O Começo



A guerra continuava, o número de pessoas mortas aumentava consideravelmente a cada instante. Choros, gritos e lamúrias ecoavam ao fundo. O cenário? Ah sim, o cenário é perfeito, frio e perigoso, escolhido pelo vilão da história; a Floresta Proibida. Perspicaz tal escolha devo dizer. Ah o vilão da história? Lord Voldemort, ou simplesmente aquele-que-não-deve-ser-nomeado para os que temem. As faíscas dos infindáveis feitiços continuavam cortando o ar.Dumbledore não viveu a tempo de ver a eclosão da grande luta. Da guerra que, não importa o lado que vença, vai abalar os dois mundos. Harry Potter junto com seu trio maravilha lutavam ao lado da Ordem , e de uns estudantes do sexto ano e quinto para acabar com as forças do mal.Para dar um fim a arrogância para com os mestiços, e para acabar com diversas outras maldade praticadas diariamente pelo Lord e seus seguidores.


Em algum lugar muito escuro da floresta estava Harry ferido, machucado, mais de pé, com a varinha em punho, lutando até não agüentar mais, contra o próprio bruxo das Trevas. Bellatriz tentava vencer um Neville muito enraivecido. O menino, depois de tanto tempo treinando com a AD, ganhou agilidade e inteligência perante uma batalha e surpreendia quem lutasse com ele.


Num outro canto da Floresta Lucius Malfoy, orgulhoso de si mesmo soprou a varinha depois de matar três jovens grifinórios. Olhou para o filho estarrecido em um canto próximo aos corpos.


-É assim que se faz querido. – e essas foram as ultimas palavras que Draco Malfoy pode ouvir de seu pai, pois quando ele acabou de proferir as palavras num tom inacreditavelmente feliz um raio verde o atingiu nas costas. E Draco ainda teve tempo de ver o corpo inerte e sem vida de seu pai cair como que em câmera lenta aos seus pés. Ele se afastou com us passos largos para trás de uma árvore, e ali permaneceu não se sabe por quanto tempo. Quieto, impassível e principalmente sem chorar. Talvez ele não tivesse lágrimas para deixá-las cair, ou talvez ele fosse orgulhoso demais para chorar. Ele só se deu conta de que ainda estava ali, de que ainda havia uma guerra, apesar do barulho não ser pouco, quando ouviu um grito em particular. Um grito fino e alto. Um grito de agonia, de dor. Ele sabia que esse som vinha de alguma tortura. Levantou seus olhos e viu a mestiça sendo torturada por um comensal alto, com cara de poucos amigos, e com barba por fazer.


-Crucio – ele gritou novamente e deu um riso áspero. A garota se contorceu e caiu no chão. Lágrimas caíram livres pela face morena e suja de sangue. A garota parecia muito, muito machucada, com cortes pelo corpo, e  sangue nas roupas.


“Cadê o idiota do Potter e o Weasley pobretão?” Pensou ele agachando mais ainda, para não ser visto. Alguém chamou o comensal que estava com a garota e ele olhou para trás e fez um sinal. Prendeu a sangue-ruim, em uma árvore qualquer e foi embora. E ela recomeçou a chorar. Chorava incansavelmente. Ele, um sonserino assumido, quase comensal, loiro aguado e principalmente: um Malfoy,sentiu alguma coisa dentro de si. E não sabia o que era. Seria...  pena ? Ele esperou mais um pouco e a sensação não ia embora. A garota fraca parecia querer ceder ao impulso e cair desmaiada no chão. Ele lutou contra seus instintos mais profundos de sonserino e foi até ela.


Mais não sabia o que fazer. Olhou-a por um tempo.


- O que está esperando Malfoy?- ele arqueou uma sobrancelha em um que de dúvida. - Se é pra torturar ou matar eu peço que não se demore muito.


-Do que você está falando, sangue-ruim?


-Sabe do que estou falando, a-ande logo com tudo isso!- ela estava obviamente muito fraca. As correntes frias que a seguravam contra o tronco úmido da árvore estavam cada vez mais apertadas. E isso era facilmente perceptível. Draco engoliu em seco. Hermione sentiu uma tontura de repente e desmaiou. O garoto não sabia o que fazer. Certo, ele não ligava para ela. Aparentemente. Mais ele sentiu pena dela pela segunda vez naquela noite. E depois de muito pestanejar, ele levantou a varinha e a livrou das correntes enferrujadas. E antes que seu corpo inconsciente batesse no chão, ele a envolveu em seus braços. Com uma careta , ele aparatou com ela para o Castelo.


Sentiu um vazio no castelo, deu um grito e nada. Outro e nada. Tudo o que ouvia era a respiração entrecortada d a grifinória em seus braços. Nem Flith, nem Hagrid e muito menos Madame Norra. Ele não se espantaria se dissessem que a murta-que-geme não estava ali. Deitou Hermione em um uma cama qualquer da enfermaria, e deixou seu corpo exausto descansar em uma poltrona ali perto.


Hermione abriu os olhos aos poucos. Nesse momento o sol estava nascendo também. Ela viu a visão tomar forma, e reconheceu a figura loura que estava sentada dormindo no sofá ao seu lado. Olhou em volta.


- O que eu estou fazendo aqui, o que VOCÊ está fazendo aqui..O QUE VOCÊ FEZ MALF..?- ela perguntava rápido demais.


-Não pense que foi fácil Granger, tive que tocar em você e me infectar com seu sangue sujo pra tirá-la de lá..


-Como.. Vo-você me salvou!


-Não alimente esperanças Granger, não acho que posso algum dia voltar a fazer esse ato de bondade- Ela virou de lado e abriu um sorriso afetado.Ele virou o rosto sem demonstrar emoções.


-E o que vamos fazer agora?


-Está falando comigo?


-Não, estou falando com o Harry..Meio obvio com quem eu estou falando, aprendiz de comensal.


-Não sei o que fazer.


-Achei que soubesse senhor do ego totalmente inflado!


-Como eu vou saber, a irritante e metida a sabe tudo aqui é você. - ela colocou a Mao no peito e fez uma cara como se tivesse sido realmente ofendida. -Acho que devemos sair do castelo.


-HÁ UMA GUERRA LÁ FORA SEU ESTÚPIDO!


-Exatamente por isso mestiça, não demoram a vir pra cá.Os comensais devem querer atacar o castelo, talvez devêssemos ir para a minha casa.- ele disse olhando para seus pés.


-O que? NA MANSAO MALFOY? Haha, faça-me rir, não piso naquela mansão suja e asquerosa nem que paguem. - ele se aproximou dela.


-Nem que sua vida dependa disso? Porque querendo ou não, você vai comigo, fiz uma coisa que com toda certeza nunca vou repetir, ajudar uma sangue-ruim mal agradecida, quero que tenha pelo menos valido a pena.


Ela continuou parada, imóvel.


-Granger, por acaso tem alguma idéia melhor nessa sua cabeça?- ela pensou, e odiou ter que concordar com ele.


-Amanha mesmo volto para cá.


-Não ache que eu estou feliz com isso. - Sem deixar ela responder , ele tocou no braço dela, e aparataram.


-Esse lugar consegue ser pior do que eu podia ter imaginado. Onde fica o senso de decoração desta família?- ela comentou enquanto limpava as vestes.A casa estava um pouco destruída.E os elfos tinham sido banidos a algum tempo.Ele subiu as escadas, ela foi em seu encalço.


-Aonde você vai?


-Tomar banho Granger, creio que deve ser novo pra você , mas..


-Doninha oxigenada.. Quero saber onde durmo.


-No chão eu diria. É normalmente o lugar de gente como você.


- A idéia de vir pra cá, partiu dessa sua boca detestável, dá pra pelo menos me dar um lugar pra dormir, acho que esse necrotério que você chama de casa, deve ter mais de um quarto.


Hermione Granger sabia como mexer com seu adversário e conseguir o que queria.


- Ah! Fique com qualquer um dos outros quartos. Agora saia daqui por favor.


-Por quê? Tem algo que não queira que eu veja?


-Vou tirar minhas roupas para tomar banho? Sei que você deve sonhar comigo desse jeito, mais.. - ela bateu a porta com uma força arrebatadora. A garota entrou no primeiro quarto que viu, conjurou seu baby doll  de costume, e se jogou na enorme cama de casal.


Enquanto isso, Draco tomava banho tentando reorganizar sua cabeça de acordo com os últimos acontecimentos. No meio do jato de água do chuveiro, uma única lágrima escorreu pelo rosto do loiro. Mais isso, nem ele mesmo poderá saber. Enrolou-se na toalha e se vestiu.Apenas uma cueca.Passou a Mao pelos cabelos e entrou no quarto.


-MERDA GRANGER, VOCÊ É SURDA OU O QUÊ?- Mais a garota nem sequer se mexeu diante do grito- Esse quarto eu deixei bem claro que era MEU. O que eu faço agora? Quer saber estou cansado demais pra discutir. E saiu indo para o segundo maior quarto da casa.


Hermione acordou de um pesadelo qualquer no meio da noite. Desceu e procurou cozinha. Se é que tinha cozinha naquele necrotério particular. Bebeu um copo de leite, e ficou sentada numa cadeira fria de madeira antiga. O tempo passou. A morena ficou com sono mais não conseguia pensar em dormir. Não queria ter pesadelos de novo. O corte que ganhara na noite passada estava doendo e precisava de um curativo. No entanto, além de não saber muito bem a arte dos curativos, ela estava cansada demais para isso. Tirou a blusa ficando só de top e foi para o quarto tentar pregar o olho.


 

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