caras de bunda de macaco! – Urrou Sirius.


Harry caiu na gargalhada. Todos o olharam assustado, nem tinha sido tão engraçado...


– O... Sírius... Parece... O... Ron... Né Mione? – Dizia tentando se acalmar.


A morena entendeu na hora e riu também. Pareciam mesmo.


Lene continuou mesmo ainda confusa.


A Profª. McGonagall caminhava decidida, sem nem olhar para trás, ele tinha que correr para acompanhar seu passo. Agora se enrascara. Não tinha durado nem duas semanas. Estaria fazendo as malas dali a dez minutos.


– Otimismo hein Harry? – Disse Jorge.


– Pois é, tenta você ser quase expulso na sua segunda semana de aula pra ver como vai ficar otimista.


Fred e Jorge estavam emocionados, a ironia Potter *-*.


Que iriam dizer os Dursley quando ele aparecesse à porta da casa?


– Que você já estava de saída! – Disse Sirius imediatamente, e ao olhar de todos explicou- Eu sei que eu não morri. Vá me procurar!


Os do presente ficaram quietos, e Lene, percebendo o clima, continuou.


Subiram os degraus da entrada, subiram a escadaria de mármore, e a Profª. McGonagall continuava a não dizer nada. Escancarava portas e marchava pelos corredores com Harry trotando infeliz atrás dela. Talvez ela o levasse a Dumbledore. Pensou em Hagrid, aluno expulso a quem tinham permitido continuar na escola como guarda-caça. Talvez virasse assistente de Hagrid.


– Não seria tão ruim – Comentou Neville.


– É com certeza não, porque a melhor coisa é virar ajudante de alguém que cria diversos tipos de animais que podem te ferir de três jeitos ou mais diferentes! – Se indignou Rony, ele nunca se esqueceria dos Explosivins.


– Rony... É o Hagrid...


– É... Ok. Desculpa pessoal, mágoa de aluno.


Seu estômago revirava só de pensar, observando Rony e os outros se tornarem bruxos enquanto ele andava pela propriedade carregando a bolsa de Hagrid.


– Não acho que isso aconteceria de fato... – comentou Dô.


A Profª. McGonagall parou à porta de uma sala de aula. Abriu a porta e meteu a cabeça para dentro.


— Com licença, Prof. Flitwick, posso pedir o Wood emprestado por um instante?


– Wood? – Perguntaram todos do passado, sem exceções, dessa vez.


“Wood?” pensou Harry, intrigado, Wood seria alguma coisa que ela ia usar para castigá-lo?


Todos do presente caíram na gargalhada, e os do passado acharam estranhos, mas sabe aquela risada que você se contagia? Pois é, num estante todos estavam rindo junto. Menos Snape. O que eu estou fazendo aqui? Perguntava-se.


Mas Wood afinal era uma pessoa, um menino forte do quinto ano, que saiu da sala de Flitwick parecendo confuso.


James franziu o cenho pensativo... Será?


— Vocês dois me sigam — disse a Profª. McGonagall, e continuaram todos pelo corredor, Wood examinando Harry com curiosidade — Entrem.


A Profª. McGonagall indicou uma sala de aula que estava vazia exceto por Pirraça, que se ocupava em escrever palavrões no quadro-negro.


– Aposto que sei com quem ele aprendeu certos palavrões – Disse Lily olhando acusadoramente aos Marotos, eles por sua vez, desviaram o olhar e pediram para Lene continuar.


— Fora, Pirraça! — ordenou ela.


– Vai Tia Ô/ - Disse... Lily? – O que? Ficar tanto tempo com vocês prejudica a sanidade mental, ok?


– Ok... Mas pirraça não vai obedecer a Professora McGonagall u.u – Disse Fred. – Ele não obedece qualquer um, acredite, eu e Jorge podemos falar que ele só nos ajuda.


– Ui modesto ¬¬


Pirraça atirou o giz em uma cesta, produzindo um eco metálico e alto e saiu xingando. A Profª. McGonagall bateu a porta atrás dele e virou-se para encarar os dois garotos.


A maioria engoliu um seco, os olharem da Profª. McGonagall deixavam qualquer um com medo.


— Harry Potter, este é Olívio Wood. Olívio... encontrei um apanhador para você.


Lene parou a leitura por um minuto, até todos os que não sabiam do fato, digerirem a última frase.


James foi o primeiro a gritar falar:


– EU DISSE QUE MEU FILHO ERA DEMAIS!


– Mas ele está no primeiro ano – Disse Régulus – Deve ser o jogador mais novo do...


–... Século – Completaram os do presente.


Todos estavam comentando isso muito entusiasmados (com exceção de Snape, como sempre), e Sírius com um sorriso malvado no rosto comenta alto:


– Pois é James, parece que achamos alguém melhor do que você.


O moreno parou o que estava fazendo na hora:


– O quê? Não! Eu com certeza sou melhor.


– Não sei... Ele entrou no primeiro ano... E você... Não.


– Isso não importa Almofadinhas, o time já estava completo no meu primeiro ano e...


– Mas a Tia Minnie infringiu uma regra de Hogwarts, e isso só para colocar Harry no time da Grifinória.


Quando James ia responder, com palavras não muito educadas, Dorcas interrompeu:


– NEM VEM! Vamos ler. Outra hora podemos fazer uma pequena... Competição familiar para resolvermos essa questão – Disse sorrindo no que todos concordaram.


A expressão de Olívio mudou de confusão para prazer.


– Outro amante de Quadribol! – Disse Frank feliz.


– Olívio? – Começou Fred.


– Ele é obcecado! – Continuou Jorge – Ele jogava profissionalmente até uns tempos atrás.


– Jogava? Não joga mais? – Perguntou Lene.


– Er... Com a guerra ficou meio difícil de continuar com os jogos... – Explicou Harry


— Está falando sério, professora?


— Seríssimo — resumiu a Profª. McGonagall — O menino tem um talento natural. Nunca vi nada parecido. Foi a primeira vez que montou numa vassoura, Harry?


– Ela nunca viu nada parecido – Cantarolou Sírius.


– Ela deve ter se esquecido de mim – Disse James.


Harry confirmou com a cabeça. Não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, mas parecia que não estava sendo expulso, e começou a recuperar um pouco da sensibilidade nas pernas.


Muitas risadas pela sala.


— Ele apanhou aquela coisa com a mão depois de um mergulho de mais de 15 metros — a Profª. McGonagall contou a Wood. — Não sofreu um único arranhão. Nem Carlinhos Weasley seria capaz de fazer igual.


– Aí está outro Weasley! – Disse Remus.


– A gente é foda mano – Disse Rony do gueto.


Olívio parecia agora alguém cujos sonhos tinham virado realidade, todos ao mesmo tempo.


— Você já assistiu a um jogo de Quadribol, Potter? — perguntou excitado.


– Oh sim, claro – Disse Régulus – O garoto descobre que é um bruxo a mais ou menos 1 mês e já querem que ele tenha assistido a um jogo de Quadribol.


— Wood é o capitão do time da Grifinória — explicou a Profª. McGonagall.


— E tem o físico perfeito para um apanhador — acrescentou Olívio agora andando a volta de Harry, examinando-o — Leve, veloz, vamos ter de arranjar uma vassoura decente para ele, professora, uma Nimbus 2000 ou uma Cleansweep 7, na minha opinião.


Os olhos dos amantes de Quadribol estavam brilhando.


— Vou conversar com o Prof. Dumbledore e ver se podemos contornar o regulamento para o primeiro ano.


– Não disse? – Dizia Gina – Harry já começou a quebrar as regras de Hogwarts ali! Sendo incentivado pela coordenadora da Grifinória.


Deus sabe que precisamos de um time melhor do que o do ano passado. Esmagado naquele último jogo contra os sonserinos. Mal consegui encarar Severo Snape no rosto durante semanas...


Snape deu um sorriso satisfeito, coisa que muitos resolveram ignorar, inclusive James,só pela Lily, pensou.


A Profª. McGonagall espiou Harry com severidade por cima dos óculos.


— Quero ouvir falar que você está treinando com vontade, Potter, ou posso mudar de idéia quanto ao castigo que merece.


Muitos engoliram o seco novamente.


Então, inesperadamente, ela sorriu.


– O QUÊ? – Gritou Dorcas.


– Minerva riu para alguém que não foram os marotos, DE NOVO? – disse Lene.


Os do passado estavam admirados, e os Marotos, por mais que não falassem, com um pouco de ciúmes, afinal, ela era a professora preferida deles e eles eram seus alunos preferidos.


— Seu pai teria ficado orgulhoso. Era um excelente jogador de Quadribol.


James olhou para Sírius com um sorriso convencido e falou:


–Não disse? Eu sou um ótimo jogador.


– É, mas ela ainda disse que Harry era o melhor que ela já tinha visto.


James apenas deu a língua ao amigo. O maroto estava realmente feliz, seu filho era um ótimo piloto, e jogador, futuramente, e ele tinha um carinho muito grande para com a Profª Minerva, e sabia que ela também gostava muito dele.


* * *


— Você está brincando!


Era hora do jantar. Harry acabara de contar a Rony o que acontecera quando deixara os jardins da propriedade com a Profª. McGonagall. Rony tinha um pedaço de bife e pastelão de rins a meio caminho da boca, mas esqueceu o que estava fazendo.


– UAU! – Exclamaram os Gêmeos e Gina – Para Rony ter abandonado comida, Harry merecia um prêmio!


— Apanhador? — exclamou — Mas os alunos do primeiro ano nunca... você vai ser o jogador da Casa mais novo do último...


– SÉCULO!


 Século — completou Harry, enfiando o pastelão na boca. Sentia-se particularmente faminto depois da agitação da tarde — Olívio me disse.


Rony estava tão admirado, tão impressionado, que ficou ali sentado de boca aberta para Harry.


Rony corou.


— Vou começar a treinar na próxima semana — anunciou Harry — Só não conte a ninguém, Olívio quer fazer segredo.


Fred e Jorge Weasley entraram nesse momento no salão, viram Harry e foram depressa falar com ele.


— Grande lance — falou Jorge em voz baixa — Olívio nos contou. Estamos no time também...Batedores.


Lene sorriu. Ela era batedora de sua época.


— Sabe de uma coisa, tenho certeza de que vamos ganhar a Taça de Quadribol deste ano — disse Fred — Não ganhamos desde que Carlinhos terminou a escola, mas o time deste ano vai ser brilhante. Você deve ser bom, Harry, Olívio estava quase dando pulinhos quando nos contou.


Alguns riram.


— Em todo o caso, temos de ir, Lino Jordan acha que encontrou uma nova passagem secreta para sair da escola.


– O QUÊ? – Disseram os marotos – Impossível! u.u


– Era alarme falso... – Explicou Fred.


Fred e Jorge mal tinham desaparecido quando alguém menos bem-vindo apareceu: Draco, ladeado por Crabbe e Goyle.


– Pra variar.– Disse Rony.


— Comendo a última refeição, Potter? Quando vai pegar o trem de volta para a terra dos trouxas?


— Você está bem mais corajoso agora que voltou ao chão e está acompanhado por seus amiguinhos — disse Harry tranqüilo.


– TOOOOOMA MALFOY! – Disseram os do passado (menos Snape e.e)


Não havia nada “inho” em Crabbe nem em Goyle, mas como a Mesa Principal estava repleta de professores, os garotos só podiam estalar as juntas e fazer cara feia.


– Inteligência da Lily – Cantarolaram Remus e Sírius.


— Enfrento você a qualquer hora sozinho — disse Draco — Hoje à noite, se você quiser. Duelo de bruxos. Só varinhas, sem contato. Que foi? Nunca ouviu falar de duelo de bruxos, suponho?


– Ora seu...


– É só um livro amor (-.-)


Snape fez uma careta de dor, doía muito, apesar de saber que os dois ficariam juntos, ouvir Lily chamando Potter de amor.


— Claro que já — respondeu Rony virando-se — Vou ser o padrinho dele, quem vai ser o seu?


– EU sou padrinho dele – Disse Sirius com beicinho, no que muitos riram.


–RONALD WEASLEY! – Gritou Lily – Por que você não tentou impedir isso de acontecer? Não deve ficar incentivando meu filho a se meter nesse tipo de coisa!


Rony estava um pouco assustado e paralisado... O que dizer a uma ruiva com aquele tipo de expressão assassina no rosto?


Lene, novamente querendo salvar uma pobre pessoa da Ruiva, continuou rapidamente a leitura.


Draco mirou Crabbe e Goyle medindo-os.


— Crabbe, meia-noite está bem? Nos encontramos na Sala de Troféus, está sempre destrancada.


Quando Draco foi embora, Rony e Harry se entreolharam.


— O que é um duelo de bruxos? — perguntou Harry — E o que você quis dizer quando se ofereceu para ser meu padrinho?


– Ele quis se intrometer! Só porque eu to sumido do mundo não quer dizer que alguém deva me substituir! – Sirius continuou com a brincadeira.


— Bom, o padrinho fica lá para tomar o seu lugar se você morrer


– Você não esperava tranquilizar o garoto assim não é? – Perguntou Snape para Rony, que deu um sorrisinho culpado a todos.


— disse Rony com displicência, começando finalmente a comer o pastelão frio. Surpreendido com a expressão no rosto de Harry, acrescentou bem depressa — Mas as pessoas só morrem em duelos de verdade, sabe, com bruxos de verdade. O máximo que você e Draco conseguirão fazer será atirar fagulhas um no outro. Nenhum dos dois conhece magia suficiente para fazer estragos. Mas aposto que ele esperava que você recusasse.


– Mas os Potter nunca recusam um desafio! – Exclamou James.


– O que simplesmente ferra com a vida deles e dos amigos – Disse Remus, no que todos os amigos dos Potter concordaram (entenderam que o Snape ficou quieto de novo né? Só que agora o Régulus também ficou, porque ele não é exatamente ‘amigo’ deles a muito tempo ^^).


— E se eu agitar minha varinha e nada acontecer?


— Jogue a varinha fora e meta-lhe um soco na cara — sugeriu Rony.


– Maninho... Você está finalmente demonstrando ser nosso irmão – Disse Jorge.


— Com licença.


Os dois ergueram os olhos.


Era Hermione Granger.


–Hermione... – Disse Lily suplicante – Me diz que você impediu isso.


– Eu tentei...


– Glória a Mérlin! – Exclamou a ruiva abraçando a adolescente espantada. – Alguém com juízo!


Todos estavam espantados demais para alguma reação.


— Será que a pessoa não pode comer sossegada neste lugar? — exclamou Rony.


– Seu Legume Insensível – Disse Harry rindo, lembrando do apelido do amigo.


Hermione não ligou para ele e se dirigiu a Harry.


— Não pude deixar de ouvir o que você e Draco estavam dizendo...


— Aposto que podia — resmungou Rony.


– Mais um ponto para o Senhor Legume Insensível – Narrou Neville.


— E você não deve andar pela escola à noite, pense nos pontos que vai perder para a Grifinória se for pego, vai ser muito egoísmo da sua parte.


— É, para falar a verdade, não é da sua conta — respondeu Harry.


– Ah Harry – Lamentou-se Gina- Olha só no que a convivência com o Ron fez com você :/


— Tchau — disse Rony.


– PONTO! – Gritou Fred.


– E quanto ficou o placar caro amigo Neville? – Perguntou Jorge, com voa de comentarista de esportes.


– 3x1 para nosso Legume Ruivo, mas esse com certeza não é o fim Jorge, ele jogou espetacularmente mal, levando em conta que futuramente esse será um grande casal de Hogwarts!


Mione e Ron coraram.


– E tudo só depende de ALGUÉM tomar uma atitude – Disse Harry olhando diretamente para Rony, que corou mais ainda.


Em todo o caso, não era o que se poderia chamar de um final perfeito para o dia, pensou Harry, muito mais tarde, deitado na cama sem dormir, percebendo Dino e Simas adormecerem. Neville não voltara do hospital.


Alice e Frank olharam para o filho, preocupados.


–O que houve?


– O livro vai contar, mas como eu não sou cruel como o Harry, eu digo: Eu esqueci a senha do retrato – Disse levemente corado.


– Aprenda com Neville Harry. – Disse James, no que O Eleito riu.


Rony passou a noite toda lhe dando conselhos do tipo “Se ele tentar lançar um feitiço, é melhor você tirar o corpo fora, porque não consigo me lembrar como se fecha o corpo”.


– Conselho nota 10 – Ironizou Régulus.


– Você esperava o quê? Eu estava no primeiro ano também! – Defendeu-se o ruivo.


Havia uma boa chance de serem pegos por Filch ou por Madame Nor-r-ra, e Harry sentiu que estava abusando da sorte, desrespeitando mais um regulamento da escola no mesmo dia.


Os do presente reviraram os olhos, menos Harry.


– Você se acostumou Harry – Disse Gina – Era o quê? Cinco regras quebradas por semana?


– Hum... Depende do ano – Falou Ron pensativo.


Alguns do passado riam. Outros só escutavam, e Lily se lamentava:


– Tinha que puxar o pai... Tinha que puxar o pai...


Por outro lado, a cara de deboche de Draco não parava de lhe aparecer no escuro. Essa era sua grande oportunidade de vencer Draco cara a cara. Não podia perdê-la.


– TINHA QUE PUXAR O PAI E O PADRINHO! – Berrou Lily, assustando a todos – Outro que não pode ficar sem se meter com Sonserinos!


Silêncio. Todos estavam com medo da figura ruiva no meio da sala.


— Onze e trinta — Rony cochichou finalmente — É melhor irmos.


Eles vestiram os robes, apanharam as varinhas e atravessaram sorrateiros o quarto da Torre, desceram a escada em espiral e entraram na Sala Comunal da Grifinória. Algumas brasas ainda rutilavam na lareira, transformando todas as poltronas em sombras corcundas. Tinham quase chegado à abertura no retrato quando uma voz falou da poltrona mais próxima.


– Sempre tem alguém na sala comunal nessas horas – Disse Sirius.


– Nessas horas? – Perguntou Dorcas


– É! Nessas horas que ninguém deveria estar, nessas horas que queremos fazer alguma coisa escondida – Nessa hora Sirius olhou para Lene, eles coraram e desviaram o olhar.


— Não posso acreditar que você vai fazer isso, Harry.


Uma lâmpada se acendeu.


Era Hermione Granger, de robe cor-de-rosa e cara fechada.


– Vai lá Mione – Murmurava Lily, mesmo sabendo que ninguém seguraria seu filho, afinal, ele era filho de James.


— Você! — exclamou Rony furioso — Volte para a cama!


— Quase contei ao seu irmão — retorquiu Hermione — Percy, ele é monitor, ia acabar com essa história.


– Mas Mione não é traíra – Disse Harry sorrindo, percebendo que alguns do passado estavam olhando de canto para ela.


– Você era irritante Mione – Disse Sírius.


Mione sorriu, para espanto geral.


– Eu sei – Disse simplesmente – Eu tentava botar um pouco de juízo neles... Mas até hoje não consegui...


– Falou a garota que fez Polissuco no segundo ano sem permissão – Murmurou Ron


– O QUÊ? – Disseram a maioria


– Segundo livro – Disse Harry com um sorriso maldoso.


Harry não conseguiu acreditar que alguém pudesse ser tão metido.


– Obrigada Harry – Disse Mione.


– Sempre que precisar (y)


— Vamos — chamou Rony.


Afastou o retrato da Mulher Gorda com um empurrão e passou pela abertura. Hermione não ia desistir com tanta facilidade. Seguiu Rony pela abertura do retrato, sibilando para os dois como um ganso raivoso.


— Vocês não se importam com a Grifinória, vocês só se importam com vocês mesmos, eu não quero que a Sonserina ganhe a Taça das Casas e vocês vão perder todos os pontos que ganhei com a Profª. McGonagall por saber a Troca de Feitiços.


– Não faça eles se sentirem mal – Disse Aly meio triste


– Eu... Não queria, mas eles iam botar tudo a perder! – Tentava se explicar Mione.


— Vai embora.


— Tudo bem, mas eu preveni vocês, lembrem-se do que eu disse quando estiverem amanhã no trem voltando para casa, vocês são tão...


Mas o que eram, eles não chegaram saber. Hermione se virara para o retrato da Mulher Gorda para tornar a entrar e se viu diante de um quadro vazio. A Mulher Gorda tinha saído para fazer uma visita noturna e Hermione ficou trancada do lado de fora da Torre da Grifinória.


– SE FOD...


– JAMES!


– Ok :x


— Agora o que é que eu vou fazer? — perguntou com a voz esganiçada.


— O problema é seu — disse Rony — Nós temos de ir, se não vamos nos atrasar.


– E MAIS UM POOOOOOOONTO para nosso lindo Legume Insensível – Disse Gina.


– Lindo?


– Claro, você é um Weasley, dã! A gente seduz geral u.u


Nem tinham chegado ao fim do corredor quando Hermione os alcançou.


— Vou com vocês.


— Não vai, não.


— Vocês acham que vou ficar parada aqui, esperando o Filch me pegar? Se ele encontrar os três, conto a verdade, que eu estava tentando impedir vocês de saírem e vocês podem confirmar.


– Que cara de pau! – Exclamou Sirius.


Todos olharam para a morena.


– Er... Eu não sei o que falar.


– Tudo bem... – Disse Harry.


–Como vocês viraram amigos? – Perguntou Lene.


– O livro vai dizer... Nem a gente sabe direito... – Disse Rony.


— Mas que cara-de-pau — disse Rony bem alto.


— Calem a boca, vocês dois — disse Harry bruscamente — Ouvi uma coisa.


– E aquela foi a primeira vez que eu separei um briga dos dois – Disse Harry fingindo secar uma lágrima invisível.


Era como se alguém estivesse farejando.


— Madame Nor-r-ra? — murmurou Rony, apertando os olhos para enxergar no escuro.


Não era Madame Nor-r-ra. Era Neville. Estava enroscado no chão, dormindo a sono solto, mas acordou repentinamente assustado quando eles se aproximaram.


Neville corou.


— Graças a Deus que vocês me encontraram! Estou aqui há horas, não consegui me lembrar da nova senha para entrar no quarto.


— Fale baixo, Neville. A senha é “focinho de porco”, mas não vai lhe adiantar nada agora, a Mulher Gorda saiu.


— Como está o braço? — perguntou Harry.


– De novo! Harry e James, sempre preocupados com os amigos – Disse Frank, que estava muito feliz do filho estar bem, e com verdadeiros amigos, pelo menos.


— Ótimo — disse Neville mostrando o braço — Madame Pomfrey consertou-o na hora.


— Que bom, olhe, Neville, temos que estar em um lugar, vemos você depois.


— Não me deixem aqui! — pediu Neville pondo-se de pé — Não quero ficar sozinho, o Barão Sangrento já passou por aqui duas vezes.


Rony consultou o relógio e em seguida fez uma cara furiosa para Hermione e Neville.


– Legume Insensível – Veio uma voz de um lugar irreconhecível, os Marotos na hora trocaram um olhar com os Gêmeos, àquela invenção era ótima.


— Se formos pegos por causa de vocês, não vou sossegar até aprender aquelaPoção do Morto-Vivo que Snape falou e vou usá-la contra vocês.


Hermione abriu a boca, talvez para dizer a Rony exatamente como usar a Poção do Morto-Vivo,


– Eu não ia! – Defendeu-se Mione – Eu ia dizer que a gente ia ver isso no sexto ano u.u


mas Harry mandou-a ficar quieta e fez sinal para prosseguirem. Passaram quase voando pelos corredores listrados pelo luar que entrava pelas grades das janelas altas.


A cada curva Harry esperava topar com Filch ou com Madame Nor-r-ra, mas tiveram sorte. Subiram correndo uma escada até o terceiro andar e, nas pontas dos pés, dirigiu-se à Sala dos Troféus.


Draco e Crabbe ainda não tinham chegado. As vitrines de cristal onde estavam guardados os troféus refulgiam quando tocadas pelo luar. Taças, escudos, pratos e estátuas piscavam no escuro com lampejos prateados e dourados. Eles caminharam rente às paredes, mantendo os olhos nas portas de cada lado da sala.


Harry tirou a varinha da caixa para o caso de Draco aparecer de repente e começar a duelar. Os minutos passaram vagarosos.


Régulus ouvia tudo em silêncio, até que passou uma coisa pela sua cabeça.


– E se... Malfoy não pretendesse ir? – Mas ninguém respondeu, os do passado ficaram pensativos.


— Ele está atrasado, quem sabe se acovardou — Rony sussurrou.


Então uma batida na sala ao lado os sobressaltou, acabara de erguer a varinha quando ouviram alguém falar e não era Draco.


— Vá farejando, minha querida, eles podem estar escondidos em algum canto.


– MALDITA COBRINHA! – Gritou James – Era armação!


Era Filch falando com Madame Nor-r-ra. Horrorizado, Harry fez sinais frenéticos para os outros três o seguirem o mais depressa possível, e fugiram silenciosos em direção à porta mais distante da voz de Filch. As vestes de Neville mal tinham acabado de passar a curva quando ouviram Filch entrar na Sala dos Troféus.


— Eles estão por aqui — ouviram-no resmungar — Provavelmente escondidos.


– Lembrando que eu nunca disse que os Sonserinos jogam limpo – Disse Régulus.


— Por aqui! — disse Harry, apenas mexendo a boca, para os outros e, petrificados, eles começaram a descer uma longa galeria cheia de armaduras. Podiam ouvir Filch se aproximando.


Neville de repente, soltou um guincho assustado e saiu correndo. Tropeçou, agarrou Rony pela cintura e os dois desabaram em cima de uma armadura. A queda e o estrépito foram suficientes para acordar o castelo inteiro.


– SALVEM-SE QUEM PUDER ~~~~ \Ô/


— CORRAM! — gritou Harry e os quatro desembestaram pela galeria, sem virar a cabeça para ver se Filch os seguia.


Fizeram a curva firmando-se no alisar da porta e saíram galopando por um corredor atrás do outro, Harry na liderança, sem a menor idéia de onde estavam nem que direção tomava.


– Mas Harry sempre na liderança – Disse Fred rindo.


– Ai ai... A primeira encrenca a gente nuca esquece – Suspirou Jorge


– E qual foi a de vocês? – Perguntou Mione


– Bom, nós somos a exceção, afinal, nascemos fazer marotagens.


Todos concordaram.


Atravessaram uma tapeçaria, rasgando-a e encontraram uma passagem secreta, precipitaram-se por ela e foram sair perto da sala de aula de Feitiços, que sabiam estar a quilômetros da Sala dos Troféus.


Os marotos e os gêmeos fizeram cara de pensativos.


– Hey! – Gritaram – Essa passagem...


– Sim– Cortou-os Harry.


— Acho que o despistamos — ofegou Harry, apoiando-se na parede fria e enxugando a testa. Neville estava dobrado em dois, chiava e falava desconexamente.


— Eu... disse... a vocês — Hermione falou sem fôlego, agarrando o bordado no peito — Eu... disse... a vocês.


— Temos de voltar à Torre de Grifinória — lembrou Rony — O mais rápido possível.


— Draco enganou você — disse Hermione a Harry — Já percebeu isso, não? Não ia enfrentar você. Filch sabia que alguém ia estar na Sala dos Troféus. Draco deve ter contado a ele.


– Avá!


Harry achou que ela provavelmente tinha razão, mas não ia dar o braço a torcer.


– Orgulhoso! Como mãe e pai! – Disse Lene bufando.


— Vamos.


Não ia ser tão simples. Não tinham caminhado nem dez passos quando ouviram o barulho de uma maçaneta e alguma coisa disparou da sala de aula à frente deles.


Era Pirraça. Avistou os garotos e soltou um guincho de prazer.


– Vish... – Começou Fred.


–... Ferrou pra vocês – Terminou Jorge


— Cale a boca, Pirraça, por favor, você vai fazer a gente ser expulso.


Pirraça soltou uma gargalhada.


— Passeando por aí à meia-noite, aluninhos? Tsk, tsk, que feinhos, vão ser apanhadinhos.


— Não, se você não nos denunciar, Pirraça, por favor.


– Não vai adiantar – Cantarolaram os gêmeos e os marotos.


— Devia contar ao Filch, devia — disse Pirraça bem comportado, mas seus olhos cintilaram de maldade — É para o seu próprio bem, sabem?


— Saia da frente — disse Rony com rispidez, baixando o braço em Pirraça.


– GRANDE ERRO! – Disseram todos.


Foi um grande erro.


— ALUNOS FORA DA CAMA! — berrou Pirraça — ALUNOS FORA DA CAMA NO CORREDOR DO FEITIÇO!


Passando por baixo de Pirraça eles saíram desembalados até o final do corredor onde depararam com uma porta... Fechada.


— Acabou-se! — gemeu Rony, empurrando inutilmente a porta — Estamos ferrados! É o fim!


– Dramático não? – Disse Aly.


– Só um pouco – Disse Lene.


Ouviram passos, Filch correndo a toda em direção aos gritos de Pirraça.


— Ah, sai da frente — Hermione resmungou aborrecida.


Agarrando a varinha de Harry, bateu na fechadura e murmurou:


— Alorromora!


– DA-LHE MIONE! - Gritaram todos, menos Snape.


A fechadura deu um estalo e a porta se abriu, eles se atropelaram por ela, fecharam-na e apuraram os ouvidos, à escuta.


— Para que lado eles foram, Pirraça? — era Filch perguntando — Depressa, me diga.


— Peça “por favor”.


— Não me enrole, Pirraça, vamos, para que lado eles foram?


— Não digo nada se você não pedir “por favor” — disse Pirraça na cantilena irritante com que falava.


— Está bem, “por favor”.


— NADA! Nada haaa! Eu disse a você que não dizia nada se você não pedisse por favor! Ha ha!Haaaaaa! — e ouviram Pirraça voar rápido para longe e Filch xingar com raiva.


Os marotos sorriram, conheciam aquela piada de algum lugar...


— Ele acha que a porta está trancada! — Harry falou — Acho que escapamos. Sai para lá, Neville! — Neville puxava a manga do robe de Harry fazia um minuto — Que foi?


Harry se virou e viu, muito claramente, o que foi. Por um instante teve a certeza de que entrara num pesadelo, era demais depois de tudo o que já acontecera.


Não estavam numa sala, conforme ele supusera.


Achavam-se num corredor.


– E pela sorte de Harry, somado ao medo de Neville, estavam no corredor proibido, certo? – disse Dorcas.


Os envolvidos deram sorrisinhos amarelos.


O corredor proibido do terceiro andar e agora sabiam por que era proibido. Estavam encarando os olhos de um cachorro monstruoso, um cachorro que ocupava todo o espaço entre o teto e o piso. Tinha três cabeças. Três pares de olhos que giravam enlouquecidos. Três narizes, que franziam e estremeciam farejando-os. Três bocas babosas, a saliva escorrendo em cordões viscosos das presas amarelas.


– O que isso faz em Hogwarts? – perguntou Alice espantada.


– Livro... - Disse Mione.


Estava muito firme, os olhos a observá-los, e Harry sabia que a única razão por que ainda estavam vivos era que o seu repentino aparecimento apanhara o cachorro de surpresa, mas ele já estava se recuperando e depressa, não havia dúvida quanto ao significado daqueles rosnados de ensurdecer.


Harry tateou a procura da maçaneta.


Entre Filch e a morte, ficava com o Filch.


– Apoiado – Disseram todos.


Retrocederam. Harry bateu a porta e eles correram, quase voaram pelo corredor, Filch devia ter tido pressa para procurá-los em outro lugar porque não o viram em parte alguma, mas nem se importaram. A única coisa que queriam era abrir a maior distância possível entre eles e o monstro. Não pararam de correr até chegarem ao retrato da Mulher Gorda no sétimo andar.


– Perderam uns bons quilos essa noite hein? – disse Gina rindo.


— Onde foi que vocês andaram? — perguntou ela, olhando para os robes que caiam soltos dos ombros e os rostos vermelhos e suados.


– ABRE E CALA-BOCA!- Gritou Sirius desesperado.


— Não interessa. Focinho de porco, focinho de porco — ofegou Harry, e o quadro girou para frente. Eles entraram de qualquer jeito na Sala Comunal e desmontaram, trêmulos, nas poltronas. Levou algum tempo até um deles falar alguma coisa.


Neville, então, parecia que nunca mais voltaria a falar.


– Seja forte filho – Disse Aly sorrindo.


— Que é que vocês acham que eles estão querendo, com uma coisa daquelas trancada numa escola? — perguntou Rony finalmente — Se existe um cachorro que precisa de exercícios é aquele.


Hermione tinha recuperado tanto o fôlego quanto o mau humor.


— Vocês não usam os olhos, vocês todos, usam? — perguntou com rispidez — Vocês não viram em cima do que ele estava?


– No chão? – Disse James exasperado – Com um cão de três cabeças na sua frente, você olha para o chão?!


— No chão? — arriscou Harry — Eu não fiquei olhando para as patas, estava ocupado demais com as cabeças.


James e Harry trocaram olhares e sorrisos.


— Não, não estou falando do chão. Ele estava em cima de um alçapão. É claro que está guardando alguma coisa.


Ela se levantou olhando feio para ele.


— Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos, ou pior, expulsos. Agora, se vocês não se importam, eu vou me deitar.


– Você tem que decidir o que é prioridade... – Murmurou Sirius, no que Mione corou.


Rony ficou olhando para ela, de boca aberta.


— Não, não nos importamos. Qualquer um pensaria que nós a arrastamos conosco, não é mesmo?


Mas Hermione tinha dado a Harry algo em que pensar quando voltou para a cama.


–Oh não! – lamentou-se Remus – Se ferrou Rony, ele vai investigar, e vai meter você no meio...


– É, sei – Disse o ruivo conformado.


O cachorro estava guardando alguma coisa...


Que era que Hagrid tinha dito? Gringotes era o lugar mais seguro do mundo quando se queria esconder alguma coisa, com exceção talvez de Hogwarts. Parecia que Harry descobrira onde o pacotinho encalombado do cofre setecentos e treze tinha ido parar.


– Inteligência da Lily! – Cantarolaram os do passado, menos Lily, Snape, e Régulus.


– Bem, quem lê o próximo? – Perguntou Lene.


– Eu – Disse Régulus.

(Capítulo feito por Gi) 


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