Capitulo V



Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.
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CAPITULO V


— Lá está ela. Aproxime-se.


— Não parece nem um pouco diferente, Aggie.


— E claro que não, sua boba. Não é a mãe do bebê!


Hermione sentia que seus pés mal tocavam o chão. Por isso, não se importava com as fofocas das vizinhas, que não apenas comentavam as novidades com todos como também faziam questão de falar bem alto, para que ouvisse cada palavra.


Se o objetivo era afligi-la, davam-se mal. Naquele exato momento, dando asas à imaginação, ela se encontrava em um local lindo e distante, beijando os lábios sedutores de um certo capitão... Mas infelizmente a avó, indignada, insistia em trazê-la ao mundo dos mortais. Uma pena.


— A maioria das pessoas se daria mais respeito! — disse Fiona, fazendo uma careta.


Hermione ignorou o comentário e continuou a ninar Mary, que dormia tranqüilamente em seus braços. Havia se oferecido para ficar com o bebê à noite porque Sirius teria de participar de um torneio de tênis, cujos fundos seriam doados para uma instituição de caridade. Ela resolveu aparecer na igreja com Mary nos braços e percebeu que os presentes faziam comentários em voz alta. Mas Minny, Agnes e Ethel, as especialistas em espalhar novidades, não perderam tempo.


— Estão apenas curiosas — sussurrou à avó. Seu bom humor não seria maculado nem pelas bisbilhoteiras. — E eu não me importo.


O que mais a preocupava era que podia ver a amiga Valerie, mas não conseguia chamar-lhe a atenção. Val vestia-se adoravelmente, como sempre, e parecia muito solitária. Será que isso significava que ela e o marido, Lucas, haviam brigado novamente? Hermione desejou que a amiga olhasse em sua direção, mas Val abriu a Bíblia e não levantou a cabeça nem quando o reverendo Borden entrou no altar.


Quando tudo terminou, Mione teve certeza de que jamais poderia sair da igreja sem se confrontar com as fofoqueiras. A avó resmungava enquanto a seguia para o lado de fora.


— Hermione Granger! — Agnes chamou. Era a líder, a que instigava as outras do grupo. — Que precioso bebezinho você tem aí?


— E desde quando isso lhe diz respeito, Agnes? — A voz de Fiona se fez ouvir em alto e bom tom.


— Por que está tão irritadiça? Não tem nada de que se envergonhar... Isto é, se os rumores estiverem corretos.


— E quem começou com os falatórios? — Fiona argüiu, furiosa.


Sabendo que, se não fizesse nada, a avó poderia enforcar as intrigueiras, Hermione falou:


— Esta é Mary Black, senhoras, filha de Sirius Black. Estamos tomando conta da pequenina enquanto ele participa de uma ação de caridade.


— Isso é bem típico de você, Hermione — Ethel disse, a expressão enervante. — Sempre faz coisas boas para as pessoas.


— Quando o pequeno Sirius Black se casou? — docemente, mas de maneira cortante, a maldosa Minny provocou.


Agnes deu uma cotovelada na outra mulher.


— O pequeno Sirius, Min? Este é o ponto! — Pegou o pulso de Hermione. — Como aconteceu? E quem é a mãe?


— Imagino que tenha acontecido da maneira usual, Agnes. Sirius não é o tipo de homem que costuma freqüentar o banco de esperma da cidade. Mary não é adorável? Vovó e eu sempre dizemos que deve ser a criança mais bem-comportada do mundo.


— Parece que você está um pouquinho magoada — Ethel apimentou, tão ardilosa quanto Agnes.


— E estou.


— Conte a respeito da mãe da criança, querida —Agnes pediu.


— Sirius não falou nada a respeito. E um direito dele. Agora, se me derem licença, eu gostaria de cumprimentar uma amiga. — Confiante de que a avó poderia lidar com o trio, Hermione apressou-se em interceptar Valerie ao vê-la saindo pela porta lateral. — Ei, garota!


— Mione! Olá.


A resposta fraca e os olhos vermelhos confirmaram as suspeitas de Hermione de que alguma coisa não ia bem.


— Algo errado?


— Oh... não. — Então seu olhar pousou em Mary. — Pode me dizer o que é isso?


Val estaria tão deprimida a ponto de não ouvir os recados que lhe deixara?


— Esta é Mary Black...


— O sobrenome de seu vizinho Sirius?


Hermione fez um gesto afirmativo com a cabeça.


— Exatamente. — Então resumiu a história para a amiga.


— Pobre garota... — Valerie murmurou, chegando perto do bebê e lhe fazendo um carinho. — E como você está enfrentando a situação? Parece gloriosa.


— Surpreendentemente, estou bem. Tenho sido muito feliz. E como se esta menina fosse minha filha, sabe? Mas, ao ver como Sirius lida com o problema...


— Você e seu Sirius. — Valerie suspirou, a expressão gentil se tornando mais triste do que nunca. — Isso vai muito além do que poderíamos chamar de boa vizinhança ou de amor platônico.


— Mas ele se importa comigo! O choque o fez mudar. De verdade.


— Acha que sim?


— Qualquer um pode ver. Sirius agora tem uma sensibilidade que antes não existia, ou que talvez negasse. Quer saber de uma coisa? Outro dia ele até admitiu que sempre sentiu algo por mim.


— Nunca duvidei disso. Mas ele tem um estranho meio de expor seus sentimentos, sem mencionar a situação por que está passando.


— Mas ele admitiu, Val. Essa é a diferença.


— Então o que me diz dos anos em que foi tão distante, até rude?


— Você não sabe o que Sirius disse a respeito do passado difícil que teve. O terrível divórcio dos pais, a maneira como o usavam como arma para controlar e machucar um ao outro, como se o filho não tivesse sentimentos nem necessidades próprias... Não confia em sua habilidade de superar o medo do passado e teme unir-se a alguém.


— O casamento é difícil o suficiente sem esses problemas todos. Você merece mais, Mione.


— Não. De qualquer forma, quero Sirius. Além disso, acredito poder ajudá-lo porque tenho visto e entendido as coisas pelas quais ele tem passado. Sei do que precisa.


Valerie forçou-se a sorrir.


— Gostaria tanto de poder concordar com você... Mas temo que esteja se conduzindo ao terreno das decepções. Ao menos prometa ir aos poucos. Esteja certa de que vocês dois estão verdadeiramente encarando as coisas da mesma forma antes de arriscar seu coração.


Mais uma vez Hermione sentiu uma intensa tristeza nas palavras da amiga.


— Por que está agindo assim? Onde está Lucas? Por que não deu retorno a meus telefonemas? O que está acontecendo, Val?


Valerie olhou para o nada, um brilho de estranha dor fazendo seus olhos se encherem de lágrimas.


— Explicar levaria mais do que trinta segundos e eu realmente tenho de ir.


Assim que a amiga partiu, Hermione permaneceu parada, estupefata. Val não era e nunca fora de cortar uma conversa de maneira tão abrupta. Até recentemente, costumavam tagarelar, pessoalmente ou por telefone, todos os dias.


Pensativa, Hermione foi encontrar-se com a avó. Enquanto caminhavam em direção à caminhonete que usavam para fazer entregas e comprar suprimentos, expressou-lhe suas dúvidas:


— Estou muito preocupada com Valerie.


— Todos têm problemas. — Fiona colocou o cinto de segurança. — Estou mais atormentada é com as fofocas em torno de Sirius. Bem, de você e de Sirius. Fez questão de ignorar aquelas senhoras desagradáveis, especialmente Agnes. A mulher sempre aumenta as coisas. Eu lhe disse que não queremos discutir a maternidade do bebê, mas isso não significa que elas não discutam o assunto.


— Oh, vovó!


Enquanto dirigia para casa, o sol de meados de agosto iluminava a paisagem. Chovera um pouco há alguns dias, e a terra, que já estava se tornando inóspita, tingira-se de verde.


Hermione esperava que as coisas continuassem assim. Apreciava o colorido da natureza. Nunca competiriam com o Colorado, em seus tons de amarelo e alaranjado, mas, quando o tempo era benevolente, as árvores ficavam repletas de flores e as casas pareciam ainda mais acolhedoras. O perfume inebriava e dava mais aconchego a prédios e residências.


Enquanto prosseguiam, a avó não parava de falar. Não esperava resposta; meramente expressava em voz alta os pensamentos. Isso permitiu a Hermione divagar também; tanto que demorou a perceber, ao chegar, que havia um estranho carro em frente à casa de Sirius. De quem seria?


— Onde está o carro de Sirius? — a avó perguntou. Hermione ia lhe dizer que o vizinho certamente já havia partido para o compromisso quando o viu sair de casa e abrir-lhe a porta do veículo.


— Olá — ela falou. — Você já não devia ter saído? O que aconteceu com seu carro?


Observou, o sorriso acolhedor.


— Meu carro quebrou bem no momento em que eu estava a caminho.


— Oh, não!


— Pois eu sempre digo que estes automóveis não são nada mais do que brinquedos caros. — Fiona apontou para Sirius, o belo bracelete de prata cintilando. — Diga-me se estou errada.


Ele deu à Hermione um olhar, indicando que não consideraria a observação, e então acrescentou:


— A boa notícia é que o socorro veio rapidamente e me trouxe outro carro.


— Bem, você deve ser um cliente especial. — Seguiu-o e o observou pegar Mary, deitadinha no assento de trás. — Espere um momento! O que está fazendo? Se está atrasado, deveria...


— Não se preocupe. Eu pretendia ir mais cedo apenas para encontrar alguns amigos. Mas, enquanto aguardava o carro — disse, fazendo uma pausa para beijar a nenê —, tive uma idéia.


Hermione também teve algumas ao vê-lo com bermuda de brim caqui, camiseta branca, óculos escuros e tênis. Mas, desde aquele beijo maravilhoso, há alguns dias, estiveram mais preocupados em trabalhar e cuidar bem de Mary, sem muitas oportunidades de falar sobre sentimentos.


— Que idéia?


Sirius parecia meio enigmático. Se estava pensando em dizer que mudara de opinião a respeito de Hermione passar tanto tempo com a nenê, ela simplesmente choraria.


— Gostaria de passear um pouco?


— Está me convidando a ir ao torneio?


— Tenho entradas para o camarote privativo da companhia aérea. Ficará protegida do sol, e lá haverá comida e refrigerantes.


— Mas... e a nenê?


— Posso tomar conta dela — interveio Fiona.


— Obrigado pela oferta, mas acho que devíamos levá-la — respondeu Sirius. — Bem-comportada como é, provavelmente dormirá o tempo todo. E terei a oportunidade de mostrá-la a todos. — Fitou Hermione com tal intensidade que a hipnotizou. — Sei que não conhece ninguém, mas ficarei a seu lado antes de jogar.


O bom humor nunca a abandonava.


— Isso é um namoro, Black?


Ele olhou para Fiona antes de voltar a encará-la.


— Bem... já é hora de ir, não acha?


— Admito que o programa é extremamente interessante, mas já parou para pensar como seus amigos e companheiros de trabalho vão reagir? As pessoas vão imaginar... o óbvio.


— Não acho. Quase todos sabem que a mãe de Mary não vive aqui.


— Que os céus me salvem da lógica dos homens! — a avó murmurou.


Sirius a encarou, verdadeiramente confuso.


— Que quer dizer?


Hermione sorriu e tocou-lhe o rosto, para tranqüilizá-lo.


— Ignore-a. Ainda não almoçou e está ficando irritada. — Deu uma olhadinha significativa na direção da avó.


— Desculpe-me por ter uma opinião — respondeu Fiona. — Prometo ficar parada, quieta, e fingir que nada ouço.


A despeito do sarcasmo da senhora, Hermione não podia se sentir mais entusiasmada. Imaginar-se passando uma tarde inteira na presença de Sirius era algo imensamente maravilhoso. Olhou para sua roupa fora de moda e concluiu não ser nem um pouco adequada para assistir a uma partida de tênis. Se ao menos tivesse algo sensual e apropriado...


— Você está ótima — Sirius garantiu, adivinhando-lhe os pensamentos. — Mas posso aguardar, caso queira trocar de roupa.


— Está bem. Volto já.


Hermmione decidiu usar o vestido salmão. Muito bonito, ficava alguns dedos acima do joelho. Comprara-o por impulso durante uma viagem com Valerie, no início do ano. A amiga lhe dissera que, com cabelos soltos e sandálias baixas, poderia usá-lo em qualquer ocasião.


Uma vez pronta, contemplou-se no espelho e sorriu. Estava bonita.


— Pensando em quê?


— Em nada — respondeu Sirius. — Já lhe disse que está linda?


Ela sabia que o comentário tinha o intuito de fazê-la ficar à vontade, mas elogios sempre eram agradáveis. Especialmente quando vindos de Sirius.


— Obrigada. Ainda não consegui acreditar que me convidou.


— Devia tê-lo feito na sexta-feira, mas não imaginei que pudesse estar interessada. Nunca me falou nada a respeito de gostar de tênis.


— Para ser honesta, nunca quis jogar, mas admiro quem é bom no esporte. E os troféus que vi em sua casa me dizem que você é ótimo!


Ele sabia que era preciso mais do que talento para desenvolver carreira nos esportes.


— Houve um tempo em que achei que pudesse jogar profissionalmente, mas então flagrei minha mãe tendo um caso com meu instrutor de tênis.


— Oh, não! Estava casada com seu pai?


Sirius tentou fazer um gesto indiferente com a cabeça, indicando que sim, mas a forma como apertou com força a direção do carro traiu-lhe a amargura.


— Depois disso recusei-me a continuar praticando. No momento em que percebi que já não machucava ninguém, a não ser a mim mesmo, já tinha perdido tempo demais.


— Gostaria de ter sabido disso antes — Hermione falou, a voz suave — para lhe ter oferecido apoio na ocasião.


— Obrigado de qualquer forma — Sirius respondeu com um sorriso frágil.


— Mas então você descobriu a magia de voar e isso se tornou um grande amor, não é?


— De certa maneira, sim. — Até recentemente, ele acreditava haver perdido a capacidade de sentir emoções com muita intensidade. — E como se fosse uma terapia. Uma sessão de relaxamento à minha moda.


— Isso nunca me passou pela cabeça.


— Achou que talvez o que me seduzisse fosse a velocidade?


— Acho que sim.


Nossa, como conseguira enganá-la!


— Amo voar porque desanuvia minha cabeça, faz com que me sinta livre.


— A liberdade é tão importante assim para você?


— Às vezes, é o mais importante. — Em especial quando os pais brigavam. Precisara usufruir do prazer do silêncio, fugir à dor e à decepção. Uma independência que pensou garantir-lhe segurança emocional. Como estava enganado! Continuou, o semblante fixo na pista à frente: — Nunca usei o céu para ter emoções fortes. Afinal, diversas pessoas voam sob os meus cuidados.


— Você é cauteloso, hein?


Ele ajustou o espelho retrovisor, para observar Mary, adormecida no banco de trás.


— Posso dizer que há coisas que não arrisco. Com um suspiro feliz, Hermione recostou-se no assento de couro.


— Bem que imaginei.


— Eu sei.


Continuaram em silêncio. Havia pouco tráfego. A distância, os prédios de Dallas ficavam mais visíveis, como em uma paisagem futurista.


— Arriscando manchar este... namoro, mesmo antes de ele começar, gostaria de saber se teve algum sucesso com o detetive particular que contratou — comentou ela.


Se fosse há algum tempo, Sirius teria se sentido intimidado com a pergunta. Entretanto, agora era diferente. Hermione tinha o direito de saber.


— Não, não tive. Se não tiver notícias até segunda-feira, vou ligar para ele. Espero que tenha ao menos algumas pistas.


— Parece uma luta contra algo misterioso...


— E é. Mary e eu começamos a nos acostumar um com o outro. Ela já me reconhece. Só quero que as coisas sejam explicadas e resolvidas, para o bem de todos. — Deu uma olhadela para Hermione. — Sei quanto essa situação é desconfortável para você. Ela suspirou.


— De certa forma é, sim. Mas será que estaríamos conversando assim, tão próximos, se não fosse Mary?


— Não sei. Por outro lado, você tem de admitir que é uma senhorita atraente.


— Os homens têm me falado isso há muito tempo — confessou ela, olhando para o teto do carro. — Obrigada por me dizer isso antes que meus cabelos fiquem brancos e meus dentes, fracos.


Sirius riu, charmoso. Estacionou junto ao clube e, antes que saíssem para pegar o bebê, afastou o cinto de segurança e murmurou:


— Espere um segundo. — Antes que Hermione pudesse antecipar o movimento, aproximou-se e beijou-a.


Ficou aliviado em vê-la tão surpresa. Notou até um certo tremor no corpo dela.


— Por que o beijo? — Hermione perguntou, com um sorriso, quando ele levantou a cabeça.


— Achei que assim você me daria ainda mais sorte.


— Espero que não esteja me confundindo com aquela loira sinuosa que sai de uma garrafa. Uma "gênia".


Ele sorriu.


— O que você tem é muito mais importante: doçura. Hermione fez uma careta.


— Por que não posso ser sensual?


— É sensual, sim. Bastante. — Pegou-lhe os dedos e deu beijos nas palmas das mãos macias. — Se ficar um pouquinho mais sensual, não serei capaz de sair deste carro sem tornar a situação embaraçosa para nós dois.


As emoções que tingiram o rosto dela de púrpura eram adoráveis, e muito sensuais. Sirius desejou que estivessem em sua casa, onde poderia deitá-la sobre o sofá ou, melhor ainda, em sua cama, tirar-lhe a roupa e sentir a textura da pele suave, saborear cada pedacinho do corpo adorável. Foi quando descobriu que não estava preparado para os sentimentos que Hermione Granger lhe despertava.


 


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Adaptação de um livro de Helen R. Myers.
Detalhes no inicio da historia.

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Olaaa, voltei passado de 2 semanas! então que achas da capa, esta gira ou alguem se habilita, para me fazer uma (coisa que eu agradeceria :p) ?


gostaram do capitulo? e que tal um comentario :D



Agora respondendo:


Fafa:   Ainda bem que gostaste, fico feliz por isso :D beijoooo


Leticia Franciele Borghi : Verdade, era bom que estivessemos todas nos bracos dele aiiii  :p que bom que continuas a amar isso faz-me feliz :D  Beijooooo flor!



Lembrem-se um comentaria faz uma pessoa feliz :D


beijoooo


Ines Granger Black

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Comentários (1)

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