Capítulo 1



Capítulo 1






Rose havia acabado de chegar à escola quando percebeu certa movimentação. A maioria dos alunos estava cochichando sobre algo que, a seu ver, parecia muito importante. Pensou em parar e perguntar que diabos estava havendo, mas simplesmente deu de ombros e continuou andando. Curiosidade nunca foi seu ponto forte.


Como chegou cedo, teve tempo de caminhar tranquilamente até seu armário e guardar seu material. Estava distraída colocando o seu livro ali dentro, quando Lily apareceu bem ao seu lado, pronta para contar as novidades.


- Bom dia, minha amiga favorita do mundo inteiro. – Lily praticamente saltou ao seu lado. – Já sabe da novidade?


- A que todos estão comentando por aí?


- Exatamente!


Rose fechou a porta do seu armário e começou a andar pelo corredor ao lado de sua amiga.


- Não faço ideia.


- Céus, em que mundo você vive? – Lily revirou os olhos.


- No mundo onde as pessoas fofocam e você vem me contar. – Rose respondeu com um sorriso – E então, qual é a novidade?


Lily parou assim que as duas chegaram ao pátio do colégio e se virou para encarar a amiga – que não tinha ideia do que toda aquela comoção se tratava.


- É esse novo aluno e, pelo o que eu ouvi da Victoire e da Dominique, ele é simplesmente um gato! E...


- Espera aí, o colégio inteiro, incluindo os meninos, parou só por causa de um novo aluno que é extraordinariamente bonito? – Rose perguntou como se aquela ideia fosse completamente absurda.


Lily revirou os olhos com impaciência. Era mesmo difícil dar notícias legais para a sua amiga.


- Não, as meninas começaram a fofocar porque o garoto é lindo. Os meninos estão fofocando por causa da paternidade dele.


- Agora sim estou perdida.


- O que você sabe sobre Draco Malfoy?


Rose franziu o cenho.


- Que ele é um ex-jogador, um dos empresários mais ricos do país, e tem uma esposa linda, que realmente sabe se vestir. – Rose respondeu.


- Ele também tem um filho perfeito que, por sinal, acabou de ser matriculado na nossa escola.


- Ohhhh...


- Pois é! – Lily balançou a cabeça – Aparentemente os meninos querem ser amigos dele para saber como é ser filho do Draco Malfoy.


- E as meninas querem ser amigas dele porque ele é lindo.


- E rico. E eu não diria exatamente que as meninas querem ser amigas dele. Se é que me entende.


Rose riu. É claro que ela entendia. Metade daquelas meninas era superficial e só via a beleza exterior das pessoas. Geralmente ela era zombada porque não se importava muito com a conta bancária ou a aparência física das pessoas.


- Certo, agora toda essa agitação faz sentido. – Rose observou – Tenho pena desse garoto.


- Eu se fosse você teria tudo, menos pena.


- Por quê?


- Aparentemente ele não é o cara mais simpático do universo. A Vic disse que um garoto do 1º ano trombou com ele no corredor sem querer e o filho do Malfoy conseguiu lhe lançar um olhar totalmente intimidador e ainda praguejou em francês ou coisa do tipo.


- Acho que vou precisar ter aulas de francês com o Simas, então. Não quero ninguém me xingando em francês sem que eu entenda. – Rose franziu o cenho – Se bem que não quero ser xingada em nenhuma língua.


Lily deu uma gargalhada no exato momento em que Hugo Weasley chegou.


- Posso saber o motivo da graça?


- É você que sempre alegra os meus dias, priminho. – Lily piscou para Hugo, que sorriu.


- Certo, vou fingir que acredito nessa mentira deslavada – Hugo respondeu – Rose, quando saí do restaurante do meu pai, ele estava travando uma nova discussão com a Mione.


- Deixe-me adivinhar: ele não queria servir café. Acertei?


Hugo riu e balançou a cabeça.


- Ele tentou servir descafeinado para sua mãe e, quando saí, ela estava recitando as vantagens da cafeína para o meu pai.


Rose gargalhou. Era bem a cara da sua mãe fazer uma coisa daquelas mesmo.


- Isso não me surpreende em nada – Rose comentou – Bom, eu vou indo. Tenho aula de inglês agora e, mais uma vez, vamos estudar Shakespeare.


Rose se despediu dos amigos e caminhou para o interior do prédio da escola. Hogwarts era uma escola antiga e tradicional, embora não abusasse tanto da rigidez e não obrigasse os alunos a usarem os uniformes da época em que seus avós estudavam lá.


Ela se sentia bastante feliz em estudar ali. Seria eternamente grata por seus avós pagarem aquela mensalidade cara apenas para que tivesse o melhor ensino do país. Em recompensa, Rose se esforçava ao máximo para tirar ótimas notas e ficar sempre entre os alunos de mais destaque.


- Bom dia, Rose! – Alvo, seu melhor amigo, a cumprimentou – Preparada para enfrentar Shakespeare mais uma vez?


- Jamais! – Rose suspirou – Ah não...


- O que?


- Esqueci meu livro e minhas anotações no armário. – ela disse – Volto já!


- Ok, é melhor se apressar!


Rose correu pelo corredor a fim de se apressar. Apesar de Cedrico Diggory ser o professor mais legal do mundo, ela não iria abusar e chegar atrasada em sua aula.


Estava quase alcançando o seu armário quando uma grande barreira humana surgiu na sua frente e trombou com ela.


- Me desculpe, por favor, eu...


- Você obviamente não olha por onde anda. – uma voz fria e arrastada disse, e isso fez com que Rose erguesse a cabeça para encarar a pessoa mal educada em quem havia acabado de esbarrar.


Ela chegou a abrir a boca para retrucar, mas sua voz se perdeu, porque a sua frente estava o garoto mais bonito que já vira em toda a vida. Não que ela tivesse uma vasta experiência com garotos, mas acredite, aquele rapaz era o tipo de cara que faria até uma senhora de oitenta anos suspirar. Tinha cabelos loiros platinados, pele branca e olhos cinzentos, que contrastavam perfeitamente com seu rosto perfeito, maxilar bem desenhado e corpo bem definido – embora não desse para ver nada graças ao uniforme.


- Além de desastrada também é muda? – o garoto perguntou, erguendo a sobrancelha.


Isso fez com que Rose voltasse a realidade.


- Desculpe, o que disse?


- Ora, ora, muda já sei que não é. Talvez tenha um atraso mental, isso seria totalmente justificável.


- Escute aqui, a única pessoa que possivelmente tem um atraso mental é você, garoto! – Rose disse irritada – Caso não tenha percebido, não esbarrei em você de propósito. Agora, se me der licença, preciso pegar meu livro e minhas anotações no meu armário.


- E isso é da minha conta por que...?


- Porque você está na frente dele, idiota! – ela rosnou e sem muita educação, o tirou de seu caminho e abriu a porta do seu armário (depois de errar a combinação algumas vezes).


A essa altura o garoto lindo e mal educado já havia seguido sozinho pelo corredor, no que ela deu graças a Deus. Mais cinco minutos aturando aquele menino insuportável a faria pensar em homicídio.






~*~






O professor Cedrico Diggory já estava na sala quando Rose chegou. Ela pediu desculpas pelo atraso e se dirigiu para a sua carteira de sempre, a fim de prestar atenção na aula.


- Pois bem, na última aula começamos a falar sobre uma famosa comédia de Shakespeare, alguém se lembra qual é?


- Sonho de Uma Noite de Verão, Sr. Diggory. – Rose respondeu.


- Muito bem, Srta. Granger! – Cedrico sorriu – E alguém aqui...


A voz do professor se perdeu no momento em que duas batidas foram dadas na porta.


- Pode entrar! – Cedrico autorizou, e no momento seguinte Minerva McGonagall, a Diretora, entrou na sala.


- Desculpe interromper a aula, Sr. Diggory, mas estou aqui para apresentar o novo aluno desta classe. – Minerva esboçou um sorriso e fez um gesto com a mão – Sr. Malfoy, por favor, entre.


Rose quase caiu da cadeira ao erguer a cabeça de seu livro e dar de cara com o tal garoto antipático do corredor entrando em sua sala. Aquilo só podia ser uma brincadeira de mau gosto.


- Scorpius Malfoy, este é o seu professor de Inglês e Literatura, Cedrico Diggory. – Minerva fez as apresentações – Agora que já está entregue, vou deixá-lo com seu professor.


Minerva saiu da sala e deixou o novato junto com o professor e uma classe cheia de pessoas curiosas.


- Acredito que a maioria das pessoas já imagina quem o senhor seja, mas, por favor, apresente-se.


Scorpius balançou a cabeça positivamente e encarou a turma a sua frente. Um sorriso quase perverso se formou em seus lábios quando seus olhos encontraram os de Rose, que parecia quase desesperada.


- Eu me mudei para a França quando tinha oito anos e morei lá até semana passada, quando decidi voltar e morar com os meus pais. – Scorpius disse tudo como se estivesse entediado demais – E esse é fim da história.


- Simples e prático – Cedrico disse – Ótimo, Sr. Malfoy, agora vá se sentar. Tem um lugar vago atrás da Srta. Granger, você pode se sentar ali.


Rose quase afundou na cadeira de tanto ódio. Não podia acreditar que aquele garoto lindo e insuportável estava na sua turma e, o pior, sentado logo atrás dela.


- Que doce coincidência. – Scorpius cochichou assim que se sentou atrás dela.


- Doce como um limão. – Rose rebateu e voltou a prestar atenção na aula. Se concentrar na comédia escrita por Shakespeare era bem melhor que pensar em como se livrar do seu mais novo problema.








~*~






- Café? – Luna perguntou assim que Hermione entrou na cozinha.


O movimento no hotel que gerenciava estava normal. Sem confusões, sem hóspedes insatisfeitos... Tudo estava na mais perfeita paz.


- Por favor – Hermione pediu, indo pegar logo a sua grande caneca.


Luna riu e encheu a caneca de Hermione, que apressou-se a dar uma golada enorme.


- Não passou no Rony hoje cedo? – Luna perguntou.


- Sim, mas ele me serviu um descafeinado. Eu já disse o quanto esse café é uma droga? – Hermione revirou os olhos – Hmm, que cheiro é esse?


Bastou essa pergunta para que Luna se animasse e corresse para a panela onde fazia um risoto. Adorava cozinhar e era ótima no que fazia. Sem dúvidas era a melhor Chef de Godric’s Hollow.


- É para o Magret de Pato que estou fazendo. – Luna respondeu empolgada – Experimente! – ela pegou uma colher, colocou um pouco de risoto e entregou para Hermione.


- Hmmm, isso está ótimo! – Hermione disse – É de que?


- De laranja! – Luna respondeu – Mas o segredo está na dosagem certa de vinho branco.


Hermione balançou a cabeça positivamente. Seus talentos na cozinha se resumiam a fazer café e qualquer coisa que fizesse além disso poderia ser considerado um milagre.


- O pai da Rose ligou hoje. – Hermione comentou distraidamente.


- O QUÊ? – com o susto, Luna se virou com a colher de pau em mãos e acertou a cabeça de um de seus ajudantes de cozinha – Oops, desculpa.


- Uau, se você quase arrancou o olho do Jeffrey só porque comentei que o Vitor ligou, imagina só como reagiria se eu dissesse que ele me pediu em casamento... Provavelmente teríamos que tirar os objetos cortantes da cozinha, apenas para a segurança de todos.


Luna riu e caminhou em direção a Hermione.


- Certo, para que as coisas fiquem esclarecidas, ele não te pediu em casamento, né?


- Não, Luna! – Hermione riu – Ele apenas ligou e fez o mesmo discurso sobre participar mais da vida da Rose. – ela contou – Disse que vai ligar mais tarde para falar com ela.


- E você vai contar para ela?


- Não sei – Hermione admitiu – Não gosto de mentir para Rose, você sabe, mas dizer que o Vitor vai ser um pai presente quando sei que a possibilidade disso acontecer é a mesma de uma galinha falar, do Simas ser um francês simpático, do Rony querer me servir café por livre e espontânea vontade, da minha mãe abandonar as roupas de alta costura e começar a vestir sacos de batata, do...


- Ok, eu já entendi, Mione!


- Não, não, deixe-me continuar porque eu tenho mais comparações legais. As chances do Vitor ser um pai presente são as mesmas de um dia você cozinhar mal, do Neville dançar a macarena usando um vestido rosa...


- Hermione...


- Ok, ok, já parei! – Hermione jogou a mão livre para o alto e deu outra golada em seu café – Enfim, o que eu quero dizer é que já ouvi esse discurso milhares de vezes, a Rose já se encheu de esperanças e no final a coisa mais legal que o Vitor faz é mandar um cartão nas datas festivas e um urso de pelúcia no aniversário dela.


Luna balançou a cabeça positivamente e voltou a atenção para o seu risoto.


- Talvez ele esteja falando a verdade dessa vez.


- Ou então vai criando falsas expectativas para a Rose de novo. De qualquer forma, não estou disposta a iludir a minha filha.








~*~








A aula nem tinha acabado direito e Rose teve a certeza de que não se livraria tão cedo daquela sala. Estava arrumando seu material, quando Scorpius parou bem ao lado de sua mesa e a encarou com um sorriso de escárnio.


- Se existisse um curso para ser uma boa estátua, você seria um ótimo professor. – Rose ironizou e pegou seus livros.


- Vejo que tem senso de humor. Isso é interessante!


- Interessante também é o seu excesso de cara de pau. – Rose respondeu e ergueu a cabeça para encará-lo. Por que ele tinha que ser tão lindo?


- Uau, quanto ódio no seu coração.


Rose ia responder, mas naquele momento Lily invadiu a sua sala, com um sorriso enorme no rosto.


- Rose, Rose, olhe pela janela, olhe logo!


- O que foi, Lils? – ela perguntou, ignorando Scorpius ao seu lado.


- Vá até a janela, olhe e descubra você mesma!


Rose revirou os olhos e caminhou até a janela. Seus olhos varreram o pátio da escola em busca de algo, mas nada encontraram.


- O que exatamente eu deveria ver?


- Meu irmão atravessando o pátio.


Rose encarou Lily como se ela tivesse ficado louca.


- Lily, o que tem de tão legal em ver o Alvo atravessar o pátio?


- E quem aqui está falando do Alvo? – Lily bufou, impaciente.


- Ok, agora estou mesmo confusa.


- Rose, sua tonta, o Alvo não é o meu único irmão.


- Eu sei que não, mas o James está fora do país e...


- Errado, querida. O James está parado no meio do pátio olhando nessa direção. E ele está acenando para você.


Rose encarou novamente a janela e sentiu seu coração dar um salto e disparar de forma considerável. Porque no meio do pátio de Hogwarts não estava apenas o irmão da sua amiga. Estava o cara por quem foi apaixonada pela vida inteira.












~












N/A: Eis o primeiro capítulo. O que acharam? Juro que ia demorar um pouco para introduzir o Scorpius na história, mas não me aguentei hauhauhauha E, pelo visto, é melhor mesmo que ele apareça de uma vez, isso vai boas confusões.


Bom, a Marcela Prince Snape me questionou sobre o fato de ter um “Rose Weasley” marcando lá na parte de shipper. Galera, juro que tentei, mas não dá para escrever “Rose Granger” hauhauhau sempre volta para Weasley, é padrão do site e não dá para mudar, pelo menos eu acho. Por isso que lá em cima fica marcando “Ship 1: Rose Weasley/Scorpius Malfoy”. Mas o nome da personagem mesmo é Rose Granger e sim, ela é filha do Vitor na história. E não, o Hugo e ela não são irmãos auhauhaua Como eu disse antes, a fic é UA e vão haver algumas mudanças nas características dos personagens


Muito, muito, muito obrigada pelos primeiros comentários. Ganhei 3 coments e já tô feliz da vida hauauhauhau Belac, Marcela e Keriane, vocês são uns amores *-*


Espero que tenham gostado! O capítulo 2 vem em breve.


Comentem ok?!


Xoxo,


Mily.

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Comentários (7)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :)

    2013-02-01
  • Luana de Ameida.

    Tô amando, é muito perfeito>.. Parabéns pelo seu trabalho...

    2011-10-13
  • Miiih McKinnon

    To amando!!!!!Gostei muito da ideia!!!Está perfeita!!!Posta logo o próximo cap.!!!Bjs.

    2011-08-29
  • Lana Silva

    Só tenho uma palavra pra esse capitulo : PERFEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIITO

    2011-08-24
  • Lis Marianna Cerqueira da Silva

    Muito boa a fic.posta logo,apesar que eu ñ gosto mto de fic de Universo Alternativo mais a sua ficou mto boa.

    2011-08-15
  • Mily McKinnon

    Não, não vão ter aulas de Poções, Transfiguração, etc, pq a fic é Universo Alternativo e eles não são bruxos O.O

    2011-08-10
  • Marcela Prince Snape

    Bem diferente e bem interessante essa fic. =) Aulas de ingles em Hogwarts? Vai ter as outras aulas ainda né? Poções, Transfiguração, Feitiços, Herbologia... Beijos!

    2011-08-10
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