De casa nova, ops, de mansão n

De casa nova, ops, de mansão n




  


“As pessoas não se tornam especiais pela maneira de ser ou agir, mas pela profundidade em que atingem nossos sentimentos” Tiago Costa.


 
Esse casamento foi bom em pelo menos uma coisa. Consegui desenvolver a habilidade de estar sete dias com uma pessoa sem trocar nem que seja um oi com ela. Isso mesmo. Casamento proveitoso esse, né?


Só voltamos a falar um com o outro, ou melhor, a brigar, quando chegamos em “casa”.


- Ainda não concordo de termos de morar aqui na sua casa. - disse eu revoltada.


- Porque não? O que sugere, que mudemos para o seu “apertamento”, também conhecido como muquifo? - diz ele me olhando com cara de nojo. Que homem mais insuportavelmente fresco!


- Muquifo é onde a sua mãe te pariu, idiota! - xinguei ofendida.


- Hermione, se tem uma coisa que não quero discutir é onde iremos morar. É sem propósito sugerir que moremos na sua casa. Meu deus! Não teria como ter paz de você nem por um segundo. Na verdade não cabem nem mais uma pessoa ali, você e seu cabelo de vassoura já ocupam todo o espaço.


- Cabelo de vassoura é da sua bisavó. - me aproximei e tentei deferir um soco em seu peito, mas ele foi mais rápido e se esquivou.


- Nossa que mania chata você tem de meter meus parentes em nossas conversas. - ele debochou.


Olho feio para ele e vou levando minhas malas para o quarto indicado por ele.


- Casa grande, espaçosa demais... Sombria demais. – falei para mim mesma enquanto passava pelos cômodos da mansão.


Ele ficou na “pequena” biblioteca da casa, tomando alguma coisa, que não tenho o mínimo interesse de saber, enquanto eu ia andando pelos corredores obscuros. A casa era grande e de arquitetura esplendorosa, mas sua decoração era ricamente sombria, não sei que outro adjetivo usar. Sombrio. Muitos objetos negros ou móveis antigos, além das grandes cortinas verde-escuro. Só de andar pela casa sinto arrepios.


Abro a porta do meu novo quarto com medo do que vem a seguir. Mas me surpreendi com o que vi. Era um quarto enorme, com uma bela janela que tomava quase uma parede inteira - uma cortina rosa claro pendia nos cantos. No centro, uma cama gigantesca com um lençol rendado branco, que faria minha mãe cair para trás. Um closet, com prateleiras brancas e detalhes em vidro. Tudo de muito bom gosto. Bom gosto até demais. Estranho.


- Gostou? - me virei e vi Draco parado me olhando de forma curiosa.


- Confesso que não esperava isso. - Reparei então que ele não está na mesma porta que entrei, e sim em uma outra, que pelas minhas contas espaciais, nem devia estar ali. - Meu quarto tem entrada em dois lugares?


- Não, por que?


- É que o corredor que peguei, deu entrada para aquela porta - digo apontando para a porta em que havia entrado há minutos atrás.


- Correto, aquela é a entrada. - disse ele num misto de divertimento e sarcasmo.


- Para de fazer hora com a minha cara. Aonde dá essa porta que você está?


- Honey, pra onde mais seria se não o meu quarto?


- O que??? Você tem acesso especial a meu quarto? Nunca.


- Meu amor, o que irão pensar de um casal recém casados que dorme em quartos diferentes? Temos que manter as aparências. Os elfos daqui são bem fofoqueiros. Mandei instalar essa porta de ligação, e expliquei que você ronca demais, por isso, para a nossa paz matrimonial o melhor é fazer é termos camas separadas, mas não totalmente, já que somos um jovem casal, em puro êxtase e fogo.


Tento dizer alguma coisa, mas ele tinha todos os argumentos muito bem planejados. Quando aceitei casar, minha única ressalva era que não precisasse dividir a cama com ele todos os dias. Pelo visto ele tinha achado uma forma.


- Mas para a sua informação, idiota, eu não ronco.


- Não foi isso que percebi na nossa Lua de Mel.


- Idiota, sai do meu quarto. E quero uma chave dessa porta.


- Não se iluda querida, não tem chaves essa porta. Para que? Levantaria apenas rumores desnecessários.


- Ok - respondo de má vontade. Draco já ia voltando para a sua parte do quarto, mas o impeço - Porque meu quarto é diferente do resto da casa? A decoração é de estremo bom gosto.


- Achei que ia gostar de algo mais parecido com a sua cara, tipo sem graça. Quem fez foi aquele elfo doméstico que você tanto gosta, o Dolbby, ou como quer que se chame aquela coisa feia. Contratei ele para que se sentisse melhor aqui. - e ele se aproxima de mim, e me dá um beijo no rosto, e antes de voltar para o seu quarto e fechar a porta, diz de forma irônica - Isso é para que você não diga que nunca pensei em você.


E assim sai, mas é claro, não sem antes me dar aquele sorrisinho sarcástico que só ele tem, indicando que estava se divertindo muito as minhas custas.


***


Sabe, a atitude do Draco é estranha. Meu deus, o que foi aquele beijo totalmente sem propósito que ele me deu? – fofo, confesso apesar de nunca ter imaginado na vida fazer essa relação: Draco = fofo.


Pior ainda, ele não sei por que cargas d’água volta e meia deixa a porta de comunicação aberta. E não é a primeira vez que ouço o barulho do chuveiro ligado. Pra piorar, minha mente não anda me obedecendo. Se bota a pensar em coisas que não devem, como ele tomando banho, esfregando o corpo com uma esponja ensaboada, enxugando aquele peitoral... Melhor parar por aqui antes que eu desça muito a imaginação e conseqüentemente o nível.


No segundo dia que estava morando na mansão Malfoy – que resisto em chamar de casa – aconteceu algo muito estranho. Quase tão estranha quanto o beijo. Será que ele é bipolar?


A história é a seguinte. Sempre que acordo fico um pouco mais na cama, de olhos fechados tentando me convencer a levantar. Estava eu distraída, tentando convencer o meu corpinho a deixar aquela preguiça que não me pertencia, quando levo o maior susto.


- Acorda, Hermione!!! ACORDAAAA. – gritou Draco, já entrando pelo meu quarto.


Sei lá no que pensei que aquilo era. Passou pela minha cabeça um misto de comensal, Voldemort e barata, que me fez assustar e levantar na mesma hora.


- Você está louco. Quem pensa que é para entrar no meu quarto e ir logo me acordando? Isso podia me matar. Sabia que muitas pessoas morrem de susto? – grito com ele, nervosa.


- É... É... – tenta dizer ele, meio pasmo, nervoso, acho. Foi aí que percebi que ele me dava aquela olhada, dos pés a cabeça. Também, com o susto nem deu para consertar minha camisola. Era a branca transparente que a senhora Weasley tinha me dado para a lua de mel. Era tão linda que não quis desperdiçar. Até porque, por mais que fosse um presente conjunto, como ela mesmo disse, não tinha planos de agraciar Draco, com a visão dele. Não sei se disse, mas era transparente demais.


- Pode fechar um pouco a boca, segurar a baba – pego o robe e me cubro. – e me diz porque essa idéia idiota de invadir meu quarto?


- Só vim te chamar pro café da manhã – disse ele meio desconcertado. – e não se acha, ok? Quem disse que fiquei olhando para suas misérias?


- Misérias tem a sua mãe. – digo jogando a primeira coisa que encontrei, que no caso era um lindo abajur de porcelana, na cara dele. Pela que não acertou.


- Suas ofensas estão ficando velhas. De novo citando minha mãe? – Draco disse antes de se trancar no seu quarto de novo.


O final foi como sempre: briga. Mas que foi aquela inspecionada que ele me deu. Não pareceu nem um pouco decepcionado com o que via, e sim, surpreso. Credo.


Só consegui ficar totalmente tranqüila quando estava no meu escritório. Ser auror não estava lá aquelas coisas, mas pelo menos lá podia trocar duas palavras com quem quer que fosse, sem ter que me degladiar. Como meu maridinho mesmo disse, minhas ofensas estavam ficando velhas.


- Mione, podemos conversar. – Harry, entra na minha sala.


- Claro, desde quando precisa pedir? - digo indicando onde devia se sentar.


- E como vai você e o Malfoy? – pergunta ele, meio receoso.


- Acho que uma trincheira, arame farpado por todo lado, e uma granada sempre a mãos, descreve mais ou menos o clima.


- Ruim assim?


- Pior. – e lembro de uma coisa - Ah, e você sabia que ele era meio noivo de uma tal de Sarah? Conhece ela?


- Não. Sarah... Malfoy noivo. É são novidades para mim.


- Se eu te contar o que eu ouvi... – começo a rir só de me lembrar. – Não é que o Draquinho é romântico?


- Com você? – Harry dá um pulo ao falar isso.


- Não. claro que não. É com a tal da Sarinha, que nojo. Ele chama ela de bebe, bezinho, amorzinho, e todos os inhos que você imaginar, e pior, fala com voz de neném.


Harry começa a se contorcer e gargalhar, eu o acompanho.


- Você zoando com a minha cara? O Malfoy com voz de bebe? Você tem eu gravar um dia desses, que só ouvindo para acreditar.


- Sarinha, meu bebezinho. Ta com saudadinhas minhas, neném-momo.- digo imitando e aumentando um pouco. Gargalhado junto com Harry, que após ouvir o remake da cena, se contorce mais ainda de tanto rir.


Estávamos lá, rindo mais que hienas no circo mais bobo do mundo, quando eis que surge o próprio na minha lareira. Sim. Draco, como se sentisse sua orelha coçar ao falarmos dele, surge na lareira, tentando comunicação.


- Rindo de que? – pergunta o loiro.


- Você não ia querer saber. – digo rindo mais ainda ao perceber a ironia do destino.


- Hermione, hoje tem um baile, que teremos de comparecer. Está avisada. Ah, e mais uma coisa, use desta vez algo de bom gosto. Nada desses trapos hippies trouxa que você costuma usar. Ah, e dê um jeito nessa juba.


- Cobra albina, meus cabelos são controladamente cacheados. E minhas roupas são lindas. Compradas em uma viajem que fiz pelo departamento de auror na Iugoslávia. É tendência lá.


- Como disse, é um evento de classe e não quero passar vergonha.


Idiota. Não gosta da minha roupa, não osta do meu cabelo, mais bem que olhou pro meu corpinho com cara de quero mais quando pôde.


- Era só isso? – digo querendo não brigar na frente de Harry.


- Sim. Te pego as 20h em casa.


- Ok, bebezinho. – digo, fazendo Harry quase cair da cadeira de tanto rir.


Draco sai não muito satisfeito, e eu e Harry começamos a rir novamente. Só Harry para me alegrar depois de uma conversa tão estimulante com meu maridinho.


***


Cheguei em casa e comecei a me preocupar. Que rái de roupa eu vestiria? Não que eu estivesse levando em consideração os comentários idiotas do Draco, mas eu sabia que não tinha roupa apropriada para a ocasião, não sou de ir a festas glamourosas, na verdade, fora as festinhas na casa do Rony, não sou muito acostumada a sair.


Abro meu closet e olho para os vestidos. Todos muito informais. Droga. Bom, eu poderia dar uma passadinha rápida em alguma loja e comprar algo. Mas também teria que ir numa loja de calçados.


- Detesto fazer compras. - resmungo dando uma última olhada, e rezando para aparecer um lindo vestido e uma sandália junto com uma fada madrinha.


Vou pegar minha bolsa, que havia deixado jogada na cama e tenho uma surpresa. Um lindo vestido azul petróleo, sandálias de salto alto com finas tiras douradas e pequenos cristais, e um estojo de jóia.


- Que é tudo isso? Fada Madrinha? - olho em volta desconcertada.


- Deixa de ser boba. Fui eu que coloquei aí.


Olho para trás e dou de cara com Draco. Ele e o seu mal costume de entrar no meu quarto sem bater. E o pior, (N/A.melhor, confessa) ele não havia contentado simplesmente em entrar no meu quarto. Estava só com uma toalha envolta da sua cintura quando invadiu meu pequeno grande espaço.


Sabe aquelas horas que você não tem controle nenhum sobre o sue corpo, cérebro ou boca? É assim que eu estava. Não sei se é a culpa do meu encalhamento mor, ou da minha mente completamente pervertida. Mas estava muito difícil me concentrar em qualquer palavrão diante daquele peitoral definido repleto de pequenas gotas d'água, o cabelo molhado cobrindo os olhos, a barriguinha de tanquinho, que dá vontade até de ter uma trouxa de roupa para lavar... e aquele é pé enorme. (N.A: Hermis e Joss, tive que acrescentar isso... rsrsrs)


- Para que isso tudo. - digo desviando o rosto e olhando para roupas, tentando disfarçar meu meio minuto de puro descontrole e tara.


- Você não acha que eu ia aparecer com você vestida de bruxa alternativa do terceiro mundo num evento super social do ex-Ministro Fudger.


- Obrigada. - é a única coisa que consigo pensar. Por mais que parte da minha mente implorasse um insulto, o resto dela e do meu corpo não estavam preparados para tanto esforço e concentração.


- Acho que esse é o seu tamanho. E as jóias são de família, então cuidado!


- Sim. - nessas horas o melhor é ser monossilábica.


- Se apronte rápido, já são quase oito horas. E detesto chegar muito atrasado nessas ocasiões.


Draco saiu do quarto, e na mesma hora caio na cama. É nessas horas o melhor é um bom banho frio.


Já estou arrumada, e dou uma ultima conferida no look. Tenho que confessar que o vestido e a sandália eram de extremo bom gosto. Apesar do vestido ser meio curto e mais decotado do que estou acostumada a usar, e as sandálias muito altas, caíram muito bem em mim. E as jóias, meu deus. Era um colar de ouro finíssimo com um pingente de safira em forma de coração, e os brincos eram o mesmo coração de safira. Eram as pedras mais lindas que já vi na minha vida.


Desço as escadas e fico esperando Draco. Ele estava lindo de smoking. Droga, seria muito mais fácil se ele fosse tão feio por fora quanto era por dentro.


- Você está bonita. - ele diz, mas parece que engoliu seco. - O que um banho de loja não faz por uma pessoa. Até seu cabelo está mais comportado.


- Vamos aparatar logo, ou você tem mais algum comentário a tecer sobre a minha aparência?


- Nem quando recebe elogios gosta.


- Não quando eles são carregados com críticas.


Sem mais nenhuma ofensa a trocar, aparatamos para a casa de Fudger.


***


A casa estava lindamente decorada. Só lá descobri que era uma festa para premiar os mais influentes do mundo bruxo, e que Draco Malfoy, meu maridinho, era um dos meus homenageados.


Entramos os dois de mãos dadas, como um casal feliz, distribuindo sorrisos à todos. Nos encontramos com a André Folkerstein, um sonserino colega de Draco, com os pais. A família Folkerstein era muito conhecida no mundo bruxo por sua relevância na indústria. Eram ricos e a mãe de André era uma nascida trouxa.


- Malfoy, como anda? - o senhor Folkerstein se dirige a Draco, e dá um sorriso pra mim.


- Muito bem, obrigado. Não sei se conhece minha mulher, Hermione Malfoy. - era a primeira vez que ouço em voz alta isso, e não me sinto muito à vontade.


- Claro que conheço, só de nome é claro. Um prazer conhece-la ao vivo. - diz ele apertando minha mão.


- O prazer é meu, senhor.


- Draco, você é um homem de sorte. Tem nos braços a mulher mais bonita da festa. Claro, que depois da minha esposa. Tomara que André tenha tanta sorte quanto você.


Só depois que ele cita o filho, que reparo direito no meu ex-colega de escola. Andre estava como me lembrava, lindo. Cabelos pretos lisos, olhos azuis como o mar, pele branca, alto, na verdade o mesmo sonho de consumo de 10 entre 10 de Hogwarts. Pena que só pude aproveitar do colírio por um ano. Quando entrei na escola de bruxaria, era o último ano da beldade cabelos cor de ébano e olhos cor de mar.


- Claro que sim. Não tanta sorte porque a melhor de todas ficou comigo e com o senhor, mas torço para que ele tenha a mesma sorte que eu. Ainda estamos vivendo em lua de mel, né amor? - Draco diz, me dando um selinho.


- Sim, como Draco disse, uma lua de mel completa. - respondi retribuindo o selinho.


- Como é bom ver um amor juvenil. - falou pela primeira vez a mulher do milionário. - E o melhor, você Malfoy, começou algo louvável. Botou o amor acima de tudo, até do que acreditava seus familiares. Me emocionei muito no seu casamento.


- E muito bom saber que as pessoas gostaram e se emocionaram com a nossa história. Nosso amor é muito bonito, né Mi. - disse ele me dando mais um selinho. Quase tenho uma crise de risos com a sua declaração, que bom ator era Draco.


Trocamos mais umas palavras com a família e saímos.


- Sua cara não cai não Draco, de tanto mentir? - falo brincando, quase caindo na gargalhada.


- Eu, mentir, imagina. Não acredita em todo o amor que tenho por ti, minha esposa? - diz ele, de bom humor, me segurando pela cintura.


Mas o bom humor de Draco vai para longe no mesmo instante. Num falei, bipolar!


Sem dizer ma palavra, ele se afasta, e vai caminhando em direção a uma mulher loira. Não consigo ver direito quem era, e não vão logo interpretando mal meus próximos passos, é só minha curiosidade latente.


Os dois caminham até a sacada da sala, e se põe a conversar. Eu, fingindo comer as coisas da mesa de petiscos, me colo na parede e vou ouvindo a conversa dos dois.


- ... não parece nada um casamento de mentira. Se soubesse que ia ser assim. Me fala, você está gostando daquilo?


- Apesar “daquilo” ter melhorado um pouco, você sabe que eu amo você, e tudo que faço é por nós.


Ok, me segura antes que eu saia do meu esconderijo e solte um avada kedavra nesses dois.


- Não sei, mas você anda estranho. Não me ligou desde que chegou. – ela fala com uma voz de bebê que quase vômito, senti o cheiro de mel de longe.


- Meu amor, estava muito ocupado. As empresas tem de ser bem sucedidas, tenho que manter também minha imagem. Agora mais do que nunca temos de tomar cuidado quando nos encontramos.


- Mas sinto falta de vc, branquinho da minha vida.


- Eu também minha branquinha.


Vou vomitar agora. Meu deus, esses dois matam qualquer diabético.


- Tenho tanta pena de você. Ter que aquentar aquela mosca morta sem graça.


- Eu agüento.


Eles estão brincando demais com a sorte. Mamãe já dizia respeito é bom e conserva os dentes.


- Quando vamos nos encontrar as sós?


Que piranha. Eu tenho que manter minha abstinência e os dois lindinhos se servindo. Que injustiça. Afinal, não posso dar uma de desesperada e sair por Londres procurando alguém para apagar o meu fogo.


- Amor, não sei. Temos que arrumar um lugar 100% seguro. Não pode ser hotel, motel e nenhuma dessas derivações. Os empregados e elfos sempre são muito fofoqueiros. E apartamento, não sei... tem que ser um bem seguro.


- Mas amor, to com saudades de você...


- Eu também... mas...


- Não me diga que está se resolvendo com a Granger.


Seria um absurdo menor do que ele se resolver com ela, somos casados, oras. Ta olha já o que estou pensando, é esse açúcar todo destilado pelos dois.


- Amor, não fala isso. Você sabe que só existe você em minha cabeça e no meu coração...


Não sabia se morria com o excesso de açúcar ou com o susto que o Rony me deu.


- Hermione, que bom que te achamos.


Ok, Rony não consegue se conter, e nem preciso dizer que meu esconderijo foi descoberto pelo casal meloso.


- Draco, amor, você aí? Nem tinha te visto. – digo só para azucrinar Draco que saia da sacada com um sorriso falso, e a tal da loira que deve ser a Sarah, com uma tromba enorme. Muito mal educada a mulher, olhou para a minha cara, e saiu sem dizer um olá. Aiai, digna de um Malfoy.


- Oi amorzinho. Vi uns conhecidos, vou lá conversar.


- Ok, não demora. – digo irônica, dando um selinho nele antes sair. Não preciso nem acrescentar que a Sarinha estava nos olhando de longe. Gostei desse novo esporte, provocar o Draco e seu lover.


- Mione, você e o Malfoy, juntos?


Não, Rony é muito lerdo. Ele sempre foi daqueles que pegam as coisas óbvias, não via as entrelinhas, os sarcasmos e as ironias. E depois ainda perguntava porque ele sempre era o último a saber das coisas.


- Rony, não viaja. Não sabia que você viria a essa festa. Meu algoz, Harry também está aqui?


- Está sim. Ficou conversando com Fudge. Ah, falando nisso, o que o Draco estava fazendo sozinha com a filha do Fudge?


- Aquela loira metida a besta é filha do Fudge?


- Sim, ela chegou a estudar em Hogwarts, mas o pai dela tirou de lá antes de completar um ano. Foi estudar em outra escola bruxa, em outro país.


- Então a namoradinha do Draco é também filha do Fudge, esta tudo explicado.


Depois das gafes que o ex-ministro cometeu quando estava em seu cargo – que lhe custou até seu posto – ele fugia de ex-comensais. Dizem que até hoje ele reluta em relacionar com eles. Draco só devia estar meio a salvo, por ser muito rico, e graças também ao nosso casamento. Agora entendi tudo. Enquanto o nome Malfoy não for desvinculado totalmente do passado obscuro a chances dos dois loirinhos procriarem nada mais que bastardos depende indiretamente de mim.


- Mione? – Rony sacode as mãos tentando chamar minha atenção.


- Desculpa, me distrai. Olha, o Harry está vindo.


- Ta bonita, hein Mione. Belas jóias.


- Tudo da ilustríssima família Malfoy. Até porque esse casamento não podia ter só ônus, né?


Ficamos conversando por um tempo. Rony alugando por causa do casamento. Meu deus, até ele assimilar e aceitar, vou ouvir muito ainda. E Harry rindo e comentando das pessoas, concordo com ele. Gente rica é muito estranha.


- E a Gina, Harry?


- Ficou em casa. Tem que estudar para a prova de medibruxa. Final de curso é tenso.


- É mesmo. Estou pensando em fazer carreira em medibruxa também. Voltar a estudar. Na época de guerra era bom ser auror, mas agora, preciso de movimento.


- Estudar, Mione? Credo. Só você para querer voltar a escola. – Rony faz cara de mal gosto.


- Olha quem fala, você nem sequer foi. Foi logo virar jogador de quadribol. Sei que metade dessa sua vontade de virar jogador veio da certeza de que não precisaria pegar nenhum livro mais na mão.


- Fazer o que se faço o que gosto, ganho muito e de bônus não precisei ter que agüentar um Snape piorado.


- Preguiçoso. – diz eu e Harry ao mesmo tempo, fazendo nos três cair na gargalhada.


- Tcs, tcs... rhum, rhum.


Nem precisei virar a cara e já sabia quem estava interrompendo a conversa.


- Rita Skeeter, como vai? Caluniando muito no Profeta Diário?


- Nada, com o jornalismo objetivo e sério de sempre. – diz ela se fingindo de ofendida. – Então, queria saber se você e Draco dariam uma entrevista em primeira mão para mim. Quero saber da lua de mel, de como aconteceu o relacionamento relâmpago entre uma trouxa e o filho de um comensal... essas coisas.


Já ia me preparando para dizer um belo não quando recebo um chute na canela vinda do pé nada delicado de Harry.


- Claro que Hermione aceita. Ela adora suas matérias. Espera que vou chamar o Draco.


*


Draco aparece com o maior sorriso do mundo, me dá um abraço, um beijo e coloca uma mexa do meu cabelo que teimava caia em meus olhos atrás da minha orelha.


- Amor, já estava com saudades de você.


Por que Draco insiste tanto em brincar com a sua própria sorte? Pude ver de rabo de olho Rony se contorcer de raiva.


- Rony, vamos ali conversar com Neville. Faz tempo que não vemos ele, né? - Harry puxa ele para longe de nós e da jornalista sensacionalista.


- Acho que seu amiguinho está com ciumes de nos dois. - Draco me puxa pela cintura e sussurra no meu ouvido.


Estou tão nervosa que nem consigo responder, só dou uma risadinha para Rita, enquanto ela não parava de anotar coisas no seu maldito caderninho.


- Tcs, tcs... Então, uma coisa que ninguém entendeu, como vocês dois, inimigos declarados vieram a se apaixonar e casar.


- O amor tem dessas coisas, pega a gente de surpresa. Eu não queria, ela também não, mas a atração foi maior. Começamos a nos encontrar escondidos, mas resolvemos que nosso amor era tão bonito que devíamos mostrar a todos e comemora-lo.


- Que bonito, e você Hermione, não tem nada para falar?


Droga, o óleo de peroba que o Draco tem não é o mesmo que o meu. Não tenho essa capacidade de fingir e mentir como ele.


- Tudo que o Draco falou é verdade. Resolvemos mostrar ao mundo nosso amor.


- E a sua família aceitou bem, Draco?


- Minha mãe ainda não conhece direito a minha mulher, mas tenho certeza que assim que elas se conhecerem melhor vão dar muito bem.


- E Hermione, sempre com namorados badalados, hein. Conhecemos sua história, você namorou o Harry, o Vitor Krum e agora o Malfoy. O que esses homens ricos e famosos veem tanto em você?


OK, faltava pouco para essa jornalistazinha mostrar as garras, né?


- Acho que é o conjunto: beleza, simpatia, bondade e inteligência. Eu quem o diga, tenho que driblar muitos rivais que se apaixonam pela minha mulher.


Vocês ouviram o que eu ouvi? Com essa Draco consegue uma semana inteirinha de paz.


- Que lindo é o amor. - diz ela registrando cada respiração – E esse prêmio, de empresário do ano. Como recebe?


- Recebo com grande alegria, só vem coroar com chave de ouro esse ano que já está sendo inesquecível.


- E você, Hermione, orgulhosa do maridinho?


- Orgulhosa sempre. Ele é um ótimo profissional. - porque não tenho o dom do Draco de dizer as coisas certas?


- Bom, para finalizar a entrevista, vocês tem planos para aumentar a nova família?


- Claro. Nosso sonho é encher a nossa casa de filhos. Ainda não tivemos sorte, mas vamos continuar tentando, né amor. - diz ele, piscando para mim, como se guardássemos um segredo.


Nessa Draco foi longe? Teremos filhos só se for por osmose.


- Espero que a cegonha visite vocês logo, logo. Para fechar, podemos fazer uma foto dos dois. - diz Rita Skeeter fechando seu bloquinho.


Graças a deus acabou o inferno. Abraço Draco e sorrio para foto.


- Agora quero ver um belo beijo hein! Me deixem sem fôlego.


Sem pestanejar, Draco me puxa pela nuca e me dá um beijão. Nunca senti nada parecido com o que estava sentindo naquela hora. Meu corpo amoleceu, minha mente ficou totalmente em branco. E apesar de estar consciente de quem era, não pude deixar de sentir umas malditas borboletas fazendo cócegas na minha barriga.


E acho que Draco, bem, ele também não estava normal. Sempre que nos beijávamos era aquele selinho seco, só para figurar, e ele contava o tempo para se separar, assim como eu, é claro. Mas dessa vez, ao invés de me afastar, ele me puxava cada vez mais para perto de si, explorando minha boca com sua língua em movimentos suaves e ao mesmo tempo urgentes.


Quando o beijo acabou estava sem ar, e ao olhar para ele, o vejo tão confuso quanto eu. O que fora aquilo? O que tinha acontecido com a gente?


- Que lindo é o amor. Obrigada pela a entrevista, vocês são realmente o casal do ano.


- De nada, se nos dar licença, eu e minha mulher vamos nos sentar a mesa, o jantar já está sendo servido.


O resto da noite passou sem mais coisas relevantes. Talves o mais curioso era a atitude do Draco, acho que ele estava tão confuso quanto eu, e pelo que pude perceber, a confusão era tanta que ele nem deu mais atenção para a namoradinha secreta – e ela não estava muito feliz com essa atitude, confiem em mim. Ah, mas não que eu me alegre com isso. Na verdade, não me interessa em nada.

- Cala boca borboletinhas escandalosas.

+++

N/A: Pessoal mais um capítulo, quase ninguém tá lendo né? Espero que se enmpolguem e leiam esse novo capitulo. Se conehcerem uma beta disposta a ter trabalho com essa fic, me falem. beijos. semana que vem tem mais,

Mayara e Luh, que bom que estão aqui, e melhor, que bom que estão gostando.
beijos

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