Fear



Capítulo III – Fear


 


Hermione colocou a vassoura de lado.


Finalmente tinha terminado de arrumar a cozinha. Estava tudo organizado e não era possível ver um grão de poeira que fosse. Olhou para o relógio e viu que não passavam das duas da tarde. Puxou uma cadeira e sentou, colocou um braço sobre a mesa e apoiou o queixo. Suspirou ao lembrar-se do garoto que tinha visto mais cedo. Olhos cinzas, pele branca e cabelos loiros. Lindo! Pena que estava vestida com aquelas roupas feias e velhas. Baixou o olhar ao pensar que ele poderia ter achado-a feia. Também, quem não acharia? Não se vestia direito, dormia em um quarto pequeno e fétido e nem era bonita como as meninas da alta sociedade. Com tristeza nos olhos, levantou a cabeça e teve um susto ao encontrar Bellatriz a encarando.


- A senhora quer alguma coisa? – Perguntou levantando-se rapidamente.


Bellatriz ficou um pouco em silêncio e por fim disse.


- Coloque sua melhor roupa. Quero você bem bonita.


Hermione estranhou. Desde quando sua madrasta dizia coisas como essas?


- Senhora, eu não entend...


- Calada! – Bellatriz exclamou e Hermione calou-se imediatamente. – Não faça perguntas meninas tola! Faça apenas o que eu mando! Quando estiver pronta, vá me avisar.


Hermione ficou observando a madrasta lhe dar as costas e deixa-la sozinha na cozinha. O que estaria acontecendo? Bellatriz finalmente lhe daria alguma coisa que fosse do seu direito? Ou melhor, lhe levaria a algum baile? Oh Céus! Ela enfim sairia daquela casa, quer dizer, ela iria até a cidade?! Sorriu ao correr para o seu quarto para tentar encontrar alguma veste não tão desgastada.


 


---xx---xx---


 


As portas do palácio foram abertas e por elas passou um loiro.


Os olhos de Harry se arregalaram e ele correu até o amigo.


- Onde você estava Draco? – Perguntou  preocupado – Você saiu as pressas com o Apolo e demorou a voltar! Terminei voltando para o palácio sozinho. – Falou com olhar de culpa.


- Não se preocupe a toa Harry, você não teve culpa. – Draco falou enquanto caminhava pelo salão.


Harry fechou a boca e espremeu os olhos.


- O que aconteceu?


- Aconteceu meu caro amigo que eu conheci a garota mais bela que já em toda minha existência. Ela é linda!


Um riso foi ouvido e Draco e Harry olharam em direção a porta.


- Você devia ver a sua cara de boboca príncipe Draco. Mas diga-me, quem é essa garota que deixou meu estimado amigo assim?


- Rony! – Exclamaram o loiro e o moreno juntos e foram em direção ao garoto que acabara de chegar.


Rony Weasley era filho do conde de Ottery St. Catchpole¹. Tinha os cabelos ruivos, os olhos azuis e era extremamente alto para os seus 19 anos. Era amigo de confiança dos Príncipes Harry Potter e Draco Malfoy, os conhecia há muito tempo, podia até dizer que os três passaram a infância juntos de tanto que um visitava o outro. O ruivo riu ao encarar os amigos.


- Que bons ventos lhe trazem aqui meu caro amigo? – Indagou Harry com uma mão sobre o ombro do garoto.


- Bem, as notícias correm rápido e fiquei sabendo que o Rei Lucius quer arrumar uma noiva para seu filho. Então, você acha mesmo que eu ficaria a quilômetros de distância? Claro que não! Que espécie de amigo eu seria se não estivesse presente e acompanhasse de perto o sofrimento do Príncipe Draco na escolha de sua futura esposa?


- Ãh... Então você já está sabendo? – Draco perguntou enquanto coçava a cabeça.


Rony lançou um sorriso de deboche.


- Já falei que as notícias correm rápido. Mas, que garota linda é essa que você estava falando?


- Foi uma garota que encontrei mais cedo no bosque. Estava sendo atacada por uma raposa e bom, eu a salvei.  Nunca vi beleza igual. Nunca vi nenhuma garota parecida com ela. Ela... Ela... Ela tinha os cabelos mais pretos que já vi. A pele branca e os lábios vermelhos como sangue. Linda.


- Acho que o príncipe Draco já encontrou sua futura esposa Rony. – Harry disse divertido.


- Quem me dera. Mas não sei nada sobre ela. A única coisa que ela me disse foi seu nome. Hermione... O nome mais doce já escutei. – Draco, que estava de olhos fechados, abriu os mesmo e encarou os amigos. – Acho difícil vê-la outra vez.


Rony revirou os olhos.


- Meu Deus! Você é filho do rei Lucius I e o príncipe herdeiro, ou seja, o próximo na linha de sucessão ao trono britânico e tem um exército para lhe servir! Mande seus homens procurar essa menina por todos os cantos desta terra!


Os olhos de Draco brilharam.


- Você tem razão! Vou falar com meu pai, o Rei Lucius. Ele há de me ajudar. – E dizendo isso, Draco foi atrás de seus pais deixando seus amigos sozinhos.


Harry olhou para Rony com um brilho nos olhos.


- Corrida de cavalos?


 


---x---x---


 


Os dedos pálidos e magros de Bellatriz batiam impacientes na poltrona.


Estava na sala de jantar fria e escura. Resolvera trocar todos os móveis alegres e cheios de vida por móveis escuros e sombrios. Não queria nada em sua casa que lembrasse seu falecido marido e sua antiga esposa. Já bastava a menina insolente.


A porta foi aberta e uma serva apareceu.


- Senhora, ele acaba de chegar. – Disse.


- Traga-o até aqui e mantenha a menina Hermione ocupada. Só a traga aqui quando eu mandar. Agora vá! – Exclamou fazendo com que a serva saísse amedrontada.


Esperou alguns segundos até a porta se aberta novamente.


- Mandou me chamar? – Perguntou uma voz grossa e rude.


Bellatriz continuou sentada em sua poltrona enquanto olhava para a visita.


- Sim. Soube que é o melhor caçador das redondezas.


- Das redondezas? Não me faça rir senhora. – Disse sarcástico. – Sou Severo Snape, o melhor de toda Grã-Bretanha.


-  Não me importa as suas façanhas com os animais. – Falou seca.


- Então para que a senhora me chamou? – Perguntou presunçoso.


- Preciso que faça um serviço para mim. Pagarei muito bem. – Bellatriz jogou uma pequena bolsa de couro em direção ao homem, que a pegou o ar. Ao abrir a bolsa, o homem viu várias moedas de ouro.


- Hmmm... E, só por interesse, qual seria esse serviço que eu irei prestar?


- Algo simples. Quero que mate a minha enteada e traga-me o seu coração.


 


---X---X---


 


                Hermione caminhava feliz entre as flores.


                Nem acreditava que estava livre! Pelos menos por algumas horas.  Finalmente Bellatriz tinha demonstrado um pouco de compaixão. Tinha lhe dado o resto da tarde para fazer o que bem quisesse e isso tinha sido bom por que Hermione tinha ido aos lugares favoritos da cidade, ou melhor, aos lugares que sempre quis ir, mas nunca tinha tido a chance. Tinha sido uma ótima tarde, apesar de ter a estranha sensação de estar sendo observada, e agora aproveitava os últimos minutos livres e tinha ido ao bosque colher algumas flores, já que as últimas tinham sido amassadas.


                Parou em baixo da macieira onde encontrara o garoto desconhecido e olhou paras os lados na esperança de que ele pudesse aparecer outra vez. Repousou a mão direita no tronco perfumado da árvore e fechou os olhos. Talvez, se pedisse com muita vontade, o seu desejo se realizasse. Abriu os olhos e viu no tronco da árvore uma sombra grande por cima de seu corpo. Voltou-se para a pessoa atrás de si e estremeceu. Por quê um homem desconhecido lhe apontava uma faca?


 


---X---X---


 


                Cobriu os olhos com as mãos e começou a chorar.


                - Por favor, não me mate. – Pediu chorosamente.


                Severo encarou a pobre garota e por um momento suas mãos fraquejaram. Merecia ela a morte?


                 - Por favor, não me machuque! Eu imploro... Eu... – Hermione estava assustada. Por que isso estava acontecendo com ela? Quem era aquele homem? Por que ele queria lhe fazer mal?


                Severo olhou mais uma vez para a jovem e sentiu pena. A menina implorava por viver e talvez nem soubesse ao certo o que estava acontecendo. Ele não podia matá-la. Não, realmente não podia. Suspirou enquanto deixava sua faca cair ao chão. Hermione continuava parada, com medo.


                - Fuja meninas! Vá para bem longe...


                - Mas... – Tentou falar Hermione.


                - Não fale nada! Você não tem tempo para isso. Fuja jovem, fuja enquanto lhe dou a oportunidade de viver. Querem lhe ver morta, querem seu coração...


                - Meu coração? – Hermione estava confusa e amedrontada. – Quem po...


                - Bellatriz! Ela lhe quer morta! Fuja menina, fuja para bem longe e não volte mais! Corra até suas pernas cansarem e você não puder caminhar! Se voltar para sua casa você estará assinando sua sentença de morte.


                Hermione arregalou os olhos e se afastou do homem. Então tinha sido por isso que Bellatriz tinha sido tão boa nas últimas horas? Por que queria vê-la morta? Por quê? Ela já tinha tomado tudo que era seu! Talvez não fosse o suficiente e só estaria satisfeita com o seu coração nas mãos. Confusa, Hermione começou a correr. Entrou cada vez mais fundo no bosque com o medo emanando de cada poro de seu corpo. Correu o mais rápido e para o mais longe que pode. Suas vestes ficavam presas nos galhos e arbustos das árvores e na pressa, acabaram se rasgando. Tropeçou em galhos e caiu. Sem forças para levantar e vendo que já tinha anoitecido, começou a chorar. Estava sozinha, machucada e com medo. Muito medo.


 


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(N|A): Olá meninas! 
Desculpem a demora, eu estava em provas na faculdade e estudando muito. Mas, como tudo tem um lado bom, eu passei em todas as cadeiras do primeiro semestre de Direito! Agora é só curtir as férias! 
Espero que gostem do capítulo! 


 


 


 

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Comentários (1)

  • sonimai

    cara,detesto o Rony,pelo menos o do livro HP,até o rpox cap,e parabéns por passar na facul

    2012-06-03
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