Ai Lílian Evans!



Quando levantou no outro dia bem cedo, espreguiçou-se e começou a dobrar suas cobertas para que sua cama ficasse ajeitada. Levou um susto quando ouviu alguém falar baixinho:


 


-Você não disse uma palavra desde que nos vimos!


 


Ela olhou para frente e percebeu Lílian Evans sentada com as pernas dobradas sob a cama fitando-a curiosa:


 


-Ah, oi! –respondeu meio tímida –Nem percebi que estava acordada, bom dia!


 


-Pra você também, mas vamos começar isso direito –falou Lílian levantando-se e fazendo um gesto para cumprimentá-la –Sou Lílian Evans!


 


-É eu já soube, Ana Jones! –respondeu sorrindo.


 


-Já soube? –repetiu Líly confusa.


 


-É que o James falou de você...


 


Lílian ergueu a sobrancelha frustrada:


 


-Ah, o <i>Potter</i> ...


 


-Você não gosta dele?


 


-Se eu não gosto? Eu não o <i>suporto</i>! –respondeu ela impaciente.


 


-Ele parece tão interessado em você –comentou Ana confusa, franzindo a testa.


 


-Hum cara Jones...


 


-Me chame de Ana, sem problemas!


 


-Tudo bem –respondeu Líly tranqüilamente –Ana você tem muito o que aprender sobre os marauders...


 


<i>”Como se ela fosse perita no assunto”</i> pensou indignada –Ah é?


 


-Ih você não sabe nem a metade do que eles são capazes. O James e o Sirius são os maiores galinhas da escola, além de azarar os alunos por qualquer motivo besta.


 


<i>”Como eu fazia com as francesinhas?”</i> pensou começando a rir. Líly a encarou como se desaprovasse a atitude.


 


-Desculpe –justificou-se Ana abafando o riso.


 


-Você acha <i>engraçado</i> azarar os outros por nada? –retrucou Líly; os braços cruzados e uma das mãos apoiando o queixo; fitando-a com os olhos verdes irritados.


 


-Não, claro que não! –respondeu ela séria –É que em Beauxbatons... Digamos que eu já azarei um monte de francesinhas que me importunavam.


 


Líly tentou ficar séria, mas não conteve um sorriso.


 


-Então, você estava falando de James e Sirius...


 


-Oh, sim! – respondeu a garota como se estivesse despertando para a realidade –Além deles serem arrogantes e metidos. Já o Remus, bem é o mais comportado, fofo e inteligente, só que ele não é santo! E o Peter, ah você já o conhece...


 


-É, mais ou menos...


 


As duas desceram juntas para tomar o café da manhã, conversando animadas e rindo bastante. <i>”Meio brava no começo, mas super legal! Muito simpática”</i> pensou Ana sobre Lílian. <i>“Nossa! Achei que ela era tão metida! Antes tivesse começado a falar com ela!”</i> pensou a ruiva sobre a prima de Peter. Se deram tão bem que pareciam se conhecer há anos.


 


Quando voltaram para a torre, metade dos grifinórios já tinham levantado:


 


-Ei Ana, caiu da cama? –berrou Sirius de uma poltrona distante, já se levantando. A garota fez uma careta e todos riram:


 


-Bom dia pra você também!


 


-Oi ruivinha! –falou James alegre –Sonhou comigo? Está tão radiante!


 


-Convencido como sempre Potter –retorquiu Líly –E é EVANS! Ah, seu eu tivesse sonhado com você não estaria tão bem, afinal seria um pesadelo!


 


-Ihhh! –gritou Sirius –Acho que esse é –e começou a contar nos dedos – o 1189º fora que você leva da Evans! Infelizmente não dá pra contar nos dedos –finalizou se rachando de rir.


 


-Cala a boca <i>Paddyzinho</i>! –respondeu James jogando uma almofada no amigo.


 


-Já disse que é <i>Padfoot</i>! E odeio ser chamado assim! –falou Sirius irritado lançando outra almofada.


 


A bagunça estava feita: almofadas voaram para todos os lados derrubando quadros, folhas de pergaminho e livros. Ana como não gostava muito de entrar nessas brigas, subiu rápido para o quarto seguida por Líly.


 


-Ai! –reclamou a ruiva –Esses meninos são tão infantis!


 


Ana riu do comentário da amiga e ergueu os olhos para as outras camas que já estavam devidamente arrumadas: as donas conversavam alegres e ela se sentiu no dever de se apresentar:


 


-Oi gente! –disse ela sorrindo animada para as três meninas que agora observavam-na com atenção –Eu sou Ana Jones! Desculpem pela indelicadeza de não me apresentar antes!


 


-Oi Ana! –respondeu uma menina loirinha de olhos azuis –Sou Sophie McBeth e estas –apontou para as amigas –são Alice Johnson (uma garota de cabelos castanhos e olhos levemente claros) e Josie Finch-Fletchley (uma menina de cabelos muito escuros e olhos cor-de-mel) –as duas sorriram e acenaram para ela: se surpreendeu por estar fazendo amizades tão rápido, afinal, normalmente falava com poucas pessoas.


 


********************


 


Quando a sala estava praticamente toda destruída, os garotos pararam: voavam penas por todos os lados.


 


-É melhor darmos um jeito nisso! –ofegou Remus -<i>Limpar!</i>


 


E várias penas voltaram para as almofadas enquanto ele exclamava a cada segundo -<i>Reparo!</i>


 


Os outros também ajudaram e em alguns minutos o lugar estava impecável e ninguém diria que houve toda aquela bagunça. As cinco meninas começaram a descer:


 


-O furacão já passou? –indagou Ana olhando para todas as partes do cômodo.


 


-Pelo jeito! –comentou Sophie –Percebemos que de repente ficou tudo calmo por aqui...


 


-Hahaha! –respondeu Sirius com uma risada irônica –Mas estão vendo que ficou muito mais arrumada do que estava, estão?


 


-É –debochou Líly analisando –Se monitores pudessem dar pontos eu daria dez a cada um! Nada mal!


 


-Viu só Líly? Tem muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim! –começou James com um sorriso maroto –Se você quiser descobri-las...


 


-Não Potter, muito obrigada! –respondeu ela ignorando o fato dele a chamar de Líly e não o corrigindo porque já estava cansada de repetir a mesma coisa centenas de vezes.


Permaneceram na sala comunal conversando sem parar, de maneira civilizada. Ana cansada de tanto tagarelar, calou-se e ficou observando cada pessoa com cuidado. Acabou que começou a se perder nos próprios pensamentos; o olhar fixo na madeira estalando no fogo. Às vezes desviava para observar a janela: o dia estava propício para passeios; nem quente nem frio, e uma brisa suave e repentina passava pela sala de vez em quando. Sirius notando a amiga tão calada ajoelhou-se em sua frente com cara de cachorro fofo-curioso; jogando os cabelos no rosto:


 


-O que houve? Está tão quieta!


 


Ela acordou de seu devaneio e olhou à frente um pouco mais para baixo: viu aquele garoto lindo agachado e olhando preocupado para ela. Se seguisse seu impulso puxaria ele para cima e sabe Merlim o que faria. Mas ela apenas sorriu e respondeu quase num murmúrio:


 


-Nada, não se preocupe. Só cansei de falar, às vezes eu me empolgo!


 


Sirius riu baixinho e falou:


 


-Depois do almoço se você quiser a gente pode te mostrar o castelo! Sei lá, é bom pra você conhecer um pouco pra não se perder por aí!


 


-É –disse Remus entrando na conversa ao sentar do lado de Ana –Não existe ninguém em Hogwarts melhor que nós para te mostrar tudo! –finalizou piscando marotamente.


 


-Tudo bem então! Vou adorar obrigada... –respondeu ela sorrindo.


 


Remus saiu dali e voltou ao grupo onde estavam as garotas e os outros dois marauders. Então Sirius se sentou ao seu lado. Ao mesmo tempo que sentiu-se feliz dele estar ali, ficou com raiva por não conseguir parar de olhá-lo. Isso era até meio impossível: um menino lindo parado ao seu lado de cabelos negros incrivelmente brilhantes e olhos esverdeados; ainda por cima, sorrindo para ela! Sentiu uma vontade imensa de encostar a cabeça em seu ombro; e sem pensar foi isso que fez: ficou com muito medo que o garoto a tirasse dali com cara feia, mas Sirius não fez qualquer objeção ao gesto. Sentiu-se até vitorioso pela atitude da garota e começou a acariciar seus cabelos: e quão sedosos eles eram! Sirius até se surpreendeu com o brilho que refletia neles. Ana sentiu-se totalmente envolvida pelos carinhos do rapaz que a encantou; e adormeceu. Quando despertou –em um tempo que pareceu horas –somente Lílian estaca sentada à sua frente sorrindo:


 


-Bom dia Sra. Dorminhoca!


 


-Oi –respondeu ela sentando, espreguiçando-se ao mesmo tempo que esfregava a mão nos olhos –Que horas são?


 


-Quase duas da tarde!


 


-Caramba! –exclamou assustada –Eu já devia ter almoçado, combinei com os meninos de...


 


-Sim eu soube –interrompeu Líly calma –Nós preferimos não te acordar, quer dizer... Os meninos queriam te dar um belo susto, mas eu não deixei!


 


-Ahn –respondeu envergonhada –Obrigada...


 


-Sem problemas! –sorriu Líly –Aliás... Vamos almoçar, só estava te esperando, aí encontramos os meninos no jardim.


 


-Tá bem –respondeu Ana com voz conformada e seguindo a amiga para fora. O Grande Salão estava bem vazio, mas as tigelas ainda apareciam continuamente. Ela se sentiu envergonhada de não ter vindo antes; além de Lílian esperar por ela:


 


-Devia ter me acordado...


 


-Nah, não esquenta!


 


-Mas você ficou com fome por causa de mim...


 


-Não estou mais –retrucou com um olhar sério –Agora senta aí e come antes que a gente chegue atrasada!


 


Ana soltou uma exclamação surpresa e assustada, fazendo Líly sentir-se totalmente desconcertada:


 


-Eu tava brincando... –começou sem jeito.


 


-Eu sei –respondeu Ana sacudindo os ombros e voltando sua atenção para a comida. As duas ficaram em silêncio por bastante tempo; só se ouvi o barulho dos garfos e facas no prato e dos copos reencostados na mesa. Evans, incomodada com a monotonia quebrou o gelo com uma pergunta um tanto indiscreta:


 


-Percebi que lançou uns olhares no Black... É impressão ou gostou dele?


 


Ana arregalou os olhos e parou de mastigar: a comida desceu dificultosa por sua garganta. Ela virou-se para olhar Lílian, corada:


 


-Está tão óbvio?


 


-Bom, vejamos –retrucou Líly com um ar pensativo irônico –Você faz cócegas nele, você o encara e ele fica vermelho, você dorme no ombro dele, você sorri com as coisas idiotas que ele fala... Está quase marcado na sua testa como uma frase de tinta-sangue!


 


-Ah –disse ela meio sem jeito –Tá eu andei olhando pra ele sim ,afinal está sendo tão legal e é um menino deveras lindo, mas... Juro que não tentei nada tão... Atrevido! Digamos que estou um pouco encantada... Quer dizer, não é todo dia que um a garota como eu chega em uma nova escola e faz novos amigos assim tão rápido!


 


Líly riu após a longa confissão.


 


-Têm muitas garotas atrás dele né? –disse Ana deprimida.


 


-Olha, não vou mentir pra você, tem sim, bastante, afinal ele é um marauder... –respondeu ela séria e cautelosa.


 


-Muito mais bonitas é claro... Essa eu já perdi de longe! –murmurou triste.


 


-Ei! –contestou Lílian indignada –Como você tem tanta certeza? Pare de ser insegura!


 


-Só estou sendo realista –respondeu aborrecida. A ruiva bufou:


 


-Anda, chega desse complexo de feiúra! –disse puxando a amiga pelo braço –Vamos até o jardim...


 


Quando chegaram lá, os marauders, Sophie e Josie estavam sentados conversando e sorrindo animados:


 


-Ué, cadê a Alice? –perguntou percebendo sua ausência.


 


-Não sei –respondeu Líly, mas ela fazia alguma idéia de onde a amiga poderia estar. “Coincidentemente” o nome <i>Frank Longbottom</i> passou pela sua cabeça. Ela sorriu marota, enquanto se aproximava dos amigos:


 


-Minha ruivinha! –exclamou James abrindo os braços, percebendo que Lilían sorria –Feliz em me ver?


 


-Menos Potter dá um tempo! –retrucou num tom divertido.


 


-E a Alice onde está? –indagou Sirius desconfiado. As três amigas se entreolharam hesitantes e Josie disse:


 


-Ela foi para a sala comunal estava precisando... Revisar umas matérias...


 


-Ãhn –retrucou Sirius erguendo a sobrancelha, nem um pouco satisfeito com a resposta –Vou fingir que acredito! –e lançou um olhar maroto para as três.


 


<i>”Ele fica lindo quando está desconfiado... E com esse sorriso então?”</i> Ana corou ao pensar nisso.


 


-Vamos então? –convidou Remus alegre.


 


Eles se dirigiram mais à frente no jardim; passaram por um pequeno barranco íngreme –Ana quase tropeçou, ia cair se Sirius não a tivesse segurado. Líly lançou um olhar malicioso à cena e a amiga revidou olhando confusa para a ruiva. Seguiram-se minutos de silêncio. Adentraram o castelo novamente, após a insistência de Ana para ir na Floresta Proibida:


 


-Vamos, só aqui no comecinho!


 


-Não, é proibido! –retrucou Líly séria.


 


-Mas eu já tenho 17 anos! –protestou aborrecida, como uma criança chata.


 


-Não é só porque você é maior de idade que pode infringir regras... –falou Remus com a mesma seriedade da ruiva.


 


-Vocês são tão sem graça... –desabafou chorosa, mas mesmo assim cedendo e voltando a rir com as piadinhas de James.


 


-Vocês são tão sem graça! –desabafou chorosa, mas mesmo assim cedendo e voltando a rir das piadinhas de James.


 


Como o dia estava ensolarado, a maioria dos alunos aproveitava para passear nos jardins, deixando o castelo praticamente vazio.


 


Ana já estava um pouco cansada de andar, pois haviam passado quase duas horas desde que começaram: reconhecia quase todos os lugares, apesar de ser um pouco“deslocada”.


 


Encontravam-se no 3º piso completamente vazio; seus passos ecoando nos corredores. Ana, que estava um pouco adiante com os meninos, percebeu sussurros e risadas baixinhas vindas de trás. Foi até as garotas para saber o que estava acontecendo:


 


-Alice provavelmente está com o Frank ainda –comentou Sophie corando.


 


-É, minhas suspeitas estavam certas...


 


-Os dois se gostam? –perguntou Ana entrando na conversa.


 


-Sim, mas nunca saem do 0a0.


 


-Só hoje que o Longbottom resolveu chamá-la para sair.


 


Ana deu um sorriso maroto enquanto continuou a conspirar com as meninas. Remus então a chamou para frente. Ela meio a contragosto foi:


 


-Quero que veja essa sala –disse ele em voz baixa, abrindo uma porta devagar. Deixou que a garota passasse e em seguida Sirius entrou. Os dois não perceberam que o restante dos amigos ficou para fora e Remus fechava a porta:


 


-O que tem aqui Remus? Me parece uma sala perfeitamente normal... –disse Ana confusa.


 


-EU-não-acredito! –sibilou Sirius em voz baixa, mas logo começou a berrar –<b>Remus!!! Abra essa porta!!!</b> -ordenava batendo violentamente na madeira. Frustrado ao perceber que não ia conseguir abrí-la, girou a maçaneta mais uma vez com força e se jogou em um puf suspirando:


 


-Trancaram a gente aqui!


 


-Ah, jura? –retrucou Ana em um tom irônico –Vamos ver... –e se aproximou apontando a varinha para a porta sob o olhar esperançoso do amigo. –<i>Alorromora!</i>


 


Girou a maçaneta e a porta continuava fechada:


 


-Isso exige medidas mais drásticas! –declarou ela teimosa -<i>Bombarda!</i>


 


A porta nem se mexeu. Ela continuou tentando lançar feitiços para tentar arrombar, explodir, despedaçar; já estava ficando realmente impaciente quando começou a gritar:


 


-<b>Eiiiiiiii!!! Isso não é legal!!!! Tirem a gente daqui, eiiiii!!!</b>


 


Ninguém respondeu. Mesmo com o sangue subindo à cabeça de raiva, ela teve uma idéia:


 


-<b>Pareem!!! Eu sou claustrofóbica é serio!!!! Abraaam!!!</b> -berrava ela e de repente caiu no chão como se estivesse em crise. Sirius teria acreditado se ela não tivesse aberto um dos olhos logo depois:


 


-Não adianta! –disse ele rindo.


 


-É, acho que não tem ninguém lá fora... –conformou-se ela, também sentando-se aborrecida com os cotovelos sob os joelhos e as mãos apoiando o queixo.


 


-Mas foi uma boa idéia –elogiou ele. Ana riu, corando: pensou em como a cena deve ter sido ridícula.


 


-Mas por que diabos nos trancaram aqui? –falou aborrecida.


 


-Sei lá, normalmente fazem isso quando... –ele corou –Ah deixa pra lá...


 


As bochechas da garota queimaram ainda mais ao perceber que ele ficou sem jeito. Um longo silêncio se instalou na sala.


 


Já fazia quase uma hora e meia que estavam ali. Ana viu-se tentada a deitar num tapete que parecia muito fofo estendido um pouco mais a frente. Sem se importar com o que Sirius diria, foi o que fez.


 


O garoto a observou por uns segundos: não pode negar, tinha um corpo muito bonito. Corou ao pensar nisso (o que não era muito normal, afinal ele é um marauder pervertido).


 


Ana estava deitada de lado, de costas para Sirius, então virou-se de barriga para cima num movimento lento:


 


-Acha que vão demorar muito pra tirar a gente daqui? –perguntou em voz baixa.


 


Sirius sacudiu os ombros sem responder. Não pôde deixar de rir ao ouvir a barriga dela roncando:


 


-Sangue de Peter!!! –exclamou ele se divertindo.


 


-Aiii que fome! –reclamou ela gemendo e segurando a barriga. –Será que não tem nada pra comer aqui?


 


-Maldito sangue de Peter!!! –repetiu ele gargalhando.


 


-Ah, cala a boca Sirius! Vamos ver... <i>Accio comida!</i>


 


Um pequeno bolinho de chocolate vinha em sua direção: seus olhos brilhavam para ele.


 


-Hum, olha só! Você quer?


 


-<i>Não come isso, pode estar com veneno!</i>


 


-Mas eu tô com fome! –exclamou lembrando uma criança.


 


-Me dá isso aqui, <i>Accio!</i> -ordenou Sirius e o bolinho escapou de sua mão; ela soltou um gritinho de surpresa:


 


-Ei, Sirius, devolve!


 


-Nã, nã, nã! Isso pode ser perigoso! –disse ele sério contornando uma mesa para que ela não o alcançasse:


 


-Anda Sirius, tô com fome! –choramingava ela, agora pulando para tentar alcançar o bolinho.


 


-Ana Carolina Pettigrew Jones! Você não está entendendo? Isso pode ter <i>veneno</i>!


 


-Não tem não anda devolve! –disse ela ainda pulando com a mão para cima tentando apanhar a de Sirius. Ele estava andando de costas sem olhar para trás, acabou tropeçando num puf.


 


-Aaaaaahhhhhh!!! –gritou Ana caindo por cima dele e alcançando seu precioso bolinho –Consegui! –exclamou triunfante. Então percebeu a cena que estava envolvida: enrubesceu furiosamente, levantando-se:


 


-Ãhn... Desculpe...


 


Sirius pareceu um pouco desconcertado, mas mostrou certa frustração:


 


-Não foi nada... <i>NÃO COME ISSO!</i>


 


-Sirius <b>eu tô morrendo de fome!</b> Se tiver veneno taca um bezoar na minha guela!


 


-Você acha que vai dar tempo? –Mal ele disse isso, a garota começou a saborear o bolinho. Quando ela terminou, nada aconteceu:


 


-Viu? –disse ela sorridente –Não precisava fazer aquela cena toda!


 


Ele soltou um “hunf” baixinho, e ela se sentou novamente a sua frente. Minutos depois fez uma careta como se estivesse prestes a vomitar:


 


-Ai meu Merlin! Viu só? –exclamou Sirius preocupado –Continua teimando, continua!


 


-Sirius cala a boca! –vociferou ela com uma voz que não era sua. Os dois se olharam assustados, até ele se rolar de rir:


-Você está com a voz pior que a de um trasgo!


 


-Sirius e agora? –disse a menina desesperada; mas a cada palavra que dizia ele ria ainda mais. Ela se sentiu totalmente envergonhada e começou a chorar baixinho.


 


-Não acredito no que estou vendo! –disse ele se dirigindo a ela, parando de rir –Por que você tá chorando?


 


-Porque sou muito idiota e não sei controlar meus sentimentos –respondeu as lágrimas, com o rosto tapado.


 


-Ei! Pare com isso! Você não é idiota! Olha me empresta sua varinha, sei de um feitiço para acabar com isso.


 


Ela tirou a varinha do bolso e a entregou para ele. Sirius começou a murmurar umas coisas que ela não entendia, mas que fizeram a sensação de ânsia sumiu instantaneamente:


 


-Fale alguma coisa agora...


 


-Pelo menos a vontade de vomitar passou... Ah! –exclamou alegre ao perceber que sua voz voltara ao normal –Obrigada Sirius!


 


-É melhor você ouvir o que o Black aqui diz às vezes!


 


-É –concordou envergonhada –Desculpe e... Eu agradeceria muito se não contasse o ocorrido a ninguém!


 


-Sem problemas!


 


-Vou confiar em você hein Black!


 


-A melhor coisa que faz Jones! Isso prova que você tem muito bom senso!


 


-E um amigo nada modesto!


 


Os dois riram. Voltaram a se sentar:


 


-Já que tocou no assunto... Bem, eu na deveria falar sobre isso mas... Tem certeza que me quer somente como amigo?


 


-Claro Sirius, por que a pergunta? –retrucou ela franzindo a testa e tentando parecer o mais calma possível, já que seu coração quase saltava pela boca.


 


-Você falou alguma coisa para o Remus sobre mim?


 


-Por que está fazendo essas perguntas?


 


-Pelo simples fato de querer descobrir o porquê deles nos trancarem aqui! –respondeu ele impaciente. –Então?


 


-Sirius você tá achando o quê? Já foi um avanço eu ter conseguido fazer amigos em dois dias; isso pra mim é um graaaande passo sabe? –retrucou ela com a mesma irritação e percebendo a insinuação do garoto –Você acha que eu vou sair me declarando pra um menino que eu mal conheço e ainda mais através dos amigos dele?! –vociferou ela abestada de tanta incredulidade.


 


-Cara, eu não quis dizer nada disso! –respondeu Sirius totalmente confuso –Desculpe acho que você me interpretou mal...


 


Foi a vez dela se sentir desconcertada:


 


-Tá não esquenta, acho que quem se excedeu foi eu –disse ela rapidamente.


 


-Mas me atrevo a pensar –começou ele sério –que você disse alguma coisa pra alguém do meio...


 


Ela suspirou, corando:


 


-Disse pra Lílian, mas não foi nada que pudesse fazê-la exagerar assim! Ah Sirius qual é, que idiotice, você é um marauder certo? Por que está agindo como se isso fosse um crime?


Foi um comentário tão bobo... Só Merlim sabe o quanto eu me arrependo de tê-lo feito...


 


-O que exatamente você falou? –perguntou voltando a sua marotice habitual.


 


-Nada  Sirius, nada!


 


-Pode falar, eu até imagino o que seja... –retrucou pretensioso.


 


-Ãhn? –perguntou ela com falsa curiosidade.


 


-Que eu, somente euzinho, sou lindo, maravilhoso, gostoso e que nunca em sua humilde vida viu alguém mais perfeito que o papai aqui!


 


-Cara! –exclamou ela surpresa –Você tirou as palavras da minha boca! É legilimente por um acaso????


 


Ele a observou com certa incredulidade, mas ela não parecia estar mentindo:


 


-Jura? –arriscou ele.


 


-Claro que não seu pretensioso arrogante! Não sou pervertida como vocês! –respondeu ela às gargalhadas.


 


-Credo que má.


 


Ela continuou rindo. Sirius fechou a cara, até que ouviu um barulho vindo da porta:


 


-Ei, será que dá pra parar de rir um pouco? Acho que tem alguém vindo nos tirar daqui! –disse ele como se estivesse ensinando inglês a um trasgo montanhês.


 


Ao ouvir as palavras “porta” e “tirar daqui” ela se calou no mesmo instante arregalando os olhos para a porta esperançosa: alguém realmente estava abrindo, mas não era nenhum dos marauders e nem as meninas:


 


-Mas o quê –começou McGonagall com uma voz aguda –Por que estavam com aporta trancada, os dois, Jones e Black?


 


-Foi o Snape –respondeu Ana mais rápido que Sirius raciocinando uma historinha e tentando manter-se calma –Nos empurrou pra essa sala e trancou a porta de modo que não conseguimos abrí-la de jeito nenhum!


 


-Percebi –respondeu a professora virando-se, agora para observar as marcas deixadas na madeira -Mas por que raios ele trancou vocês?


 


-Ele precisa de motivos professora? –respondeu Sirius com cara de cachorro abandonado –Acho que é porque ele não tem a capacidade de fazer com que todos gostem dele e ai, ai! –reclamou ao levar uma cotovelada da amiga.


 


-Já basta! –exclamou McGonagall –Podem sair, mas na próxima vão levar uma detenção antes que possam pensar em qualquer desculpa!


 


-Sim senhora –disse Ana puxando Sirius para fora. Quando estavam num corredor do segundo andar a garota começou a ter uma crise de risos:


 


-<b><i>Você é louca????</i></b> -exclamou Sirius irritado.


 


-Pelo menos livrei nossa cara! E ainda botei a culpa no Snape! –respondeu divertida.


 


-ACHA MESMO QUE A MINERVA ACREDITOU?! Além do mais se você não tivesse me atrapalhado, iria conseguir convencê-la com uma desculpa mil vezes melhor.


 


-Ahhh senhor Black! –retrucou ela agora com a voz impaciente –Desculpe por ter atrapalhado seu esplêndido raciocínio! Mas se você não percebeu eu livrei a nossa cara de uma detenção! Pô ninguém te merece sabia?


 


Ele resmungou alguma coisa que ela não entendeu, e seguiram em silêncio para a torre da Grifinória.


 


 


FIM do 2º capítulo ^^ ... Ficou um pouco grande, mas eu achei engraçado, espero que vocês gostem... Ahh no outro tratarei mais de James e Lílian, Remus e Sophie... Prometo, afinal a história não é só sobre Ana/Sirius =)


 


N/A:Que foi? *Impaciente porque Sirius não para de puxar sua manga*


N/Sirius: Justo agora que tava ficando legal, você vai estragar falando daquela gazela????


N/A: Sirius fica quieto... Você vai ver como vai vir bastante gente *Ana implorando por pensamento que esteja certa* até porque James e Líly é fofo demais...


N/Sirius: Sei... Você tá querendo ir a falência isso sim...


N/A: Como se você tivesse resolvido alguma coisa, Projeto da minha imaginação Potterística!


N/Sirius: Ãhn? Você me xingou do que?


N/A: Não te xinguei de nada, você sabe que eu te amo*voz irônica*


N/Sirius: Não gostei desse tom...


N/A:Pouco me importa! Agora senta aí e fica quieto.


N/Sirius: Se eu não aparecer mais por aqui, não comece a chorar...


N/A: *suspiro* Ninguém te merece Sirius Black... Leiiamm e comentem pra mim postar o terceiro que já tá pronto ^^ ;***


N/Sirius: Beijos... Vocês escolhem onde *piscadinha marota*


N/A:CALA... A.. BOCA!


N/Sirius: ui, ui, ui menina estressada...

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