; Want



Capítulo 4. Ou Want.


 


Yesterday


Love was such an easy game to play


Now I need a place to hide away


Oh, I believe in yesterday


 


Sexto ano.


Corredor das Masmorras.


Eu passara duas semanas imaginando o que se acontecera entre mim e a Granger e sinceramente, eu estava irritado por ela ter ido embora daquele jeito. Quero dizer, por que ela teve que ir embora? Medo de que acontecesse alguma coisa? Fala sério, era só uma noite, nada mais do que aquilo.


Esse joguinho era mais fácil com as outras garotas, mas a Granger simplesmente faz as coisas em um impulso e depois dá para trás e vai embora. Odeio mulheres indecisas.


Eu estava justamente pensando nisso enquanto andava pelo castelo, sozinho, sabendo muito bem que aquela era a noite de ronda de Hermione Granger.


- VOCÊ! – Ela exclamou assim que me viu.


- Não, você. – Eu falei apontando para ela. Antes que eu pudesse pensar em fazer algo a Granger começou a bater em cada parte do meu corpo que conseguia. Essa garota adora me pegar desprevenido. – Pare Granger, eu não estou com humor para brincar hoje. Na realidade eu não estou com humor nenhum então nem para conversar eu estou bom. Estou pior do que de costume.


- VOCÊ É UM CANALHA – berrou a Granger me dando socos. E caramba, que força.


- Me diga algo que eu não sei – falei cansado. Aquela semana havia sido horrível. Eu estava exausto, arrependido, cansado, temeroso e queria apenas me matar.


- Vai dizer que não foi você quem mandou o colar, hein? – Perguntou-me furiosa. Eu a encarei sem acreditar.


- Que acusação sem fundamento, Granger. Como ousa falar isso? – Perguntei tentando não parecer suspeito. Ela continuou a investir tapas contra mim. – Pare com isso!


- Você acha que ninguém está pensando nisso? O Harry está cada vez mais achando que é você, e eu agora mais do que nunca. Eu VI o colar.


- Eu juro que eu não tive nada a ver com isso – falei tentando me desvencilhar dela. – Pare com isso, Granger. PORRA, está me irritando.


- Imbecil – ela me empurrou e eu senti que estava batendo na parede.


- Chega, Granger. Chega! – Falei segurando seus dois pulsos. Ela parou de se debater e me encarou por alguns segundos. Eu pude ver lágrimas de raiva em seus olhos e antes que desse por mim eu a puxara ao meu encontro, beijando-lhe com força. Ela tentou resistir, mas depois de um tempo acabou cedendo.


Eu simplesmente não sabia o que dera em mim. Quando vi já estava na famosa Sala Precisa com a Granger embaixo de mim, nossas roupas jogadas no chão, ouvindo um suspiro sair de seus lábios.


- Dessa vez você não vai embora – falei com gosto. Ela riu enquanto eu a beijava de novo. Eu sabia que ela ainda estava furiosa e não acreditava que não havia sido eu, mas talvez o perigo a excitasse tanto quanto a mim.


- Infelizmente não tem como – falou baixinho. Eu a beijei por mais algum tempo até que percebi que a queria. E fora com grande satisfação que ouvi um gemido sair de seus lábios enquanto eu explorava todo seu corpo.


Nossos beijos começaram a virar semanais quando eu a pegava sem querer em uma ronda. Ela começou a parar de lutar para não me ver e eu comecei a sentir que tinha um pouco mais liberdade fazendo-me não pirar completamente naquela situação em que eu estava vivendo.


Os beijos começaram a ficar menos rápidos e cheios de ódio; eram calmos e aproveitávamos como se fossem os únicos.


Os abraços pararam de ser seguidos por insultos; às vezes era apenas uma noite deitados na mesma cama.


Os xingamentos cessaram, mas não por completo; as ironias tomavam conta de nossas conversas, mas dessas vezes elas eram um pouco mais suaves e divertidas de se lidar.


Mas eu simplesmente não confiava nela. Eu não podia. Ela era amiga do santo Potter e do idiota do Weasley. Eu era apenas uma forma dela se refugiar quando estava irritada ou magoada.


E ela era apenas uma forma de eu sair daquele mundo perfeito dos comensais da morte, onde todos devem seguir estritamente as ordens como se fosse questão de morte ou vida – e era. Eu não queria mais ser o filho perfeito puro sangue, meu pai começava a me dar náusea. Todos esperavam grandes feitos de mim, mortes violentas na minha mão, começando por aquele diretor imbecil e velho, mas que eu sempre respeitei a minha vida inteira.


Eu estava destinado a coisas horríveis, enquanto ela tinha um futuro inteiro na mão, esperando apenas pelas oportunidades certas.


Eu me guiava pelo caminho errado. E eu sabia que mais cedo ou mais tarde nos separaríamos de uma só vez.


Eu só não esperava que fosse tão rápido.


Após o dia em que o Weasley foi “quase” morto, ela me procurou com lágrimas de raiva e tristeza.


E eu sabia o que se seguiria a partir daquele dia.


- Você é desprezível, Malfoy – falou com um tom que beirava a mágoa. – Não, é sério. Eu não acredito que você conseguiu ser tão baixo a ponto disso.


- Você irá me entregar – eu afirmei. Não era uma pergunta, era um fato.


Ela balançou negativamente a cabeça e eu nunca havia visto tanta raiva em seus olhos.


- Não irei, porque não quero que isso me cause perguntas embaraçosas. Eu não tenho nada a ver com sua vida Malfoy.


- Espere Granger, é sério... – ela não me deixou terminar. Apenas riu sem humor.


- Chega disso, é insano. Doentio. Você é doentio, não tem amor próprio muito menos pelas pessoas. Malfoy, minha vingança acabou. Eu simplesmente estou cansada disso e quero voltar a minha vida normal.


E ela saiu andando. Nunca mais dirigiu a palavra a mim.


Ela estava certa, eu não tinha amor próprio. Mas eu estava começando a entender o que era precisar de alguém de verdade, o que era querer alguém ao seu lado nos momentos mais difíceis. Começara com uma simples vingança, mas eu queria muito mais que aquilo.


Eu tinha inveja do Weasley. Sabia que mesmo fazendo todas aquelas merdas ele acabaria com a garota, porque as merdas dele não eram nada comparadas as minhas. E Hermione Granger não era burra para não entender o que estava se passando.


Ela simplesmente apagaria tudo da memória. E todas as cenas ficariam cravadas em mim.


E eu soube durante toda a minha vida que o ontem era mil vezes melhor do que o amanhã que me aguardava.

n/autora: esse é o último capítulo :( Infelizmente, então aguardem o Epílogo, pois ele já está pronto. \o/ Virá se eu tiver comentários. Poxa, último capítulo custa comentarem? Chantagem off. hahahaha
Espero que tenham gostado, viu?
Agradecimentos:
Gabriele Ricarte, Artemis Granger, Brenda Chaia.
Beijos a todos.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.