A lua de mel e fel





“É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos e nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver” (Gabriel García Marques)


 Capítulo 3 – A lua de mel e fel


O sol de verão estava radiante lá fora. Assim que acordei sai da sua suíte no Copacabana Palace para admirar a bela vista da praia.


A noite tinha sido um turbilhão de acontecimentos estranhos. Assim que aparatamos em uma área do mundo bruxo brasileiro, fomos para a suíte de um hotel trouxa do Brasil. Era uma forma de mostrar a todos o nosso lado apaixonado. Infelizmente – para ambos -, tivemos que dividir a cama. Apesar dela ser imensa, Draco estava tão agitado aquele dia que não conseguia parar quieto. Era a mesma coisa que dormir em uma cama elástica, com dez crianças pulando incansavelmente durante todo o tempo.


Desde que tínhamos saído da festa, Draco não falou um “a”. Não que eu quisesse virar sua melhor amiga e confidente, nada disso, mas estar com uma pessoa que não abre a boca, é desconfortável pra caramba.


Ainda bem que não demorou muito para que eu pegasse no sono, o difícil mesmo foi mantê-lo. Minha única alegria foi saber que Draco dormiu menos que eu. Tah, mostrei agora o meu lado malvada que quase ninguém conhece.


- Hermione, desculpa por aquilo que minha mãe disse ontem.


Dei um pulo tão grande, que quase pensei que cairia da sacada. Draco como um fantasma acordou do nada, e de fininho foi até o meu lado e disse aquelas palavras ao pé do meu ouvido.


- Quer me matar? – pergunto tentando controlar a minha respiração.


- Nossa, você é grossa mesmo quando tento fazer uma boa ação. Era só uma desculpa.


Já controlada, começo a prestar atenção na cena que se descrevia no quarto. Eu em pé com um camisola preto de renda que minha mãe comprou, – nem tinha reparado ontem o que era – na minha frente Draco, só de samba canção vermelho, com aquele peitoral nú, que eu nem suspeitava que existia, e com um olhar meio encoberto pelos cabelos loiros e sedosos, meio despenteados.


- Ok, desculpa. Confesso que exagerei. Aceito.


- O que pensa em fazer hoje?


- Não sei, acho que vou dar uma volta na praia, olhar as pessoas. E você?


Nossa, eu e Draco em um momento de trégua. Milagre?


- Acho que vou ficar por aqui mesmo. Acompanhar o andamento das fábricas pela internet, sei lá.


- Internet? Vejo que está inteirado com as tecnologias do mundo trouxa.


- Sim, aprendi a pouco tempo. São tecnologias bem úteis, e facilitam agora que estou começando a expandir meus negócios também para o mundo trouxa. Está sendo muito lucrativo.


- Quem diria, Draco Malfoy se misturando com os meros mortais trouxas.


- Para você ver a evolução, me casai até com uma. – e ao dizer isso volta para a cama.


Sabia que essa trégua não ia durar muito, quem é grosso de nascença não muda.


.


Andar pelo calçadão me deu a oportunidade de pensar em tudo o que estava acontecendo em minha vida desde que aceitei me casar com Draco. Foram tantas coisas que fiz sem ao menos ter certeza, e ainda não consigo distinguir se tudo que tenho feito é certo ou errado. Casar sem amor, com uma pessoa que respeito e vice e versa, é de longe uma burrice.


Pior que ter todas essas incertezas na cabeça, é andar em um lugar onde se vê vários casais felizes e abraçados. Será que terei isso um dia?


Antes de enlouquecer com pensamentos que não consigo controlar, emoções e situações que não posso mudar, resolvo voltar ao hotel. Tem um novo livro sobre serial-killer-bruxos do século XIX que estou doidinha para começar a ler. Nada melhor que a estratégia de um matador bem inteligente para me desligar da catástrofe que é a minha vida pessoal.


Chego no quarto e percebo que está vazio. Draco deve ter saído também. Melhor assim. Estou sentada na cama, concentrada na leitura, quando ouço a voz melosa, isso mesmo que ouviu, a voz melosa de Draco ao telefone. Claro que demorei um pouco para identificar, mas assim que me aproximei da porta da suíte, tive a certeza. Era Draco.


- Sim bebê, foi terrível, como tinha previsto.  – um breve silêncio – isso, ela é feia, você já deve ter visto no jornal, quando era mais nova, é cabelo de vassoura, desgrenhada, toda sem graça. Não tem o que se preocupar. Além de ser super chata. Te falei que ela ronca?


Ok, espero que ele não esteja tentando me descrever para quem quer que seja. Quem ele pensa que é? E pior ainda, com quem tem tanta intimidade para revelar o segredo da nossa falsa união? E bebê? Não podia acreditar que Draco Malfoy chamava alguém de bebê. Isso estava muito esquisito.


Enquanto matutava em meio a minha incredulidade nem reparei que ele saira do telefone e já estava irrompendo ao quarto, me pegando com a boca na botija, ou melhor, com a orelha na porta.


- Ah, era só o que me faltava. Você ouvindo minhas conversas privadas atrás da porta.


- Não estava ouvindo, achei um barulho estranho vindo de fora, e logo imaginei que um palhaço matador estava rondando um hotel.


- Palhaço matador? Você está tentando descrever minha conversa como a de um palhaço matador? Isso nem faz sentido.


- Imagina. Do mesmo jeito que você não estava me descrevendo como uma feia com cabelo de vassoura.


- Ah, aquilo, é apenas a verdade. Até porque a Sarah não está gostando nada desse arranjo. Mas tenho que tranqüilizar-la.


- Sarah? Quem é Sarah?


- Olha a esposinha com ciumezinhos – ele aperta minha bochecha, claramente debochando da minha cara. – Você não acha que eu vivia no celibatário antes de conhecer você, né? Você acha que aceitei me casar tão rapidamente com você porque? Pela Sarah, para podermos viver o nosso amor, juntos, e sem a interferência da família dela. Porque por incrível que possa parecer, ser, rico e ser um Malfoy não é um currículo muito bom para as famílias tradicionais do mundo bruxo.


- Você está me dizendo que tem uma noiva secreta? Que deixou você ainda por cima se casar comigo?


- Granger, acho que você está se animando muito com esse arranjo matrimonial.


Ok, ele conseguiu acabar com o pouquinho de respeito que ainda nutria por ele. Quem era ele para achar que eu estava animada e feliz com isso?


- Eu sei, idiota.


- Não sei se sabe não. Eu tive um bom motivo para aceitar esse acordo, já você, nem sei o motivo que te levou a isso. Devoção total ao Potter? Para fazer ciúmes no pobretão do Weasley? Nenhum desses motivos são fortes o suficiente. – me da um selinho – só de brinde. Sempre achei que você arrastava um bonde por mim. Sempre brigava e implicava comigo, agora tive uma resposta clara as minhas desconfianças. Vovó sempre me dizia: quem desdenha muito quer comprar.


- Se enxerga Draco. E tive meus motivos. Só não preciso alardeá-los aos quatro ventos. Até porque se você não percebeu, esse é um arranjo secreto. Se por acaso chegar ao público, todo esse sacrifício estará sendo em vão.


- Ok Granger, não quero discutir.


Depois desse pequeno incidente, nem preciso dizer que a lua que era para ser de mel, foi totalmente de fel. Nos cinco dias que ficaram no Rio de Janeiro, só no primeiro - o dia da terrível descoberta sobre o relacionamento secreto de Draco, e da discussão do novo casal - eles se viram ou conversaram, o resto dos outros dias foram passados sem que um visse o outro.


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N/A: Meu deus. Mais um capitulo. Espero que quem esteja lendo, goste. E plis, leitores (se houver, se expressem. só assim vou saber se estão gostando ou não da fic, e acrescentar boas ideias que com certeza surgiram de vocês. Beijoss. e sorry pelos erros de concordancia e portugues que presenciaram aqui! QUando tiver uma beta, reposto!

Recadinhos individuais!
- th placebo - Brigada por acompanhar aqui. A Narcisa foi mesmo uma mala! Tomara que continue gostando da fic. semana que vem tem mais!!!
beijos 

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