Primeiro Capítulo



Maltinha, esta é a minha "primeira" fic, na era dos Marotos, pelo menos.
É assim, eu sou de Portugal, então os nomes das personagens e das coisas vão estar como são ditas aqui no meu país.
Espero que gostem!
Ah! E algumas coisas a saber, a Bellatrix é metamorfamaga e pertence aos Salteadores (Marotos), sendo por isso que também é uma animaga! O Sirius é um animago, continua a ser o nosso querido cãozinho!
E acho que é tudo! Agora o capítulo!

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– Estamos prontos para partir? – Perguntou uma mulher olhando para as restantes pessoas que se encontravam consigo no hall de entrada da mansão.


A mulher tinha cabelos negros, que estavam presos num coque bem feito na sua nuca, conferindo-lhe um ar austero que condizia perfeitamente com os seus frios olhos que eram de um azul tão profundo e sem vida que chegavam a parecer pedras de gelo incrostadas no rosto altivo da mulher, que já apresentava algumas rugas de expressão devido à sua idade já avançada, a sua tez era tão pálida como a lua cheia e entrava em pleno contraste com os seus cabelos. As suas roupas também eram negras, ajudando ainda mais o contraste já bastante definido entre a sua pele e os seus cabelos; a senhora trajava ainda um pesado manto negro sobre os seus ombros que se fechava à frente na garganta com uma belissima esmeralda incrostada num arranjo de prata.


À sua frente estavam dois rapazes, imensamente parecidos. O rapaz mais baixo tinha cabelos tão negros e lustrosos e uma pele tão pálida como a mulher, os seus olhos eram algo tão assombroso como os da senhora à sua frente, eram azuis, como pedras preciosas; o seu rosto era belo, ainda muito jovial, no entanto, tinha um sorriso cruel nos lábios, como se antecipasse algo, o seu corpo era elegante mas muito franzino; tal como a mulher, o jovem trajava sobre as suas roupas um manto negro, mas diferente do dela, o seu tinha um emblema de uma cobra verde e prata no lado esquerdo sobre o coração. Já o rapaz que se encontrava ao seu lado era bem mais alto que ele, tinha cabelos tão negros como a mais escura das noites e brilhavam à luz das velas penduradas no lustre, a sua pele era tão pálida como o luar e criava um forte contraste com os fios negros dos seus cabelos, os seus olhos eram ainda mais fascinantes que os da mulher e do rapazinho ao seu lado, eram azuis acinzentados, como o céu num dia de tempestade, o seu olhar sustinha um brilho único, um brilho espectante, enquanto olhava da figura femina à sua frente para a escadaria ao lado dela; o corpo do rapaz era tão ou mais elegante que o do rapazito mas era muito mais musculado, conferindo-lhe um porte atlético e confiante; tal como os outros dois, ele também trajava sobre as suas roupas um manto negro igual ao do rapaz.


– Ainda não, Tia Walburga. – Disse uma rapariga loira que se encontrava atrás dos dois rapazes. Os seus longos cabelos eram tão loiros que chegavam a parecer platina a escorrer-lhe pelos ombros, a pele da jovem era tão pálida como a da mulher, Walburga, e a dos dois rapazes, isso em contraste com os seus cabelos faziam-na parecer um fantasma, o seu corpo também era imensamente elegante, sendo favorecido pelas roupas, que embora de cor negra, lhe assentavam como uma luva. Também a jovem usava um manto negro igual ao dos rapazes. – Falta a Bellatrix.


Ela disse o nome como se este se tratasse de uma injúria, algo que pudesse sujar os seus lábios só por ser proferido. O rapaz alto não apresentou qualquer alteração no seu rosto à menção do nome, mas os seus olhos estreitaram-se infinitesimamente, mesmo sem olhar para loira, o rosto do rapaz teria ganho um tom mais rigido depois daquelas pequenas palavras. Ao lado da loira, ralhou-lhe um homem belo, com cabelos tão negros e brilhantes como os dos rapazes, uma tez tão pálida como o luar e os olhos de um azul intenso e profundo, como águas cristalinas de um lago num dia de sol, ele era tão elegante como o rapaz mais alto, o porte altivo e os ombros largos conferiam-lhe um aspecto mais forte; também ele trajava vestes negras como os outros.


– Narcissa... – O homem disse em tom de aviso para a rapariga loira que olhou para ele e depois de se deparar com o ar sério do homem, olhou para o chão e amoou. – É tua irmã! Exigo respeito entre as minhas filhas.


Naquele momento em que o homem reclamava com Narcissa, o som de passos apressados fez-se ouvir no topo das escadas, nos andares superiores, aproximavam-se, correndo, saltando degraus na pressa de chegar ao hall de entrada da casa.


Lá vem ela, o rapaz alto pensou, o fantasma de um sorriso surgindo nos seus lábios, mas antes que a ponta dos seus lábios subissem demaisado, deixando escapar o seu sorriso, ele controlou a sua expressão, mostrando-se incrivelmente aborrecido perante a situação do hall.


Os passos apressados já estavam mais próximos, o barulho já tão distinto que poderiam dizer que quem quer que estivesse a descer as escadas estava com tanta pressa como parecia. E com um último banque dos passos apressados, uma rapariga de longos e sedosos cabelos negros, tão escuros como a mais profunda noite, pele tão pálida como todos os outros, mas de uma aparência perfeita extraordinária, olhos de um azul vivo, intenso, profundo, tão belos como os olhos do homem que tinha ralhado com Narcissa perante a sua atitude, era tão elegante que cada movimento seu estava repleto de uma graciosidade intensa, quase como se cada movimento que fazia não apresentasse esforço algum. Os cabelos negros da jovem remexiam-se conforme a corrida que ela fazia, lançando-se para a frente do seu rosto, quase que impossibilitando a sua visão, e as roupas que ela trajava eram de cores mais vivas, vermelhos e dourados que condiziam com o simbolo do leão dourado e vermelho no manto negro que ela carregava aos ombros. Assim que chegou ao fundo das escadas, um sorriso radiante surgiu nos seus lábios carnudos, iluminando o seu rosto como uma luz branca, no entanto, assim que os seus olhos poisaram na figura elegante do rapaz, o seu sorriso morreu e os seus olhos estreitaram-se.


– Atrasada, minha querida prima. – Ele disse, a sua voz forte e falsamente doce a provocar um arrepiu na rapariga. – Outra vez, Bellatrix.


– Mete-te na tua vida, Sirius. – Bellatrix respondeu-lhe, a sua voz melódica cheia de uma raiva que lhe tirava qualquer doçura que poderia apresentar.


– Bella. – A voz do seu pai não a fez deixar de olhar furiosamente para Sirius à sua frente. – Por favor...


– Não faz mal, Tio. – Sirius disse, os seus olhos azuis acinzentados nunca deixando os azuis da rapariga. – Alguém vai ter que ensinar à nossa querida Bellatrix o seu lugar. E enquanto eu estiver à frente desta família, - os seus olhos faiscaram enquanto se aproximava da rapariga. – Tomarei como minha missão fazer a Bellatrix ver que não é assim que ela vai alcançar o seu perdão pela sua escolha em Hogwarts.


Bellatrix riu-se, soltando uma gargalhada que encheu o hall de entrada.


– Como se as tuas palavras bonitas me assustassem, Black! – Bellatrix ripostou, avançando um passo desafiador na direcção de Sirius, curtando o espaço entre os dois. – Não me metes medo como pensas, priminho.


– Isso é o que veremos, priminha. – Sirius respondeu do mesmo modo, olhando nos olhos de Bellatrix de um modo intenso.


Bella respondia ao olhar, furiosa como estava nem se importava com a curta distância que os separava, não se importava com o facto de que os seus pais assistiam à discussão, com o facto de que a sua tia, o seu primo e a sua irmã assistiam àquela cena que iria certamente manchar ainda mais o seu nome perante aquela gente. No entanto, parte do seu corpo ansiava por desviar o olhar daquele outro que era tão intenso e incómodo, outra parte, a parte Gryffindor, ansiava por se afirmar perante Sirius e a sua família, ansiava por se mostrar melhor que eles.


– Sirius, Bellatrix! – Walburga chamou os dois fazendo o filho sorrir ligeiramente perante a chamada da mãe. – Já chega! Vamos chegar atrasados.


Sirius desviou o seu olhar da jovem, na sua mente, o maior sorriso que ele já tinha conseguido dar em anos, ele fazia de tudo para a meter em sarilhos, ainda mais para além daqueles em que ela já estava metida. O Slytherin afastou-se, endireitando as suas costas e virando-se para a sua mãe, avançou para lhe dar o braço.


Bellatrix desviou o seu olhar também, sentindo o seu coração bater-lhe com força contra a sua caixa toráxica, a rapariga fazia um esforço quase imortal para que a sua respiração não saísse intercortada. Os seus pensamentos estavam misturados, uma confusão de sentimentos: ódio, amizade, amor...


Tu não o amas, Bellatrix Samantha! A morena pensou para si. Tu odeia-lo, tu odeia-lo por ele se ter vendido àqueles...


O coração da jovem rapariga apertou-se e os seus olhos azuis tornaram-se quase tão frios como os olhos da sua irmã loira enquanto as memórias cruéis do passado assolaram a sua mente. Tristeza, medo, rancor, ódio, acima de tudo, ódio por eles, ódio por tudo o que eles representavam. Reteve um suspiro e dirigiu-se ao seu pai, agarrando-se ao seu braço enquanto a sua irmã se agarrava ao braço da sua mãe.


Walburga olhou para os dois rapazes que seguravam firmemente os seus braços e aparatou com um sonoro estalido. Cygnus, o pai de Bella, olhou para a filha morena, que continuava com o seu olhar fixo num ponto perdido no ar, e então seguiu o exemplo da sua irmã e aparatou da casa, sendo seguido pela esposa e filha mais nova.


A sensação de estar a ser comprimida era desconfortável, mas já fizera aquele género de viagem tantas vezes com o pai que Bellatrix já não se importava e até desejava que o seu décimo sétimo aniversário chegasse rapidamente para que lhe fosse permitido fazer o exame de aparatação e pudesse então viajar sozinha para qualquer lado. Assim que a sensação de desconforto no seu estômago passou, Bella olhou à sua volta, sorrindo ao ver o edíficio de King’s Cross, a estação de comboios.


– Vamos, pai! Vamos! – Apressou a morena, quase como uma criança ansiosa.


A memória de Bellatrix enquanto uma adorável criança fez Cygnus sorrir ligeiramente enquanto era puxado pela filha para o interior da estação cheia de gente. O som dos comboios, o fumo dos mesmo, o barulho de milhares de pessoas a conversar num tom alto demais para uma conversa civilizada numa tentativa vã de se ouvirem acima dos apitos dos comboios, caracterizavam o ambiente na estação. Bellatrix olhava de um lado para o outro, procurando constantemente uma cabeça conhecida para além dos cabelos negros da sua família, talvez conseguisse encontrar uma mancha ruiva por entre a vasta multidão se procurasse com atenção...


– Plataforma 9 3/4, por aqui! – Walburga exclamou enquanto se encaminhava na frente do grupo.


Sirius e o seu irmão mais novo, Regulus, seguiam atrás dela, empurrando cada um o seu carrinho onde transportavam o seu malão e a sua coruja. A de Sirius era de um tom cinzento peculiar, parecido com o cinzento das núvens de trovoada, com grandes olhos negros, já a do seu irmão, não passava de uma comum coruja castanha com olhos cor-de-âmbar. Atrás dos irmãos, seguiam as duas irmãs, também elas empurrando os seus carrinhos e sendo acompanhadas pelos seus pais. Bellatrix guiava o seu carrinho com agilidade, visto que o seu não levava tanto peso como os dos primos e o da irmã, transportava apenas o seu grande malão castanho com as suas inicias bem demarcadas a dourado tal como o simbolo de Hogwarts; já Narcissa, para além de transportar o seu malão, transportava também um belissímo gato branco dentro de uma jaula própria.


Assim que chegaram à barreira, nenhum hesitou, atravessando a parede mágica que separava a estação de comboios dos muggles, da estação bruxa, onde o Expresso Hogwarts aguardava a sua hora de partida com a sua lustrosa lucomutiva vermelha a encher a plataforma de fumo. À semelhança da estação muggle, a plataforma 9 3/4 estava cheia de pessoas, feiticeiros e bruxas despediam-se dos seus filhos que já se reuniam aos seus amigos.


Bellatrix continuava à procura por cima das cabeças de feiticeiros pelos amigos, tinha esperança de encontrar uma cabeça ruiva entre a multidão ou então encontrar duas cabeças que a procurassem também.


Onde estarão?! Pensou a morena empurrando o seu carrinho para arrumar a sua mala.


Estava quase a desistir da sua busca quando avistou quem procurava.


Tratava-se de uma rapariga de longos cabelos de tal maneira ruivos que quase pareciam fogo liquido a escorrer pelos ombros delicados dela, o seu corpo era elegante e, tal como o de Bella, tinha um quê de graciosidade a rodeá-la, algo que a destacava tanto como a morena nos mais pequenos movimentos, a jovem tinha uma pele clara como neve, sarapintada de pequenas sardas quase invisíveis a olhos pouco analíticos, o seu rosto era bonito, simpático, dócil, tinha um sorriso carinhoso, feliz, mas eram os seus olhos que adicionavam o encanto total à beleza da jovem ruiva, eram de um verde cheio de vida, quase como se nas suas órbitas estivessem expostas duas florestas a brilharem num dia de Sol, duas esmeraldas profundas, fantásticas; também a rapariga trajava roupas como Bella, douradas e vermelhas, juntamente com o manto negro com o leão ao peito.


Bella sorriu amplamente e encaminhou-se para junto da rapariga.


– Lily Evans! – Exclamou, aproximando-se da ruiva, que olhou para quem a tinha chamado rapidamente. – Depois de um Verão inteiro, não mudaste nada!


– Bella Black! – Lily respondeu do mesmo modo, colocando as mãos na sua elegante cintura para dar enfase ao tom repreendedor que utilizara. – Um Verão inteiro e também tu continuas na mesma.


A morena abriu um sorriso malandro que fazia o seu bonito rosto feminino tornar-se no rosto de uma criança traquina. Já a ruiva fechou os olhos, um sorriso a surguir nos seus lábios vermelhos e balançou a cabeça como quem não conseguia acreditar no que via.


– O que hei-de fazer contigo, Bellatrix?! – Perguntou Lily avançando para a morena e abraçando-a.


– Hum! Abraça-me, mima-me e adora-me muito?! – Bellatrix sugeriu, gargalhando em seguida.


– Estás a ficar insuportável como o Potter! – A ruiva reclamou afastando-se da amiga, mas mesmo assim não deixava de sorrir.


– E tu continuas a adorar-me! – A morena sorriu, indicando ao funcionário da estação as suas malas, agradecendo-lhe quando o viu arrumar o seu malão no comboio rapidamente. – E falando em Potter... Viste o Remus e o James?!


– Não... Por acaso, não vi.


A ruiva olhou à volta, imitando a amiga na busca das duas cabeças dos rapazes, no entanto, ao contrário de Bellatrix, Lily estreitava os seus olhos como se se preparasse para um ataque. A morena reparou na expressão da ruiva e riu-se silenciosamente, esperando que assim que o amigo surgisse, a última puxasse da varinha e começasse a lançar maldições ao rapaz.


Merlin queira que consiga juntá-los este ano. Bella pensou, olhando à sua volta à procura de James.


A sua busca não durou muito mais, quase aos saltos, no meio da multidão, um rapaz com um emaranhado de cabelos negros que apontavam em todas as direcções, pele clara levemente bronzeada como se tivesse sido beijada pelo próprio Sol, alto e elegante com uma musculatura bem definida devido à prática de desporto, um rosto muito bonito e simpático que sustinha um sorriso autêntico nos lábios carnudos do rapaz, os seus profundos olhos cor de avelã eram aumentados pelas lentes dos óculos de aros redondos que o rapaz usava mas mesmo assim ele era lindo. Tal como muitos outros jovens que enchiam a plataforma 9 3/4, o rapaz trajava por cima da sua camisola vermelha escura e dos seus jeans de ganga escura, um manto negro com o simbolo do leão que também Bella e Lily tinham no peito.


– Bella! – Ele gritou ao avistar a morena ao lado da ruiva. – Remus, encontrei-a!


O rapaz moreno, James, movimentou-se para junto das raparigas, o seu sorriso aumentando ainda mais, e a trás de si, um outro rapaz seguia. O segundo rapaz tinha cabelos castanhos claros, quase loiros, não eram muito compridos e, ao contrário dos cabelos de James, caíam-lhe para a frente do rosto, que parecia imensamente cansado, tapando-lhe parcialmente os olhos cor de mel, a sua pele era muito mais pálida e dava-lhe um ar doente, o seu corpo não era tão musculado como o do amigo mas era tão esguio e elegante como o do moreno, o seu rosto era doce e os seus lábios bem feitos tinham um sorriso timído que completava o brilho carinhoso nos seus olhos, também ele trajava um manto igual ao dos amigos sobre as suas calças de bombazine e a sua camisa branca, embora o seu manto parecesse muito mais usado que os deles.


Bella quando os viu, correu para eles, envolvendo-os num abraço forte aos dois.


– James! Remus! – Exclamou ela enquanto era abraçada de volta. – Senti tanto a vossa falta!


– Bells... Não consigo... Respirar! – Disse James fingindo estar a ser asfixiado.


A morena largou-os rapidamente, olhando com uma preocupação fingida nos seus olhos azuis. – Oh... Desculpa, Prongs.


Ficaram a encarar-se durante algum tempo e então desataram a rir-se a bandeiras despregadas. Quando conseguiram parar de rir voltaram a abraçar-se, fazendo Remus rir-se e abanar a cabeça perante a atitude dos amigos.


– Vocês os dois não crescem, pois não?! – Ele perguntou quando os amigos se voltaram a separar.


– Também te adoro, Moony! – Bella abraçou-se ao rapaz que gemeu ligeiramente quando esta o apertou contra si. – Oh! Desculpa! Desculpa! Lua?!


O sorriso sofrido do rapaz deu-lhe a resposta que ela precisava e o seu ar ficou logo mais sombrio, o pesar presente nos seus olhos.


– Hei-de encontrar um modo de melhorar isso! – Ela disse convicta.


– Nós sabemos que sim, B. – Remus disse dando-lhe palmadinhas consoladoras no ombro. – Até lá, contenta-te por poderes participar. A próxima é no mês que vem.


Os olhos da morena começaram novamente a brilhar, um ligeiro sorriso a surgir nos seus lábios com a perspectiva da promessa de Remus. No entanto, enquanto os dois conversavam, James prendera o seu olhar na ruiva que estivera com Bella.


– Olá, Lily. – James disse olhando calmamente para a ruiva. – Como foram as férias?


A ruiva estreitou os olhos, fazendo com que os seus bonitos olhos verdes não passassem de fendas ameaçadoras para o rapaz. James compreendeu o olhar da ruiva e sorriu ligeiramente.


– Potter. – Ela disse olhando para ele quase indignada. – Bella, depois vemo-nos.


E só com aquele comprimento, ela partiu, desaparecendo entre a multidão para se despedir dos seus pais. Os três amigos observaram a ruiva partir, suspirando perante o ar desiludido de James.


– Bem, ela podia ter-te dado um estalo. – Bella disse numa tentativa de animar o amigo. – Podemos considerar este primeiro encontro como uma tentativa bem sucedida.


– Tu és, sem dúvida, uma optimista incurável, não é, Bellinha?! – James perguntou olhando para a amiga com uma sobrancelha erguida.


– Meu querido Prongs, devo dizer-te que desde que te apaixonaste pela Lils, eu jurei a mim própria que não iria permitir que nenhum dos meus amigos sofresse. – Bella respondeu-lhe com um ar sério. – E tu e a Lily são dois dos meus melhores amigos, logo, ver-te a ti a sofrer por ela... quase que me faz quebrar a minha promessa!


– Que lindo discurso, priminha! – A voz de Sirius surgiu por trás dos três. – Nem eu diria melhor.


Remus, Bella e James viraram-se para olhar para o moreno que sorria cruelmente para a prima. Bella também não ficava atrás dos olhares de Sirius, respondendo-lhe com um ar quase assassino, não fosse por haver algo nela que não lhe permitia odiar o moreno totalmente. Sirius retirou o seu olhar da prima por algum tempo para olhar para os dois rapazes.


– James. – Sirius disse olhando para o rapaz e estendendo-lhe a mão para o cumprimentar.


– Sirius. – James respondeu-lhe apertando-lhe a mão.


Então o moreno de olhos azuis virou-se para o último rapaz. – Remus, bom ver-te!


– Também é bom ver-te, Sirius.


Mas que raio..?!, Bella pensou lançando olhares irritados aos amigos. Durante sete anos consecutivos, Sirius embirrara com ela, gozara com ela e fizera de tudo para ela conseguir odiá-lo, no entanto, o primo nunca fora cruel ou idiota relativamente aos seus amigos, James e Remus pareciam estar em boas graças com Sirius e isso irritava-a profundamente.


– Outro ano, ahn?! – Sirius riu-se, ignorando completamente a rapariga. – O último.


Aquela última palavra foi dita com quase alívio da parte de Sirius, mas ninguém parecia ter reparado. O moreno olhou então para a prima, o seu sorriso cruel voltando.


– Acho que o Tio se quer despedir de ti, Bellatrix. – Ele quase gargalhou quando viu o rosto da jovem ficar vermelho de raiva e o tom quase passar para os seus cabelos. Sirius teria sorrido carinhosamente perante as ligeiras habilidades de Bella como metamorfamaga, não fosse o facto de que ambos se odiavam. – Afinal de contas, só o voltarás a ver no Natal.


O olhar que Bella lhe dirigiu depois de ouvir aquelas palavras foi quase suplicante, James e Remus repararam no olhar de ambos os Black, o olhar tristonho de Bella e o olhar quase – se eles não estivessem enganados - piedoso de Sirius. Mas tão depressa como surgiram, aqueles sentimentos nos olhos dos dois morenos desapareceram, os olhos azuis acinzentados de Sirius voltaram a ser frios e os olhos azuis de Bella voltaram a ser precisos, quase arrogantes com a sua confiança. A rapariga afastou-se, perdendo-se por entre a multidão, Sirius seguiu-a com o olhar e depois virou-se para James e Remus.


– Senhores, vemo-nos por aí. – Disse, saindo de junto dos rapazes em seguida.


James olhou para Remus e então encolheram os dois os ombros.


– Este ano promete. – Remus disse.


– Este ano promete. – Concordou James.


Esticaram então as cabeças para ver se encontravam a amiga a despedir-se do pai, tentando ver acima das cabeças dos estudantes de Hogwarts. Quando...


– TODOS A BORDO! – Gritou o funcionário da estação, assinalando os poucos minutos que faltavam para o comboio partir.


Os dois rapazes olharam um para o outro, com um ar de pânico.


– BELLA!! – Gritaram os dois, ao mesmo tempo em que o apito do comboio se fez ouvir.

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