Detenção



Ela chegou diante da porta da masmorra. Consultou o fino e prateado relógio em seu pulso: faltavam ainda alguns minutos para as seis quando a porta se abriu, rangendo.
-Adiantada, Srta. Black. Entre, é bom que esteja adiantada - vociferou ele, sua grave voz provocando-lhe arrepios, mas ao mesmo tempo, aquecendo e iluminando o frio e sombrio ambiente e também a seu corpo, que gelara por dentro. Fechou os olhos por alguns minutos, imaginando Russell Hitchcock ao lado dela, sussurrando em seu ouvido, a voz forte e, ao mesmo tempo, aveludada e doce, potente quando a elevava sobre os palcos, durante as apresentações da banda.
-"Que dê certo, meu Deus" - pensou ela.
-Não sei o que pretende, mas suas armas de conquista não adiantarão, Srta. Black.
-Professor, o senhor... leu meu pensamento? - indagou Russell, surpresa e espantada - mas como...?
-Sim, sou um Legilimens - respondeu ele - posso penetrrar mentes alheias e espiar sentimentos, emoções, pensamentos e ações, saber oque as pessoas pretendem dizer ou fazer antes mesmo que a digam ou façam.
-Uau! - exclamou - e a Oclumência é fechar a mente para impedir que me espiem, não?
-Sim, acertou - voltou-se ele - os outros professores disseram que você gosta de ler desde pequena, é curiosa, pergunta, vai atrás do que interessa a aprender, descobrir, responde ás perguntas que fazem...
-E acertaram - voltou-se ela - comentei com eles no primeiro ano, pois foi quando comecei a conviver com todos aqui no colégio. É ruim isso?
-Não, de jeito nenhum - respondeu o professor - e foi em uma dessas leituras por passatempo, por mero lazer, que descobriu sobre Legilimência e Oclumência?
-Sim, no livro de "Defesa Contra as Artes das Trevas". Ma so senhor me chamou aqui para cumprir detenção, qual será?


-Ah, sim - tornou o professor a dizer - sua primeira detenção por aquele momento da aula de Poções será me auxiliar a corrigir as provas do primeiro ano. Aviso que não admito erros, portanto, se tiver alguma dúvida, peço que pergunte. Terá também um gabarito de respostas e 20 pergaminhos para corrigir. Pode começar, temos muito tempo pela frente.
Ambos sentaram-se frente a frente, cada um com 20 pergaminhos e um gabarito.
-Professor - chamou ela - somente corrijo ou dou também a nota?
-Apenas corrija e deixe separado, que darei a nota depois.
Já era quase 20:30h, quando os dois corrigiam cada um a última prova e Russell ergueu finalmente os olhos castanho-esverdeados para o moço á sua frente.
-Como consegue entender a letra dos alunos?
-De alguns, na verdade, ás vezes nem mesmo eu consigo - confessou ele - está com alguma dificuldade aí?
-Sim, nesta, do primeiranista Jesus, por isso nem mexi, desculpe.
-Deixe-me ver, por favor - pediu ele e ela entregou-lhe a folha, ambas as mãos roçando sem querer, o que provocou uma leve descarga elétrica e a fez soltar rapidamente.
-O que houve? - indagou ele - quase deixou o pergaminho cair.
-Sorry, foi uma sensação diferente ao encostar em sua mão, foi sem intenção.
-Pelas barbas de Merlim, o tempo passou e nem percebemos - exclamou Severus - melhor você ir, se não quiser ser pega. Amanhã aqui, no mesmo horário para sua segunda detenção, estarei esperando.
-'I don`t need your persuations, cause I`m already there...' - respondeu ela, cantando
suavemente, sua voz doce e calma o inebriando.


"EMPTY PAGES" - AIR SUPPLY








 

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