Capítulo 01




Fogos de Artifício


Primeiro Capitulo


Lily POV


Mais uma vez lá estava eu, sexta feira de manhã, no fim das férias. Eu realmente não tinha muito o que fazer, minha melhor (e única) amiga da escola ainda estava viajando e tudo o que eu tinha a fazer em Londres era ir à biblioteca ou à locadora. Eu não era uma garota muito popular, não era convidada a muitas festas, não tinha amigos com quem sair para uma noite agitada... Então esses dois lugares eram meus refúgios. Além de tudo eu ainda era uma garota muito perceptiva. E isso sempre me custava mais do que eu gostaria.


Com a minha capacidade perceptiva maior que a maioria eu tinha descoberto coisas que muitos dariam tudo para descobrir. Mas sempre que eles percebiam que eu tinha visto eles decidiam tentar me fazer esquecer. Embora eles não tenham percebido que isso nunca funciona. Mas eu sempre tinha a esperança que desta vezeles iriam me explicar.


Grande equívoco.


Sorri melancolicamente e continuei andando. Eu olhava atentamente para cada uma das pessoas que passavam na rua. Tinha também algo parecido com memória fotográfica. Conseguia me lembrar de cada rosto que tinha visto apenas por analisá-los basicamente por aproximadamente três segundos. Era engraçado quando começava a perceber a rotina de algumas pessoas. Por exemplo, há uma senhora que toda terça às 15:20 compra café na mercearia da Rua Doze, e o velho que todas as sextas às 19:00 compra dezessete latas de cerveja e se senta no bar da esquina da Rua dos Alfeneiros enquanto assiste ao noticiário.


Estava passando pelo Centro de Londres, indo em direção à Biblioteca, onde devolveria o livro que havia pego no dia anterior. Olhei para o lado onde havia uma cabine telefônica com um senhor dentro, falando algo no telefone. O que não fazia muito sentido, porque tinha um aviso de "Em manutenção" pregado. E o senhor não era um técnico, porque um técnico não vestia roupas azuis que parecem com uma túnica de seda. Não, erauma túnica de seda. Preparei-me para desviar o olhar. Encarar pessoas em vestimentas estranhas, geralmente túnicas coloridas, sempre me trazia problema. Mas antes que eu desviasse o olhar, o vi desaparecer dentro da cabine.


Ele era um deles.


-Ei! Senhor! – eu gritei e corri em direção à cabine. Embora eu soubesse que ele já não poderia me ouvir, independente de onde ele estivesse.


-Senhor! Por favor, você não pode simplesmente desaparecer! Eu preciso de explicações! – eu gritava.


As pessoas que passavam na rua lançavam olhares estranhos em minha direção. Como se eu fosse a estranha. Estranho é o cara que desapareceu! Por que não lançam olhares estranhos para ele? Só por que ele desapareceu?


Em minha raiva eu não percebi um garoto que parecia se preparar para entrar na cabine.


Ele tinha os cabelos castanhos escuros desarrumados e os olhos castanhos claros por trás da lente do óculos. Com certeza, ele entraria na classe "bonito", mas eu não poderia esquecer que ele era um deles.


-Srta... – ele disse preocupado. Parecia querer fazer com que eu fizesse menos alarde. Ah, ele queria escondersua sociedade. Como se alguém fosse acreditar em mim. Pode crer, eu já tentei falar para meus pais. Eles disseram que o excesso de chocolate alterara meu cérebro. Então eu desisti.


-Evans. Lílian Evans. – eu disse.


-Sim, Lily, você pode me dizer o que está acontecendo? Por que você está gritando?


-Nem tente. – eu disse – Você viu tão bem quanto eu aquele cara desaparecer.


Sua expressão ficou preocupada.


-Eu não acredito que terei que usar aquele feitiço. Eu nunca o testei antes... E se eu fizer algo errado? – ele murmurava frases sem sentido. Repentinamente, ele tomou feições sérias e agarrou meu pulso rudemente me puxando até um beco escuro que tinha bem próximo à cabine.


Era normal eu estar com medo, não era? Eu estava sendo puxada para um beco escuro no centro de Londres por um garoto aparentemente maior de idade desconhecido. Mas não era de perder minha virtude que eu estava com medo. Era que tudo ia se repetir. E eu ficaria sem respostas.


Ele tirou um comprido pedaço de madeira do bolso do jeans e o apontou para a minha testa. Com tudo que eu tinha aprendido sobre eles eu sabia que aquilo era conhecido como varinha e que eles iriam fazer um feitiço chamado de Obliviate.


-Lá vamos nós de novo, eles sempre fazem isso. Será que não percebem que isso não funciona? – eu murmurei para mim mesma.


Por um momento ele hesitou e abaixou a varinha. Percebi a surpresa nos seus olhos castanhos.


-O que você quer dizer? – ele perguntou.


-Finalmente um que parou para me ouvir. Os outros nem me levam em consideração. – eu disse revoltada.


-O que você quer dizer? – ele repetiu.


-Guarde a varinha. – eu disse imperativa. Seu rosto se contorceu em uma careta. Ele com certeza não queriame obedecer.


Ele a abaixou ainda segurando firme ao lado do corpo.


-Pronto. Agora me diga o que você quer dizer. – agora o tom dele estava imperativo. Não deixava margem para discussões.


-Eu ainda iria preferir que você a guardasse. Aprendi a não confiar em vocês. Eu te dou informações básicas e você me deixa ir, ok? – eu pedi.


-Fale.


-Eu vejo vocês. Ver não é o verbo certo. Eu percebo vocês. Eu reparo em coisas que as outras pessoas não reparam. E isso faz com que todos vocês tenham que me obliviar no final. – eu disse simples.


-Você sabe sobre nós? – ele perguntou parecendo assustado. Acho que pessoas como eu não eram comuns para a sociedade bruxa. Não deviam tê-lo preparado para lidar com isso.


-Sim.


-Você é bruxa? – ele perguntou.


-Não. Trouxa. É assim que vocês falam, não é? – perguntei.


-E como você sabe tanto? – ele perguntou.


-Prestando atenção. Eu reparo nos detalhes. E acabo vendo mais do que deveria. Mas acho que já respondi muitas das suas perguntas. Agora eu preciso ir. Você não vai responder as minhas. E não adianta tentar me obliviar, eu sempre recupero a memória depois de 72 horas. – eu disse prática.


-Eu não posso deixar você ir. Você sabe muito. É perigoso. – ele disse sério.


-Se obliviar não vai resolver, o que você vai fazer? Me matar? – perguntei.


-Tenho um amigo que mantém um apartamento aqui perto. Não poderia aparatar com você, já que você não tem varinha. Mas podemos usar a rede de Flu. – ele disse como se conversasse consigo mesmo fingindo ignorar meu comentário. – Venha.


-E se eu não quiser? – eu perguntei.


-Obliviarte pode não funcionar com você, mas esse não é o único feitiço que nós temos. – ele foi objetivo.


Eu bufei irritada.


-Bruxos. Sempre se achando superiores porque podem resolver tudo com magia.


Ele me ignorou por todo o caminho até chegarmos a uma grande casa branca um pouco afastada do centro. O garoto tocou a campainha e esperou ser atendido.


-Eu não faço idéia de quem seja, mas você faz idéia das horas? – uma voz sonolenta atendeu.


-Almofadinhas, sou eu. Abra logo. Emergência. – ele disse.


-Emergência é meu novo apelido? – eu murmurei irritada.


-Você está com uma garota, Pontas? Você está trazendo uma garota para o meu apartamento? Nem pense que eu vou dar licença para vocês, ok? Você tem sua casa.


-Apenas abra. – Pontas rosnou furioso.


Pontas e Almofadinhas. Que tipo de apelido é esse? Ou será que é um código?


O portão fez um clique indicando que tinha sido aberto e eu o segui até a casa. A sala era grande e tinha três grandes sofás com uma mesinha de centro.


Sentado displicentemente em um dos sofás estava um garoto de cabelos pretos e olhos cinzas vestindo apenas um calça de moletom e aparentemente tinha acordado com a nossa chegada.


-Boa caçada, Pontas. – ele disse apontando para mim – Mas essa ainda é a minha casa.


-Você não está entendo, Sirius. – ele disse largando o apelido – Ela é trouxa.


-A maioria que você traz aqui são. Mas isso não importa. – ele disse se aproximando de mim. – Prazer. Sirius Black. – ele disse estendendo a mão. Eu a olhei atentamente e conferi os bolsos dele.


-Está em cima da mesa. – o outro disse e eu conferi. Realmente, lá estava, aquilo parecia um graveto. Eu admirava a capacidade deles de não perder. Depois de conferir que ele não tinha modos de me machucar magicamente e repassando mentalmente as técnicas de auto defesa eu apertei a mão do bruxo à minha frente.


-Ela sabe sobre nós? – Sirius perguntou visivelmente assustado, quando assimilou o que eu estava procurando. – Ela não é trouxa?


-Era isso que eu queria dizer. Ela percebeu que nós não somos como eles. Ela descobriu o mundo bruxo. – Tiago disse fascinado. Parecia que isso não era muito comum.


-E você não a obliviou por que... – ele disse como se conversasse com uma criança.


-Ela afirma já ter sido obliviada antes. E diz que não funcionou. A memória dela sempre volta.


-Cara, isso é estranho. – Sirius disse.


-Mais que estranho. Isso não devia acontecer. – ele disse passando a mão pelo cabelo e virando-se para mim – Por acaso alguma vez você já fez alguma coisa estranha acontecer?


-Não. E meu tipo sanguíneo é O positivo, não costumo sentir dores de cabeça e nem cólicas pré menstruais. Ah sim, e eu não sou nenhum experimento de laboratório. – eu disse pausadamente.


-Eu sei que não. – ele disse nervoso – Nós teremos que chamar Dumbledore.


-Tiago, você tem certeza que isso é necessário?


-Nós não podemos obliviá-la e deixá-la por aí é a ultima opção. – ele disse.


-Ok. Escreva uma carta a ele.


-Ei, eu não sou um objeto ok? Vocês não podem fazer comigo o que quiserem. Eu disse aos meus pais que eu iria à biblioteca e voltava. Eles irão ficar preocupados. – eu disse.


-Você pode falar com eles. – Sirius disse me estendendo um celular.


-Ok, me desculpe. – o outro disse – E isso é uma novidade para nós. Duvido até que Dumbledore entenda isso. E olha que ele é um gênio. Tiago Potter. – ele disse e eu apertei sua mão relutante. -Não se preocupe nós não vamos machucar você. Nós bruxos não somos sem coração como você acha.


Eu lhe lancei um olhar descrente.


-Você pode usar o telefone. Ligue para eles e invente algo. Dumbledore é o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. – ele continuou


-Obrigada, Potter. – eu agradeci pegando o celular.


-Pode ser Tiago, Lily. – ele disse sorrindo.


-Evans. – eu corrigi automaticamente e ele me olhou incrédulo.


Liguei para minha mãe e inventei algo sobre almoçar com uma amiga. Ela com certeza estranhou, minha mãe sabia que Melanie era minha única amiga. Mas estava feliz por eu estar saindo da minha bolha, como ela chamava. Eu duvidava que ela ficaria feliz se soubesse que eu estava na casa de um garoto.


Sentei-me em um dos sofás enquanto esperava Tiago e Sirius voltarem. Da ultima vez que os tinha visto, estavam discutindo sobre o que seria mais rápido: um patrono ou uma coruja. Seria muito para me acostumar. Ou não. Talvez esse tal gênio decidisse que o meu problema eram feitiços mal executados. E talvez dessa vez, o Obliviarte funcionasse. E mesmo que não, eu já teria perdido minha chance de descobrir mais sobre esse mundo.


Tudo o que me restava agora era confiar na bondade desse bruxo. E ter que confiar em bruxos não era algo para o qual eu me sentia a vontade.


Tiago POV


Aquela era uma garota estranha. Em todos os sentidos.


Primeiramente, eu nunca tinha visto uma garota tão cativante. Ela era bonita de um modo único. Seus cabelos cor de acaju em contraste com os olhos verde esmeralda e a pele branca, além das feições delicadas faziam com que ela fosse a garota mais bonita que eu me lembrava de ver.


Em segundo vinha sua personalidade forte. Ela era decidida. Mesmo sendo óbvio que nós éramos mais do que capazes de forçá-la a algo, ela continuava insistindo. Era o tipo de garota visivelmente orgulhosa.


E terceiro, bom, eu posso parecer o tipo de cara cujo orgulho foi ferido, mas ela era a primeira garota em que eu não exerci nenhum efeito. No começo pensei que talvez fosse algo comigo, algo como uma espinha enorme na qual eu não tinha reparado. Mas ela também agiu normalmente ao lado de Sirius. E eu digo isso muito modestamente, nós somos os caras mais bonitos de Hogwarts. Conclui-se então que o ódio e a aversão dela pelos bruxos era maior do que o desejo por caras como eu.


Eu e Sirius acabamos decidindo por mandar uma carta a Dumbledore, já que nenhum de nós sabia fazer um patrono que manda recados. Na carta, pedíamos a Dumbledore que viesse o mais rápido possível, explicávamos resumidamente a situação e pedíamos para que ele usasse roupas trouxas, para deixá-la mais a vontade.


-O que você acha que ela é? – Sirius perguntou.


-Eu não sei. Quer dizer, alguns trouxas devem perceber nossa existência, mas isso não explica por que o feitiço não funciona com ela.


-Agora eu reparei que nunca pensei sobre como Dumbledore encontra os nascidos trouxas. Será que não há possibilidade de ela ser bruxa?


-Eu também não sei como funciona, mas Dumbledore não cometeria um erro tão grande. E ela diz nunca ter feito nada. Pela idade dela, se ela fosse bruxa já teria descoberto os poderes.


-Então qual é a explicação para a memória dela ainda estar inteira?


-Eu não... – eu comecei, mas fui interrompido pela campainha.


Sem dizer nada nós descemos as escadas. Lily estava sentada em um sofá observando atentamente suas mãos, como se não tivesse ouvido a campainha.


Devo dizer que ao pedir para que Dumbledore viesse em roupas trouxas, não era bem isso que eu tinha em mente.


Na última Copa Mundial de Quadribol, tinha sido comprovado que bruxos não sabiam se vestir como trouxas. Mas pela idade de Dumbledore, era de se pensar que ele já tivesse aprendido o básico. Mas ele vestia uma camisa de surfista florida e uma bermuda branca.


Sim, os trouxas usavam isso, e as roupas estavam combinando, mas Dumbledore não era um surfista.


-Sr. Black, Sr. Potter. – ele nos cumprimentou.


-Diretor. – Sirius disse segurando o riso.


-Cadê a garota? – ele perguntou.


-Aqui. – eu ouvi uma voz tímida atrás de mim. Não tinha reparado que Lily tinha se levantado para ver Dumbledore.


Acho que ela estava avaliando o quão ameaçador ele era. E parece que o achou inofensivo.


-É um prazer Srta. Evans. – ele disse a ela – Agora acho que devemos conversar um pouco. Para me colocar a par da situação.


Sentamos nos sofás de Sirius. Dumbledore de frente para Lily e eu e Sirius em outro.


-Então, você pode começar contando um pouco sobre você. – ele disse.


-Isso não é como uma entrevista de trabalho, senhor. – ela comentou. Mas seu tom não era ácido como quando falava comigo.


-Talvez se pareça mais com uma do que você imagine. – ele disse, de um modo vago como sempre – Então vamos ser convencionais e eu faço as perguntas. – ele deu uma pausa - Tem alguém na sua família com sangue bruxo?


-Não que eu saiba. Meus pais são normais, meus avôs e os demais parentes que eu conheço também. – ela disse parecendo bem calma para alguém que poderia perder a memória a qualquer momento.


-Alguma vez você já realizou algo estranho?


-Não. Nada além de minha memória sempre voltar.


-Você se lembra da primeira vez que você percebeu que nem todos eram normais?


E assim o interrogatório continuou por mais de uma hora. Até que finalmente Dumbledore murmurou "Acho que finalmente a encontrei" tão baixo que creio ter sido o único a escutar, já que estava mais próximo dele.


-Srta. Evans, com todo o respeito, eu gostaria de fazer um teste com você. Eu acho que tenho uma idéia do que está acontecendo. Gostaria que você tentasse fazer algo com a minha varinha. – ele disse estendendo sua própria varinha a ela.


Eu e Sirius estávamos surpresos, havia boatos de que a varinha de Dumbledore era poderosa e não havia relatos sobre ninguém mais tê-la usado.


-O-ok. – ela disse levemente assustada pegando a varinha com cuidado.


Ela analisou o objeto de todos os ângulos possíveis.


-O que acontece se nada acontecer? – ela perguntou.


-Nada. – ele respondeu categoricamente. E eu percebi assim como ela que ele não estava mentindo. Para falar a verdade a verdade, eu nunca vira Dumbledore mentir.


-E o que eu tenho que fazer? – ela perguntou.


-O que você quiser.


Ela se concentrou por um momento e depois apontou a varinha para a mesa onde estava um vaso de planta.


Preciso comentar que Sirius já tentou cultivar flores na sala, mas nunca tinha conseguido mantê-las vivas por mais de uma semana. Então ali estava mais um vaso cheio de terra vazio.


Por um momento nada aconteceu, mas após um momento uma pequena margarida apareceu.


-Eu estava imaginando um lírio... – ela disse parecendo chateada que não tivesse dado certo.


-Está tudo bem. Tudo ótimo na verdade. Isto comprova parte das minhas teorias. E só o tempo poderá comprovar o resto. – ele comentou – Por que você não tenta algo mais fácil? Objetos inanimados são mais fáceis.


Ela pareceu pensar um pouco e depois levantou a varinha apontando-a para Sirius.


Com um aceno ele estava vestindo uma camisa branca onde estava escrito: "My best friend is stupid" e uma seta apontando para o lado. Ou melhor, apontando para mim.


A boca de Dumbledore se curvou levemente.


-Se deu mal com a ruiva. – Sirius disse não se importando em esconder o riso.


Lily mantinha um pequeno sorriso irônico no rosto, acho que ela queria me provar que podia tanto quanto eu.


-Sim, acho que agora funcionou como queríamos. – Dumbledore comentou.


-Senhor, quais são suas teorias?


-Não creio que poderia falar todas. Primeiramente porque não sei se estão corretas, e em segundo por que não faz bem para um bruxo saber de seu futuro. Mas acredito que você tenha descendência bruxa. Então eu devo ir falar com seus pais enquanto os senhores Black e Potter lhe acompanham até o Beco Diagonal.


-Beco o que?


-Beco Diagonal é onde os bruxos compram seus produtos mágicos. Eu estou lhe convidando a entrar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. – Dumbledore foi claro.


Um brilho se passou em seus olhos verdes.


-Mas eu creio que estarei mais atrasada do que os outros alunos. E pelo que pude perceber pelo meu primeiro contato com o mundo de vocês – ela olhou para mim – não me parece que irão me aceitar muito bem.


-Não se preocupe, eu irei preparar aulas particulares e tenho certeza que você os alcançará rapidamente. E sobre a reação dos outros alunos, isto estará por conta dos dois garotos aqui. – ele disse apontando para mim e Sirius.


-O que você quer dizer? – eu perguntei.


-Vocês estarão encarregados de fazer com que nenhum outro aluno descubra que Lílian passou seus dezessete anos no mundo trouxa. Os senhores irão dizer que ela veio de uma escola em Luxemburgo, pois seus pais queriam que ela tivesse uma experiência em Londres, mas eles ficaram por lá.


-Por mim tudo bem. – Sirius disse.


-Tudo bem. – eu concordei.


-Então eu vou indo. Não se preocupe Srta. Evans eu explicarei tudo a seus pais. – Dumbledore disse encarando Lily e depois se virou para nós – Vocês sabem do que ela precisa e de quem vocês precisam mantê-la longe.


Eu concordei acenando. Recentemente um novo bruxo das trevas tinha "despertado". Não eram mais tempos seguros e ele mantinha espiões em todos os lugares. Sua visão era a de "purificar" o mundo bruxo. De acordo com ele apenas as famílias tradicionais e com descendência totalmente bruxa mereciam a mágica, todos aqueles que tinha sangue trouxa não mereciam isso.


Dumbledore se levantou e pegou a varinha que Lilian que estendeu de volta. Com um giro ele desaparatou.


Lílian parecia impressionada, mas fez questão de não demonstrar.


Assim que Dumbledore desaparatou uma coruja entrou pela janela.


-Você está atrasada. – eu comentei quando ela largou uma carta em minha mão e ela bicou meu dedo ofendida.


-Então vamos lá ruiva, iremos te levar a um passeio. – Sirius disse levantando-se animado.


-Evans, Black. – ela disse e por um momento eu fiquei feliz por não ser o único a quem ela dizia isso.


-Só enquanto você resistir ao meu charme, Evans. – ele disse e eu e Lily reviramos os olhos.


-Como nós iremos chegar lá? – eu perguntei a Sirius. – Ela não pode aparatar.


-Transporte trouxa. – ele disse simples.


-É seguro? Você sabe que ela... – eu lhe lancei um olhar significativo.


-Pontas, ela os utilizou por toda a vida e nunca nada aconteceu. Relaxa. Não tem nenhum serial-killer atrás dela. – ele disse.


-Serial o que? – eu perguntei.


-Você devia assistir telenovelas trouxas, são realmente interessantes.


Nós nos dirigimos ao metrô mais próximo, onde pegamos um que parava próximo à Charing Cross. Ela continuava nos ignorando o máximo possível, apesar de eu já ter me desculpado por ter tentado oblivia-la.


Andamos em silêncio até o Caldeirão Furado.


-Tiago, Sirius. – o dono do bar, Tom, nos cumprimentou.


-Olá Tom.


-Quem é a nova amiga de vocês? – ele perguntou e eu vi uma pequena careta surgir na face de Lílian quando ele utilizou a palavra amiga.


-Essa é Lílian Evans, os pais dela mandaram-na para Hogwarts para uma experiência na Inglaterra. – eu disse sorrindo.


-Muito prazer, Srta. Evans. – ele disse por detrás do balcão e ela deu um pequeno sorriso para ele, antes de olhar ao redor e notar que todos ali eram bruxos.


Não era muito difícil constatar isso se levado em consideração que nada ali ocorreria em um bar trouxa. Os pedidos flutuavam até as mesas, as vassouras varriam o local sem ninguém aparentemente estar controlando...


-Isso é incrível. – ela murmurou.


-Nós somos incríveis. – eu constatei e me arrependi logo depois, pois ela virou o rosto para o lado me ignorando totalmente.


-Vamos. – Sirius chamou indo em direção à parede de tijolos. Ele tirou a varinha do bolso e bateu três vezes em um dos tijolos. O tijolo tremeu e apareceu um buraco, que foi se alargando cada vez mais até dar lugar a um arco enorme pelo qual se via uma rua de pedras irregulares.


-Seja bem-vinda ao Beco Diagonal! – eu disse animado ao ver o enorme sorriso dela e o brilho que os seus olhos emitiam diante do local.


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Nota:


Oii. 
Bom, estou começando a postar nesse site agora. Antes só postava no FanFiction.net, através do Potterish fiquei conhecendo as fics da FeB, então decidi postar essa fic aqui também. 
No FF está no capítulo 13. A velocidade das postagens dependerá do modo como vocês receberem a fic.
A fic é levemente baseada na música Fireworks, do Plain White T's, por isso o nome.
Espero que vocês gostem.
Também estou aprendendo a utilizar o FeB agora... Desculpem qualquer problema com as postagens.
Maria Clara. 


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