Gota de Sangue



Gina estava no banheiro, olhando o seu pior inimigo. O mais cruel, o mais cínico, o mais impiedoso. Um inimigo que falava a verdade. Toda aquela verdade que Gina conhecia muito bem e que nunca a abandonava.

Ainda com a escova na mão, Gina não podia deixar de encará-lo. Lá estava ele, encarando a garota de volta, com os próprios olhos da menina. De um lado, eles estavam molhados. Do outro, refletiam-se gelados, vítreos, sem compaixão.

-Feia...

Gina sufocou um soluço.

-Que olheiras horríveis...

Uma lagrima formou-se na pontinha da pálpebra.

-Que cabelo horroroso...

Como um bichinho que foge, a lagrima saiu da toca e foi esconder-se perto do nariz.

-Você plantou uma rosa no nariz, é?

-Cale a boca... por favor...

Já mais grossa a lagrima livrou-se do nariz e escorreu pelo rosto de Gina.

-Sabe que essa rosa vai ficar amarela? Amarela e grande...

A lagrima penetrou-lhe pelos lábios e Gina reconheceu aquele gosto tão salgado, tão comum e tão amargo em momentos como aquele.

-Por favor,... me deixe em paz...

-Você vai espremer a rosa amarela. O nariz vai inchar...

Os lábios de Gina apertaram-se, molhados, sem palavras. Aquela garota, que sempre tinha resposta para tudo, sempre uma gozação na hora certa, uma tirada de gênio que deixada qualquer provador sem graça, não sabia o que dizer quando o seu inimigo apontava seu ponto.

-... e você vai ter vergonha de ir as aulas na semana que vem...

-Cale a boca!

A raiva foi tanta que a escova de cabelo voou com força, acertando o inimigo em cheio, bem na cara.

-Gina! O que foi? Morreu no banheiro, é?

O chamado de sua mãe penetrou-lhe os ouvidos, acordando a menina do pesadelo que ela sofria acordada.

O combate com o seu inimigo estava suspenso, por hora. Gina sacudiu a cabeça, como se despertasse, e esfregou o rosto, apagando as marcas da luta. Uma ultima olhada para o inimigo. Ele a olhou de volta, agora com uma rachadura de cima a baixo.

“Sete anos de azar!”, pensou Gina. “Ah, o que são sete para quem já viveu cinco dos anos mais azados do mundo?”.

-Gina! – a voz de sua mãe outra vez – Não me ouviu chamar?



***

Todos já estavam sentados para o jantar. Inclusiva Harry e Mione, que tinham vindo passar o resto das férias em sua casa.

-O que foi esse barulho, Gina? Parecia de algo quebrando.

-Sem querer eu escorreguei e quebrei o espelho do banheiro. Mas por que me chamou?

-Ora essa para que seria? – pergunto rony aborrecido – para jantar, é claro. Mamãe não nos deixou tocar na comida enquanto você não chegasse

Gina se sentou ao lado de sua mãe.

-Temos que comer juntos. Agora que seus irmão foram embora. E por amanha vocês estarem indo para Hogwarts.

Todos começaram a comer. Gina colocou Um pouco, não estava com muita fome.

O jantar ocorreu silencioso. Depois de um a um eles se retiraram, já que no dia seguinte teriam que acordar cedo.



***

Lá estava o ele de novo. O inimigo, agora rachado de cima a baixo. Gina agora experimentava a roupa que ela iria amanhã. E ele, como sempre, dizia medonha com aquela blusa, que a calça estava um lixo, que todo mundo ia rir de dela...

-Todos riem, não é? Mas eu nunca dou tempo para que riam de mim. Eles têm de rir do que eu digo. Tem de rir comigo, na hora que eu quero que riam. Todo mundo ri do que eu digo, não é? Gina, a grande gozadora! Gina, a contadora de casos. Vamos, riam todos com Gina!

Levemente, seus dedos tocaram a face fria do inimigo, bem na rachadura. Lentamente, seus dedos percorreram a borda quebrada, tateando como um cego procurando alguém.

-Todos riem... mas eu não queria tantos risos. Eu queria um sorriso apenas. Um só. Queria estar quieta e ver alguém aproximar-se, olhando nos meus olhos... sorrindo... Eu sorriria de volta, e nada mais precisaria ser dito...

Gina deixou as lagrimas fartas pelo rosto. Foi ai que o inimigo resolveu feri-la mais fundo e cortou-lhe o dedo com a borda da rachadura. Num gesto maquinal, a menina levou o dedo a boca, chupando o ferimento. Na rachadura, no peito do inimigo, ficou uma gota de sangue.

O dedo não doía quase nada. Era ali que doía.



***

Já estavam na estação, e sua mãe como sempre, havia acompanhado eles até a hora da partida.

-Temos que procurar um lugar para ficar.

-É, antes que tudo se encha. – respondeu Hermione

Eles foram procurar a cabine. Gina vendo que foi excluída desse “temos” foi para o outro lado.

Andou um pouco, até que foi chamada por uma voz muito conhecida

-Gina, senta aqui!

Sandra, uma garota grifinoria que estava no mesmo ano que o seu, era linda de morrer. Era morena, de cabelos lisos, olhos verdes esmeralda, e um corpo perfeito.

-Olá, Sandra. Como foi as férias?

Sandra estava linda, como sempre. Como de propósito para humilhar Gina.

Elas conversaram sobre tudo, sobre as férias, moda, garotos...

Até que as suas outras amigas chegaram.

Rosana. Loira, cabelos cacheados, olhos azuis e uma voz de dar inveja.

Fernanda. Morena, mais no momento com cabelos vermelhos, já que vivia com os tios, e um pearcing na sobrancelha.



***

-Será que vocês não sabem fazer mais nada a não ser ficar falando sobre quadribol? Por que quadribol é apenas um jogo.

-Quadribol não é um jogo. É o jogo. – disse rony.

-O que á demais em um monte de gente montada em uma vassoura. Correndo.

Arriscando a vida.

-Sabe Hermione, se a gente não fala de quadribol, vamos falar do que?

-Que tal, o por que do Harry estar tão calado – disse mione se virando para ele.

Harry olhou para a garota. Depois olhou para Rony esperando que ele te salvasse. Mas o mesmo não fez nada

-Esta bem. Eu estou assim, por causa do Sirius.

-Não fica assim, cara. Ele não iria gostar.

-O Rony tem razão, ele quereria que você estivesse animado.

-Você não quer que fique soltando fogos, não é?

-Claro que não, não é Ronald? Quero que pelo menos ele não fique com essa cara de lobisomem antes de lua cheia.

-Esta, bem. Eu vou tentar. Mas eu não garanto nada. Eu vou tentar...

-Você não vai tentar, você vai conseguir. Nem que eu tenha que fazer com que Rony dance tango aqui.

Harry riu, mas Rony fez uma careta, fazendo com que ele risse mais.

-Você não faria isso, faria mione? Você não teria coragem.

-Quem sabe... – disse mione apontando a varinha para o rony.

-E você com certeza dançaria junto, não é Granger – disse uma voz na porta. Era Draco – Seria um par perfeito. A Granger sangue-ruim e o Weasley pobretão.

-E com quem você ficaria? Com um daqueles armários que sempre anda atrás de você? – disse uma voz atrás de Draco. Todos se viraram para ver quem era, e viram Gina.

Muitas pessoas pararam para olhar a discussão, pois sabiam que Gina era ótima de bate boca, e todos queria ver Draco se dar mal.

-Eu não falei com você, Weasley.

-Você não falou especificamente para ninguém, então eu posso responder se eu quiser.

Uma inda de vaias veio, e Draco ficou vermelho de raiva. Ele olhou para os lados esperando ter alguém para te socorrer, depois vendo que não tinha ninguém, saiu.

Gina entrou na cabine e se sentou ao lado de Rony.

-Ótima resposta Gina – gina deu um sorriso de orgulho – mas eu podia acabar com ele sozinho. – o sorriso de gina desapareceu. Ela olhou para rony com desgosto.

-Rony. Você é um idiota, sabia? Por que não admite que eu sou melhor que você? Só por que eu sou uma garota? Você não tem problemas com a mione. E olha que ela é muito melhor que eu

Rony fez uma careta para ela.

-E eu não tenho medo de cara feia. Se até hoje eu não me assustei com a sua cara toda manhã...

Todos riram.

-Há, há, há. Muito engraçado.

O trem diminuiu a velocidade lentamente até que parou. Todos os alunos desceram e foram para as carruagens. Eles chegaram em Hogwarts em uma chuva forte cheio de trovoes. Depois da seleção eles comeram. Gina ficava observando Harry. Cada sorriso, cada careta, cada suspiro. Mesmo Gina tentando esquecê-lo era impossível.

-... então eu agarrei o Malfoy no meio de corredor e fiquei com ele até o dia amanhecer, não é Gina.

Gina respondeu distraída

-Ah... é claro.

As três caíram na risada. Gina voltou a realidade.

-Gina onde é que você esta? No mundo da lua?

-Eu diria exatamente do mundo Harry Potter – disse Fernanda arrancando risadas

-Parem vocês três. – disse gina com raiva

-Gina, você tem que desencanar. Ou se declara e se ele não quiser, parte pra outra.

-Eu tento, Nanda. Mais eu não consigo.

-Então nós vamos te ajudar. Mais depois nós vemos isso. Vamos, todos já acabaram.

Elas foram para o dormitório. Todas dormiram.















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