Perigos por Andye G. W.



No Capítulo Anterior...


 


- Scorpius, para com isso – Rose pediu e ele a olhou confuso, saindo de seus pensamentos.


- Parar com o que?


- Para de me falar o tempo todo que sou especial para você! – ela se exaltou. – Eu não aguento mais isso!


- Rose, então o que você quer que eu faça? – ele perguntou numa voz carinhosa ao perceber que ela já começava a chorar.


A garota não falou nada, simplesmente o beijou. Beijou como nunca havia beijado ninguém antes. Afinal, havia esperado por isso por vários anos.


 


[...]


 


 


Perigos


 


“Mas que tipo de criatura é você, Rose Granger Weasley?”
A garota de cabelos vermelhos pensava enquanto caminhava apressada pelos arredores do bairro trouxa onde estava. O rosto estava visivelmente avermelhado e era claro para as pessoas com as quais ela trombava, sem querer, que estava transtornada e que chorava.


 


“Como teve coragem de beijar o Malfoy, sua estupida?”
 


A verdade é que aquele sempre fora o sonho de Rose. E agora se transformara em realidade, mas não da forma como ela sempre sonhou... Não como ela idealizara em seus pensamentos enquanto assistia àqueles filmes românticos e chorosos com as primas na casa dos tios.


Lily sempre fora a sua perdição, e ela e Victorie tinham verdadeiro fascínio por aquelas histórias melosas onde a mocinha sempre sofria o filme inteiro pelo mocinho, e como eles sempre se desencontravam, mas no final, eles acabavam juntos e se beijavam de uma forma tão bonita... Bonito como os pais...


Seus pais eram o maior exemplo de como um casal poderia se amar e serem perfeitos. Cresceu sob um teto onde nunca faltava carinho, compreensão, amizade e amor, e era com isso que sonhava, era isso que queria, e foi isso o que sempre desejou. E desejava com ele, com o Malfoy ordinário que lhe tratava apenas como uma pessoa especial e nada mais. O mesmo Malfoy idiota que ela acabara de beijar impensadamente.


- Estupida!


Repreendeu-se em alto e bom som enquanto procurava um lugar para aparatar, mas aquele bairro estava apinhado de gente. Fugir sem ao menos ouvir o que ele tinha para dizer não era a melhor opção para uma Grifinória, muito menos para Rose, levando-se em consideração a herança genética heroica que carregava. Poderia ser corajosa para muitas coisas, mas nunca para enfrentar o olhar desaprovador daquele maldito Malfoy.


Mas realmente só poderia ser uma idiota. Nunca poderia ter um namoro com ele. Onde na face da Terra o seu pai permitiria que ela namorasse com o filho de Draco Malfoy? Realmente, em nenhum lugar. Seus sonhos de namoro e vida feliz com ele estavam apenas na sua cabeça, jamais sairiam dela, e agora... Talvez ele nem quisesse ser mais seu amigo. Estragara tudo.


- Inferno sangrento!


Exclamou irritada. A cabeça estava apinhada de coisas... A mente fervia! Não fizera nada do que se propusera. Deveria estar investigando, não morrendo de amores e se matando de ciúmes... Não fazendo besteiras típicas de garotas com menos de 13 anos, ao menos, as garotas que não pensavam em coisa com coisa.


- Rose! - Ouviu seu nome e virou-se. Era ele.
 


Inferno sangrento escaldante! O que esse garoto faz que ainda vem atrás de mim? Não percebeu que eu estou a fim de me esconder. Preciso de um lugar para aparatar.
 


A ruiva apressou os passos e se desequilibrou com as passadas rápidas. Seguiu, finalmente aliviada, mais rápido, quase correndo, para um beco mais escondido que acabara de encontrar. Fugiria. Precisava de um tempo com seus próprios sentimentos antes de encarar, de fato, o ex melhor amigo, porque sabia, que depois daquele beijo, era isso o que seriam.


- Rose! Para. Precisamos conversar.


Mas ela não parou... O beco estava a cada segundo mais próximo. Precisava apenas atravessar a rua e pronto, estaria livre. Parou, olhou para os lados, esperou alguns carros passarem, o que deu chance para que Scorpius, que corria, se aproximar. Mas ele foi forçado a parar tão logo ela correu atravessando. Uma nova leva de carros o impediu de alcançá-la e ele sabia que aquilo era, o fim... Ao menos por enquanto.


- ROSE!


Scorpius gritou tentando traspassar o barulho alto do amontoado de carros que circulava pela pista. Ao longe, ele viu uma pessoa estranha, com uma capa e uma máscara ainda mais estranha se aproximar da garota. Ela ouviu o grito, sentiu uma pessoa se aproximar, gritou pelo amigo sentindo-se puxada para aquele mesmo beco, sentindo em seguida aquela terrível sensação de aparatação...


 


...


 


- Mas que droga! Inferno sangrento - o urro de Rony era ouvido por todo o Ministério da Magia.


- Calma Rony!


- Como calma, Potter, é a minha filha. Mas que inferno, precisamos fazer alguma coisa. Que droga.


Os homens se encontravam no departamento de aurores, juntamente com dois representantes dos inomináveis. Ronald estava claramente atordoado, Harry tentava como podia acalmar o amigo e tentar encontrar, de alguma forma, com o Ministro e os outros aurores, uma pista para iniciar a investigação.


- Me diz agora o que você fez com a minha filha, Malfoy dos infernos. - ele voltou a urrar.


Scorpius, que sem saber o que fazer quando alcançou o local de onde Rose fora levada não pensou em mais nada que não fosse avisar ao pai dela. Aparatou primeiro na casa dos Potter, encontrou Alvo e seu pai, lhes contou o que aconteceu vendo uma corsa prateada saindo rapidamente da varinha do dono da casa e foi levado pelo mais velho para o Ministério de Magia.


Quando desaparatou, foi seguindo o senhor Potter até a sala de interrogatório dos aurores. Chegando lá, encontrou uma grande quantidade de pessoas e sentiu um soco forte no queixo, o que lhe fez cair e perder um pouco dos sentidos temporariamente. Havia um homem sendo contido por mais três, ele gritava, mesmo que o som parecesse distante para ele, que foi recobrando os sentidos aos poucos, sendo trazido de volta à sanidade.


- Senhor Weasley, eu já falei. Eu não fiz nada com a Rose. - Scorpius gritou tão alto quanto o mais velho.


- E por que diabos ela estava fugindo de você, seu maldito? O que fez com ela?


- Ela me beijou! - ele falou baixo, olhando para os pés e houve um silêncio momentâneo no local - Ela me beijou e... Do nada ela parou e me olhou... Quando eu fui falar com ela, de repente, ela se virou e saiu correndo. Eu... Demorei um pouco até me dar conta e corri atrás dela. Quando a alcancei no farol, essa pessoa apareceu e a puxou pelo braço... Ela gritou e eles aparataram. Eu não tive o que fazer. Eu jamais faria mal a Rose.


- Precisamos fazer alguma coisa - Rony falou em seguida.


- Já estamos fazendo, Weasley - o Ministro Kingsley falou. Há dois grupos de aurores procurando a jovem Weasley.


- Isso não é o suficiente. A minha filha está correndo perigo. Todo mundo sabe das mortes estranhas contra trouxas, desse tal vingador do cara de cobra e nós sabemos o que ele faz com suas vitimas e... Ele levou minha filha e vocês colocam dois grupos de aurores para procurá-la. Eu vou. Eu vou buscar a minha filha nem que seja no inferno, estão me ouvindo?


- Rony, você não está em condições...


- Cala a boca Potter - ele gritou - Eu estou em condições físicas e psicológicas de matar esse tal vingador do Voldemort. Vou procurar a minha filha.


- Eu vou com o senhor, senhor Weasley - novamente um silêncio estranho pairou no ar.


- Você não tem preparação para uma busca dessas, Malfoy. - Harry advertiu, mas o jovem não deu ouvidos.


- Há muitos anos atrás, um trio de jovens que contavam apenas 17 anos saiu numa trajetória em rumo á morte. Eles lutaram bravamente contra os mais perigosos bruxos das trevas sem nunca ter tido, ao menos, uma aula descente de Defesa Contra a Arte das Trevas, e eles foram capazes de aniquilar o pior bruxo das trevas que o mundo bruxo já ouviu falar.


Também nunca me esqueci das palavras que meu pai me disse há dez anos, antes de embarcar pela primeira vez para Hogwarts, que independente do que houvesse, eu deveria sempre ser corajoso e leal, principalmente para os meus amigos. Então senhor Potter, não me venha falar de preparação para uma busca, porque eu vou, e não adianta tentarem me impedir, porque se eu não for com vocês, eu vou só.


- Então vamos de uma vez. Vamos começar a procurar a minha filha de uma vez.


Rony saiu à frente, sendo seguido por Scorpius e Harry. Os três não sabiam por onde começar, nem o que fazer. Não tinham pistas, não tinham rumo ou um paradeiro pelo qual pudessem se guiar. Estavam de olhos atados em uma luta contra o tempo.


- Weasley! - os três pararam ao ouvir a voz do homem com aproximadamente cinquenta anos.


- O que houve Tyler? - o ruivo respondeu incomodado.


- Me sigam.


- Não podemos perder mais tempo...


- Me sigam.


Jordan Rhys Tyler era um homem curioso. Baixo e corpulento, era de poucas palavras e, aparentemente, nunca dava ponto sem nó. Os quatro seguiram até uma sala particular, uma espécie de ramificação do departamento e mistérios, e após entrarem, a porta foi fechada.


- Tenho algumas informações para passar do possível paradeiro da Weasley.


- Então fala de uma vez - Rony ainda não havia controlado o tom de voz. Ainda estava nervoso.


- A Weasley estava em uma investigação para o departamento de Mistérios. Estávamos no encalço dos possíveis suspeitos da matança dos trouxas. Tínhamos alguns suspeitos que foram sendo confirmados negativamente, comprovando a teoria de sua filha. Encontramos uma pasta na sala dela, aparentemente ela não estava cumprindo minhas ordens e andava fazendo uma investigação fora do ministério. Ela mapeou os ataques e localizou a área trouxa onde eles costumam atacar, resumindo-se nos bairros de Fulham, Clapham, Mitcham, Twickenham Ealing e White City. Temos grupos espalhados por essas áreas, mas segundo as anotações da Weasley, eles costumam atacar em bairros movimentados. Como hoje é quinta-feira, costuma ter show em Mitcham, o que faz com que um aglomerado de pessoas se juntem nas mediações. Sugiro que levem um estoque razoável de veritaserum para possíveis interrogatórios e fiquem de olho, atentos a qualquer movimentação estranha. Eles costumam usar capas e mascaras...


- Eu sei como eles se vestem - Scorpius falou tão irritado com a demora quanto Rony, embora estivessem agradecidos por ter um ponto de partida - Eu vi um deles.


- Eles tem trabalhado em grupo. São organizados.


- Obrigado Tyler.


- Não há o que agradecer, Weasley, apenas encontrem a garota. Ela é muito especial.


- Você não imagina o quanto - Scorpius falou e foi o primeiro a movimentar-se e sair da saleta.


 


...


 


- Ahhhh! - o grito de Rose ecoou no silêncio daquela saleta. Tudo fedia a podre. Um cheiro insuportável de mofo que lhe machucava também a faringe. O corpo estava dolorido. Sentia uma dor descomunal a cada vez que ouvia o feitiço ser proferido.
 


“Minha querida, em sua vida você irá se deparar com pessoas muito boas, que te farão um bem enorme e te levarão a acreditar cada vez mais no amor e na amizade, mas você também encontrará pessoas tremendamente perversas, e essas te farão sofrer, te farão acreditar que a esperança é a morte.


Nunca Rose, nunca se deixe influenciar por essas pessoas. Lute contra as maldades, caso um dia as encontre. Seja brava, valente. Seja acima de tudo, você minha querida. Aprenda a controlar seus medos e suas dores, e dificilmente você sofrerá ao ponto de desacreditar.”
 


As palavras de sua mãe vinham a sua mente a cada novo descanso daquela dor alucinante que sentia. Aprendera com a mãe, que havia passado por muita coisa na vida, a suportar a dor. Aquilo deu certo contra a Imperius, no treinamento para o Departamento de Mistérios, mas definitivamente, Cruciatus estava acima de qualquer possibilidade imaginativa de dor.


- Ahhhh! - mais um grito. Sentia a voz faltar. Parecia que suas forças se acabavam apenas com aqueles gritos. Ouvia vozes ao longe. Pessoas sorriam e outras gritavam. Sentiu uma lágrima escorrer de seus olhos. Tentou, com todas as suas forças, virar a cabeça para o lado e viu, o que ela entendeu ser, mais duas pessoas caídas na mesma situação que ela.
 


Você é uma bruxa treinada. Essas devem ser as pessoas que querem vingar o cara de cobra. Devo ter sido confundida com uma trouxa. Mas eu não consigo mexer meus braços. Como poderia fazer um feitiço assim?
 


- Ahhhh!


 


...


 


Três homens andavam pelos arredores do bairro trouxa. Haviam combinado sinais para serem feitos caso se deparassem com algo suspeito para chamar a atenção dos outros, mas não a dos trouxas.


Caminhavam cuidadosamente entre o aglomerado de pessoas que começava a se formar. Tudo estava movimentado, e em breve um deles deveria aparecer e atacar.


Um homem suspeito chamou a atenção de Rony, e ele o seguiu de perto, mas logo percebeu que se tratava apenas de um jovem trouxa usuário da moda estranha do rock. Olhou em volta e se viu em um dilema. Se aquele lugar teria um show, certamente seria de Rock.


Uma multidão de pessoas vestia preto, capas, máscaras, pinturas nos olhos. Cabelos estranhos e tinham movimentos estranhos. Rony sentiu uma pontada no peito. Como poderia encontrar um projeto de comensal ali? Olhou por todos os lados em busca dos outros dois. Viu Harry a sua direita, mas não encontrou Scorpius. Voltou a olhar novamente, seus instintos de auror ainda mais aguçados, e viu o garoto de cabelos quase brancos seguindo sorrateiramente outra pessoa. Chamou a atenção de Harry e se apressaram em ir de encontro ao garoto que de longe, já travara um duelo.


- Repello trouxatum - Rony ouviu Harry lançar o feitiço em direção aos dois enquanto ele mesmo lançava um feitiço anti-aparatação.


- Imperius - a voz masculina gritou e Scorpius conseguiu escapar se abaixando, rolando em seguida. Mais daquelas pessoas apareceram ao redor do garoto.


- Estupefaça - ele falou em direção de um deles, o lançando longe.


- Expelliarmus - Harry lançou contra um deles.


- Expellimellius - Rony lançou também.


- Acrimônia Malus - um deles lançou contra Scorpius, mas Rony o barrou lançando um Impedimenta contra o rapaz que voou longe.


- Impedimenta - um dos outros lançou e jogou Harry para longe.


- Asfixo Maladum - Rony se sentiu sufocado instantaneamente. Scorpius havia batido a cabeça, mas estava acordado, ainda zonzo.


- Incarcerous - Harry lançou e paralisou o outro. Rony respirava com dificuldade enquanto mais dois ou três avançavam para os dois.


- Musculus Expandere - Scorpius ouviu os gritos de Harry e tentou se levantar. Foi atingido em seguida e lançado longe. De onde estava, apontou a varinha para o chão e num momento de sanidade, lembrou-se de um dos feitiços preferidos de Rose. Precisaria ser rápido.


- Glissio - ele gritou e viu todos aqueles homens caírem amontoados um por cima dos outros. Em questão de segundos, estavam no chão e não conseguiam levantar. Lançou um Incarcerous enquanto se aproximava, cessando os feitiços das trevas com o Finite Incantatem em Harry e Rony, apontando em seguida para o chão e lançando o contrafeitiço, que fez com que o chão voltasse a ser duro e áspero.


- Você é bom, garoto - Rony falou massageando o pescoço.


- Digo o mesmo - Harry falou ainda sentindo um pouco de dor.


- Mas poderia ter colocado tudo a perder - Rony falou ainda arfante enquanto paralisava os outros - É melhor você ir ao St Mungus Harry.


- Não. Eu vou com vocês. Já estou bem - o moreno disse levantando-se e enviando um Patrono ao ministério.


- Precisamos interrogá-los - Scorpius falou ainda mais angustiado.


 


...


 


Os três mais sete aurores chegaram à casa abandonada onde o grupo se encontrava e torturava os trouxas capturados. Sabiam agora que os ataques nada tinham a ver com as pessoas que o Departamento de Mistérios investigava e que Rose estava certa. As pessoas que se uniram eram descendentes de Augusto Rookwood, Walden McNair, Evan Rosier e Thorfinn Rowle, e tentavam vingar suas mortes e renascer uma era de maldades.


O local que escolheram para se esconderem e praticarem as suas maldades estava cercado por um matagal alto que não devia ter sido cortado há muito tempo.


A escadaria que dava para a entrada da casa de dois andares estava coberta por uma massa verde e nojenta. O lodo se apoderara não só da escadaria, mas da maior parte da madeira velha daquela casa.


Algumas das janelas estavam fechadas com madeira devido aos vidros quebrados e enormes murados nas paredes deixava aquele local ainda mais sombrio. Deveria ter sido condenada há anos. Até as paredes dela exalavam abandono.


O grupo se dividiu nos arredores do local lançando feitiços anti-aparatação e esperando o melhor momento para agir. De repente, ouviram uma nova leva de gritos. Vozes de homens e mulheres sendo torturados podiam ser ouvidos de forma clara e Scorpius se desesperou. Queria entrar de uma vez, mas precisavam seguir os planos.


Um grupo de aurores liderados por Rony invadiu o local chamando a atenção das pessoas que estavam ali. Muitos dos partidários tentaram aparatar, mas não conseguiram, entendendo que estavam sob um feitiço que os impedia.


Alguns enfrentavam o grupo de quatro homens que invadira a casa, outros tentavam fugir de todas as formas, como Rony e Harry presumiram e eram rapidamente estuporados e impedidos pelos aurores que ficaram na guarita.


Mais uma batalha se travou entre os que ficaram e os aurores. Harry, Rony e Joshua Finnigan davam cobertura para Scorpius, que sendo o menos treinado e o medibruxo ali presente, recebera a função de encontrar e lançar feitiços que amenizassem a dor que as vitimas sentiam.


Três homens, cinco mulheres, duas crianças e Rose. Todos caídos no chão com as faces contraídas. Alguns deles estavam desmaiados tamanha a dor que sentiram, mas felizmente, nenhum deles aparentava maiores complicações e em alguns poucos minutos, tudo estava resolvido.


 


...


 


- O senhor também está bem, senhor Weasley. - Scorpius falou após examinar o homem a sua frente.


- Pode me chamar de Rony, Scorpius. Acho que depois de hoje não há mais espaços para tanta formalidade.


- Obrigado senhor... Digo, Rony.


- Obrigado também por se preocupar desta forma com minha filha.


- Ela é minha amiga, senhor Weasley - ele corou e Rony sorriu - desde Hogwarts.


- Eu sei... Sempre fui amigo da minha esposa... desde Hogwarts.


- Eu...


- Scorpius, eu tenho idade e maturidade o suficiente para entender sobre certos sentimentos. Não esconda mais os seus sentimentos. Assuma o que você sente, mesmo que o final não seja como você pretendia.


- Senhor... eu...


- Fale de seus sentimentos para ela. Arrisque-se Scorpius. Não espere mais. A espera maltrata.


- Por que me diz isto, senhor Weasley?


- Por que eu agi da mesma forma que você. Sempre amei minha esposa, desde que a conheci, mas nunca me senti bom o suficiente para ela. Sempre achei que ela merecia alguém melhor do que eu, alguém que a fizesse realmente feliz... Mas eu estava enganado. Eu era a felicidade dela, e fui tão covarde por tantos anos que foi ela a me beijar, assim como a Rose fez com você. Converse com ela.


- Conversarei.


- Se ela ainda te quiser, vocês tem minha aprovação, Malfoy.


- Obrigado! - o garoto sorriu


 


...


 


Rose acordou em uma sala verde e ventilada. Sentia todo o corpo doer. Parecia que seus ossos haviam sido triturados em um liquidificador, igual quando a mãe triturava ervas perfumadas para preparar o jantar.


Abrir os olhos era uma situação difícil para ela no momento, que começava a recobrar os sentidos e a lembrar-se dos momentos de angustia que viveu. Lembrou-se daquele lugar, daquelas dores... Dos seus próprios gritos surdos. Sentiu uma lágrima esquentar a face.


- Por que está chorando, minha rosa? - ouviu a voz da mãe e fez um esforço sobrenatural para virar um pouco o pescoço e encará-la.


- Mamãe. - a voz saiu como num sussurro. Era difícil falar também.


- Não se esforce meu bem. Vou chamar o Scorpius. Estávamos esperando você acordar para poder medicá-la.


- Papai? - sussurrou novamente.


- Seu pai está com o seu tio Harry no Ministério. Eles tem muito trabalho hoje. Mas ele já esteve aqui, te deu um beijo e deixou aquela caixa de sapos de chocolate para você. Assim que saírem do Ministério, ele passa por aqui com o Harry. Toda a Toca está lá fora esperando autorização para entrar - Rose sorriu e sentiu dor - Mas antes deles entrarem, eu vou chamar o Scorpius. Ele é um bom medibruxo. Medicou seu pai, seu tio e você com alguns feitiços, já que estava desacordada. Agora poderá tomar as poções e parar de sentir essas dores terríveis. Eu já volto.


Então Hermione passou levemente a mão na cabeça ruiva da filha. Ela parecia bem aparentemente. O corpo estava são e se não fosse à expressão de dor que fazia a qualquer menor movimento que fazia, juraria que não havia acontecido nada. Saiu em seguida e poucos instantes depois, Rose ouviu a porta abrir novamente.


- Bom dia dorminhoca - ela ouviu a voz de Scorpius e se lembrou do beijo. Sorriu. - Tenho algumas poções para você que farão com que se sinta melhor e fará com que a dor acabe. Você consegue beber?


- Acho... que... sim. - falou com grande dificuldade e ele a olhou com ternura, percebendo que não conseguiria. Fez um pequeno feitiço e de sua varinha apareceu uma espécie de mamadeira.


- Estou vendo que não vai conseguir, então terei de usar métodos mais antiquados. - ele falava enquanto colocava as poções naquele objeto - Prometo que o Alvo nunca sonhará que você tomou mamadeira, ok - ele se aproximou e sorriu. Fez um feitiço que arqueou a cama e ajudou o corpo da moça a levantar-se e impedir que se engasgasse. Com calma lhe ajudou a tomar as poções que levara e sentou-se na beirada da cama, esperando o efeito iniciar.


- O... briga...da!


- Sente-se melhor? - ele sorriu.


- Sim. Sinto muito por ter...


- Está tudo bem agora Rose. Não se esforce. Você passou por uma sessão de tortura muito alta.


- E... Os outros?


- O outro bruxo que encontramos está aqui também. Já recuperou os sentidos, assim como você. Os trouxas estão sendo cuidados aqui também, mas receberam feitiços de memória e suas famílias terão a memória alterada. Está tudo bem.


- Eu... - falou sonolenta.


- Teremos muito tempo para conversar depois Rose. Agora descanse.


Scorpius, pela primeira vez, depositou um beijo nela. Um beijo terno e carinhoso no alto de sua cabeça, que fez a garota sentir-se mais feliz, fechar os olhos e dormir tranquilamente.


N/A (Andye G. W.): Então é isso. Esse é o meu capítulo. Espero que tenham gostado então, não esqueçam de deixar a impressão de vocês aqui nos comentários, ou no menu da fic. Eu adorei escrever esse capítulo…


Quando li pensei... Essa fic ta muito parada então, vamos colocar um pouco de ação aqui... Eu e minhas ideias macabras de lutas e conspirações... Sou horrível, eu sei. :P


Assim que comecei me senti nele. Esse casalzinho... Espero agora que se resolvam.

N/A (Anne W. G. M.): Mais um capítulo postado! Depois de um longo hiato eis que a fic coletiva volta a andar e o próximo capitulo já tem até escritora! \o/ Mas se você quiser participar é só inscrever, ainda dá tempo! Espero que gostem deste capítulo tanto quanto eu! Que tramas hein? kkk Reviravoltas mil! Então continuem acompanhando e, é claro, como sempre peço, COMENTEM!
 

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Comentários (6)

  • Bibi Lupin

    Oi!!!Wow, que cap!!! Adorei!!!Ação do começo ao fim, ficou muito legal :) Tadinha da Rose, que bom que já a resataram e ela está melhorando. Muito boas as cenas do Scorpius com o Rony, eu até ri em algumas, hehe Agora é só esperar para ver o que acontecerá... Novamente, adorei o cap!!!!Esperando o próximo ansiosa :)Bjs, Bibi

    2013-01-24
  • Anne A.

    Ai eu apenas: KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    2013-01-19
  • Van Vet

    Começou -_-.... kkkk

    2013-01-18
  • Andye

    Obrigada pelos coments meninas, mas que fique claro que esse Ron lindão e gostosão ai me pertence... :)

    2013-01-18
  • Van Vet

       QUE CAPÍTULO MARAVILHOSO!!! REPLETO DO MEU RON *_*" Eu sei... Sempre fui amigo da minha esposa... desde Hogwarts." Essa frase me deixou arrepiada e com um risinho bobo no rosto! <3   Mas comentando o capítulo no geral, eu fiquei surpresa com a guinada que foi dado nele. Depois que a bola da "investigação em cima do Malfoy e companhia foi lançada" as autoras estavam meio receosas de destrinchar esse plot misterioso e preferiram ficar no terreno seguro da romance. Mas então veio nossa Andye e com muita coragem iniciou, desenrolou e finalizou esse dilema, e muuuito bem, devo confessar.    Pobre Rose, tão parecida com a mãe, tão insegura.     E ainda estou suspirando pelo Ron *-*. Esse Ron paizão maduro, destemido, ciumento, e, quem diria, conselheiro amoroso...kkkkkk  Mas enfim, a fic é R&S e foi entregue uma narrativa bem mais tranquila pra próxima autora.   Arrebenta Lana! 

    2013-01-18
  • Lana Silva

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Ahhh Andye que capitulo maravilhoso, eu amei ele. Você realmente conseguiu dar ação a fanfic. Bem... Agora só resta saber se eles vão ficar juntos logo. Issodoi demais, a Rose fugindo do Scorpius,toda a ação em um só capitulo, menina você arrasou! *Nervosismos até o utlimo fio de cabelo*É agora ou nunca...Bjoos! 

    2013-01-13
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