Cap 15
O dia estava quase raiando. Snape estava em seu quarto, em frente à lareira com um copo de whisky na mão. Andava de um lado ao outro e voltava a sentar no sofá. Estava nervoso, ansioso. Queria fazer alguma coisa, mas não sabia o que. Não conseguia dormir, estava muito preocupado com o que estava ocorrendo entre Walkyria e Klaus.
Ficou olhando o crepitar do fogo e deixou-se levar por pensamentos e lembranças. Estava distraído quando ouviu um grito. Era um grito que parecia vir das profundezas. Com certeza deve ter sido escutado por toda extensão do castelo de Hogwarts.
Imediatamente ele se levantou, largou o copo e correu em direção ao quarto em frente, abrindo a porta sem pensar duas vezes. Paralisou logo que viu uma cena terrível.
Klaus estava em pé, olhando com fúria para Snape. Sua roupa estava toda respingada de sangue. Walkyria estava deitada na cama, com o corpo todo ensangüentado e com uma estaca cravada em seu peito.
Snape sacou a varinha e apontou-a em direção a Klaus. Estava pronto para lançar uma maldição mortal, quando chegaram Dumbledore e McGonagall.
- Severus, não faça isso! – gritou o diretor.
- Esse...ser...ele...
Dumbledore viu o que Klaus havia feito e respirou fundo. Com a mão abaixou a varinha de Severus.
Filch também veio logo e ficou no corredor tentando acalmar os alunos que não paravam de chegar para saber o que havia acontecido.
Klaus encarou Snape, olhou para Albus e depois para Walkyria. Ela respirava com dificuldade, tentava ainda juntar todas suas forças para ter alguns minutos a mais de vida (ou de morte!). Klaus, depois de ficar por alguns segundos observando-a, saiu correndo para fora do quarto. Dumbledore saiu logo atrás.
- Klaus, venha cá. Fique calmo, vamos conversar.
- Não há o que conversar, Albus. – continuava correndo em direção ao saguão de entrada.
Hagrid também escutou aquele grito e estava entrando no castelo para saber o que houve.
- Hagrid, me ajude! Não deixe Klaus sair...
- Nem tente! – Klaus gritou apontando a varinha para Hagrid.
- Mas...Klaus... – falou o diretor – está quase amanhecendo...
- Deixe-me em paz! – ainda correndo, saiu em direção ao jardim do castelo. Parou e ajoelhou-se na grama ainda molhada pelo orvalho. Lágrimas de desespero caíam de seu rosto.
Em questão de segundos, o sol surgiu no horizonte. Assim que os primeiros raios entraram em contato com seu corpo, Klaus urrou de dor e desespero ao se ver incinerado na frente dos presentes, estupefatos.
**
Logo que Klaus saiu, Snape ajoelhou-se ao lado da cama onde estava Walkyria.
- Severus... – ela falou com dificuldade, esboçando um sorriso.
Snape acariciou os cabelos dela e segurou sua mão.
- Eu vou tirar isso e você ficará boa... – disse ele tentando parecer firme e forte diante do sofrimento em que seu coração se encontrava.
- Você...sabe...isso...é quase...impossível...
- Eu quero tentar... Você sentirá muita dor, pode suportar?
Ela fez um sinal positivo com a cabeça.
Snape com uma mão segurou o corpo de Walkyria e com a outra a estaca. Delicadamente, e muito devagar, foi puxando para fora do corpo dela. Lágrimas de dor rolavam pelo rosto pálido de Walkyria.
- Agüente firme...falta pouco...
Ela respirava com dificuldade, tentando suportar a dor.
- Pronto... saiu... – Snape levantou-se e entregou o objeto cheio de sangue para McGonagall, que assistia a tudo em silêncio.
Snape voltou a se ajoelhar ao lado de Walkyria. Ela havia fechado os olhos e sua respiração estava cada vez mais fraca. Snape segurou novamente a mão dela e olhou para o ferimento, que era muito profundo. Voltou a olhar em direção ao rosto dela e notou que sua respiração havia parado...
- Wal...não!! – Ele pegou sua varinha para tentar utilizar algum feitiço de cura. Tinha consciência que era em vão, pois não funcionavam com vampiros. Apontou para o ferimento e uma pequena luz começou a brilhar em sua varinha quando aconteceu algo inusitado.
O cristal que pendia no pescoço de Walkyria começou a brilhar intensamente. O brilho era tão forte que tomou conta de todo o corpo dela. Snape afastou a varinha e ficou observando o que estava acontecendo. De repente, a ferida começou a fechar e, em menos de cinco minutos, já havia cicatrizado totalmente. A luz do cristal, logo que o ferimento fechou, voltou ao normal, mas Walkyria ainda permanecia totalmente imóvel.
Snape segurou novamente a mão dela, alisou o rosto, implorando mentalmente para que ela voltasse. Lentamente a respiração dela começou a voltar. Walkyria abriu os olhos como se estivesse acordando de um sono profundo. Ao ver que Snape estava ao seu lado, sorriu.
- Você conseguiu, Severus! – a voz dela ainda estava enfraquecida.
Ele sorriu.
Dumbledore já havia retornado ao quarto, junto com Hagrid. Walkyria olhou para o diretor.
- Albus...e Klaus...onde está?
- Descanse...ele vai deixá-la em paz agora. Quando você estiver melhor, conversaremos. Ela sorriu agradecendo.
Olhou novamente para Snape.
- Eu ainda não acredito que estou aqui...como foi possível?
- O cristal que lhe dei....ele devolveu-lhe a vida...
Ela sorriu.
- Esse realmente foi o melhor presente que já ganhei... – Ela fez uma cara de séria e olhou no fundo dos olhos dele. – Só...que agora você me deixou com um problema sério...
- O que?
- Estou lhe devendo minha vida e....por toda eternidade não terei desculpa nenhuma para lhe morder. – Ela sorriu e ele abraçou e beijou-a.
FIM
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