Capítulo 2



N/A: A Bru B. L. Malfoy, Bia-Malfoy-84, nahemwe e a Ginny M. Black muitíssima obrigada e eu prometo responder descentemente as reviews... B-jos para todos q tb estão lendo a fic e espero q vcs gostem do novo cap.

Capítulo 2


Ela passou a maior parte da tarde criticando a idéia, andando de um lado para o outro da elegante sala, enumerando todas as objeções racionais de que deveria ter se lembrado na conversa. Não devia ter aceitado aquilo no final das contas. Mas sabia que Draco podia ser frio o bastante para cumprir a ameaça.
“Não tinha como dizer não!”.
Tentava a todo custo confortar-se com tal pensamento, mas nada foi capaz de tirar de sua cabeça o quão estúpida estava sendo. Porém não podia perder o filho. Josh era tudo o que possuía, a única coisa que a sustentava no meio de toda aquela confusão.
Caminhou até a lareira de mármore branco no canto da sala. Lá pode encontrar as fotos daquela família formada por belos membros, ricos...E aparentemente felizes. O dia do casamento deles. Com toda a pompa possível, em uma noite estrelada do mês de novembro. Quando tudo pareceu tão perfeito e belo, simplesmente porque os dois estavam ali. Realizando o impossível. As fotos da lua-de-mel, os primeiros meses do filho. Num dos porta-retratos, a família Weasley recebia o seu mais novo membro, era um Malfoy, entretanto, mas também um verdadeiro Weasley. Seus irmãos estavam ao seu redor, que segura um risonho bebê nos braços. Todos acenavam e riam felizes para ela, ao fundo podia ver a mãe emocionada limpando as lágrimas de emoção, enquanto Arthur passava um braço por seus ombros.
Todos juntos, comemorando a vida de um Malfoy. Improvável é verdade, impensável, bizarro, mas ao mesmo tempo perfeito... Todos juntos. “Menos Draco claro!” Pensou Gina, ao mesmo tempo divertida e magoada. O marido evitava ao máximo possível ir a toca. Tentava manter uma certa distância dos parentes da esposa. O que era completamente improvável, já que aquela família era inseparável.
Molly vinha reclamando a algum tempo da falta de visita. Mas quem podia culpar Gina afinal, não conseguia fingir para a família o que estava acontecendo com seu casamento. Não conseguiria esconder deles a verdade por muito tempo. Bem, em algum momento teria que encará-los.
Gina chamou Kingy, um dos efós da família, depois de mais algumas divagações.
-Sim madame?- perguntou a criaturinha, quase com adoração.
-Peça que Bill tire meu carro da garagem, por favor. E avise Draco, que eu e Josh iremos jantar na casa de meus pais esta noite, ok?!




O sol já se punha, com toda seu esplendor, aos fundos da Toca. Essa continuava tão impressionante quanto sempre, e se possível ainda mais torta do que antes. Não importava ela ter morado toda a sua vida ali, sempre era emocionante observar aquele espetáculo. Quando criança a mãe sempre a levava para ver o sol cair. Claro que isso só acontecia quando os gêmeos não aprontavam alguma. Ou quando Rony não se metia em alguma confusão. “O que era relativamente raro", pensou Gina.
Agora, novamente ela estava ali há uns cem metros da toca. Não mais com sua mãe, mas com seu filho. Olhou para o pequeno, que estava no seu colo, brincando com um dragãozinho de brinquedo. Com um sorriso terno, deu um beijo na cabeça loira de Josh.
“Mamãe, porque nos tamos aqui parados?”, perguntou o pequeno olhando para Gina. “O mesmo franzido na testa, os mesmos olhos...” pensou Gina.
“Por nada filho...vamos entrar?” perguntou Gina acariciando a cabeça do menino. Com um suspiro profundo entrou no carro enfim em rumo a Toca.




Eram quatro horas da tarde, o barulho do movimento nas ruas lá em baixo não alcançava os altos andares do prédio graças aos feitiços para isolamento acústico. As cortinas serradas impediam a entrada da luz natural da tarde. As luzes mágicas colocadas estrategicamente por algum arquiteto mágico proporcionavam uma claridade artificial à sala. Uma bela e ricamente sala na verdade. Com todos os belos moveis caros, impessoal e séria que se exigia de um homem de sucesso e importância. A única parte da sala que Draco permitia conter uma pista de sua vida pessoal, era a foto colocada há muitos meses por Gina, dela e do pequeno Josh acenando para ele.
Muitas vezes perguntava-se porque ainda mantinha aquela foto na sua mesa. E em todas às vezes convencia-se que era por causa do filho, ou porque a secretária ou a faxineira poderia perceber e comentar alguma coisa. Não que Malfoys se importassem, ele sempre pensava, mas nunca era demais se precaver e guardar sua vida pessoal de olhos alheios.
Caminhando até a grande janela de vidro, Draco abriu as cortinas, olhando para a avenida a vários metros abaixo dele. Aqueles trouxas nem imaginavam que o enorme e imponente prédio de dezenas de andares era bruxo. Construído nos moldes da modernidade trouxa, todo em aço e vidro, passava-se por mais um dos vários prédios empresarias que havia no centro econômico londrino. Aquela havia sido a melhor maneira encontrada pelos bruxos para passarem despercebidos pelos não-mágicos, e claro vários feitiços desnorteantes também.
Draco andou um pouco mais pela sala, seus pensamentos insistiam em fugir do trabalho naquele dia, raro acontecer com ele quando justamente o trabalho era que havia salvado da loucura naqueles últimos meses. E o fato de novamente ter que ser visto ao lado de Virgínia só parecia aumentar e piorar a situação. “Droga! Não será fácil ter que me fingir feliz ao lado dela!” Não quando tudo o que queria era que as coisas voltassem a entra no rumo e ele não precisasse dar satisfações a ninguém. Seu pai devia estar se remexendo de felicidade há essas horas no seu túmulo, pensou Draco. Porém as suas divagações foram interrompidas pela secretária que batia na porta.
“Entre!”.
“Senhor Malfoy, sua reunião com o conselho comercial do ministério começará em vinte minutos.”




Junto às cunhadas, Gina permitiu-se algumas horas de satisfação e alegria. Sentada na cozinha com Elizabeth e Hermione ela riu com as histórias contadas pelas duas com as aventuras vividas graças aos filhos pequenos, e Gina surpreendeu-se ainda mais ao ver-se fazer as duas rirem com suas próprias histórias.
Molly fazia chá no grande fogão, feliz pela presença das tre mulheres que faziam companhia a ela, agora que todos os filhos saíram de casa e Arthur ainda estava no ministério. Às vezes juntava-se às noras e à filha para contar algum fato terrível cometido por algum dos sete filhos, fazendo os três tremerem internamente rezando ao bom Merlin que a poupassem daquilo.
— Kirsten solte agora essa bola! – gritou Mione para a filha que estava na sala, junto aos primos - Pelo amor de Merlin quantas vezes vou ter que repetir que não pode brincar com a bola dentro de casa?
— Mas porque não posso? – a menina de seis anos, com os cabelos de Rony e a inteligência da mãe resmungou, irritada por ter sido interrompida da brincadeira – se eu quebrar alguma coisa a senhora vai consertar com um feitiço mesmo!
Gina, Lisa e Molly, não se agüentando explodiram em gargalhadas ao verem a expressão desolada de Hermione.
— Meu Merlin, porque essa menina não puxou ao pai? – perguntava-se enquanto balançava cabeça em derrota.
A menina, com um sorriso vitorioso voltou a sua atenção para os primos mais novo que corriam pela sala. Seu irmão de quatro anos Byron, também ruivo brincava com Phillipe, filho de Fred e Liza. Este seguindo o exemplo dos outros primos tinha também os cabelos cor de fogo, porém, olhos eram incrivelmente verdes, herdados de Elizabeth. Josh brincava algum jogo mágico com a prima mais velha e o filho do meio de Gui e da irlandesa Maureen, e assim como os outros ruivo. Seus cabelos loiros platinados destacavam-se no meio das outras crianças.
Gina não pode deixar de sorrir ao olhar para o filho, podia ter aparência do pai, mas também era um verdadeiro Weasley.
—Querida você também vai ficar para o jantar?- perguntou Molly tirando-a dos seus pensamentos. Gina olhou para a mãe em pé ao lado da mesa. Levou alguns segundos para voltar a terra e processar a pergunta feita.
—Não...- Gina respondeu enquanto levava a xícara de chá aos lábios - ...eu e Draco vamos sair para jantar.
—Hum...jantar a dois? – perguntou Lisa com um sorriso malicioso – Bem que Fred poderia aprender alguma coisa com meu cunhado. Aquele pensa que ir ao jogo dos Wimbourne Waps e relembrar os grandes tempos de Bagman no time é o maior dos maiores programas românticos!!! – terminou Lisa fazendo gestos exagerados com as mãos.
Gina não pode deixar de sorrir com as reclamações da cunhada. Molly apenas balançou a cabeça como quem dizia “Coitadinha!”, Hermione não perdendo tempo agora que a seção para reclamação dos maridos havia começado tomou as dores para si.
—Ao menos você tem algum programa romântico para recordar! – exclamou irritada – Nem me lembro mais quando foi a última vez que Rony propôs alguma coisa para fazermos. Nem a míseros jogos de quadribol aquele ali me leva... “Mas lá só tem homem Mione” – disse a indignada mulher imitando a voz do marido.
Era divertido ter aquelas conversas femininas de vez em quando. Há tempos não se encontrava com as cunhadas para fofocar, as amigas do tempo de Hogwarts então nem se fala.
— É a minha filhinha tirou a sorte grande! – disse Molly dando um beijo na cabeça da filha enquanto alisava seus cabelos. – Nunca pensei que fosse viver para dizer isso... – completou Molly algum tempo depois, assustada com o próprio comentário.




O silêncio no carro só era interrompido pelo barulho de alguma música que tocava na rádio. Draco dirigia sem tirar os olhos do volante. Tentava a todo custo não desviar os olhos para as belas pernas que apareciam por baixo do fino vestido preto que agora se encontrava no meio das coxas firmas da dona. A tarefa parecia ser demais difícil e Draco tentava controlar-se, mas por algum motivo misterioso a tarefa era por demais árdua aquela noite.
Gina tentava comportar-se como se ele não estivesse no carro, trocava de estação de rádio, procurando alguma música do seu agrado. Mas assim como o marido estava tendo sérios problemas em alcançar seus objetivos.
—Para onde vamos? – perguntou Gina educadamente, depois de desistir da tentativa de ignorá-lo por completo.
—Ao Templeton’s. Eles terão show de alguma banda americana de jazz hoje se não me engano...

—Ótimo!
O silêncio reinstalou-se no ambiente de forma possessiva. Gina virou o rosto para a janela, admirando a paisagem que passava velozmente pela janela do carro. Draco voltou à atenção para a estrada enquanto batia os dedos no volante no ritmo de alguma música desconhecida que tocava no rádio.
— Já fomos algumas vezes a este restaurante....
— Eu sei disso – interrompeu Gina, e porque percebeu a grosseria e a briga que isto poderia desencadear ela continuou de forma mais suave – Ainda me lembro de uma ou duas vezes que estivemos lá. – Ela não pode deixar de notar o sorrisinho cínico que se formou no rosto do loiro.
Era claro que se lembrava daquele restaurante! Como poderia esquecer, ali ele a levara na noite em que a pedira oficialmente em casamento. Também ali, havia dado a notícia da gravidez. Não havia maneira de simplesmente esquecer. E o fato do restaurante elegante lembrá-la de momentos que possivelmente nunca se repetiriam novamente, de momentos inesquecíveis, a fez sentir raiva. Raiva porque sabia que a escolha foi proposital. Não conseguia entender as razões de homem sentado ao seu lado, mas sabia que certamente ela possuía alguma.
Draco não era um homem que fazia algo por acaso, e Gina era uma das pessoas que mais poderiam comprovar isto. E pensar no que o marido estava tramando só fez a sua enxaqueca aumentar ainda mais.




O jantar acorreu sem maiores desastres. Depois de cumprimentar o maitré, já conhecido do casal e outros poucos amigos da alta sociedade, sentaram-se a um canto mais reservado do restaurante. Alguma música calma tocava ao fundo, o tilintar de cristal e porcelana e farfalhar de seda contra seda, só deixava o ambiente ainda mais elegante.
Sentados um de frente para o outro, os dois podiam ver algumas poucos casai dançarem ao som da banda americana. Ao longe Gina avistou Abott sentada junto a alguns outros homens do outro lado do salão. Era chegada a hora de representar.
— O que você fez hoje? – perguntou Draco logo depois do garçom servir o prato principal. Pernil de cordeiro, chutney de maça e batatas ao curry. O ar ao redor deles continuava tenso demais. Apesar de quem visse ao longe veria apenas um casal belíssimo que tinha uma conversa qualquer durante um jantar a dois.
—Nada demais...-respondeu Gina, como se estivesse falando com um conhecido distante e intragável, com os quais sempre somos educados mais distantes o suficiente para que eles não se aprofundem demais em uma conversa. Draco, entretanto, não parecia importar-se com o tom usado. “Por Merlin! Que situação é essa?” – Foi à casa da minha mãe à tarde. Levei Josh comigo.
Ao escutar aquilo, Draco voltou toda sua atenção para as palavras ditas pela mulher. Gina percebendo um real interesse do marido continuou de forma proposital a ser evasiva.
—Conversei um pouco com Hermione, minhas cunhadas, as crianças estavam lá também. Não sei ao certo quantos estavam lá.
— Por que isso não me espanta?- perguntou Draco enquanto levava a taça de vinho à boca.
Gina continuou a falar, como se não houvesse escutado o comentário sobre o grande número de integrantes da família. Sabia que Draco estava se roendo para saber se Harry e Rony também estiveram na Toca. Ele tinha uma verdadeira aversão aos dois, e tremia só de pensar o filho no mesmo ambiente que os dois. Além do que, mesmo não admitindo ainda tinha ciúmes do Potter por causa de Virgínia.
Depois de terminado o prato principal, quando o ar voltou a ser tenso depois de algum comentário sobre o passado, e a tensão sexual entre os dois parecia insuportável Gina pediu licença saiu em direção ao banheiro.
Alguns minutos no banheiro esfriaram Gina. Sentou em um dos bancos estofados na frente do balcão comprido, na parede espelhada, retocou o batom de maneira meticulosa. Quando a porta do banheiro foi aberta, Gina empertigou-se no mesmo instante. Uma mulher vestida num tomara-que-caia azul petróleo, na casa dos trinta anos acabara de entrar. Caminhando até o espelho olhou de soslaio para ela.
—Desculpe-me atrapalhar – disse a mulher com o rosto simpático – Virgínia Weasley não é?.
—Na verdade agora é Virgínia Malfoy – respondeu Gina sem notar a própria correção do nome.
— Judy Prentice – completou a mulher da mesma altura de Gina e alguns quilos a mais enquanto estendia a mão para cumprimentá-la – Não pude deixar de reconhecê-la, a vi desfilando em Milão alguma temporada passada. Você estava simplesmente deslumbrante, como agora...- completou sorrindo enquanto com a varinha fazia alguns feitiços retocando a maquiagem.
— É já faz algum tempo.
— Pra falar a verdade eu a detestava. –rebateu de repente Judy.
— Como? – perguntou Gina atordoada.
— Digamos que com dez quilos a mais do que agora, não era muito bom vê-la, linda e magra, cheia de curvas perfeitas desfilar naquelas roupas maravilhosas. Acho que você foi a minha maior incentivadora para perder peso. Em algum momento desejei lançar-lhe alguma maldição imperdoável por não ter nenhum defeito.
Gina recuperando-se do choque, não foi capaz de controlar, e desatou a rir da situação. Há alguns minutos quase enlouquecia com o marido e agora descobria que era odiada por uma mulher por ser magra.
— Se isso a reanima, engordei alguns quilos depois de ter meu filho – respondeu Gina ainda sorrindo com um olhar de cumplicidade adquirido por todas as mulheres em uma boa fofoca no banheiro.
— Que Merlin permitisse que todas pudéssemos engordar e ficar como você. E além de tudo ainda tinha aquele homem maravilhoso ao seu lado – completou a simpática mulher.
Gina sorriu agradecida. Naquele momento não passou por sua cabeça toda a situação complicada por que sua vida passava.
— É, poucos de nós temos essa sorte. – terminou por dizer a mulher acabando de se ajeitar – é melhor você voltar logo. Eu no seu lugar não deixaria um homem como aquele esperando por muito tempo.
E dizendo isso Judy saiu do banheiro deixando uma mulher confusa para trás.




Ao voltar para a mesa e terminar de comer a sobremesa pedida por Draco, uma música lenta começou a tocar. As luzes foram abaixadas, mergulhando o ambiente em uma gostosa penumbra, fazendo vários casais encaminharem-se para a pista.
—Hora do show. – disse Draco enquanto estendia a mão para a ruiva a sua frente. Esta, com um suspiro resignado, deixou-se levar, pronta para a grande atuação da noite.
Ela acompanhou-o para a pista de dança como se não quisesse mais que dançar um pouco. A música era suave, alguma canção melancólica dos anos quarenta. Fora feita para ser romântica, pensou Gina. Em vez disso, ressonava em seus ouvidos como um grito de batalha.
—Não faria mal nenhum se olhasse para mim – Ele passou os braços em torno dela. E descobriu que os corpos ainda se ajustavam com perfeição e que os passos de ambos se harmonizavam – Talvez devesse até sorrir um pouco...
Gina apertou os dentes com força, tentando não dar atenção à provocação e ao mesmo tempo tentando controlar-se. Lutava a todo custo contra vontade de fitar os belos olhos azul-acizentados e deixar-se se envolver, de olhar para a boca macia e beijá-la. Seu corpo ameaçava tremer a qualquer momento, mas ela fazia o possível para conter-se, mesmo sabendo que o impossível não seria suficiente. Não podia deixar que ele percebesse o quanto ainda a abalava. Ele a fazia desejar novamente... Mas então se lembrou do porque estava ali.
—Posso fazer todo mundo acreditar que só estou pensando em você e no que vamos fazer quando sairmos daqui. Ficarão na maior curiosidade – falou Gina com um sorriso irônico. Draco pode perceber a raiva que passou pelos olhos castanhos. Porém também pode sentir o tremor do corpo dela quando deslizou a mão pelas suas costas nuas.
—Saiba que nem todos se interessam pela nossa vida particular – ela continuou, sem notar que prendia a respiração diante da carícia suave com que Draco a torturava.
Ele deslizou os lábios pelo rosto de Gina. Antes que ela pudesse se recuperar do choque, fixaram-se ardentes em sua boca. O beijo foi longo e lento. Gina tentou virar a cabeça uma vez, mas a mão em seu ombro apertou-a com força. Depois, ele recuou o rosto, apenas dois ou três centímetros, de tal forma que Gina só podia ver seus olhos.
—Vamos tentar de novo – murmurou Draco – Acho que você vai acabar pegando o jeito.
Gina deveria ter protestado. Todo o alto controle a que se submetia para não se envolver desaparecia ao ser fitada por aqueles olhos. Sua mente mandava-a parar, tentava de qualquer maneira lembrá-la da situação em que se encontrava. Mas a boca de Draco tornou a cobrir a sua, hábil, persuasiva. Quente. E ela se deixou arrebatar.
O gosto do homem, os lábios firmes e experientes, a exploração confiante da língua e o brusco roçar dos dentes. Ninguém jamais havia beijado como ele, como se sua boca fosse a fonte de todo o prazer. Alguma coisa vibrou na garganta de Gina. Podia ser choque, mas era mais provável que fosse espanto e desejo.
De alguma forma, sua mente conseguiu enfim enviar-lhe a informação. E isso lembrou-a que, por mais que pudesse apreciar a experiência, era tudo uma farsa. Uma cena montada por ele para manter sua posição. Por uma fração de segundo, ela foi transportada para um passado onde brigas eram constantes e também reconciliações. Onde o mundo era de certa forma irreal, por tudo encaixar-se de maneira perfeita e harmoniosa na sua vida. Quando tudo caminhava para a tranqüilidade uma nuvem carregada pousou em sua vida. O sol tornou-se tempestade e de repente toda a harmonia desapareceu.
Apesar de tentar convencer-se do contrário, sabia que uma grande parcela do que havia acontecido era sua culpa. Mas sempre que eles brigavam, a raiva e agonia superaram sua razão e tudo era culpa dele. Por tê-la deixado de lado, por ter sumido em malditas reuniões de trabalho, por ter que agüentar aquela vida de senhora do lar a que se submetia...

Tudo se tornava culpa dele exclusivamente dele...
Controlando toda a emoção que sentia, vestiu sua máscara de frieza. De repente estava determinada a não deixar que nenhum dos seus nervos em frangalhos fossem notados. E nesse quesito ela tinha o maior dos professores para se espelhar.
—Acho que já demos nosso show por hoje, não acha? – perguntou Gina com o rosto impassível, Draco não encontrou nenhum vestígio de ironia ou de qualquer sorriso sarcástico. O belo rosto a sua frente nada demonstrava, e o fato dela falar como se tivessem acabado de cumprir uma tarefa de trabalho rotineiro deixou-o abalado. Afinal, ele ainda sentia os efeitos que o beijo causara em sua circulação. Mas quando se tratava de esconder sentimentos, Draco ainda era o profissional na família.
—Como quiser... querida – respondeu com um sorriso malicioso, parando de dançar e conduzindo-a com uma mão ainda em suas costas de volta para a mesa. Mal haviam acabado de sentar quando uma irritante voz atingiu os seus ouvidos de forma a fazer Gina tremor interiormente...
—Draco...querido! – falou a dona da voz alegremente inclinando-se para dar um beijo na bochecha do homem – Olá Virgínia! – completou com um sorriso debochado.
Pansy Parkson havia acabo de chegar ao restaurante...

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