Herbert e Hilary



Faltava pouco, mais de um mês para o natal daquele ano e muitos alunos já faziam planos sobre as férias. Estava amanhecendo quando Herbert viu uma coruja em seu dormitório, reconheceu-a imediatamente, era a coruja com a qual seus pais usavam para mandar-lhe correspondências. Levantou-se e foi até ela a fim de pegar o pergaminho, quando o fez agradeceu a coruja que imediatamente saiu do local.



“Querido Herbert,

Seu pai e eu estamos escrevendo para avisá-lo que este ano passaremos o Natal na Suíça. Estamos com saudades suas, meu filho. Entretanto, preciso confessar que algo nos preocupa. Um amigo nosso, cuja filha estuda em Hogwarts, contou-nos que você está sendo visto com uma sangue-ruim! Querido, devo lembrar-lhe que não podes misturar-se a essa gente, tu és de família nobre, não é conveniente andar com pessoas de sangue impuro.

Foi ultrajante ouvi-lo insinuar que estarias namorando esta garota, insistimos que fora um equivoco da filha dele, e que jamais pensarias em namorar alguém que não seja como nós. Esperamos que este fato não se repita, e ordenamos que se afaste imediatamente desta garota. Se queres se divertir, natural pela sua idade, procure alguém mais digna de um Parker, não uma sangue-ruim qualquer.

Esperamos vê-lo em breve.”



Herbert sentiu uma raiva imensa surgir em seu coração enquanto lia aquele pergaminho. Quantas ofensas foram feitas àquela que tanto amava! Não, ele não permitiria que seus pais a ofendessem ou que tentassem separá-los, faria o possível para estar sempre ao lado de Hilary, pois seu amor não conseguia enxergar ou entender aquelas tolas tradições de sua família. Não iria à Suíça, passaria o Natal ali em Hogwarts, como planejara com a namorada. Fora ela quem lhe ensinou a amar e a ser feliz, antes apenas vivia uma vida de luxos, mas sem carinho ou alegrias.



Saiu do seu dormitório ainda morrendo de raiva, já imaginava a não aceitação da família àquele namoro, mas não precisava insultá-la. Estava tão concentrado em seus pensamentos que sequer viu a namorada vindo em sua direção, e se esta não o chamasse, passaria direto pelo retrato da mulher gorda.



_ Ei! Não vai me dar um beijo de bom dia, não? - perguntou a garota sorrindo para ele. Com certeza ela tinha “poderes” sobre ele, pois imediatamente toda a expressão zangada deu lugar a uma face completamente apaixonada.



_ Desculpa - disse antes de beijar-lhe os lábios - Estava distraído!



_ Você parecia furioso, o que aconteceu? - perguntou ela enquanto caminhavam de mãos dadas para o salão principal. Herbert hesitou, será que deveria falar sobre aquela carta? Por outro lado, não tinha segredos com ela, não que não tentasse, mas porque nunca conseguia esconder nada da mesma.



_ Recebi uma carta dos meus pais - disse ele.



_ E desde quando isso é motivo pra ficar zangado? - perguntou ela sem entender.



_ Eles querem que eu passe o natal na Suíça com eles.



_ Ah! Eu entendo, meu amor, não precisa ficar chateado por isso não - ela tentou não demonstrar, mas ele a conhecia o suficiente para notar o tom de decepção nas suas palavras.



_ Eu não vou, passarei o natal contigo, como planejamos! - avisou.



_ Mas seus pais... - ele a interrompeu.



_ Não se preocupe com isso, me entendo com eles depois - disse Herbert torcendo para ela não perguntar mais nada.



_ Não vou mentir e dizer que não gostei da sua decisão, mas não quero que brigue com seus pais por mim - Hilary parecia preocupada.



_ Amor, eu quero e vou passar o natal com você. O mais importante é a minha felicidade, não as tradições que minha família insisti em perpetuar - ele disse, talvez aquilo não significasse apenas a questão de onde ele passaria o feriado de natal, mas também o desejo de continuar ao lado daquela que tanto amava.



_ Eu amo você! - ela disse carinhosamente, conseguindo, mais uma vez, afastar a raiva que sentia devido aquela carta que recebera dos pais.



_ Você é incrível sabia? - ele agora sorria, Hilary o olhou por alguns instantes, em seguida olhou em volta, comprovando que não tinha ninguém por perto. Empurrou Herbert contra a parede e aproximou seu corpo do dele. Assim como ele, sentia um calor invadindo seu corpo enquanto o beijava intensamente. O namoro deles estava ficando cada vez mais “sério”, o amava profundamente e sabia que seria eterno, por isso planejara aquele feriado...






Hermione tinha certeza que deveria haver alguma relação entre aquela atração que passou a sentir por Harry com aqueles dois que eram idênticos a eles. Tinha que descobrir isso o mais rápido possível, não poderia ficar beijando Harry toda vez que o visse, mas por que não? “Porque vocês não são namorados! Mas se é tão bom? Hermione!!”, ela pensava enquanto voltavam para a torre da Grinfinória.



Não era apenas o desejo de beijar Harry, havia algo mais que ela também não conseguia explicar, como o fato de seu coração disparar quando ficavam muito próximos, ou sentir seu corpo estremecer só de sentir a respiração dele em seu pescoço, ou o simples fato de se sentir imensamente feliz só por ter a companhia dele. Ela sempre gostou de ter Harry por perto, mas depois daquele primeiro beijo algo havia mudado, o que sentia por ele se intensificou.



Hermione não era a única que estava em conflito psicológico, Harry também tentava entender o que estava acontecendo com ele. Hermione sempre fora sua grande amiga, mas agora ele percebia que seus sentimentos por ela não eram mais os mesmos. Harry sentia vontade de abraçá-la, de beijá-la e até teve vontade de fazer amor com ela. Aqueles novos desejos estavam deixando-o louco, principalmente a possibilidade de estar apaixonado. E se Hermione não sentisse o mesmo? Se ela achasse Harry um amigo tarado e pervertido e acabasse deixando de o ser? Precisava ter certeza de seus sentimentos antes de colocar uma amizade tão especial em risco.



_ Bom, eu vou dormir, porque estou morrendo de sono. Quando descobrirem algo de interessante me avisem - disse Rony quando chegaram ao salão comunal da Grinfinória.



_ Harry, me empresta sua capa? - pediu Hermione, Rony já tinha ido para o dormitório.



_ Pra onde você vai? - perguntou Harry.



_ Preciso descobrir uma coisa - ela respondeu.



_ Então eu vou com você.



_ É melhor não Harry! Preciso voltar àquela sala e procurar algo sobre aqueles dois. Se você for, nós poderíamos... - ela parou, estava um pouco corada. Realmente não era boa idéia ficarem sozinhos.



_ Tudo bem, toma - ele lhe entregou a capa.



_ Obrigada - Hermione agradeceu e se aproximou. A vontade que sentia era de beijá-lo intensamente, mas não deveria. Apenas beijou-lhe a face - Boa noite!



_ Boa noite! - Harry a observou sair pelo retrato da mulher gorda. Realmente algo havia mudado, agora Hermione não podia nem se aproximar que seu coração disparava. Por pouco não a puxou pela cintura e a beijou. “É melhor aprender a se controlar!”, disse ele a si mesmo.



Hermione resolveu voltar à sala dos quadros, lá deveria ter alguma informação sobre os alunos. Ela ia cuidadosamente sob a capa de invisibilidade do amigo, tentando ao máximo não fazer nenhum barulho. Minutos depois estava em frente a porta daquela sala, abriu-a vagarosamente e adentrou no local.



Finalmente podia olhar com atenção o que havia no local, já que nas duas vezes anteriores que lá esteve sua atenção estava voltada para os lábios de Harry, “Não pense nisso agora! Concentre-se no que veio fazer!”, disse a si mesmo enquanto tentava afastar as lembranças do beijo de Harry, “Mas o que posso fazer se ele beija tão bem? Por Merlim, o que está acontecendo comigo?”, era melhor achar logo a causa de tudo aquilo ou ela acabaria se viciando em Harry, e com certeza aquilo não seria uma boa idéia, poderia se apaixonar por ele e acabar magoada, caso ele não correspondesse seus sentimentos.



Voltou-se ao quadro no qual havia a garota idêntica a ela, tinha um sorriso imenso nos lábios, assim como o garoto cujas feições eram como as de Harry. Seus olhos fixaram-se nas mãos entrelaçadas do casal, seriam namorados? Pensou nesta possibilidade, se fosse verdade pareciam realmente muito felizes, provavelmente se gostavam muito. Imaginou-se de mãos dadas com Harry, mas imediatamente balançou a cabeça e afastou aqueles pensamentos, deveria procurar informações, não ficar sonhando acordada.



Ela se afastou do quadro, procurava em todo o local algum livro ou pergaminho, mas não havia nada lá, a não ser os quadros. Pelo visto não encontraria nada, já estava desistindo quando acidentalmente esbarrou num dos quadros. Para não cair, ela colocou a mão sobre ele, e um feixe de luz foi emanado. Segundos depois letras começaram a surgir, formando palavras. Hermione percebeu que aquele feixe vinha exatamente de um aluno daquele quadro. Quando as palavras estavam formadas ela pôde ler: “Joseph Brown, 1910-1970, pertenceu a Corvinal, aluno excelente, tornou-se medibruxo quando concluiu Hogwarts.”



Um largo sorriso brotou dos lábios da garota, então era assim que se descobriam informações sobre os alunos. Para testar sua hipótese, tocou numa aluna, daquele mesmo quadro. Novamente uma luz foi emanada e informações sobre a garota formaram-se no ar. Hermione nem pensou duas vezes, voltou imediatamente ao quadro que lhe interessava, olhou fixamente, mas hesitou em tocá-lo, o que descobriria? Sua mão já estava próxima ao casal, qual deveria escolher primeiro? Aquelas dúvidas duraram apenas alguns segundos, escolheu o garoto que se parecia com Harry.



Quando o tocou esperou as letras formarem as informações sobre ele, seu coração batia acelerado, o que poderia descobrir sobre aquele garoto? As palavras ficaram prontas e ela começou a ler. Os olhos de Hermione arregalaram-se, será que lera direito? Releu as informações: “Herbert Parker, 1888-1905, pertenceu a Grinfinória, apanhador excepcional, morreu em 14 de fevereiro de 1905, causa desconhecida”. Hermione sentiu suas pernas fraquejarem, como assim morreu? Causa desconhecida? O que aquilo queria dizer? Além daquelas informações, o fato dele ter pertencido a Grinfinória e ser um apanhador excelente assustaram-na ainda mais, não era só fisicamente que ele se parecia com Harry.



Ficou alguns minutos tentando absorver aquelas informações, seu coração ainda batia acelerado, precisava saber as informações da garota, mas não sabia se tinha coragem suficiente. Respirou fundo e decidiu continuar, sua mão foi em direção ao quadro e ela o tocou, instantes depois as informações sobre a menina apareceram em sua frente: “Hilary Gray, 1888-1905, pertenceu a Grinfinória, aluna brilhante, morreu em 14 de fevereiro de 1905, causa desconhecida”. Hermione afastou-se do quadro, sentiu seu estômago revirar, Hilary morrera no mesmo dia que o garoto semelhante a Harry, devido a uma causa desconhecida, mas o que isso significava?



Sua respiração agora estava descompassada, o que descobriu a assustou, por que impediu Harry de acompanhá-la? Precisava dele naquele momento. Aquele casal morreu no dia dos namorados, há quase 100 anos atrás, suas semelhanças com Harry e Hermione não estavam só no físico, e o fato de não saberem o motivo da morte deles aumentou ainda mais a dúvida da garota, qual a influência deles nas atitudes recentes dela e de Harry?



N/A: Olá pessoal, não sei que o capítulo ficou muito bom não, mas não tive muito tempo para desenvolvê-lo, e como havia ficado sem atualizar semana passada, achei melhor postá-lo assim mesmo! Sei que o capítulo não teve muita coisa interessante, mas espero que tenham curtido assim mesmo!! Obrigada a Bárbara, minha priminha e beta, que revisa todas as minhas fics (tadinha, deve ser a beta mais atarefada deste site, tenho seis fics no ar, em breve 7 – se bem que essa é um presente meu p ela, uma fic D/G, ehehehhehehhe!!). Obrigada por lerem, comentarem e votarem!! Beijos e agradecimentos especiais à Clare, Tami, Isa e Bruninha que estão sempre comentando nas minhas fics, valeuzzz meninas, eu amooo os comentários que vocês deixam e adoro vocês!! : )) Beijuss!! Pink_Potter : )



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