Prólogo



Prólogo.


Tinha dois homens em sua cama, dois filhos pequenos e um bom emprego, mas sentia-se tão suja quanto traída. Prostituida. Sabia que as viagens de Ron não eram tão necessárias quanto ele dizia que eram. O período de viagens sempre começava quando suas brigas se tornavam mais constantes.


Levantou da cama e percorreu o quarto enquanto tinha a porta trancada e um pouco do que restava da sua intimidade e dignidade. Abriu o compartimento de jóias escondido que seu marido nem sabia que existia. Deu uma risada sem humor ao percorrer as mãos sobre tantos diamantes, rubis, esmeraldas e inúmeros brilhantes. Tinha tantas jóias caras que poderia sustentar um pais pobre. Mas não podia se dar ao luxo de usá-las quando queria. E isso com certeza era um chute no ego que gostaria de não ter.


Sentou-se na cama e chorou copiosamente enquanto seu corpo esguio dançava sob a renda no ritmo dos soluços. Até uma batida na porta interromper sua auto-piedade.


   – Mamãe.


Foi o suficiente para entender que sua filha estivera tendo pesadelos novamente e a voz de choro da criança alertou todos os seus sentidos de mãe. Jogou todas as jóias na caixa e voltou a esconde-las entre as paredes do quarto.


   – Mamãe


Ao mesmo tempo em que ela abria a porta e viu suas duas crianças de mãos dadas. Fazia só duas semanas que Hugo conseguira andar e Rose, bem Rose já tinha dois anos e podia andar livremente pela casa com um adulto em seu encalço.


   – O que seu irmão esta fazendo fora do berço?


Os cabelos ruivos dos seus fizeram-lhe lembrar de quem eram filhos.


   – Hugo estava quase pulando do berço.


Surpresa pela afirmação da filha ela franziu o cenho


   – E como ele desceu?


   – Eu o chamei co as mão – Rose repetiu o gesto com as mãos – E ele veio.


Hermione estava tão feliz que não podia acreditar, se abaixou até ficar na altura da filha.


    – Você sabe o que fez Rose?


    – Não


Olhos grandes e azuis estavam lhe fitando com curiosidade, mas que Hermione sabia que tinha. Pegou o filho nos braços e puxou Rose pela mão até estarem todos deitados em cima da grande cama de casal. Hugo se aconchegou perto da barriga da mãe como se ainda fosse um bebê e estivesse dentro dela. Rose passou os braços ao redor do irmão.


    – Mamãe. Não fica tiste.


Hermione sorriu para a filha apertou até estarem todos juntos o bastante que seus braços alcançam toda a extensão do corpinho da filha.


    – Amanha vai me dize?


    – Digo sim, Rose, agora vamos todos dormir.


 Rose passou a mão na barriga da mãe feliz porque mataria sua curiosidade e deixou a mão ali descansando. Hermione quase chorou com o gesto. Era como se a filha soubesse que ali estava surgindo uma nova vida.

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