CAPÍTULOS 38 E 39



CAPÍTULO 38: DESLOCADA
Sinceramente, Toronto é um lugar estranho demais. Garotas atiradas e falsas, garotos cara-de-pau, adultos tapados, Draco tentando me entrosar, mas eu sou diferente! Eu sou de Londres, onde as pessoas são formais e mais afastadas (N/A: mas você e o Draco não são tão longe assim, não é?! Õ.ó)!
Ok, ok. Acho que exagerei um pouco. Eu não estou em tanto pânico assim... Estou andando de mãos dadas com Draco (finalmente podemos sair assim por aí e ninguém nos julgar!) na rua. Na verdade estamos indo nos encontrar com uma amiga de Jennifer, uma tal de Stephanie. Que nomes mais barbie’s.
Garanto que ela é igual a essa “amiga” do meu namorado. Aliás, Jennifer está me fuzilando com o olhar porque o Draco não está dando bola para ela e está só sorrisos para mim.
Estou começando a me sentir deslocada aqui nessa cidade... Todas as garotas usam roupas do estilo da Jennifer, só que ela usa roupas bem mais justas, curtas e decotadas que o normal. Tipo, agora ela está com um jeans skinni super ultra mega justo (as coxas dela estão completamente esturricadas lá dentro), uma blusa estilo envelope (N/A: pra quem não sabe, blusa envelope é aquela que é aberta atrás, só presa na metade das costas e continuando aberta pra cima ;D) roxo com um baita decotão na frente e salto alto, tipo uns 20cm. Como ela consegue andar em cima daquilo eu não sei. Na verdade, ela está andando meio desequilibrada, mas quase não dá pra notar. Vários olhares masculinos a encaram e alguns femininos a fuzilam de cima a baixo.
Mas, voltando ao foco: eu estou deslocada aqui. Minhas roupas são bem diferentes. Eu estou usando uma bermuda branca, uma blusa listrada horizontalmente nas cores vermelho e branco com uma âncora grande em azul marinho, uma bermuda branca e uma sapatilha azul marinho, cabelos presos em duas tranças, mas com a franja solta, maxibolsa preta, óculos escuros no rosto, meus inseparáveis RayBan.
— Deslocada você até pode estar, mas está linda como sempre. — sussurrou ele me abraçando por trás e depositando um beijo em minha nuca enquanto Jennifer e sua “amiguinha” fofocavam sobre qualquer besteira.
— Hei! Você prometeu não ler mais minha mente! — ele sorriu contra meu pescoço. — Eu não leio a sua, Draco!
— Gatinha, não vira uma leoa, por favor. Eu sei que você é da Grifinória então não precisa mostrar o porquê de ter ido parar lá. Só deu vontade de ouvir tua voz, daí eu precisei ler tua mente...
— Mas é bom parar com esse mau hábito. — voltei-me para ele fazendo biquinho.
— Só se você me beijar... — respondeu ele com um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Sorri colocando meus braços em volta de seu pescoço.
— Depende... Se eu te beijar, você vai ter que me contar da onde foi tirar uma amiga tão atirada e tão... Tão...
— Piriguete? Pode deixar que comigo ela não tem chance, já que sou inteiramente seu.
— Hmm, bom saber...
— Agora, amor, me dá um beijinho, vai. Só um.
— Seu desejo é uma ordem. — fiquei na ponta dos pés para poder alcançar os lábios finos, frios e ágeis do loiro. Era estranho beijá-lo em um lugar com mais pessoas. Nós só dávamos uns amassos escondidos. Ok, ok, é só um beijinho, não é um beijo como os normais. Mas servia para matar a vontade, ou pelo menos enganá-la.
— Eu quero um beijinho direito. Esse não serve... — reclamou ele quando nos separamos sem animação alguma para parar nem para continuar.
— Então espere até não estarmos em um lugar cheio de gente.
— Mione, ninguém nos conhece aqui, e não voltaremos para Toronto tão cedo assim...
— Mesmo assim não. Espere até a festa hoje à noite então.
— Hmm, só de te imaginar com aquele vestido, já babo um rio... — comentou ele sonhador. Despertou de seus devaneios quando lhe dei um soco de leve no braço. — O quê? Tenho culpa se tenho uma namorada tão linda assim que me ama?
— Draco, Draco, você sabe bem a namorada que tem... Não passe dos limites...
Almoçamos por ali mesmo e depois fomos para casa. 2 horas antes de a festa começar, fui tomar um banho de banheira. Estava tão bom... Coloquei um short e um top qualquer só para me arrumar e fiz um elegante e diferente coque na cabeça. Minha maquiagem foi prateada e preta. Nada de mais, mas demorou um bom tempinho... Vesti-me e coloquei a sandália de salto alto agulha. Eu estava pronta bem na hora que havia calculado.
— Uau. Isso tudo é para mim? — perguntou o loiro abobalhado enquanto eu descia as escadas, pegando minha mão logo que cheguei lá em baixo e me dando um selinho.
— Talvez... Mas eu acho que é para aquele amigo da Jennifer moreno e alto. Ele podia ser modelo... — fingi pensar nesse amigo imaginário com um sorriso malicioso no rosto. Draco me olhou com uma cara feia do tipo “vou quebrar a cara dessezinho”. Não me contive e comecei a rir. — É brincadeira seu bobo!
— Ah bom... Vamos logo então.
— Vamos.


CAPÍTULO 39: FESTA DE ARROMBA
Nossa, eu posso não gostar dessa garota, mas ela sabe como dar uma festa de arromba. O salão era gigante com uma pista brilhante e colorida no centro, mesas, poofies e sofás em volta, uma sacada voltada para dentro revelava uma segunda pista, que era menor, indo somente até a metade do segundo andar. A decoração era linda: toda em rosa (óbvio), prata e lilás. Havia um grande painel no fundo passando fotos de Jennifer sozinha e com amigos. Logo acima do painel, localizavam-se os dizeres em rosa purpurinoso: FELIZ ANIVERSÁRIO, JENNIFER! Era meio brega, mas a festa em si era bem legal.
— Nossa... — foi tudo o que consegui dizer.
— É, caramba. Quando ela disse que daria A festa, não estava brincando... — Draco também estava encantado com tudo. — Mas então, vamos ficar aqui parados feito dois abobados ou vamos dançar e aproveitar a festa?
— Vamos logo.
— Eu ainda vou cobrar meu beijinho... — disse ele puxando minha mão para o meio da pista de dança. Fiquei tão feliz que começou a tocar “Crank It Up” e que estava dançando com Draco que me esqueci do resto. Ali eram somente Draco Malfoy e Hermione Granger, um garoto e uma garota, sem distinção de sangue, família ou destino.
O melhor era que ele dançava super bem e me acompanhava em um ritmo perfeito. Ficamos um tempão dançando até ele encher o saco e me puxar para fora da pista. Estávamos em um cantinho mais afastado, escondido e escuro dando uns amassos.
— Eu vou pegar algo para bebermos... Já... Volto. — falou ele ofegante quando paramos, pois achávamos que estávamos indo longe demais. Ele se virou, mas eu o puxei de volta. Dei um beijo rápido e limpei o batom que nele estava manchado.
Ele se foi. Fui ao banheiro e retoquei a maquiagem. Quando voltei, ele ainda não estava lá, então me escorei na parede e o esperei. Mãos frias taparam meus olhos e uma boca macia beijou meu pescoço. O cheiro maravilhoso me embriagou. Quando me virei sorrindo para ele, fui atingida por um beijo fervosamente quente.  Ele me prensou na parede e ficamos no maior amasso. Mas eu não sabia que Draco beijava com tanta volúpia. Epa! A mão dele apertava minha cocha com força.
— Dra-co! Pára! — me separei dele rapidamente. Pensei em me deparar com aqueles olhos cinza, cabelos platinados, rosto angelical, mas ao invés disso, vi cabelos cacheados cor de mel e olhos castanhos. — Luke? — perguntei abismada.
— Olá, linda. — respondeu ele em um sorriso cafajeste. Dei um tapão na cara dele. O estalo foi enorme.
— Nunca mais faça isso, ouviu? — gritei enfurecida. Ele me olhou como Paul me encarou antes de virar lobisomem quando estávamos naquela roda, ou seja, bufando como um touro, olhos assassinos e pensando se devia ou não manter o controle. Ele segurou meus pulsos com força e me apertou contra a parede. Meu coração deu um salto.
— Ora, ora. Você é uma menina muito mais corajosa do que aparenta... Não é à toa que anda com o Potter Cicatriz.
— Isso não é da sua conta. E me solta! Está machucando! Você vai ver só quando eu contar para o Draco o que você está fazendo!
— Você não vai contar nada para o meu querido priminho corno, ouviu pirralha?
— E quem é você para me obrigar?
— Luke Malfoy, três anos mais velho que você, muito mais forte do que três Hermiones. Como meu primo sempre teve tudo do bom e do melhor, resolvi tirar uma casquinha... Você é gostosa. Sinceramente, Draco não vai se importar com isso, já que foi ele quem te deu esse vestido para mostrar a quem quisesse ver que a namorada dele tem um corpão e tanto... — ele me beijou a força. Não correspondi, mas admito que estava gostando. Ele segurou meus dois pulsos em uma de suas enormes mãos e, com a outra, apertou minha bunda. Aquilo foi demais! Pisei com toda a força meu salto agulha no pé dele. — Ai, sua louca! — aproveitei a brecha para tentar escapar, mas quem disse que isso foi possível? Ele agarrou meus ombros com força e me sacudiu. Puxou a alça do meu único ombro coberto por pano e o tecido rasgou. Ok, agora eu estava realmente com medo. Ele, contra minha vontade obviamente, começou a enfiar a mão no topo da fenda do meu vestido apertando tudo o que via. Enquanto fazia isso, mordia e lambia meu pescoço. Era nojento.
— Pára com isso! Você está fora de controle! Se manda daqui! Eu não gosto de você!
— Sim, estou fora de controle. Você me deixou fora do controle. — nunca vi olhos tão escuros de desejo. Eu estava com muito medo. Ele abriu um sorriso ao puxar o elástico da minha calcinha e eu fiquei realmente assustada. — Você pode não gostar de mim, mas não digo o mesmo por mim. — ele soltou o elástico e apertou com uma vontade realmente forte o meu traseiro com a mão livre.
Comecei a chorar. Onde eu havia me metido. Tentei usar meus poderes diferentes, mas não conseguia me concentrar. Não com esse cara assim. Eu me sentia suja e usada.
— Hermione? — a voz dos meus sonhos perguntou.
— Se você falar alguma coisa, vai desejar nunca ter nascido! — sussurrou ele em meu ouvido. Ignorando aquilo, gritei:
— Draco! Por favor, Draco, me tira daqui! — Recebi apertões extremamente fortes na parte interna da minha coxa e na minha bunda. Droga, ficariam roxos.
Draco partiu para cima de um Luke meio desprevenido, que saiu correndo quando levou dois socos seguidos. Abracei-o forte chorando muito. Ele acariciava meus cabelos e percebia as marcas de dentes e chupões no meu ombro que deveria estar tapado, no meu pescoço e vermelhões que tornariam-se roxos em meus braços. Estávamos sentados no chão.
— Desculpa, amor. Eu não devia ter demorado, mas é que esse lugar é muito grande e... — pausei meu dedo indicador em seus lábios sinalizando silêncio. Meus olhos cheios de lágrimas, minha maquiagem completamente borrada.
— Não foi culpa sua, Draco. Pare de se culpar. Foi erro meu ter aceitado o vestido e ter vindo para cá. Você está com a ficha limpa.
— Mas...
— Draco, eu sou a errada aqui. Se eu não confundisse você com ele, não o beijaria e isso tudo não teria acontecido. Desculpa, Draco. Eu sou uma infiel, suja, imunda, cachorra...
— Hermione, isso não é verdade. — depois disso ele me beijou delicada e calmamente. Uma mão o apoiava no chão e a outra se localizava em meu rosto. — Nós vamos embora agora. Eu te amo demais para deixar algo a mais acontecer a você. Juro que isso nunca mais vai acontecer.
— Draco...
— Vamos logo.
Esquivando-nos por todos os cantinhos escuros, finalmente chegamos à saída, entramos no carro e ele pisou no acelerador.
— Espera aí, você não pode dirigir esse carro! Tem que ter 16 para poder dirigir!
— Relaxa, Mi. Eu dirijo melhor do que qualquer garoto de 16 anos...

Na casa, troquei de roupa, colocando uma calça jeans e uma regata branca. Sapatilha nos pés. Lavei o rosto, penteei os cabelos, peguei minhas coisas e eu e Draco fomos para o aeroporto. Após algumas discussõezinhas com a pobre recepcionista, conseguimos um vôo dali a cinco minutos.
O problema foi que ele estava estressado e eu estava ainda meio estupefata com tudo e acabamos brigando feio por um motivo que eu nem lembro qual.
Agora eu estou quietinha abraçada a mim mesma olhando através da janela. Ele me fita e às vezes eu dou uma olhadinha para ele também. Draco levantou a mão para encostá-la em meu ombro, mas eu me afastei e voltei a olhar por através da janela, como se tivesse visto algo realmente interessante além de um céu completamente escuro e luzinhas na cidade abaixo de nós, que parecia ter as mesmas iluminações em cada quadra.
Uma lágrima fina e solitária percorreu meu rosto. Ele suspirou e continuou me olhando.
— Sabe, era para ser uma viagem divertida e diferente para nós. Mas acho que estraguei tudo, não foi? — não respondi. — Então vamos fazer um voto de silêncio agora? — fiquei quieta. — Ora, vamos Hermione, fale comigo. — estou em silêncio desde que ele me mandou calar a boca na nossa última discussão. Apenas virei o resto para ele, que fazia cara de cachorrinho que foi abandonado pelo caminhão de mudança. — Desculpa, por favor. — suspirei.
— Você sabe que não consigo ficar brava contigo, não é?
— Talvez...
E ali nos braços do meu anjo adormeci. Mas a culpa de tudo aquilo era minha. O pior foi que eu gostei do beijo...

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