Azul



N/A: Eu demorei bastante com esse capítulo, mas estou realmente com um bloqueio. Não consigo escrever... É difícil explicar *-*


Me disseram que 2 páginas no word não se pode considerar atualização, mas realmente não sei se vou continuar tão rapidamente, então vou postar o que eu já escrevi...



Capitulo 3 - Azul




Eu corria, com toda a velocidade que podia, mas ela sempre escapava de meus dedos. De repente estávamos dentro de sua sala de experiências. Ela parou e virou-se para mim. A encarei no exato momento em que ela explodia no ar.




Sentei na cama sobressaltada e ofegante. Tirei os cabelos do rosto e encarei a cortina vermelha. Deitei de lado tentando conter os soluços, cobrindo a cabeça com o cobertor, esperando que passasse. Sempre passava.




***




Abri os olhos com novo animo. Dormir me fizera bem, mesmo tendo alguns contratempos, eu não poderia deixar isso estragar meu primeiro dia.


Não consegui dar o nó da gravata direito e não achei o outro par do meu brinco e acabei colocando um só. Já o café da manhã estava bom, mas senti falta do de casa, com as algas que papai fazia e o suco de chicória. (Thanks Manú *-*)


Fiquei sabendo no café o que acontecera na noite anterior, e não foi de um jeito muito bom. O irmão de Gina recebera um berrador da mãe deles e ele parecia bem encrencado. Eu não vi seu rosto, mas ele parecia estar todo vermelho. Seria engraçado se não fosse trágico.


Fui pra primeira aula, História da Magia, que seria uma matéria fascinante se eu não soubesse da verdade por trás dos livros. Um dia eu escreveria um, afina, não eram todos que liam O Pasquim, e por isso não poderiam saber que eram enganados.


Das aulas seguintes, a melhor foi a última, que era de Poções. O professor Snape era amargurado, mas ele parecia ter algo bom, eu via algo que não sabia explicar. Além de ser um ótimo professor, mesmo que parecesse não gostar dos alunos, e os que mais sofriam eram os lufanos.


- O que é isso? – Sua voz entoava grandiosa pela masmorra.


- Po po cão paa ra a tosse. – O garotinho gaguejou debilmente.


- Eu acho que não, isso parece vomito de gato. Menos 5 pontos para a Lufa-Lufa.


Admirei meu caldeirão, a mistura tinha uma cor magenta, enquanto a do garoto era verde. Pensei um pouco enquanto olhava para ele, não percebendo o professor a minha frente.


- Por que não está trabalhando senhorita?


- Já acabei professor. – Respondi naturalmente.


- Impossí... – Ele cheirou a mistura em meu caldeirão e fez uma cara surpresa. Eu não esbocei reação, apenas o encarava, quando seus olhos encontraram os meus pela primeira vez diretamente. Foi nessa hora que eu tive certeza: Severo Snape tinha um coração, embora escondesse bem o fato.


O sinal tocou e me encaminhei para fora da sala, direto nos corredores abarrotados de gente. Demorei um pouco para lembrar o caminho, mas finalmente senti que estava no caminho certo. Senti um cutucão em meu braço e olhei para trás. O garoto que me importunou no trem estava ali, com um sorriso maroto nos lábios. Fui impedida de olhar mais pela multidão, mas um mau presságio me atingiu.


O caminho para a sala comunal estava barulhento, risos eram sempre ouvidos, enquanto uma voz as minhas costas se destacou:


- Luna!


- Oi Gina. – Respondi olhando-a e voltando ao meu caminho, mas fui impedida por seu braço me puxando. Quando dei conta já estava dentro de um banheiro com Gina. Ela correra até um Box enquanto gritava um “espera um pouco!”.


Ela voltou com uma boa quantidade de papel higiênico nas mãos. Olhei pela primeira vez para o espelho, e como estava de lado, tive uma visão das minhas costas e cabelo. Ambos estavam com manchas azuis, era óbvio que haviam jogado tinta. Eu fitava de boca aberta, sem reação.


Logo minha visão foi tampada por uma Gina tagarelando coisas que eu não absorvia.


- Não se preocupe, vai sair. Que droga, se eu já soubesse os feitiços! Se eu já estivesse pelo menos no segundo ano... – Suas mãos já estavam azuis, enquanto ela tentava inutilmente não deixar nenhum vestígio de tinta em meu cabelo.


- Eu não entendo. – Murmurei debilmente.


- O que? – Ela perguntou lavando as mãos e retomando o trabalho.


- Porque ele iria fazer isso. Por que alguém faria isso... E pode deixar, não adianta.


Ela suspirou e desistiu.


- Então você sabe quem foi? – Ela perguntou encostada na bancada.


- Suspeito, mas não tem importância, eu me viro.


- Tem certeza? Eu poderia falar com meu irmão e...


- Não, tudo bem. – Tentei sorri, inutilmente.


- Mas eu sei porque alguém faria isso. – Ela começou meio envergonhada, mas prosseguiu. – Tem muitas pessoas preconceituosas no castelo, que julgam as pessoas entende? Falam sobre a revista do seu pai... E bem, sua aparência.


- Falam? – Eu estava surpresa, não consegui entender muito bem.


- Não ligue, são uns idiotas, falam que o que seu pai fala nas reportagens são besteiras, mentiras.


Algumas coisas fizeram sentido, se encaixaram na minha mente, mas eu ainda não entendia como falaram que eram mentiras se existiam até provas. Olhei agradecida para Gina, ao que ela retribuiu com um sorriso.


- Olha, eu sei que deve estar cheio de pensamentos na sua cabeça, mas não pensa muito nisso ta? Pense só no que te importa, no que seu coração acredita. Foi o que minha mãe me dizia quando eu ficava meio pra baixo.


Nossa, era tão óbvio que eu tinha ficado assim? Suspirei e pensei em papai, e em como ele nunca me disse que tinha gente que falava essas coisas.


- Agora que os corredores estão vazios, suba para seu dormitório, tome um banho e entre naquele salão de cabeça erguida. Você não tem que ter vergonha da nada viu. O que fizeram com você foi errado, e não é culpa sua.


Ela foi para o Salão Principal e eu fui fazer o que ela disse. Tomei banho, observando a água azul que escorria pelo ralo. Percebi que não tinha fome e que não precisava provar nada pra ninguém. Que eles pensassem o que quisessem, eu precisava era dormir.




I'm so tired of being here


Suppressed by all my childish fears


 


Eu estou tão cansada de estar aqui


Reprimida por todos os meus medos infantis

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.